sábado, 29 de outubro de 2011

SONHANDO SEGUIDAMENTE

Nessa última semana minha mente baixou alguns arquivos, que deveriam estar guardados na memória liminar do meu universo cerebral. Foram seguidos e guardaram algo em comum, como espaços temáticos, geográficos e protagonistas.

No primeiro evento, juntamente com um comerciante estabelecido no centro de Vitória, nas imediações de Praça Costa Pereira, assistimos a um fenômeno incomum: as montanhas da Fonte Grande e sua continuidade, rumando através da cordilheira, cujo ponto extremo se fixa acima do Parque Moscoso e da Vila Rubim, deslizavam e causavam significativas destruições. Pois bem, esse conjunto de elevações ruía semelhante ao efeito dominó, levando consigo antigas e novas edificações residenciais comerciais e prédios públicos. Dentre estes, um colégio que funciona nas dependências da antiga faculdade de odontologia, na ladeira cujo nome é Rua Alziro Viana. Ainda permaneciam incólumes o Edifício Presidente Vargas (sede do ex- IAPI) e o Teatro Carlos Gomes. As outras edificações não tiveram a mesma sorte. Simplesmente foram engolidas pelas avalanches. Não chovia e os deslizamentos das terras e rochas, ao caírem, elevavam grossas nuvens de poeira. Nós, a tudo presenciávamos, sem que tivéssemos qualquer receio de algo que nos pudesse afetar e tornarmo-nos vítimas dessa violenta manifestação da natureza.

Essa noite findou-se e nada mais se soube da ocorrência do dia anterior.

Na noite, ou seja, na madrugada seguinte sucede-se com novo episódio anômalo do comportamento da natureza. Parecia-me que estivesse em Várzea Alegre, quando choveu copiosamente acima de quaisquer índices pluviométricos conhecidos. O Rio Santa Maria, aquele que deságua no caudaloso Rio Doce, em Colatina, registrou a maior cheia de todos os tempos. Suas águas se alastravam praticamente por todo o baixio e algumas colinas de menor altitude. Entrei naquela nossa casa, onde moramos e aí nasceram nossos filhos Domingos e Edgard. Pois bem, dentro dessa a moradia a água atingia a altura dos joelhos. Mas, quando parecia que tudo estivesse perdido, o Rio Santa Maria, acima da ponte de Várzea Alegre, se estancou e as águas que se localizavam abaixo dessa ponte formaram correnteza em sentido inverso: agora corriam para cima e o manancial se esvaziava.

Além de muita chuva e essa cheia descomunal, sabe-se que não houve registros de vítimas ou de perdas materiais. Um grande susto, apenas isso.

Ainda em Várzea Alegre, provavelmente durante a mesma noite ou madrugada, presenciei uma agressão a um indivíduo em sua residência, consistente em disparos efetuados com arma de fogo, atingindo a vítima na região temporal esquerda, tórax e abdome. Os ferimentos não causaram lesões graves e a vítima foi levada ao posto de saúde da localidade, aonde recebeu os primeiro socorros. O passo seguinte foi remoção desse paciente para um hospital localizado na cidade de Colatina, sendo submetido às cirurgias necessárias à correção dos traumas causados pelos projéteis da arma de fogo.

O dia amanheceu e constatei ter permanecido repousando no meu leito, dormindo e Sonhando seguidamente. Quanto à suposta vítima e seu agressor, não os conheço e o meu receio é que fosse obrigado registrar testemunho na delegacia policial da sede do município.

Não sei se na mesma noite, presenciei mais um fato de rara violência e requintada de selvageria: um conhecido parlamentar federal representante do nosso Estado em Brasília foi flagrado, praticando assalto a um pacato cidadão, fato que consistiu no roubo de dinheiro, cartões de crédito, talões de cheques e de todos seus documentos de identificação e ainda apossou-se de uma égua com a qual a vítima cavalgava. De posse do animal abateu-o, esquartejou-o e dividiu-o num churrasco promovido aos seus eleitores correligionários.

Como pode um parlamentar que tem os deveres de legislar e representar os cidadãos, que o sufragaram com seus votos, praticar crimes com a cobertura do manto da impunidade? Será que merecemos isso? Esse crime, além de irreal, é apenas fantasia navegando o mundo da virtualidade, aonde objetos abstratos tomam formas vivas e concretas, semelhantes à realidade.

sábado, 1 de outubro de 2011

RETORNO AOS SONHOS (CONTO)

Visitas e Pedras preciosas

Ao refletir sobre uma decisão tomada recentemente, fez-me repensar o assunto e concluí que não se podem tomar decisões de forma açodada. Havia decidido que não mais escreveria sobre sonhos e concluo agora que, para certos sonhos, considerando a relevância do assunto e julgando ser de bom alvitre eliminar posições radicais, tais como: Nunca diga não e nem diga nunca. Prometi que os sonhos eram coisas passadas. Volto a esses eventos, solenemente, em três episódios reiterados e relevantes: eis: Sonho sempre conduzindo autos de carga e fazendo trajeto idêntico: Partia sempre do bairro de Jucutuquara, esgueirava por uma antiga estrada de chão, subindo e descendo montanhas até atingir uma baixada repleta de habitações e de estabelecimentos comerciais. Depois, fazia nova subida e, num barranco de uma estrada acima de uma fileira de casas, fazia minhas incursões de garimpagem, mas furtivamente e sem o emprego de ferramentas adequadas.

Ao longo desses barrancos havia cascalhos de quartzo e, sempre que os examinava, constatava a existência de cristais límpidos de quartzo, de ametistas e de águas-marinhas. Das mesmas variedades de minerais existia também farta quantidade de peças em estado amorfo. Certa vez, uma moradora fez-me ameaças de expulsar-me, dizendo que chamaria a polícia para que eu me retirasse do local. O certo é que, pelas vezes que estive no local, amealhei várias peças desses cristais de quartzo, de ametistas e de águas-marinhas.

Lembro-me bem: na minha mais recente visita a esse local, lá cheguei viajando de carona com um velho conhecido e amigo, um daqueles que antigamente fez-me companhia aonde lavramos jazidas de gemas preciosas, em várias localidades, em diversos municípios desta terra capixaba. Nessa última visita ao local, novamente aquela senhora residente numa casa abaixo daquela estrada admoestou-me a que me retirasse imediatamente do local, caso contrário chamaria a força policial. Mas, à altura dos acontecimentos, eu colecionava exemplares de águas-marinhas e de ametistas tendo todos os bolsos completamente cheios.



Explosivo poderoso e traição

Depois desses eventos ocorreu um sonho eletrizante, daqueles que se sente vontade de acordar e interromper o acontecimento. A bem da verdade, esse caso deve ser considerado como pesadelo pavoroso. Alguns colegas e eu conseguimos surpreendentes resultados em pesquisas altamente confidencias. Secretas é que seria a melhor definição para essas descobertas. Vamos aos fatos. Depois de exaustivas pesquisas laboratoriais, desenvolvemos uma substância capaz de causar explosões altamente destrutivas. Nem mesmo os artefatos nucleares somam tamanha produção de energia. Em baixa concentração pode ser utilizada como explosivo para municiamento de armas de fogo – revólveres, pistolas, fuzis e metralhadoras. Uma gotícula desse explosivo colocada no projétil lhe confere uma explosão cerca de centenas de vezes superiores ao poder da pólvora. Uma característica ímpar desse material, que teria como detonador qualquer centelha elétrica, mesmo que de tamanho mínimo. Cada arma, cada petardo, enfim, bastariam que portasse pilhas elétricas de tamanho mínimo como essas que movimentam relógios digitais.

Nesse caso de armas como canhões, bombas dos mais variados tamanhos e de repetição teriam poder de fogo multiplicado e calculado por meio de equações exponenciais. Na construção de rodovias, de portos, de aeroportos, canais para ligar mares e oceanos, construírem túneis rompendo montanhas graníticas e permitindo a existência de rodovias e ferrovias situadas sob os oceanos e sob algumas das mais altas cordilheiras. Tão grande invento patenteado poderia gerar fortunas ao nosso grupo. Mas, havia no nosso meio, um dos nossos colaboradores, cientista competente e grande partícipe das ações do desenvolvimento do nosso produto revolucionário e conhecedor e todo o processo. Victor Gonzalez era seu nome, originariamente descendente de etnia hispânica miscigenada com índios andinos.  Certa vez, casualmente, ouviu-se que ele falava com alto funcionário de um ditador sul americano. Nessa conversa, deixou escapar a palavra “confidencial”, o que serviu como pista para submetê-lo a contínua escuta de quaisquer das suas ligações telefônicas. Disso, surgiram provas que nosso companheiro trairia a organização, fato tão evidente que consumou na sua eliminação. Não havia dúvidas: deveria ser sumariamente executado e o mais breve possível.

Em data previamente agendada seria realizada reunião com a presença de todos os sócios para firmarem documentos constitutivos e integralizarem as cotas societárias para tornarem real a empresa destinada a cuidar oficialmente do negócio, inclusive providenciarem abertura de contas bancárias e demais providências burocráticas. Depois, deveria ser adquirido imóvel construídas todas as instalações e, finalmente, entrar em operação. Mas, de nada adiantariam essas providências, tendo no seio do grupo o infame traidor. Diante dessas evidências foi decidido em reunião ultrassecreta – esse traidor deveria ser eliminado – não podendo passar desse dia tal operação. No grupo, havia dois indivíduos experientes no assunto. Eles se ocultavam sob o uso de máscaras elásticas, perucas e bigodes postiços. Não haveria como serem reconhecidos.

