sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

ABORTO, UMA QUESTÃO DE HIPOCRISIA

Ser contra ou a favor da legalização do aborto desagrada correntes tradicionalmente radicais: religiões, ONGs, médicos, e todos os postulantes das verdades axiomáticas sobre o exato início da vida; a verdade é que mais agrada grande número de defensores da ilegalidade é o fato de que aquilo que não é permitido gera demanda, pois até o fruto proibido do paraíso atraiu o homem para o pecado; as drogas ilícitas aguçam o interesse por experimentá-las. A “Lei Seca” que vigorou na América, só serviu para aumentar o consumo de bebidas alcoólicas e para a geração de comércio ilegal praticado pela Máfia, que controlava o mercado negro (paralelo). Existe atualmente um comércio ilegal de substâncias abortivas livremente negociadas na internet através de países onde essa prática não é considerada crime.
Vi depoimentos de médicos numa recente reportagem da revista “Veja”, alegando que, embora contrários à prática do aborto, quando suas pacientes os procuram para esse fim, diante dos seus insistentes apelos, não deixam que elas fiquem sem atendimento para suas pretensões e lhes indicam medicamentos abortivos e as orientam para que quando constatarem sangramento procurá-los para tratar esses casos como se fossem processos de abortamento espontâneo; outros ainda indicam clínicas onde, mesmo que descobertas da legalidade, a prática é coisa comum. Dizem, embora sejam contrários, por questões de ética da medicina não podem deixar suas pacientes sem atenção médica. Tais profissionais não têm, mesmo, o senso de se manifestarem sobre o assunto com todo esse tom de hipocrisia. Se não praticam o aborto porque a legislação brasileira só contempla duas hipóteses para sua prática: quando há risco de vida para a mãe e no caso de estupro, sempre em obediência a sentenças judiciais. Eles demonstram, sem que se manifestem claramente que sua vocação médica aceita e adota a prática do aborto. Pois bem, saiam em defesa de seus princípios; discutam o assunto com clareza, sem praticar o exemplo de Pilatos, lavando as mãos para não assumir sua verdadeira posição; enfim saiam de cima do muro.
Mas, agora, vejam o que penso sobre o assunto: Praticar o aborto é, simplesmente, uma forma de homicídio, com o agravante de que a vítima não tem quaisquer meios para defender-se. A lei que o torna crime contra a vida é uma forma de que dispõe o poder público de proteger as vidas, concedendo-lhes a tutela do Estado. A questão permissiva do abortamento, quando há iminente risco de vida para a mãe, é questão que tem aspectos de subjetividade, cabendo à ciência médica sua comprovação pelos meios científicos. Quando é constatado que o feto é anencefálico, a autorização judicial para praticar a interrupção da gestação, ainda esbarra nos pressupostos de diagnóstico conclusivamente comprovado. Há quem pense que, nesses casos de anencefalia, a gestação levada a termo poderia contribuir, no mínimo, com materiais destinados a transplantes. Não posso considerar esta hipótese sem a manifestação de médicos e cientistas, embora eu reconheça que supostamente o assunto proceda.
Embora a Igreja Católica prescreva como único contraceptivo a abstinência sexual nos períodos férteis, sabe-se que não existe precisão nisso, mas se ocorrer fertilização, ela deverá ser assumida. Não são permitidos os métodos contraceptivos como uso de drogas, mecanismos implantados e uso de preservativos. Embora seja radical, esta é a forma como é visto o assunto do ponto de vista religioso.
Já vi depoimentos de pessoas que praticaram relações casuais e tiveram gravidez como conseqüência. Relatam alguns terem praticado aborto e sentem, depois de anos consecutivos, uma sensação de culpa interminável. Isto é freqüente na adolescência, quando os hormônios que induzem à libido estão na fase de exacerbação, levando relacionamentos impensados, isentos de quaisquer métodos contraceptivos. Daí a ocorrência de gestações ocasionalmente extemporâneas.
Analisemos, agora, a ocorrência de gravidez em atos sexuais praticados mediante violência. A gravidez resultante de atos contrários à vontade e com o uso de violência, causam sentimento de repulsa, de ódio e de rejeição. Neste caso a lei brasileira contemplou autorização para prática do aborto. É compreensível que a vítima tenha todos os sentimentos de repulsa, de ódio e de rejeição; entretanto a permissão que a lei confere não atinge punir culpado; ela pune com a pena de morte o ser inocente e indefeso. Aquele que foi gerado por ato espúrio, do qual ele não tem culpa alguma. Se fosse justa a lei deveria punir, até mesmo com a pena capital, o verdadeiro culpado.
Já foi visto que leis como a do divórcio, coisa inconcebível para a Igreja Católica, não provocou nenhuma corrida às separações matrimoniais; pelo contrário, houve, sim, uma estabilização na organização familiar: as separações conjugais, depois da lei do divórcio, são encaradas como uma medida legal. Medida que consagra direito e obrigações das partes - vantagens e desvantagens.
Quanto ao aborto, existem faces diversas: os que são radicalmente contra ou a favor de sua legalização; enquanto outros pensam de forma intermediária. O assunto merece discussões em que todas as partes de manifestem livremente e que seja instituída uma legislação que torne o assunto resolvido de forma responsável. Isso evitaria a clandestinidade das práticas abortivas, e deixassem claras responsabilidades e os limites. De qualquer forma, é salutar a discussão aberta sobre questão controversa.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

