quinta-feira, 28 de março de 2013

RÓTULOS E BULAS



Sistemática e habitualmente leio bulas de medicamentos e rótulos de produtos alimentícios, especialmente os dietéticos. Se não me bastasse ter falta de acuidade visual própria da minha faixa etária, ouço reclamações de pessoas jovens e dotadas de boa visão sobre os tamanhos das letras, tanto dos rótulos como das bulas dos medicamentos. Uma rara exceção ocorreu ultimamente quanto adquiri um medicamento de nome “Tayrenta”. Este era dotado de uma bula escrita com fontes grandes e bem espaçado (ao todo, podia-se calcular o equivalente de cinco a seis páginas do papel A4). Mas isso foi uma das raras exceções.
Nem sempre os diminutos frascos de medicamentos e de produtos dietéticos têm espaço suficiente para exibir todas as informações indispensáveis destinadas aos consumidores. Neste caso, uma sugestão seria o uso de pequena lupa aderida aos frascos desses produtos (poderia fazer parte da tampa) ou virem acompanhados de bulas tais como a citada acima.
Sou ciente de que quaisquer insumos aditivados às embalagens desses produtos (medicamentos e dietéticos) onerariam os custos, quer aumentando os preços de venda ou reduzindo os lucros das indústrias processantes. Se considerados os benefícios dessas providências, sabendo que a diluição dos mesmos representaria pequeno quociente. Tanto o benefício dos custos para os consumidores quanto ao aumento dos custos das indústrias processantes seriam insignificantes, mas trariam resultados na melhoria da informação aos usuários de modo a propiciar segurança para os consumidores de medicamentos quanto às suas dosagens máximas de substâncias ativas, de possíveis interações com drogas diversas, reações por intolerância alérgica e incompatibilidade com outros medicamentos em uso. No caso de alimentos há também informações importantes e necessárias ao conhecimento dos consumidores, tais como: propriedades calóricas (tão importantes para os regimes hipocalóricos), a presença de elementos nutricionais como o sódio, glúten, açúcares, lipídios (gorduras trans, saturadas, mono e poli-insaturadas, tanto as de origem animal e vegetal).
O conhecimento específico dos nutrientes, conservantes, estabilizantes e quaisquer componentes de produtos alimentícios industrializados deve ser de ampla divulgação, oferecendo total segurança aos consumidores. E, mais uma vez, enfatiza-se o uso de textos legíveis, adotando-se meios capazes de alcançar esses objetivos.
Na atualidade, grande parcela da população é portadora de síndrome metabólica, tais como o diabetes melitus, dislipidemia, doenças renais crônicas e outras (alergias alimentares, doença celíaca e intolerância à lactose). Isso justifica o controle zeloso de informações seguras sobre conteúdos de medicamentos e produtos alimentícios.