No horário previsto para Gonzalez chegar ao elevador procedente da dependência do hotel, onde se hospedava e também a um salão localizado na parte térrea do estabelecimento aonde deveria ser realizada a assembleia constitutiva do empreendimento, os dois atiradores se postaram: um frente à chegada do elevador. Esse faria disparos com arma curta e o outro postado ao lado de grande pilar situado no saguão do hotel portava um fuzil de repetição e de grosso calibre. Se o primeiro atirador falhasse, o segundo atirador dispararia uma saraivada de balas. Nem é preciso dizer que, além de mim, os outros sócios acompanhados de suas esposas, ali presentes para também firmarem a documentação. Elas nada sabiam e assim deveriam permanecer para sempre. Nós, os conhecedores da gravidade do momento, estávamos tomados de profundo estado de apreensão e de medo pelas consequências do fato que iríamos presenciar. Soaram os primeiros estampidos e Gonzalez tombou ferido de morte e nem foi necessário que o segundo atirador entrasse em ação – estava consumada e execução de Gonzalez -, causando correria e tumulto generalizado.

Logo chegaria a força policial e um Rabecão para transportar o corpo inerte de Gonzalez para o serviço de medicina legal para as providências de praxe. Com todo aquele tumulto, não foi possível realizar-se a reunião programada para esse dia. Haveria, com certeza, nova convocação e, talvez, o evento ocorresse em local diverso.

Afinal, quem eram tais pessoas com quem me tornara sócio na produção de material da mais alta estratégia e utilidade? Afinal, que substância era essa?

Façamos rigorosa investigação se existe algo de real nesses eventos.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

MADRUGADA DE DEVANEIOS

A pesar da promessa de não mais falar a respeito de sonhos, vez ou outra me vejo em situações, que me obrigam registrar essas ocorrências que acontecem nas madrugadas. Esta foi uma delas. Havia grande encontro da família, nisso incluídos minha irmandade, meus cunhados e seus afins e, ainda, vizinhos e amigos, gente residente em Vila Velha, Vitória, Várzea Alegre, Colatina, Santa Teresa e alguns vindos especialmente de São Paulo.

Sei que havia inúmeras presenças, mas, o porquê do encontro continua incógnito: talvez fosse festa de batizado, de casamento, de aniversário. Não fiquei sabendo, mesmo, a motivação de tamanho encontro. Havia um entra-e-sai, gente conversando alto e ao mesmo tempo (esse costume é próprio de italianos e seus descendentes). Para tanta gente, os cozinheiros da família estiveram o tempo todo ocupados. Havia, também, intensa atividade de transporte de pessoas por meio dos carros de passeio da família. Uns frequentavam as igrejas, dentre as quais o convento de Nossa Senhora da Penha era o principal ponto das visitas.

Depois de algum tempo, os familiares, todos eles retornaram às suas origens. Aí, percebi que eu era atendido numa dependência hospitalar, talvez num pronto socorro e lado a lado havia gente sendo atendida, tal como eu, as pessoas estavam aos cuidados de médicos, enfermeiros e outros paramédicos. Chegou até o meu leito uma freira vestida rigorosamente de branco e me examinou, dizendo: - o senhor está pálido e esse sintoma me leva a concluir, que seu tempo de vida restante não chega a um ano. Imediatamente respondi: - seja isto de acordo com a vontade de Deus! Mas, aquela criatura demonstrava especial atenção por mim e retirou do bolso da sua veste colorida do branco mais puro que jamais havia visto, um terço confeccionado em contas de lágrimas, também brancas, e o colocou em minhas mãos e disse: - segure bem com as mãos, concentre-se sua visão para esse objeto que lhe mostro (o objeto tinha a forma piramidal, era dotado de uma luz alva, que tornava o ambiente todo às claras). - Isso é para que o senhor receba os efeitos desta luz, que lhe proporcionará alívio neste estado de tensão em que o senhor se encontra. Sempre que sentir coisas semelhantes, tome em suas mãos esse terço e lembre-se desta visão de agora e reze sempre!

Daí por diante, senti que a ansiedade deixava e eu sentia um estado de tranquilidade, em que passei verdadeiramente sentir a presença da paz...

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

FOTO DE VÁRZEA ALEGRE - SANTA TERESA - ES

Esta imagem de Várzea Alegre mostra sua paisagem de baixadas cultivadas, suas montanhas, destacando-se a famosa Pedra da Onça - sede de grande e antigo garimpo das pedras de águas-marinhas -  e a povoação da vila que sedia o distrito de Alto Santa Maria, conhecido há alguns anos como Alto Santa Maria do Rio Doce, porque esse rio é afluennte do caudaloso manancial do rio Doce, curso de água que corre das vertentes do Estado de Minas Gerais e deságua no Oceano Atlântico.  

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

CHOQUE DE MODERNIDADE


O Brasil bem que poderia passar por novo choque revolucionário de modernidade, a exemplo daquele ocorrido no governo de Juscelino Kubitscheck. Não foi apenas a construção de Brasília que marcou essa época; foram também imensas rodovias que cortaram a nação brasileira de Norte a Sul e de Leste a Oeste. Bem verdade, que nessa época, o país declarou moratória à dívida externa, teve início o grave período inflacionário, grassou corrupção generalizada em todos os níveis de governo; mas o Brasil, em que pesem essas coisas negativas, experimentou um surto de progresso antes nunca visto.

Será que a corrupção não poderia dar trégua! Hoje não se tem dívida externa para ser declarada moratória; já temos rodovias que cortam todo o território nacional, a população, de lá para cá, quase triplicou; continuamos a minerar ferro, manganês e outros minérios, que nos rendem generosas divisas; já prospectamos ouro às milhares de toneladas. Bem verdade que o ouro produzido, durante o período colonial e reino unido, engrossou o lastro de nações estrangeiras. Mas, prá que tanto ouro? Talvez fosse para produzir “alianças” e enriquecer nações amigas. Mas, calma! Ainda há muito ouro, diamantes e uma gama de minérios jazem no nosso subsolo. Por que, não utilizamos parte do aço que produzimos para fabricar trilhos e construir ferrovias para modernizar nossos transportes? Por que não investimos na fabricação de composições para trafegarem sobre essas ferrovias? Por que não ampliamos a produção de energia elétrica com a mais limpa forma energética – a nuclear?

Não temos dinheiro para investir nas grandes obras? Certamente o que nos falta é planejamento sério e patriota. O dinheiro viria dos investidores hávidos por bons negócios e ganhos certos. E os recursos físicos? Existem e em abundância. Precisaríamos que renascessem homens com qualidades de Juscelino, de Getúlio Vargas e de muitos brasileiros cuja coragem e arrojo fizeram de suas vidas modelo para inspiração de novo choque de modernidade e progresso.

Petróleo? Para nós não é problema; é solução! A auto-suficiência neste insumo energético deixou de ser sonho e se tornou realidade. Vamos, Brasil! Acorde desse “Berço esplêndido”. Com trabalho sério, patriotismo e ufanismo, poderemos ser, talvez não a primeira nação do mundo, mas uma das maiores.

Na década de 1970, vivia-se a expectativa de que haveria petróleo, talvez, por algo em torno de vinte anos. Nessa época, como acadêmicos do curso de ciências contábeis, formos desafiados a elaborarmos trabalho monográfico sobre a questão dos recursos energéticos renováveis e não renováveis. Inspirei-me na produção de cana de açúcar e na sua transformação em álcool (hoje dizem etanol), considerando as extensões territoriais do Brasil, haveria cana para abastecer o mundo com esse combustível, que poderia movimentar motores e servir como meio de calefação, inclusive, para o frio rigoroso da Sibéria. Recebi elogio e nota máxima, o que me satisfez para minha avaliação do aprendizado.

Anos depois, eis que surge o Proálcool exibindo características da minha monografia. Certamente, meu trabalho jamais devolvido, o docente, que se sabe, fazia parte do SNI (Serviço Nacional de Informações), órgão máximo da segurança governamental, teve nessa monografia subsídio para implantar o álcool como combustível, substituindo petróleo de que a nação tanto dependia. Se isso foi mera coincidência, foi coisa que tenho na memória como parcela gratificante de contribuição para com a pátria.

Tivemos, recentemente, um cidadão capixaba que exibia protótipo de motor movido a água e, quando exibia seu invento, falava de forma convincente. Estranhamente, esse indivíduo não tornou à mídia. Coisas de menor importância sempre tiveram repercussão nos noticiários. Este fato, não. Sequer os noticiários tomaram quaisquer iniciativas que viessem desmistificar o assunto.

Espera-se que pessoas de boa vontade e de inteligência normal venham somar esforços para que o Brasil tenha um grande CHOQUE DE MODERNIDADE.

ÉPOCA DE TRANSIÇÃO

Generalidades

Verdadeiramente estamos convivendo em tempos de transição da proximidade com o novo revolucionário. Observando o que nos acontece no quotidiano não é difícil percebermos, que não tardarão mudanças radicais nos costumes, na ciência e na natureza. Já estão se tornando evidentes necessidades de mudanças profundas no que tange à alimentação, aos combustíveis propulsores das máquinas, no vestuário, nos medicamentos para o combate às enfermidades e outras, embora existentes, sejam desconhecidas. A racionalização dos transportes e deslocamentos de bens e de pessoas tem como a utilização do espaço aéreo, do hidrográfico, mediante meios volantes, flutuantes e submergíveis. Um mesmo veículo poderia ter funções de deslocamento por meio de rodagem e navegações aeras e hídricas.