ATUANDO NUMA VARA

Não estranhe, pois estive trabalhando numa secretaria de uma vara do judiciário. Minha atuação consistia em fazer exames e produzir laudos periciais em processos que envolviam fatos de natureza contábil. Desta vez fazia exatamente o trabalho para o qual sou habilitado legalmente como bacharel em Ciências Contábeis.
Durante apenas uma madrugada examinei dezenas de processos que requeriam pareceres periciais. Alguns casos se referiam a pedidos de concordata, outros de decretação de falência, mas a maioria dos processos tratava de possíveis sonegações de impostos e taxas, também casos de apropriações indébitas de recursos oriundos de contribuições previdenciárias e de imposto de renda retido na fonte.
Na medida em que eu concluía o exame de documentos contábeis, emitia certidões e pareceres periciais, uma diligente secretária, extremamente habilidosa, digitava e imprimia os textos para serem juntados aos processos respectivos e aos arquivos eletrônicos da secretaria dessa vara judicial.
Havia outros peritos de outras especialidades que examinavam objetos como armas, substâncias químicas (drogas ilícitas). Esses tipos de trabalho eram feitos em laboratórios específicos e, além dos profissionais juramentados, havia auxiliares que lhes davam apoio.
Durante toda essa madrugada, dezenas de advogados compareciam a um cartório para examinarem processos a apresentarem petições sobre esses e outros assuntos, ora tramitando nessa vara judicial. Também havia uma grande sala em que juízes, representantes do Ministério Público, testemunhas e réus prestavam depoimentos registrados por processamento eletrônico e juntadas cópias impressas aos respectivos processos.
Em toda a minha atividade profissional, quer como auditor, contador e professor, eu não me lembro que tenha trabalhado tanto numa só madrugada.
Depois de algumas horas, eu concluí os exames dos processos, a secretária que nos atendia retirou-se. Apenas eu permaneci, lendo e refletindo sobre uma pilha de impressos: publicação de leis, sentenças judiciais, portarias administrativas e outros cujo teor eu não conseguia decifrar. E aquilo era cansativo, mas o silêncio, agora, contrastava com as horas de intenso trabalho realizado por mais de uma dezena de profissionais.
Nesse momento percebi que a sala de trabalho estava totalmente desocupada, apenas eu permanecia. Nesse instante, aquela secretária adentrou a sala, trajando roupa de festa, maquiada e perfumada. Ela veio avisar-me que o expediente havia se encerrada e que ela saía para ir a uma festa. Talvez fosse de aniversário ou qualquer outro evento social. Ela chegou até onde eu estava para despedir-se de mim, eu tentei beijar-lhe o rosto e ela esquivou-se delicadamente, não aceitando a carícia que eu desejava fazer-lhe. Perdoe-me, senhorita! Lembro-me de lhe ter dito, nada mais. E nada mais vi; nem processos, nem computadores. Aquela iniciativa que tomei foi o bastante para apagar tudo que havia visto na madrugada. Sabe-se lá quem eu teria tentado beijar naqueles derradeiros instantes da madrugada, coisa que só existiu na minha fantasia.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

