terça-feira, 19 de abril de 2011

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NUVENS NEGRAS SOBRE VILA VELHA

Estávamos em casa somente Karla e eu. Ao observarmos pela longa espaçosa varanda do nosso apartamento, percebemos inicialmente nevoeiro, encobrindo as montanhas como flocos tão alvos do mais fino algodão. Uma brisa fria e úmida soprava proveniente do mar, açoitando árvores e placas de “outdoor´s”, mas tudo silenciosamente.

Repentinamente subiram nuvens negras por detrás do Morro do Moreno e avançaram celeremente para o sentido oeste; ouvia-se o uivo de ventos fortíssimos e, de repente, senti que o convento de Nossa Senhora da Penha – a padroeira do Estado do Espírito Santo, já não era mais visto sobre a colina onde é edificado. Teria sido destruído? Não resistindo à ação dessa violenta procela, ruindo sob a ação desses ventos, cuja força te-lo-ia feito desmoronar.

Sentíamos-nos preocupados com Anésia, que havia saído para consulta médica e não tínhamos com avisa-lá para que aguardasse o fim da borrasca para retornar a casa, pois seu celular se encontrava sobre a mesa da nossa cozinha. Que fazer? Simplesmente aguardar, parece-nos sensato.

Nuvens escuras costumam trazer chuvas copiosas, ventos fortes, granizo, geralmente, quase sempre, acompanhados de raios intensamente carregados de energia elétrica, resultantes de descargas motivadas pelo encontro de energia positiva versus negativa. É uma espécie de curto circuito e o raio é uma centelha. Foi o que ocorreu em seguida: uma ventania de muitos quilômetros de velocidade, queda de granizo e chuvas intensas, daquelas que costumar alagar alguns bairros da cidade de Vila Velha. Descargas elétricas se sucederam. As negras nuvens deixaram um rastro de destruição, deslocando coberturas inteiras de galpões e destelhando muitas casas, arrancando árvores pelas raízes e as chuvas intensas trouxeram alagamentos a vários bairros da cidade de Vila Velha. Outra consequência registrada foi um transformador de energia elétrica totalmente danificado pela força de potente raio, situado em rua próxima ao nosso prédio.

E Anésia, que não chegava. Melhor assim. Ela deve ter-se apercebido da gravidade da situação e permanecido em local seguro, enquanto aguardava que a tempestade se amainasse. Não adiantava ir ao seu encontro de carro. Bem que pensamos nisto. Leandro, até se dispunha e colocar seu carro na rua, mas, raciocinando bem, isto seria uma atitude de risco – verdadeira temeridade -, um arrojo, que não compensava os riscos. Certamente, na hora certa e assim que possível, Anésia conseguiria meios para chegar a casa e a salvo.

Esse fato não foi um evento isolado; tivemos vários, porém intensamente menos significativos.

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