O desenvolvimento científico, alterando geneticamente vegetais e animais, embora suas consequências não sejam ainda totalmente conhecidas, não haverá como produzir bens destinados à alimentação, quantitativa e qualitativamente suficientes, sem o concurso dessas inovações. Serão necessárias alterações biológicas para impedir que os elementos primários da cadeia alimentar se extingam, e que venham provocar o efeito dominó: desaparecendo, sucessivamente, uma espécie após a outra.

O uso dos espaços físicos destinados ao trânsito terrestre, ao aéreo, ao naval e ao fluvial terá que ser racionalizado, dentro dos limites do que lhe é finito. Como exemplo, temos o uso de veículos de transporte coletivo e individual se tornando próximos do estado de saturação. O limiar dos espaços transitáveis impõe o uso do espaço aéreo destinado aos veículos, hoje terrestres. Assim, deslocando-se também por via aérea. Mas, enquanto isso não acontece, estamos colhendo os sacrifícios dessa transição. Claro que o uso dos espaços alternativos imporá regras e convenções rigorosamente rígidas até se exaurirem seus limites.

Em cidades situadas à margem de generosos recursos hidrográficos marítimos, lacustres e fluviais, os veículos que hoje, circulam sobre o chão, poderão ser dotados das capacidades de se deslocarem por meio de flutuação ou, mais revolucionários ainda, deslocarem-se por meio de imersão, tudo de acordo com suas inovações.

Como melhorar o trânsito na Grande Vitória - ES

No caso da circulação viária da Grande Vitória, uma variável importante será a implantação do sistema de metrô de superfície, preconizado por alguns e criticado por muitos. Será, ao lado de outras opções, uma providência indispensável. Não basta que seja implantado na capital, aonde surgiu a ideia, por muitos, considerada utópica. Ali não traria resultado benéfico aos demais municípios da região metropolitana. O metrô de superfície terá consagrada sua validade, quando se tornar implantado, priorizando corredores de transporte coletivo convergentes para as linhas aonde o fluxo do trânsito flua continuamente. Deveria funcionar como se fossem linhas vicinais alimentando os troncos principais. Isso se faria com o uso dos coletivos tradicionais.

Nos troncos principais, as composições rodando sobre trilhos poderiam atravessar a região metropolitana do extremo Norte ao Sul e de Leste a Oeste. Pequenas linhas viárias, nesse caso, abasteceriam o metrô em estações, que permitissem constância do fluxo de passageiros. Numa visão simples, a linha do extremo Sul partiria da Barra do Jucu, fazendo entroncamento com a linha do extremo Oeste, em São Torquatro. Esta partiria da cidade de Viana e se juntaria a uma linha iniciada na cidade de Cariacica sede como ponto de partida, rumando, em seguida, ao centro de Vitória. Do extremo Norte partiria uma linha, cujo início seria na cidade de Serra, chegando, em confluência, com as demais ao centro de Vitória.

Ainda sobre opções de melhoria do trânsito de Vitória, outras variáveis existem. A construção de mais pontes, de túneis sob as águas da Baía de Vitória, viadutos em muitos dos cruzamentos, o que viria produzir melhoria no fluxo de veículos e segurança aos pedestres que se deslocam diariamente por essas vias.

Novos comentários poderão ser feitos oportunamente, embora me permita a observações empíricas, pois sou leigo no assunto focado.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

SERRA PELADA NO ESPÍRITO SANTO

A TRIBUNA - VITÓRIA-ES - DOMINGO - 18/0 1/2009
REGIONAL 20
Serra Pelada no Espírito Santo.
A notícia de que havia pedras preciosas em Itarana levou milhares de garimpeiros à Pedra da Onça, na década de 40.

JULIO HUBER
FLÁVIA CA R PA N E D O
ITARANA – Cobiça, conflitos, riqueza e muito misté-rio. Descoberta por acaso
por um morador da região, a jazida de pedras preciosas (também chamadas de gemas) da Pedra da Onça, no município de Itarana, região central do Estado, deixou muitas pessoas ricas e fez a cidade se tornar uma espécie de Serra Pelada capixaba.
Tudo se passou no ano de 1941, mas até hoje ainda existe um ar de mistério na cidade em relação à descoberta de uma das maiores jazidas de águas-marinhas que se tem notícia no Esta-do, que atraiu garimpeiros de todo o Brasil. De acordo com relatos de moradores mais antigos que presenciaram a corrida pelo tesouro, um morador humilde encontrou por acaso os primeiros vestígios das pedras preciosas na montanha.
“Meu pai dizia que essa pessoa foi até a Pedra da Onça para caçar tatu. Chegando lá, ele percebeu que ao cavar um buraco, um tatu jogou para fora algumas pedras diferentes. O homem cavou um pouco mais e encontrou uma grande pedra de água-marinha”, contou a moradora Geni Barcel-los Zutiõ, 72 anos, filha de um ga-rimpeiro da época. Segundo ela, a notícia da descoberta se espalhou na região e co-meçaram a chegar pessoas de diversos municípios e até de outros estados em busca do tesouro.
O aposentado Ângelo Piorotti, o Angelim, 79 anos, relembra a época em que foi descoberto o tesouro em Itarana. “Meu pai criava cabrito em um terreno próximo à Pedra da Onça e, sempre que ia lá, ele achava pequenos pedaços de água-marinha. Quando descobriram o local correto onde estava o tesouro, ele, um compadre e um meeiro dele começaram a extrair as pedras. Dias depois todos da cidade ficaram sabendo”, lembra.
A história foi registrada no livrodo pesquisador Idomar Taufner “A Pedra da Onça: Jazidas, Lavras e Garimpos no Espírito Santo”.
“Durante dois ou três meses hou-ve uma exploração intensa na pe-dra. Garimpeiros de vários lugares
foram para Itarana. Eles invadiram a área. Chegavam e cavavam aleatoriamente”, conta Taufner.
De acordo com estimativas dele, cerca de 2 toneladas de águas-marinhas foram retiradas da pedra naépoca pelas milhares de pessoas que foram atraídas para a região.
“Foram descobertas outras jazidasno entorno da Pedra da Onça, mas nenhuma com gemas tão boas. Tanto que o boato ecoa até hoje.”
Taufner também conta que existiu exploração em vários mu-nicípios, como Pancas, Colatina, Domingos Martins, Viana e Fundão. “Mas a Pedra da Onça foi a lavra de mais destaque”, afirma.
“PROCISSÃO DE GENTE SUBINDO”
“Eu acompanhava meu pai na extração. Dias após a descoberta daságuas-marinhas na Pedra da Onça, chegou uma pessoa do município de Itaguaçu com mais 40 homens em busca das pedras. Ele jogou conversa no meu pai e o convenceu a deixá-lo procurar as pe-dras em um local demarcado. Ele dizia que só iria extrair naquele dia e depois iria embora. Esses homens encontraram uma das maiores pedras de água-marinha que se tem notícia, com mais de 20 quilos. A notícia se espalhou e vieram tantas pessoas que parecia uma procissão de gente descendo e subindo. Teve dias que tinha mais de três milpessoas explorando a Pedra da Onça em busca de preciosidades. Era a verdadeira Serra Pelada em Itarana.”
Depoimento do aposentado ÂngeloPiorotti, o Angelim, 79 anos Histórias de tesouros na cidade.
ITARANA – Mistérios envol-vem as histórias sobre as desco-bertas na Pedra da Onça. Em Ita-rana, é difícil encontrar alguém que tenha guardado uma pedra da famosa montanha. Entretanto, boatos dão conta de que há pedras preciosas escondidas. Muitos dizem que pessoas que extraíram grande quantidade de águas-marinhas enterraram sacos cheios delas no município. O assunto é evitado por muita gente. “Eu digo que é uma espécie de maldição. Quando encontram uma pedra, existe um segredo. Gera disputas e desafetos”, diz o pesquisador Idomar Taufner.
O autor especula sobre o destino das águas-marinhas de Itarana. “Creio que a maior parte não tenha ficado na cidade. Acho que elas foram contrabandeadas para Minas Gerais e expor-tadas como se tivessem sidproduzidas lá”, fala. Com a cobiça gerada na busca pelas pedras, em 1941, a extração do tesouro também foi marcada por conflitos. Após a chegada de milhares de pessoas, a polícia te-ve de ficar de prontidão. As brigas eram por causa das demarcações de extração: muitos não respeitavam e cavavam em todos os lugares. Atualmen-te, poucas pessoas sobem a Pedra da Onça.
A Serra Pelada é uma região doestado do Pará que se tornou conhe-cida em todo Brasil durante a década de 1980 por uma corrida do ouro mo-derna, tendo sido um dos maiores garimpos a céu aberto do mundo.
O local recebeu levas de mi-grantes. A Vale tinha direitos sobrea jazida, mas ela foi invadida por
cerca de 30 mil garimpeiros, se-gundo estimativas da época, e o governo federal interveio na área. Áreas de lavra e garimpeiros foram registrados pela Receita
Federal, e todo ouro encontradodeveria ser vendido à Caixa Eco-nômica Federal. O apogeu do garimpo ocorreu em 1983, quando foram extraí-das 13,9 toneladas de ouro. De1984 a 1986, a produção se man-teve emtorno de 2,6 toneladasanuais, mas depois começou acair progressivamente. Em março de 1992, o garimpo voltou aser concessão da Vale

SOBRE A SERRA PELADA
A Pedra da Onça, emItarana, chegou a serexplorada por 3 milgarimpeiros, queretiraram 2 toneladas de águas-marinhas

terça-feira, 28 de junho de 2011

NÃO SE FALA MAIS EM SONHOS

Chega! Basta de falar nessa lengalenga de sonhos. Isso cansa a beleza de qualquer um. Quando se conta sobre sonhos, o desenrolar da história pode até ser interessante, mas no final, a gente sempre acorda para a realidade. Não há como ser diferente. Acordar e inventar alguma forma de explicar o inexplicável e usar como recurso, incluir outrem que não tenha contribuído durante a trama. Não. Quero dizer: sonho!