UM VESTUÁRIO DO FUTURO

Fui convidado por uma senhora dona de um comércio de confecções para testar um conjunto de vestuário masculino composto de calça e jaqueta produzidas com um tecido fabricado por meio de reação nuclear. Eu seria o primeiro a testar uma roupa que acabava de ser produzida e prometia ser a roupa do futuro. O tecido obtido por meio de reação nuclear, segundo dizia a comerciante, teria durabilidade infinita; além do material não sofrer quaisquer tipos de desgaste, poderia resistir a quais temperaturas; não acumularia quaisquer tipos de impurezas, por isto não era preciso ser lavado, porque tudo que fosse estranho seria repelido; nada aderindo à sua estrutura. Ainda mais duas propriedades: tanto servia para refrigerar no calor do verão e aquecer no inverno, enfim o vestuário completo em todos os sentidos. Tinha durabilidade perene, não sendo necessário ser lavado, não sofria desgaste e, ainda, não causava reações alérgicas, coisa comum com os tecidos sintéticos.
Para realizar o teste, recebi um conjunto para vestir-me; só me causavam estranheza que o tecido tinha um colorido metálico prateado e devia colocar a roupa na posição de decúbito ventral, uma posição realmente estranha para troca de roupa, mas devia ser assim: era pré-requisito para que tudo desse certo. Eu me despi enquanto minha nova roupa era trazida. Nisso a mulher que me atendia, me cobriu com um lençol, porque permanecer despido ali publicamente poderia ser, no mínimo falta de pudor.
Depois recebi as peças de vestuário e as coloquei naquela posição, embora achasse aquilo estranho aceitei realizar a tarefa tal qual me foi proposta. Cansei-me e por isso permaneci deitado e já podia sentir a sensação de confortável frescor que a roupa me causava.
Em dado momento, apresentaram-me a conta. Eu imaginava que o teste fosse sem ônus. Nada disso, teria que pagar por aquela roupa a importância de R$ 500,00, facilitados com 20% de sinal e o restante dividido em cinco parcelas iguais pagáveis em cinco cheques pré-datados e vencíveis de trinta em trinta dias. Não tive alternativa: paguei tudo.
Não me lembro que tenha me levantado senão na hora em que soou nosso despertador. Tenho a impressão de que dormi longas horas com aquela vestimenta; só que acordei vestindo um pijama azul marinho confortável que uso nestas noites de verão.

