quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ORAÇÕES, FANTASIAS E OUTRAS COISAS

Acordei nessa madrugada, sentindo necessidade de orar e assim o fiz, coisa que me levaria a sono profundo. Viajei ao passado e me vi residindo naquele casarão pertencente outrora à família “Lima”. Essa residência era dividida agora pela Cidelene, minha afilhada, e Maria Anelita que, semelhante à primeira realmente residiu conosco por apenas três a quatro anos. Ambas tiveram o mesmo destino: faleceram vitimadas por enfermidade idêntica. Além das duas citadas, havia familiares, tanto da família do meu sogro quanto daquela de meu pai, além de numerosos adolescentes e crianças.

Em certo momento, um rapaz (o nome dele era Ricardo, também conhecido por Ricardinho) chegou a nossa casa, ele era proveniente de Jacaraipe e foi trazido por tal de Rachid (de etnia árabe) para se instalar na nossa casa com estabelecimento especializado em gastronomia para atenção aos turistas visitantes vindos de lugares diversos. Essa dupla vinha de Jacaripe, distrito localizado no litoral do município de Serra e, sem que tivessem autorização ocuparam nossa casa.

Quando percebi o tal Ricardinho já havia ocupado nossa cozinha e ameaçava demolir nosso fogão a lenha para e construir outro maior para atender à futura demanda de hóspedes que seriam instalados no velho casarão. Nesse momento, eu revelei toda minha ira e, de forma agressiva, expulsei, a altos gritos, o impostor e invasor de propriedade alheia.

Quando toda a família formada por filhos, esposa, cunhados, pais e sogros ocupavam a grande mesa para almoço, podia-se contar a presença de dezenove pessoas. Observando por uma porta que se abria a frente de uma escada de madeira de muitos degraus, lá estava o dito Ricardinho. Nesse momento eu mesmo o autorizei que almoçasse, tomando lugar à grande mesa.

Comentava-se: essa situação se tornara insustentável e eu advertia o intruso para que se retirasse. Caso contrário, haveria consequências imprevisíveis. Ele, demonstrando persistência no seu intento disse que conquistaria e esposa de meu amigo Enéias e com ela permaneceria ali.

Enéias, ouvindo o que moço acabava de dizer, cerrou os punhos e pôs-se a esmurrá-lo impetuosamente. Se não bastasse, Elpídio, irmão de Enéias, segurou o rapaz para que fosse seguidamente esbofeteado. Mas o indivíduo conseguiu escapar e correu para um aposento situado no andar superior do casarão. Provavelmente retornaria munido de arma de fogo para vingar-se, depois de surrado sucessivamente. Nessa expectativa de reação violenta, aguardávamos que o Ricardinho retornasse a qualquer momento, coisa não ocorrida, pois um despertador soou e era hora de deixar o leito e ocupar-me das primeiras tarefas do dia que amanhecia.