Quanto trabalho e quantos argumentos para justificar coisas tais como explicar a existência de jabuticabas amargas, melancias da casca vermelha, aulas, trabalho cansativo como aquelas histórias de retorno ao trabalho depois de aposentado, viagens ultra-rápidas, visitas e passeios por terras estranhas, dirigir grandes veículos como caminhões, ônibus e até carretas. Ou ainda carregar o fusca nas costas, pescar e dirigir deitado. Chega! Basta de tanta fantasia. Não há mais repertório para esses festivais de tanta besteira.

Pensando bem, tenho que encontrar temas interessantes, coisas construtivas, aquelas que venham contribuir, de alguma forma, para melhorar o conhecimento, acrescentar experiências, enfim, coisas realmente úteis. Enquanto isso, eu ponho a memória para funcionar, contando fatos históricos antigos, fazendo extrapolações do futuro em ficções que visem contribuir para a melhoria da vida dos nossos descendentes. Posso também, a exemplo de coisas feitas ultimamente no campo das ficções, ora criando personagens de romances, vivendo ocorrências até, mesmo, inusitadas. Nesses casos, quando absolutamente necessário, alguma fantasia pode ser criada até mesmo em inevitáveis sonhos.

Nada justifica que se prolongue esta conversa e se você, leitor, tem alguma boa sugestão, acrescente comentário. O blog agradece.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A LA CARTE

Fomos a Glória à procura de um restaurante desses que servem alimentos processados na modalidade de self service. Escolhi o primeiro que exibia o nome de “comidas típicas de Vila Velha”. Lá me deparei com velho amigo e ex gerente da agência, em Vitória, de um banco, que teve cerrado suas portas há muitos anos, ocasião em que nos lembrávamos de uma subgerente, servindo nesse tempo como sua eficiente colaboradora. Lembrávamos-nos dela, especialmente por sua extrema eficiência chegando a interpelar pessoalmente e até os familiares de correntistas sobre fatos - embora confidenciais -, ela os tornava públicos com o objetivo de proteger a instituição financeira contra possíveis danos ao seu numerário.

Mas o que tínhamos em comum nesse momento era fazermos uma apetitosa refeição e já percebia pela linguagem do garçom de que estávamos – eu principalmente -, que procurava local para uma refeição rápida; nada desses pratos escolhidos em “menus” ou cardápios, falando no bom português – aquele entendido por qualquer mortal. Mas depois dessas conversas, surgiram mais dois clientes da casa e à nossa mesa foi trazida generosa porção de quibe cru, como entrada, antes que nos fosse servido o prato principal. O velho bancário de quem não me lembra o nome, pela maneira como o atendiam, parecia ser cliente habitué (costumeiro) do estabelecimento. E o garçom o avisava de que o peixe pedido só o havia em estoque pescado há mais de doze dias; seu pedido de peixada com essa iguaria e com prazo de pesca de menos de dez dias, não havia como ser atendido, restando outras opções, conforme explicitado no cardápio. Nosso amigo bancário fazia questão de degustar peixe e eu nada falava, importando isso sinal de concordância tácita.

Também os dois outros amigos do bancário – agora tornados meus também - tinham igual preferência de escolhas das iguarias – bastava peixe preparado com qualquer receita. Para mim tanto fazia, mas esse tanto fazia significava concordar com os três amigos, todos postados à mesma mesa. Um deles se dizia professor universitário e me indagou assim:

- e o senhor, nosso amigo, que fazia e que faz na atualidade. Respondi-lhe:

- no passado, tanto como o senhor, fui professor em duas faculdades e, também, em cursos técnicos do segundo grau, funcionário público, desde 1969. Atualmente sou aposentado.

Isso foi suficiente para que esse, que se dizia professor universitário, doravante se mantivesse em silêncio, pois meu status se igualava ao dele.

E aquele prato feito com peixe pescado há mais de doze dias (não se sabendo quando...), não dava sinais de nos chegar à mesa. Nem só a fome, mas a espera se tornava tediosa e, ainda aquelas interlocuções dos companheiros de mesa... Deixemos isso de lado.

Depois de tanto esperar, eis que o alimento principal e suas guarnições chegaram, enfim, à nossa mesa. Experimentei porção pequena e senti sabor ligeiramente amargo e cheiro de maresia, aquilo sentido às vezes quando estamos próximos de águas marinhas poluídas. Isso me deixava nauseabundo e fazia com que sentisse insatisfação no sabor da iguaria...

Acordei com aquele sabor na boca, típico daquilo que se sente quando se engole sapo!

Da próxima vez, farei tudo diferente; escolherei onde e o que comer. Permanecer em silêncio e não manifestar minhas opiniões fez com que eu aprendesse, mas com alto custo. Comida A LA CARTE, só aquela escolhida livremente e de acordo com o meu gosto, pois, como o dito: “há gosto para tudo”.


domingo, 26 de junho de 2011

TRABALHO DE GARI



Neste domingo, acordei às seis horas da manhã e fui diretamente ao banheiro para uma ducha, que me limpasse o corpo, inclusive a alma.

Agora explico os motivos para essa providencial limpeza: passei toda a madrugada, trabalhando na limpeza pública; fiz juntada de lixo na margem da rodovia Carlos Lindemberg, desde a entrada para o bairro de Nossa Senhora da Penha até chegar a Jaburuna. Não sei por que razão eu resolvi prestar tal serviço à comunidade. A sensação sentida era de que, como gari, eu poderia contribuir para com uma faxina por essa movimentada via, que atravessa a cidade de Vila Velha – do bairro de São Torquatro ao centro.

Iniciei o trabalho juntando com rastelo todos os tipos de lixo que ia me deparando ao longo dessa via. Havia sujeira por todos os lados: sacolas de plástico vazias, garrafas pet, jornais aos pedaços, folhas secas das árvores, ainda caídas, algumas delas, desde o outono passado, algumas moitas de gramíneas secas, restos de papéis higiênicos e embalagens de produtos de limpeza diversos. Quando, já distante do ponto inicial, percebi que, pela ação do vento, todo o lixo amontoado, até então, havia se espalhado ao longo da rodovia. Em parte meu serviço estava perdido; somente uma varrição completa da via asfáltica da Lindemberg seria capaz de recuperar todo o serviço perdido.

Isso não me causou frustração nem desânimo. E eu continuava meu trabalho pacientemente, enquanto pedestres passavam; alguns em passos lentos e outros apressadamente. Crianças corriam, outras deslizavam com seus “skates” e outras corriam celeremente com suas bicicletas; algumas em silêncio enquanto outras tagarelavam. Nada impedia a continuidade do meu trabalho, mas, em determinado momento, um casal se aproximou de mim, dizendo: o senhor demonstra idade avançada, enquanto exibe muito vigor nesse trabalho. Por favor, qual sua idade? Ao que respondi: tenho 69 anos completos, estando próximo de completar setenta anos, embora não aparente; aparento ter muito mais! São as sequelas das enfermidades que já sofri ao longo desses anos: duas revascularizações do miocárdio, uma colocação da válvula de perfusão ventrículo peritoneal para controlar-me a hidrocefalia a que sou acometido; diabetes melitus há mais de trinta anos e hipertensão arterial. Tudo absolutamente sob controle. Apesar de tudo isso, tenho boa saúde, graças a Deus!

Tal casal foi o único a dialogar comigo. Inúmeras pessoas passarem próximas de mim, simplesmente ignorando-me a presença. Isso é comportamento típico de que a população procede, quando passa ao lado de algum gari; ele não deve ser incomodado ou o seu trabalho não representaria nada de importante. Então sua presença deve ser ignorada.

Enquanto isso, juntando lixo, capinando ervas daninhas; respirando a poeira da terra, o pó do asfalto e a fuligem resultante da queima dos combustíveis fósseis; meu corpo e minhas roupas recebiam toda essa imundície; mas, pacientemente e sem sentir qualquer tipo de cansaço, eu continuava meu trabalho, até que, cheguei a Jaburuna. Nesse local, iniciei a limpeza completa de uma oficina mecânica e ninguém tomou conhecimento da minha presença, nem mesmo me questionaram por que fazia esse trabalho sem que tivesse sido contratado. Eu o fazia espontaneamente, sem exigir qualquer contraprestação. Ali foi realizado o trabalho mais árduo: todos os móveis de aço repletos de peças oxidadas (enferrujadas) desprendiam um pó escuro avermelhado, que se juntava aos resíduos de óleos e graxas. Nessa etapa, usando estopas, eu espanava todos os móveis e limpava uma a uma todas as peças de ferramentas de trabalho, sucatas de parafusos, porcas e outros materiais descartáveis.

Isso tudo representou uma excelente experiência de como deve ser visto o trabalho desses incansáveis garis.