domingo, 25 de janeiro de 2009

VÁRZEA ALEGRE NOVAMENTE EM EVIDÊNCIA

Já fiz um artigo intitulado VÁRZEA ALEGRE EXISTE? Na oportunidade foi postado no blog Memórias de Idomar Taufner. Vejo-me no dever de aprofundar no assunto para provocar a população dessa localidade encravada no atual Distrito Alto Santa Maria, um dos distritos que integram o Município de Santa Teresa, no Estado do Espírito Santo. A nossa Várzea Alegre existe de fato, desde o século XVIII, quando a localidade foi colonizada por duas famílias de lusos brasileiros – Damasceno e Lima. A família “Damasceno”, possuidora de grande gleba de terras, como era dito, uma sesmaria. A essas terras foi dado o nome de “Fazenda Várzea Alegre”. Daí a origem do nome com que é conhecida toda a localidade, abrangendo inclusive a sede do distrito.
Quando o Município de Santa Teresa teve seu território dividido em distritos, coube ser agraciado com o nome de Alto Santa Maria do Rio Doce a essa porção de terras que compreendia Tabocas, Alto Tabocas, Barra do Tabocas, Barra do Rio Perdido, Vale do Rio Perdido, Santo Hilário, Vale do Rio Santa Maria, São Paulo do Rio Perdido, Córrego Frio, Itanhanga, Pedra Alegre, Alto Várzea Alegre, Várzea Alegre, Serra do Toma Vento, Caldeirão de São José e Alto Caldeirão. Devido à antiguidade do nome praticamente todo o distrito, em certas épocas, tornou-se conhecido apenas como “Várzea Alegre”, talvez pela simples razão de que o nome dado ao distrito de “Alto Santa Maria do Rio Doce” não tivesse base em nome escolhido pela população – o nome foi imposto pelas autoridades municipais, tudo leva a crer.
Há pouco tempo o Município de São Roque do Canaã se tornou emancipado, ocupando território desmembrado do Município de Santa Teresa. O território restante sofreu nova divisão distrital em que foram mantidos os distritos de Vinte e Cinco de Julho e São João de Petrópolis. Foram criados os distritos de Santo Antonio do Canaã e Alto Caldeirão resultante do desmembramento de parte do território do Distrito de Alto Santa Maria do Rio Doce, passando este a denominar-se “DISTRITO DE ALTO SANTA MARIA”, simplesmente. Foi mantida a jurisdição territorial do Distrito-Sede.
Não se pode crer que tal denominação do distrito, simplesmente Alto Santa Maria, os legisladores o tenham feito intencionalmente para criar embaraços à população dos munícipes habitantes desta faixa territorial, talvez tenham cometido cochilo legislativo, deixando nome que confunde com duas localidades capixabas: Alto Santa Maria, no Município de Santa Maria de Jetibá e Alto Santa Maria no Município de Marechal Floriano. Fosse hoje acrescentada à antiga extensão “DO RIO DOCE” poderia prestar uma forma de distinção das demais localidades também chamadas “ALTO SANTA MARIA”, entretanto, depois de muito refletir e pesquisar não encontrei registro de qual a origem para o nome da localidade denominada “CALDEIRÃO” . Mas fazendo uma ilação do significado literal da palavra caldeirão, posso formular a hipótese de que se tratasse de uma panela grande – um caldeirão. O que teria feito com que dessem tal nome à localidade. Observando do alto das montanhas de Várzea Alegre, tem-se a idéia de que estejamos diante de uma panela grande, um caldeirão. Neste caso, Várzea Alegre deveria chamar-se Caldeirão? Isto é óbvio, mas quando se nomeia uma localidade, o que pode validar o nome é a manifestação da população expressa na maioria apurada em plebiscito.
Uma hipótese viável seria a reaglutinação do Distrito de Alto Santa Maria do Rio Doce e manter este nome; outra seria após a aglutinação renomear o território, chamando-o de “CALDEIRÃO DO RIO SANTA MARIA”, ou “ALTO CALDEIRÃO DE SANTA MARIA DO RIO DOCE”. Qualquer que fosse a nova denominação, nomes como Várzea Alegre, Caldeirão de São José, Tabocas, Alto Tabocas, Santo Hilário, Barra do Rio Perdido, Vale do Rio Perdido, Córrego Frio, Itanhanga, Pedra Alegre, Serra do Toma Vento seriam mantidos. Só a localidade de Alto Várzea Alegre poderia ter seu nome trocado por Pedra da Onça, ou Alto Pedra da Onça.