Tudo explicado?

sábado, 18 de junho de 2011

MADRUGADA VIOLENTA


Durante uma madrugada qualquer, parecia-me estar numa galeria de salas e lojas comerciais de atividades diversas. Eu estava parado e de pé numa rampa por onde se podia chegar ao pavimento superior. Estava ali, aguardando pela chegada da minha esposa e ela desejava que lhe fizesse companhia a uma dessas lojas especializadas em vestuário feminino para festas.
De repente, um indivíduo trajado com roupa na tonalidade cáqui, vestindo um casaco da mesma cor, exibindo um símbolo tal como a flor de lis; indagou-me o nome e, sem que tivesse tempo para responder-lhe, surgiu um policial, que teria dito:
- Afaste-se daqui! Este homem é preso agora, porque ele estava pronto para assassiná-lo.
Obedeci à ordem do policial e pude ver a certa distância, que o dito suspeito sacou de um revólver, possivelmente calibre 38, exibindo sinais generalizados de ferrugem e disparou três tiros contra o policial e pôs-se em fuga, desaparecendo em meio a muitas pessoas frequentadoras desse centro comercial. Corri apressadamente pela rampa acima e, ao dobrar a direita já no pavimento superior, deparei-me novamente com um indivíduo, que apontava uma arma em minha direção. Gritei e saí correndo, ouvindo estampidos, certamente provenientes da arma de tal meliante, talvez pistoleiro com encomenda para me assassinar. Corri muito e adiante, novamente outro cidadão de aspecto tenebroso, de arma em punho, disparou em minha direção, não me acertando nenhum disparo com sua arma.
Correndo pelos corredores e gritando por socorro, novamente fui surpreendido por alguém que me apontava arma de longos canos e me alertava:
- Desta vez, não me escapa!
Eu já esperava que os projéteis da arma me atingissem. Não. Isso não aconteceu. Simplesmente ele me atirou uma arma branca, espécie de faca com dois gumes. Tentei atirá-la na direção do meu algoz, mas o objeto não tinha peso suficiente para tomar rumo certo, caindo ao chão poucos metros adiante. Por um momento pensei: “ Esta arma, que me foi disponibilizada, serviria como pretexto para que me assassinasse e tivesse como provada possivelmente legítima defesa”. Nisso dois policiais renderam o indivíduo e lhe colocaram algemas. Dessa dupla de policiais uma voz feminina me dizia:
- Agora fique calmo e durma, pois, durante toda esta madrugada, você esteve agitado, gesticulou muito, falou e até gritou. Bom também agora que reze e procure ficar tranquilo.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

SOLUÇÃO QUADRADA E OUTRAS

Comprimidos brancos, azuis, rosa, verdes; quase todos redondos e achatados. Quando caem ao chão, nem sempre se consegue visualizá-los, pois saem rodopiando; se escondendo nos locais mais improváveis. Isso me acontece com frequência. Não é que esses danadinhos, quando tomo meus medicamentos da manhã, do almoço, do jantar e aqueles da noite; sempre, algum deles teima em cair, rodopiar pelo chão e se esconder, até que alguma vassoura providencial localize esse sumido, enquanto isso, eu tenho que retirar outro comprimido da caixa do mesmo medicamento. Desta forma, algumas vezes esses comprimidos desgarrados tem o lixo como destino, porque ao caírem no chão podem se contaminar das mais variadas bactéria e vírus.

Não sei por que se alguns comprimidos se perdem ao caírem, se algumas vezes me esqueço de tomar algum; se repito, tomando algum pela segunda vez no mesmo horário. Isso gera ao longo de trinta dias, quando faço a reposição dos meus estoques, que alguns sobram e outros faltam numericamente o suficiente para completarem esse período, que é meu tempo cronológico para iniciar novo espaço mensal de uso dessas dezenas de comprimidos tomados diariamente.

Como solução para evitar que esses redondinhos caiam e se percam; tenho uma sugestão para os laboratórios farmacêuticos: Que tal produzirem-se comprimidos com a forma quadrada ou cúbica? Para os esquecimentos, ora deixando de tomar algum remédio por esquecimento, ora tomando mais que o devido, causando faltas e sobras ao final de cada mês. Qual seria a solução? Uma delas poderia ser a adoção do uso de mais um medicamento. Este para corrigir a falta de memória, coisa comum a essa gente que tem experiência acumulada pela acumulação cronológica do tempo (velhice mesmo!). Outra solução é adotar-se um dispenser (dispensador), dividido em dias da semana – de domingo a sábado, registrando manhã, almoço, jantar e noite como horários para a tomada dos medicamentos. Deste, eu já faço uso. Quando me esqueço de ingerir medicamento em determinado horário, por ocasião da próxima tomada, pode-se tomar conhecimento da falha. Ainda mais uma opção existe: pedir a alguém que me ajude lembrar, mas, para isto deverá ser alguém com memória melhor que a minha ou a sua.


terça-feira, 7 de junho de 2011

INGENUIDADE

Não consigo entender a falta de atenção desse personagem; será descuido ou ingenuidade? Comprou imóvel sem visitá-lo e mediante procuração passada com amplos poderes a um corretor que conheceu recentemente. Podem estar certos que, desta vez, não sou eu o autor dessa façanha! Para completar seu descuido, mesmo não conhecendo o objeto da compra e o profissional intermediário, adiantou grande quantia em dinheiro, o equivalente a 30% do valor total da compra, a título de sinal e de reserva para ser abatido do total por ocasião do pagamento final, que torna o objeto definitivamente quitado.

Chegou o dia de tomar posse do objeto, processar a escritura pública de transmissão da propriedade e fazer o pagamento do restante do valor total da compra. Inicialmente, o indivíduo inominado, cujo problema é atemporal, conheceu o imóvel acompanhado de duas funcionárias do escritório de corretagem, que lhe foram disponibilizadas para cuidar desse cliente e prestar-lhe todas as informações necessárias relativas ao bem adquirido. Enfim tudo o que se fizesse necessário. Estranho é que o intermediador não compareceu para assessorar seu cliente, deixando tudo a cargo dessas funcionárias administrativas, cuja função específica é a execução de tarefas ligadas à administração dos negócios de funcionamento burocrático da empresa. Esse mister cabia, com certeza, a algum dos corretores.

Durante a permanência no escritório de corretagem, assim como acontecera no dia que, ingenuamente, fez aquisição do imóvel sob forte pressão dos profissionais de vendas, voltava acontecer agora. Os corretores abordavam novamente nosso amigo e lhe faziam bajulações do tipo: você é um homem privilegiado pela sorte; oportunidades de compra como esta são raras. Ele ouviu casualmente, que sua indicação para a aquisição da coisa partira de um corretor conhecido por Jorge, velho amigo nosso. Parece que Jorge pinçou esse nosso amigo, graças às suas características de realizar negócios de forma açodada. Tal costume ainda não lhe causara quaisquer prejuízos, mas, desta vez... Só com muita sorte, mesmo... Nesse clima, pressentindo algo de errado, deixou o escritório acompanhado pelas duas senhoritas dirigiram-se na direção da coisa adquirida. Ao chegar se deparou frontalmente com grande terreno urbano ainda disponível. Da rua para chegar à edificação um declive indicava que eram visíveis sinais de enxurradas, que levavam terra e detritos dessa via pública, ainda sem calçamento. Adentrou ao imóvel e percebeu a existência de móveis e utilidades domésticas amontoadas – algumas já embaladas para mudança -, parecendo que o proprietário vendedor tinha urgência de se mudar do local e não foi difícil saber o porquê de toda essa pressa de deixar o local: O imóvel fora construído na margem de um valão, desses esgotos a céu aberto, de onde exalava odores fétidos. Alguns trabalhadores retiravam areia, e ele recebeu aviso de que nada comentasse a respeito da presença desses trabalhadores – eles eram empregados de alguma empresa construtora -, usando dessa areia imunda como material integrante de edificações em andamento, pois, se fiscais da prefeitura tomassem conhecimento desse fato, certamente haveria multas e até prisões. A prática dessas ações pode contribuir para a degradação do meio ambiente. Contribuir para com o meio ambiente seria o dever dos órgãos do poder público providenciar limpeza e desobstrução dessas valas, retirando dali todo o lixo depositado indevidamente e ainda realizarem tratamento sanitário dos dejetos ali depositados.

Enquanto as duas senhoritas davam explicações sobre detalhes de como deveriam ser conduzidas as finalizações do negócio, nosso amigo observava atentamente todas as reformas e reparos de que o imóvel carecia. Pensando bem: caso concretizasse a compra seria vantajoso demolir a casa e fazer nova edificação. Ideia imediatamente posta de lado. Melhor seria pensar em se desfazer da compra e perder aquele depósito de sinal da compra. Se o arrependimento partisse do vendedor, ele teria que reembolsar o comprador mediante devolução do sinal acrescido de 100% de multa pelo desfazimento do negócio. Melhor sua situação era mais cômoda, embora desistir representasse prejuízo, maiores seriam as perdas, posteriormente advindas de má aplicação em desastrada compra.

Não havia como responsabilizar a corretagem, pois toda a culpa pairava simplesmente por um ato da mais completa ingenuidade. Melhor perder agora que amargar futuros prejuízos. O tempo e a má experiência faria com que esse cidadão, não fechasse negócios de compra sem a tomada das devidas precauções. Quanto aos corretores, a própria notícia desse fato, os levaria a punição de perderem negócios ante a falta de ética, mesmo sem que pudesse ser comprovada.

sábado, 4 de junho de 2011

EXEMPLO A SER SEGUIDO

Feira orgânica, ano VI
Ronald Mansur
30 /05/2011 -A Gazeta
A feira orgânica de Vila Velha completou seis anos no dia 19 de março. Certamente que muitos que a frequentam tem plena consciência de que estão comprando frutas, verduras e legumes de alta qualidade. Produtos limpos do ponto de vista de resíduos dos venenos usados nas lavouras. Sabem que vão comer um alimento de verdade, um alimento para a vida. Mas o grupo que sabe como foi a luta dos feirantes até o dia de hoje é pequeno e restrito.
Os agricultores de Santa Maria do Jetibá e Iconha, que estão do outro lado da banca, merecem o reconhecimento pelo trabalho que realizam e pelos produtos que nos fornecem, puros e limpos de agrotóxicos. Sou grato a eles que chegam pela noite de sexta-feira e dormem debaixo das barracas. No sábado, bem cedinho, iniciam a comercialização. Vida de trabalho. Por isso vou agradecer sempre.
Mas nesta data quero fazer uma viagem ao passado, não muito distante, mas o necessário para não esquecermos. Falo do início do processo que resultou no atual estágio da agricultura orgânica no Espírito Santo. Tenho de fazer uma viagem de pouco mais de 130 quilômetros, sentido Sul do Estado, indo até Cachoeiro de Itapemirim. Foi lá que tudo começou no ano de 1985, quando a prefeitura local (administração Roberto Valadão), e pela condução competente do agrônomo Nasser Youssef Nars, montou o que logo ficou conhecido como Hortão Municipal.
Centenas de agricultores foram lá para conhecer o que era produzir em escala comercial e com elevada produtividade verduras, folhas e frutas sem o uso de produtos químicos e venenos pesticidas. Era a agricultura natural - que retirava produção da natureza, mas fazendo a menor agressão possível.
Um grupo especial de produtores frequentou com constância o Hortão e de lá tirou ensinamentos que carregam até hoje. O conhecimento absorvido passou a constituir um bem patrimonial, porque foi passado para os filhos e para as comunidades. Falo das excursões que a Igreja Cristã Evangélica de Confissão Luterana (ICLeB) promoveu para os seus membros. É bom lembrar que nos anos 80 quem falasse em agricultura orgânica era discriminado e tido como um tolo sonhador. Assim procediam muitos agrônomos e dirigentes de empresas ligadas ao governo estadual. O tempo passou e muitos dos algozes do passado hoje pensam e agem de forma diferente. Melhor assim.
Por isso que nas manhãs de sábado, ao percorrer as barracas da Feira Orgânica da Praia da Costa, faço uma viagem sentimental , mas cheia de fatos, histórias e pessoas. Penso nas ações concretas de pessoas no passado. Desta forma, o pensamento segue no sentido de Cachoeiro de Itapemirim, bairro Aeroporto, onde ficava o Hortão, mais tarde Centro de Agricultura Natural Augusto Ruschi. Ao agrônomo Nasser, a nossa gratidão e reconhecimento. Hoje o Hortão não existe mais, fruto da ignorância e da vaidade de pessoas que não sabem reconhecer o trabalho dos outros.
Mas vamos voltar à feira orgânica da Praia da Costa, ponto de compra de produtos de qualidade, também ponto de encontro de amigos e amigas que estão no corre corre da vida durante a semana. No sábado, com um ritmo menos acelerado, colocam as conversas em dia e mais tarde vão almoçar uma comida de verdade. Viva o Hortão de Cachoeiro de Itapemirim!
Ronald Mansur é jornalista - ronaldmansur@gmail.com

sexta-feira, 3 de junho de 2011

À MINHA AMÁVEL ESPOSA







Agora, depois de 50 anos de convivência matrimonial, sinto tudo quanto você foi importante na minha vida. Na ocasião em que registramos festivamente esse meio século de vida a dois; quando recebemos carinhosos cumprimentos, dadivosas presenças dos familiares queridos e de alguns desprendidos amigos e vizinhos. Sentimos quão importantes eles foram, completaram e nos deram as mãos quando deles necessitamos do apoio e da solidariedade.
Você, amável esposa, foi peça principal, o pilar mais vigoroso, o alicerce de sustentação, a pedra fundamental em que sustentou a formação estrutural desta família, e que a revestiu do acabamento primoroso de que é feita. E continua como guardiã desse precioso tesouro chamado família.
A você, minha esposa, nada disso que vivemos nesse meio século de vida partilhada a dois, a três, a quatro, a cinco; depois a seis, a sete e agora, a doze. Quero dizer que, no princípio éramos nós dois; depois três quando chegou Domingos, quatro com o nascimento de Edgard, cinco se tornaram, dezoito anos após, com a chegada de Karla; seis com Delma, se tornando esposa de Edgard; sete com Rita casando-se com Domingos; oito a onze com a chegada dos netos; e doze com o casamento de Karla e Leandro.

Um dia, só Deus sabe quando, ocorrerá nossa separação física dessa matéria corruptível, mas, amável esposa, nosso amor será eterno. Ele viverá pelos tempos dos tempos...
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O CASO DA MELANCIA DA CASCA VERMELHA





Muitos dias se passaram e tal melancia permanecia guardada, agruardando o momento oportuno para ser aberta e, de uma vez por todas, desvendar o mistério da cor da casca de melancia. Seria essa fruta procedente de uma variedade rara? Mas, agora, tudo seria revelado. Uma faca com larga e afiada lâmina aguardava o momento para o desfecho do caso.

Tanto se comentou sobre essa melancia, que seu caso se tornara famoso. Hoje seria tudo desmistificado. Primeiramente deveria buscar a fruta e depois, seriam tomadas as providências. Num só golpe com aquela faca, a melancia seria partida ao meio. Assim que trouxe a misteriosa melancia, alguém falou:

- Não acredito! Tanto mistério por uma melancia tal qual a outras quaisquer?

- Vejam que a casca desta melancia é totalmente diferente de outras quaisquer: vermelha por fora e por dentro... Logo, logo saberemos. Eu disse.

Eu ia partir a melancia naquele momento, mas a campainha tocou. Acabava de chegar a nossa casa uma vizinha moradora de outro prédio. Ela veio trazer presente para nós e cumprimentarmo-nos pela celebração de meio século do nosso casamento. Dessa forma, a prioridade agora era a de darmos atenção à visita tão importante. E as conversas rolaram durante horas. Outras visitas chegaram, mas estas vieram a nosso convite para participarem de um lanche conosco. Vieram minha irmã, um cunhado, uma irmã de criação e cinco sobrinhos ao todo.

E a melancia? Não seria hoje o dia da revelação da cor interna da misteriosa fruta.

Depois todas as nossas visitas se foram e o caso da melancia foi deixado para o dia seguinte, pois o caso seria revelado apenas para nossos familiares. E, neste caso, o dia seguinte, se nos lembrássemos, o caso seria resolvido. Bastava acionar aquela afiada faca e pronto! Todos tomariam conhecimento deste fato misterioso.

Nesse dia era feriado em Vila Velha e ponto facultativo em Vitória, por isto toda a família estava em casa. É hoje! Chegou a hora! Peguei a melancia e todos, exceto eu, diziam:

- A casca da melancia é verde, tanto quanto o são todas as frutas desta variedade. Sim, resta somente ser revelada a cor interna da fruta. E diziam:

- Parta logo essa melancia!

- Sim. Será agora!

Tomando a melancia e a faca acionada, resultou em duas partes aí eu disse:

- Vejam todos! A polpa interna é totalmente verde. É o oposto da parte externa! Isso eu vi e disse.

- Olha! Só você mesmo foi capaz de fazer tal suspense! A melancia aberta confirmou o que todos nós tínhamos certeza: Ela sempre foi verde por fora e vermelha por dentro.

Nesse momento alguém concluiu:

- Agora temos certeza! Acabamos por confirmar: você é simplesmente daltônico. Não há mistério algum; há, sim, necessidade de consultar-se com oftalmologista.

Tudo, a partir desse momento estava esclarecido.

terça-feira, 24 de maio de 2011

DE CARRO NOVO POR AÍ

Durante as madrugadas quase de tudo pode me acontecer. Primeiramente visitei uma biblioteca futurista - verdadeira excentricidade - coisa jamais vista -; todas as prateleiras eram armações de vidro, completamente transparentes tais quais os livros rigorosamente dispostos, também transparentes, contendo no seu interior minúsculos chips metálicos capazes de armazenar grande número de obras. Para serem lidos esses livros bastava que se conectassem cabos e se selecionassem os diversos monitores disponíveis nos vários ambientes dessa casa de leitura. Fiz doação de alguns exemplares de minha autoria impressos em formato idêntico àqueles que compunham esse acervo de obras, algumas tão raras quanto as minhas. Não fiz longa demora nessa biblioteca, pois, dali eu saí, dirigindo uma Kombi novinha, cheirando a tinta, acompanhado da minha esposa e da nossa filha caçula.
Era nossa intenção visitarmos inicialmente a Basílica de Santo Antônio, localizada em bairro da Capital, que tem nome idêntico. Depois teríamos ainda uma extensa pauta de compromissos. Num deles, faríamos compras em lojas do Shopping Vitória, local também reservado ao nosso almoço, além de visita à igreja de Santa Rita, especializada em causas impossíveis. Nessa data e nesse templo seriam abençoadas rosas, visando proteção especial aos enfermos.
Para chegarmos a Santo Antônio enveredamos por uma ladeira na Vila Rubim, de onde seguimos em frente até sermos advertidos que trafegávamos na contra mão de direção. Voltamos e tomamos outra rua, que se parecia a um beco ou, mesmo, aquelas trilhas existentes nas matas, ladeadas por vegetação arbórea, que incluía grandes árvores, arbustos, cipós e abundante relva rasteira composta de gramíneas e de ervas diversas. Seguimos em frente e a vereda estreitou-se até que já não havia meio de manobrar nossa reluzente viatura. Que fazer agora? Enquanto minha esposa segurava o carro pelo freio de estacionamento – conhecido também como freio de mão -, nisso eu levantava a viatura e, aos poucos, eu a colocava de frente no sentido de ladeira abaixo. Voltamos e a nova opção de tráfego, desta vez, era tomar uma via à esquerda, sempre montanha acima, até que nos deparamos com trabalhadores, fazendo torrefação de café. Ao chegarmos a esse local, prontamente os operadores da máquina, que se estendia de um lado a outro da via, providenciaram levantamento dos equipamentos para passarmos sem que tivéssemos que fazer qualquer interrupção do nosso trajeto.
Continuamos, sempre subindo, até que paramos para nos informarmos se é que estávamos no caminho certo para chegarmos ao santuário – a Basílica de Santo Antônio -, pedindo informações a um senhor, que estava postado à margem da via, dizendo:
- Senhor saiba, pretendemos chegar à Basílica de Santo Antônio. Pode informar-nos: estamos no caminho certo?
- Seguindo por essa via, vocês enfrentarão grandes dificuldades, dentre as quais há boatos de que no alto dessa montanha, onde existe um cruzeiro edificado em alvenaria de cimento armado, o local serve de esconderijo de perigosos meliantes e ali costumam serem sepultadas em covas rasas pessoas assassinadas. Portanto, sugiro que retornem e, depois da segunda encruzilhada, prossigam numa entrada à direita. Esta, sim, poderá levá-los ao local certo.
Novamente, embora com grandes esforços e com a colaboração desse informante, nós continuamos o trajeto rumo ao local de destino.
Aguardo para que, nas próximas madrugadas, consigamos chegar ao nosso destino e de carro novo.