sábado, 24 de janeiro de 2009

RIQUEZAS DE ALTO SANTA MARIA E ALTO CALDEIRÃO

Embora esses distritos sejam hoje territórios distintos, não se pode dissociar suas origens histórias interdependentes. Na parte alta, chamada e Alto Caldeirão foi aonde se instalaram os imigrantes italianos e plantaram os primeiros cafeeiros, a primeira e permanente fonte de renda desses produtores rurais. Nas baixadas de Várzea Alegre, duas famílias de lusos brasileiros – Damasceno e Lima foram os pioneiros da colonização. Aqui se cultivou cana de açúcar, cereais e leguminosas destinadas à subsistência, inclusive das famílias residentes nos altos de clima ameno e pouco apropriado e essas culturas. O Vale do Rio Perdido foi ocupado inicialmente por alemães, holandeses e pomeranos; só mais tarde a localidade passou a contar com italianos e lusos brasileiros. Aqui também o café teve a principal importância na produção de cultivares agrícolas.
Até a década de 1920 toda a região possuía produção agrícola e pequenos rebanhos de bovinos e também tinham criações domésticas de aves e suínos. Produtos agrícolas e animais criados nos minifúndios, que caracterizaram a ocupação e exploração das terras dessa região.
A queda no preço do café fez com que a população passasse a cultivar cereais e leguminosas, como fontes alternativas de renda. Opção que deixaria a população, durante cerca de três décadas num estado de pobreza, levando a uma vida simples. Esse estado carencial só não foi considerado coisa grave porque havia fartura de alimentos; enquanto que outras utilidades como vestuário, medicamentos e conforto de moradia eram mínimos.
Na década de 1940, a forte influência da descoberta da grande jazida na Pedra da Onça, aonde pessoas residentes em Figueira de Santa Joana (mais tarde Itarana), entre as quais agricultores, comerciantes e profissionais liberais se fizeram garimpeiros ocasionais e retiraram. com o concurso de profissionais vindos de estados vizinhos, cerca de duas toneladas das mais puras águas-marinhas e algumas toneladas de puríssimo quartzo de rocha. Este fato causou na região limítrofe (Várzea Alegre, Alto Santa Maria do Rio Doce e Alto Caldeirão) um aguçado interesse pelo assunto, resultado isso no aproveitamento de mão-de-obra ociosa na agricultura, tornando profissionais do campo em eventuais garimpeiros. Na região do Alto Caldeirão foram encontrados vários depósitos aluviais de quartzo, importante matéria prima para a fabricação de artefatos estratégicos em época da segunda grande guerra mundial. Também, nessa mesma época, descobriram-se depósitos aluviais de andaluzitas e de crisoberilo olho de gato. Nas baixadas da grande bacia de Várzea Alegre1, ocorreram achados de quartzo, mas aqui foi intensa a obtenção de achados de pedras coloridas como águas-marinhas, ametistas e citrinos.
Esta aptidão para a extração de minerais cristalinos, embora fossem espécimes de valores menores, mas as sucessivas descobertas promoveram renda a um grande número de pessoas; enquanto que as gemas preciosas da baixada e montanhas de Várzea Alegre, Vale do Rio Santa Maria, Vale do Rio Perdido, Córrego Frio beneficiam com grandes somas pequena parcela da população dessas localidades. E, como é notório, o ganho fácil obtido com pedras preciosas, tal como prêmios de loterias é dinheiro que chega rápido e fácil e da mesma forma se esvai. A produção de gemas preciosas em quantitativos generosos ocorreu com grande freqüência até a década de 1970. Sabe-se que vez ou outra algum produtor rural descobre gemas preciosas em suas terras, as retira e as vende de forma confidencial, restando apenas notícias vagas como foi o caso de uma grande descoberta noticiada e não comprovada recentemente.
Quanto à agricultura, a partir da segunda metade da década de 1930, antigas lavouras de café foram erradicadas, pastagens revolvidas. O plantio de milho foi feito na forma de monocultura, levando às baixadas de Várzea Alegre às encostas pedregosas essa cultura em qualquer porção de terra cultivável. Isso ocorreu em grande escala até à década de 1970. Com os preços aviltados e a irregularidade pluviométrica, a cultura do milho foi descontinuada. Novamente o café se tornaria principal cultura. Agora com o desenvolvimento de variedade de café “Conilon” resistentes à baixa umidade do inverno, coisa que não ocorria com as variedades arábicas “Bourbon”, “Mundo Novo” e o “Catuaí”. Estas variedades permaneceram cultiváveis nos entornos do Córrego Frio, Itanhanga, Pedra Alegre, Pedra da Onça, Toma Vento e toda a região do Alto Caldeirão.
A partir de 1960, implantou-se na região de Várzea Alegre a cultura de tomateiros, opção agrícola bem sucedida, que se tornou até a atualidade a principal atividade, opção que gera rendas a uma parcela relativamente considerável da população, tanto para os proprietários de terras como para arrendatários e parceiros agrícolas.
Enfim, atualmente, este é o panorama da produção de riquezas, tanto nos altos do Caldeirão, quanto nas baixadas quentes de Várzea Alegre e adjacências.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

QUEDAS SUCESSIVAS

Nos últimos tempos houve sucessão de quedas: quedas de aviões, de helicópteros, de prédios, de barreiras, de pontes e de templos; sem contar com as quedas das bolsas de valores, dos preços das moedas, das mercadorias; quedas dos valores morais e éticos.
Quedas famosas foram as das torres gêmeas em Nova Iorque, causadas por atos terroristas, resultando numa guerra no Afeganistão para capturar ou destruir Osama Bin Laden e a rede terrorista Al-Qaeda; queda mesmo foi a do prestígio do presidente Bush e do próprio Estado Americano, perdendo prestígio pelo mundo afora.
Queda catastrófica foi a do avião da GOL, em que todos os ocupantes – tripulantes e passageiros pereceram num total de 154 vidas ceifadas (148 eram passageiros e 6 tripulantes). Não houve sobreviventes. Era uma aeronave modelo Boeing 737-800, pertencente a Gol Transportes Aéreos, cujo vôo partiu do Aeroporto Internacional de Manaus, AM, com destino ao Aeroporto Internacional de Brasília, DF. A segunda nave, um modelo Legacy 600, originária de Aeroporto de São José dos Campos, SP, com destino ao Aeroporto Internacional de Manaus, AM, com 5 passageiros e dois tripulantes. Todos sobreviveram ao choque com a aeronave da Gol, fato ocorrido em 29 de setembro de 2006, na região da Serra do Cachimbo, na Amazônia.
Nesse final de 2008, durante o período em que o Estado de Santa Catarina esteve no centro de tragédia causada por chuvas intensas e contínuas. Houve queda de barreiras e de muitos prédios, tanto na Capital como e diversas cidade desse Estado. Nesses episódios registraram-se mais de cento e trinta vítimas fatais e prejuízos materiais incalculáveis.
No último dia 19 deste mês de janeiro (2009), repentinamente desabou parte da antiga Ponte Getúlio Vargas que era utilizada na travessia sobre o Rio Doce em Linhares. No momento que a ponte ruiu havia pedestres fazendo a travessia, coisa costumeira durante caminhadas. Uma pessoa foi salva e estava dependurada numa parte que não submergiu, mas a manicure Devanir Farias de Souza, de 43 anos, que também se encontrava no local no momento da queda permanece desaparecida apesar das constantes buscas que vem sendo realizadas, deste a cidade de Linhas à foz do Rio Doce. Agora se discute a quem caberia a responsabilidade pelo acidente. O Ministério Público Federal determinou que a Polícia Federal apurasse se há e de quem seria a responsabilidade criminal pelas possíveis omissões.
Neste domingo, dia 18, ocorreu o desabamento do teto da Igreja Renascer, pouco antes do culto das 19h. Nove pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas. A proliferação de entidades religiosas evangélicas leva essas a uma busca maior por sedes, geralmente são adquiridos galpões e grandes salas para onde acorre maciçamente grande número de fiéis. Nem sempre esses templos improvisados oferecem segurança para numerosas presenças, o que é lamentável.
Em certos casos uma queda puxa ou empurra outras em efeito dominó, assim: as quedas nas bolsas de valores causaram queda nos negócios econômicos pelo mundo afora. As quedas na economia causaram queda nos níveis de empregos, queda no poder aquisitivo, que gera queda nas vendas, nos lucros e na produção. Esse efeito é o inverso do crescimento (espiral). Pode ser comparado ao parafuso, pois sua força leva à descida. O mundo da economia globalizada experimenta, também, essa série de quedas.
Mais uma série de quedas pode ser vista nos costumes: queda da ética, da moral, da consciência do bem e do mal. As quedas neste segmento produzem aumentos: aumento da devassidão, da anarquia, do desrespeito à lei, da organização familiar, do consumo de drogas ilícitas e outros lamentáveis efeitos.
Será que o mundo está em queda? Será que o nosso sistema solar também despenca. E o que dizer das galáxias e de todo o cosmo?