segunda-feira, 23 de maio de 2011

BODAS DE OURO DE CASAMENTO

No dia 20 de maio corrente tivemos a oportunidade de comemorar Bodas de Ouro do casal Idomar e Anésia. Toda a família esteve reunida juntamente com alguns amigos e vizinhos. Abaixo exponho duas imagens alusivas à data, agradecendo todas as mensagens recebidas na ocasião em que realizamos reunião festiva no Restaurante Portilho, situado na cobertura do Apart-hotel PASÁRGADA, Avenida Antônio Gil Velloso, Praia da Costa, Vila Velha, Espírito Santo.

LEMBRANÇA DAS BODAS DE OURO

segunda-feira, 9 de maio de 2011

AQUELA VELHA CASA..

Desta vez havia algo de novo: lembra-se, aquela velha com uma casinha de madeira edificada à sua frente? Estava totalmente devorada pelos cupins e não mais se encontrava lá. No local, havia apenas sinais de que fora demolida. Assim que meu vizinho, que habitava numa moradia localizada à frente do mesmo terreno, viu-me chegar, veio ao meu encontro com a notícia de que, mesmo sem minha autorização efetuara a demolição, pois já não suportava a presença daqueles insetos devoradores de madeira de que o casebre estava infestado. Percebi, que aquele gesto de cooperação comigo sem minha autorização, na realidade, podia ser uma forma de meu amigo apossar-se daquele terreno, agora vago.

Esses gestos de cooperação voluntária podiam esconder coisa escusa, talvez, alguma armadilha. Para neutralizar essa minha desconfiança, pensei e agi:

- Meu vizinho, digo-lhe, que sou grato pelas providências, mas quero saber quanto devo pagar pelos serviços?

- Não se preocupe, alguém porventura lhe falou em dinheiro?

- Certo, que não, mas não é justo deixar que, serviços efetuados como providências que se faziam necessárias sem a devida contraprestação. Vamos! Diga quanto devo lhe pagar pelos préstimos?

- Bem, já que o senhor faz questão. Bastam duzentos reais. Fizemos o trabalho em quatro trabalhadores. Dividiremos, ficando a quantia de cinquenta reais para cada um.

Mediante esse pagamento, isto podia ser entendido a minha soberania sobre a posse de coisas de minha propriedade. Mas, toda aquela solicitude e demonstração de irrestrita solidariedade para comigo, eu não queria crer. Não. Esse meu amigo e vizinho nada de mal poderia estar povoando sua mente. Minha mente, sim, era demasiadamente fértil no prejulgamento das possíveis intenções de outras pessoas. E, se fossem verdadeiros meus julgamentos? Como? Nunca se sabe o que se passa na mente das pessoas. É local inatingível. A verdade é que, embora as pessoas demonstrem através de atitudes de amizade fiel, nunca é demais uma pequena dose de precaução. Nunca se sabe...

Relembrando: minha casa era edificada o mesmo terreno daquela do nosso vizinho e sua moradia fazia frente para a rua e para chegarmos à nossa casa, teríamos que seguir por um beco, onde outros moradores das proximidades faziam uso da mesma passagem. Mas aquela casinha de madeira toda infestada por cupins devoradores era, mesmo, um estorvo a esses amáveis vizinhos. Certamente, eles já deveriam contabilizar prejuízos com a perda de móveis de madeira, uma lástima verdadeiramente; verem-se objetos serem consumidos por esses nefastos insetos.

Depois disso, meu amigo fez-me companhia para uma vistoria geral no imóvel. Repito, que a parte o terreno onde havia as edificações não ocupava toda a área. Boa parte, divida em dois espaços cercados com arame farpado estavam ociosos; locais que poderiam ser ocupados com o cultivo de hortaliças ou por ‘’arvores frutíferas ou, mesmo, alguma instalação dessas tais empresas de fundo de quintal – oficinas mecânicas, marcenarias e outras quaisquer.

Abrimos a casa e presenciamos objetos guardados – alguns pneus de automóvel para serem descartados -, melhor até que estivessem ao abrigo, pois, se estivessem ao ar livre, poderiam ser a causa da proliferação dos temíveis mosquitos da dengue. Nisso, tenho que agradecer os cuidados que meu vizinho havia dispensado na guarda desses objetos. Havia também caixas de papelão, muitos papéis velhos, tudo servindo para abrigar roedores e insetos. Onde outrora existira uma cozinha e dependências de serviços havia restos de velhos móveis, de eletrodomésticos, todos aproveitáveis como sucata.

Isso acontecia numa sexta feira e já estava em vias de combinar com esse colaborador vizinho para retornar ao imóvel para, juntos providenciarmos uma faxina geral e já agendávamos tais providências para o próximo sábado. Nesse momento minha esposa chegou e nos deu o seguinte aviso:

- Não contem comigo! Prá que jogar serviço fora e gastos inúteis nesse “moquifo”. Acresce, ainda, que não suporto essas coisas empoeiradas e emboloradas – são venenos para as minhas alergias! Dá um jeito e vende essa casa; dela não precisamos a ainda esses gastos nada mais são que prejuízos.

Essas objeções abriram-me os olhos, tornaram meus ouvidos sensíveis; fizeram-me ouvir e devolveram-me a acuidade visual, enfim. E, agora, o que faço? Devo enxergar a realidade e ouvir os sábios conselhos da minha esposa. Ela, de fato tem razão: fez-me ouvir e ver a realidade dos fatos. Resta-me praticar o que acabava de ver e ouvir, anunciando o imóvel para venda. Mas, ao sair, avisei ao meu vizinho e colaborador, que meu imóvel fora posto a venda e, se, acaso, ele conseguisse um comprador que me pagasse o valor pedido, poderia fazer-me contato e, ainda, receberia uma gratificação equivalente a 5% do valor total da venda. Certamente, que outro felizardo desfrutaria de todo o conforto e partilharia convivência com aquele amável vizinho colaborador. Assim foi visto, ouvido e praticado.

Talvez durante outra madrugada teremos o desfecho do caso “daquela velha casa”...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

ATUALIDADE

Acontecimentos atuais querem sejam acidentes previsíveis da natureza ou imprevisíveis como esses fenômenos climáticos, que afetam sobremaneira o Brasil, fazem-nos sentir estranheza e insegurança. Viram-se o surgimento de ciclones, furacões e, associados à alta pluviometria, aumento significativo de quedas de granizo, descargas elétricas e maior força dos ventos e descomunais enchentes, destruindo cidades e levando consigo a destruição de habitações, de pontes e de templos. Todos surgidos recentemente, coincidentes com tudo aquilo visto após os alarmes das autoridades científicas a respeito do aquecimento global em curso.
Vive-se perplexidade do momento atual: terremotos, sunames, efeitos de radiações nucleares decorrentes dos problemas anteriores; chuvas em forma de tempestades nunca antes vistas. Mas também longos períodos de escassez pluviométrica, dentre outras coisas, agridem habitações, provocam perdas de safras, contribuindo para desequilibrar a produção de alimentos. Levantes contra governos por motivo de insatisfação generalizada. Enfim, vive-se situação caótica. Acrescente-se que existem povos em guerra ao derredor do Planeta. Onde se perdem preciosas vidas e bens materiais.
Sabe-se que a população global deste planeta consome tudo o que a capacidade da Terra pode produzir em situação de normalidade. Contrapondo-se apenas o crescimento vegetativo da humanidade com a queda na produção de alimentos e de outras utilidades, tanto por motivos climáticos como por exaustão de recursos, de tal modo que se perde a capacidade de reprodutiva da fauna aquática dos oceanos, dos recursos de fertilidade dos solos para o desenvolvimento de vegetais, com o agravante do rompimento da cadeia alimentar, mediante a tendência de destruição dos ecossistemas pelo aumento da exposição aos raios solares devido à perda da camada de Ozônio causada pela emissão excessiva de poluentes. Para o equilíbrio da produção versus consumo seria necessário aumento generalizado na produtividade ou, em hipóteses diversas, baixar as demandas, tanto pela redução do consumo como na contenção dos desperdícios.
Até que novas formas de produzir alimentos venham incrementar aumentos na produtividade; até que as catástrofes climáticas não tenham sido minimizadas, sempre existe a esperança de reversão de todas as expectativas por mais negativas e sombrias que sejam. Sempre há de existir espaços para que o progresso da ciência se volte em favor da existência. Mas não há lugar, neste caso, para o derrotismo. Portanto, não se pode abandonar a luta até a chegada da vitória final.