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

MULHER, UM SER EXTRAORDINARIAMENTE FORTE

Pode parecer estranho, mas mulher existe para tudo. Primeiramente para ser mãe, uma atribuição em que é insubstituível, para ser esposa, companheira e amante. Depois vem outra grande atribuição: trabalhar, desde que o dia amanhece às altas horas da noite. Ultimamente passei a observar as coisas que nos rodeiam. No prédio à nossa frente, cujos fundos nos são visíveis, exibe suas áreas de serviço e cozinhas. Desde a matina, virando o dia, à tarde, à noite e, quando observo pelas madrugadas afora, eu vejo mulheres, que lavam roupas, limpam vidraças, varrem pisos, espanam tetos, cozinham e fazem mais sei lá o que. Pode ainda se refletir que muitas delas são funcionárias, empresárias e tudo o mais, àquelas que, como empregadas domésticas, ao retornarem aos seus lares, também são donas de casa, mães e exercem as demais atribuições próprias da sua condição de mulher.
Que seria de nós homens, se não existissem mulheres: não teríamos mães, esposas, companheiras, amantes, irmãs; carinho, afeto, solidariedade, amizade que, somente o dito sexo “frágil” é capaz de proporcionar. Hoje é sabido que novas vidas podem ser produzidas sem o concurso de seres do sexo masculino. Células extraídas do corpo feminino podem ser transformadas em novos seres. Isto é possível teoricamente.
Ao contrário do que ocorre com muitas espécies do mundo animal, a mulher tem as formas belas, que servem como atrativo sensual; enquanto que pássaros, especialmente, pavões, galos, perús e variedades silvestres exibem penas abundantes, com coloridos diferenciados, e executam ritos compostos de danças e de trejeitos próprios para seduzir suas parceiras para se acasalarem para a reprodução e perpetuação das respectivas espécies. O leão serve como exemplo típico: pratica a sedução pela majestosa aparência da juba de pelos longos e fartos; a fêmea é desprovida desta característica. Enquanto o leão repousa sonolento, faz guarda à moradia e cuida da segurança da prole e a leoa sai à caça em busca do alimento. Não significa que o leão seja indolente. Ocorre, na realidade é a divisão de tarefas, cabendo ao leão proteger a prole, usando, se for o caso, sua força física.
Voltando ao mundo feminino dos humanos, tenho experiência de que, quando chefiei equipes, as mulheres sempre demonstraram mais eficiência e dedicação ao trabalho. Se lhes faltava força física; sua argúcia e pertinácia tornavam-nas eficientes.
Há outra verdade axiomática: as mulheres sempre dominaram o mundo e há muitos que teimam em argumentar o inverso. O domínio feminino é sutil e até desejado. Há o caso das mulheres que teimam em negar sua supremacia, talvez sejam essas as verdadeiras dominadoras. Hoje o domínio feminino se faz presente na maioria das atividades laborais; quer sejam elas governantes, empresárias, profissionais liberais, policiais, desportistas; enfim, o domínio feminino se apressa em dominar o mundo.
Lamentavelmente nem sempre foi assim, pois as mulheres ditas frágeis, foram relegadas a planos inferiores, às vezes, consideradas posses dos homens e, até mesmo na História Sagrada, sua função era mais afeta às atividades do lar, acompanhando e educando os filhos. Não que isso fosse considerada atividade inferior. Já na mitologia grega, tanto quanto na romana havia equilíbrio no gnosticismo; não havia superioridade hierárquica, quer fosse divindade masculina ou feminina.
Agora, para concluir meus pensamentos, eu busco indagações consubstanciadas nas diferenças entre homem e mulher: As diferenças existem para que os contrários se atraiam para exercer funções meramente materiais ligadas à reprodução da espécie. Depois que esse corpo perecível, corruptível e etéreo se desloque para outra dimensão, haverá diferença entre homens e mulheres? Quem será o pai e quem será a mãe? Haverá maridos e esposas? Haverá famílias distintas? Afinal, como tudo será? Que interpretação se dá a essa pós existência material, de acordo com os princípios da metafísica?