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ENSAIANDO O APOCALIPSE

Tudo o que se possa imaginar e comparar com as profecias apocalípticas parecem ter acontecido, ou estejam acontecendo. Desde que se registrou filho contra pai e este contra seu descendente, reino contra reino, nação contra nação. Também notícias de guerras, também terremotos e tempestades, assassinatos em grande escala, doenças a cada vez mais agressivas e de curas difíceis. Esses sinais prenunciam o início do fim dos tempos, mas, nem tudo está consumado. Coisas terríveis ainda virão, e, conforme profetizado, os sofrimentos serão tamanhos, chegando-se a concluir, que melhor seria não ter nascido.

Tudo indica que o ensaio prossegue, pois os efeitos do pequeno aquecimento se manifestam em forma de acidentes catastróficos visivelmente sentidos por todos os quadrantes do globo. São tempestades com ventos, chuvas a cada vez mais intensas. Enquanto enchentes diluviais assolam cidades, campos, vales e montanhas; enquanto as quedas de granizo se tornam intensas e frequentes, raios provenientes de descargas atmosféricas têm frequência e intensidades jamais imaginadas, o derretimento das geleiras das grandes montanhas e das calotas polares se torna coisa concreta e progressiva. Secas severas assolam regiões de características chuvosas, inibindo safras destinadas à provisão de alimentos; também os excessos hídricos resultantes de intempéries trazem consequências idênticas. Pode-se imaginar a que gravidade esses efeitos avançarão, considerando-os diretamente proporcionais ao aquecimento da terra; a que intensidade as tempestades e demais efeitos correlatos atingirão. Com todos os esforços que a humanidade venha a adotar, o fim de tudo caminha a passos largos.

Quando vemos que as campanhas de conscientização das populações, quer nas mais elementares práticas de conservação da água querem na adoção de práticas de uso racional das fontes energéticas, da melhor utilização dos alimentos, da reciclagem de todos e quaisquer rejeitos, tendo em mente que todos esses recursos são finitos.

De acordo com a filosofia do malthusianismo e suas consequências, toda a população do planeta há muito teria perecido de fome, pois, “enquanto a população aumenta em proporção geométrica, a produção de alimentos progride de forma aritmética”, assim preconizava MALTHUS. Isso não aconteceu, porque não se previram os avanços tecnológicos. Mas, de agora em diante, há novas variáveis, trazendo consigo desafios intransponíveis. Se a conscientização atingisse expoentes máximos, isto poderia postergar esse fim considerado inevitável. Não me considero pessimista e tenho certeza, que não estarei presente a esse futuro catastrófico. Gostaria de que meus descendentes não tivessem que tomar desse cálice. Por outro lado, tudo que se propaga no sentido da reversão de alguns efeitos com a adoção de pequenas ações, parece, que é fruto de previsões catastróficas a que algum planeta de remota galáxia, localizada nos confins do extenso universo, estará sujeito.

No momento em que é feita a advertência, há reflexões e temores; em seguida, tudo nos leva ao esquecimento. Em algum dia poderemos ser surpreendidos diante de coisas graves e irreversíveis. Aí poderá ser tarde...

Não cochilemos diante de coisas sérias e graves; nossos descendentes, com certeza, pagarão a conta!

terça-feira, 19 de abril de 2011

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NUVENS NEGRAS SOBRE VILA VELHA

Estávamos em casa somente Karla e eu. Ao observarmos pela longa espaçosa varanda do nosso apartamento, percebemos inicialmente nevoeiro, encobrindo as montanhas como flocos tão alvos do mais fino algodão. Uma brisa fria e úmida soprava proveniente do mar, açoitando árvores e placas de “outdoor´s”, mas tudo silenciosamente.

Repentinamente subiram nuvens negras por detrás do Morro do Moreno e avançaram celeremente para o sentido oeste; ouvia-se o uivo de ventos fortíssimos e, de repente, senti que o convento de Nossa Senhora da Penha – a padroeira do Estado do Espírito Santo, já não era mais visto sobre a colina onde é edificado. Teria sido destruído? Não resistindo à ação dessa violenta procela, ruindo sob a ação desses ventos, cuja força te-lo-ia feito desmoronar.

Sentíamos-nos preocupados com Anésia, que havia saído para consulta médica e não tínhamos com avisa-lá para que aguardasse o fim da borrasca para retornar a casa, pois seu celular se encontrava sobre a mesa da nossa cozinha. Que fazer? Simplesmente aguardar, parece-nos sensato.

Nuvens escuras costumam trazer chuvas copiosas, ventos fortes, granizo, geralmente, quase sempre, acompanhados de raios intensamente carregados de energia elétrica, resultantes de descargas motivadas pelo encontro de energia positiva versus negativa. É uma espécie de curto circuito e o raio é uma centelha. Foi o que ocorreu em seguida: uma ventania de muitos quilômetros de velocidade, queda de granizo e chuvas intensas, daquelas que costumar alagar alguns bairros da cidade de Vila Velha. Descargas elétricas se sucederam. As negras nuvens deixaram um rastro de destruição, deslocando coberturas inteiras de galpões e destelhando muitas casas, arrancando árvores pelas raízes e as chuvas intensas trouxeram alagamentos a vários bairros da cidade de Vila Velha. Outra consequência registrada foi um transformador de energia elétrica totalmente danificado pela força de potente raio, situado em rua próxima ao nosso prédio.

E Anésia, que não chegava. Melhor assim. Ela deve ter-se apercebido da gravidade da situação e permanecido em local seguro, enquanto aguardava que a tempestade se amainasse. Não adiantava ir ao seu encontro de carro. Bem que pensamos nisto. Leandro, até se dispunha e colocar seu carro na rua, mas, raciocinando bem, isto seria uma atitude de risco – verdadeira temeridade -, um arrojo, que não compensava os riscos. Certamente, na hora certa e assim que possível, Anésia conseguiria meios para chegar a casa e a salvo.

Esse fato não foi um evento isolado; tivemos vários, porém intensamente menos significativos.

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CASAL É ASSALTADO NA MADRUGADA

Estávamos caminhando por movimentada rua no Centro de Vitória, minha esposa e eu, quando fui avisado, que três bandidos assaltavam pedestres caminhando por aquela via pública. Prontamente propus a minha mulher, que corrêssemos, mas ela me dizia:

- Não consigo. Estou cansada, mal consigo andar devagar.

Diante disso, mudamos nosso itinerário e prosseguimos por uma estrada de chão, como alternativa. Mas, depois de caminharmos, subindo e descendo, imaginávamos, que estivéssemos livres. Nada disso. Os meliantes, em número de três, continuavam ao nosso encalço. Andávamos ainda mais rápiddo, mas não adiantava, pois também eles aumentavam a velocidade. Afastamo-nos bem, parecendo que estivéssemos fora do alcance daqueles fascínoras; adentramos num local de vegetação mais densa, onde havia água canalizada. Resolvemos parar para descansar e banharmo-nos naquela água fria, que generosamente jorrava daqueles canos. Fizemos isto, mas não tardou para que fôssemos alcançados pelos assaltantes. Um, mais alto, moreno, magro, ostentando barba rala por fazer e, na cabeça, exibia velho chapéu surrado com as abas amassadas, e, pelos rasgos, confirmava se tratar de coisa antiga e de longo uso. Ele dirigiu-nos a palavra, apontando na minha direção uma arma de cano curto – um trabuco, talvez um bacamarte -, eu poderia dizer. E ele disse:

- Não adianta correrrem, vocês serão assaltados, mas podem tomar seu banho tranquilamente; nós temos todo o tempo para aguardarmos. Prá que pressa? Enquanto isso, nós também descançamos. Sem que tivéssemos notado, banhava-nos totalmente vestidos, tanto minha exposa, ostentando todas as peças utilizadas nas caminhadas matinais e nos exercícios de aeróbica diários. Eu sequer teria retirado o boné da minha cabeça, nem outras quaisquer peças, inclusive meias e tênis. Tremíamos como varas verdes, isso tanto poderia ser devido à friagem da água e/ou também do medo que nos apossara diante das ameaças, que nos faziam os bandidos.

Numa conversa com esse bandido. Qaue demonstrava ser o líder do bando, arugumentei que caminhávamos a pé e estávmos exaustos e indaguei:

- Por caso, o amigo tem carro? Estamos carecendo de uma carona até Vila Velha, onde residimos. Pagaríamos pela corrida.

- Claro que tenho carro. Na realidade tenho dois. Estão locados ao preço de dois dólares por hora, enquanto isso, faço junto com estes paraceiros, que me acompanham, assaltos e pequenos furtos. Tudo somado constitui o total das minhas rendas. É trabalhoso, perigoso, mas compensa os sacrifícios.

A arma de longo cano estava sempre apontada na minha direção e eu pensava: “a qualquer vacilo, este indivíduo pode acionar o gatilho e aí...”. E a história se tornara longa. Procurávamos ganhar o mais que pudéssemos de tempo. Não sei mesmo porquanto tempo durou esse evento. Só sei que senti uma cutucada com o cano da arma em minhas costelas. Felizmente não era a arma. Era, sim, Anésia que me cutucava para acordar-me. Ela dizia:

- Acorde! São seis horas da manhã!

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