domingo, 18 de janeiro de 2009

PEDRA DA ONÇA, UM MITO


Este comentário só se tornou possível por causa de que um menino, desde que teve os primeiros sentimentos de que também fazia parte deste mundo, sentiu, ouviu e viu coisas que aludiam à existência de pedras preciosas, da Pedra da Onça, de garimpeiros como Francisco Evangelista, nosso colaborador nas tarefas do trabalho da agricultura e muito admirado pelos túneis que fazia, procurando cristais, ametistas, águas-marinhas e outras gemas quaisquer. Um assunto dito reiteradamente por todos os habitantes de Itarana, que nem era isso ainda, pois se chamava “Vila da Figueira de Santa Joana” – um pequeno universo, onde existia uma grande igreja dedicada a Nossa Senhora Auxiliadora, lojas de tecidos, de confecções, de sapatos e de chapéus; a farmácia do João Azevedo aonde se comprava remédios; doutor Ademar Mirabeau da Fonseca, que curava os enfermos; bares aonde se podiam tomar guaraná, coca-cola, cerveja preta e pilsen sem gelo e até cachaça; uma enorme ponte, que permitia que se atravessasse o Rio Santa Joana; muitas coisas, inclusive brinquedos, que eram inacessíveis a muitas crianças.
Pouco tempo havia que as águas-marinhas haviam sido desentranhadas da grande pedreira, mas os comentários sobre as mesmas fervilhavam, deixando velhos, adultos, adolescentes e crianças contaminados pelo noticiário, coisa tornada etérea, tanto na população de Itarana, Itaguaçu, Santa Teresa, como em todas as localidades adjacentes.
Foi por causa deste e de outros eventos, embora menores, mas capazes de contagiar populações inteiras, fizeram da população de toda a região do entorno uma legião de garimpeiros – maioria de amadores e essencialmente pessoas dedicadas à agricultura. Isso levou à descoberta de muitas jazidas em grande parte dos municípios do Estado do Espírito Santo. Gemas que geravam, às vezes, fortunas, nem sempre para os descobridores, certamente para os profissionais do comércio desse gênero.
Mas durante cerca quarenta anos eu tive contatos com garimpos, ora investindo também na atividade ou simplesmente acompanhando e testemunhando fatos, de cuja memória, juntamente com o testemunho de outros, fiz os registros, que se tornaram no livro “A Pedra da Onça – Jazidas, lavras e garimpos no Espírito Santo. Para alcançar o conteúdo desse livro procurei juntar memórias de antigos garimpeiros, procurando abranger todo o território capixaba, levando em conta aonde ocorreram descobertas ou simplesmente onde existem indícios de que possam ser encontradas as gemas. Mas há um fato a ser considerado: procurei mencionar somente gemas que já foram encontradas e que, pelos indícios existentes, possam ocorrer, repito: exclusivamente no território do Estado do Espírito Santo.
Se ainda tivesse condições físicas poderia acompanhar garimpos, pois não consigo esconder o fascínio que tenho pelo assunto. Seria apenas movido pelo prazer de presenciar a saída de dentro da terra de coisas belas e imprevisíveis. Se adotasse a garimpagem como ofício profissional optaria pela extração de areia, de argila, de mármore, calcário e granito. Pedras preciosas geram cobiça, disputas, desafetos e frustrações e não causam impacto na economia como essas que costumam ocorrer neste Estado – são depósitos, geralmente pequenos e aleatórios; enquanto que os minérios granitos mármores, calcários, tendo produção continuada geram empregos e causam impactos positivos na economia como um todo.
Mas todo o fascínio e a memorização dos fatos fizeram com que eu fosse capaz de fazer registros que, à medida que são comprovados, passam a integrar a historiografia.

sábado, 17 de janeiro de 2009

BUSCANDO TRATAMENTOS ALTERNATIVOS

Sempre buscando alternativas de tratamento médico para Maria, viajamos a Belo Horizonte em janeiro de 1975. Naquela ocasião ela foi atendida por um neurologista, cujo consultório localizava-se nas proximidades da Santa Casa de Misericórdia, onde o facultativo exercia o cargo de chefe do departamento de neurologia e neurocirurgia daquele nosocômio.
Desse atendimento resultou orientação segura para ocuparmos serviços de neurologistas daqui do Espírito Santo, fato que ocorre há mais de trinta anos e com relativo sucesso. Só não é completo o êxito porque além da enfermidade de etiologia neurológica, dona Maria tem uma enfermidade de natureza alérgica que lhe traz sintomas incômodos.
Numa recente noite viajamos para uma cidade localizada no sudeste de Minas Gerais num desses ônibus que cuidam de excursões de turismo e de romarias. Pagamos um pacote que incluía todos os dispêndios da viagem, tais como hospedagens e alimentação completas durante todos os trajetos de ida, permanência e retorno. O objetivo desta viagem não era de turismo, nem de romaria; era simplesmente uma excursão para levar doentes crônicos de diversos males a um famoso curandeiro. Depois de várias horas de cansativa viagem, que teve como ponto de partida a cidade de Belo Horizonte, enveredamos por estradas com trechos mal pavimentados e outros ainda não contemplados com asfaltamento. Nosso ônibus estacionou no pátio de um desses hotéis integrantes do pacote da viagem. Lembrando-me que nosso destino seria a cidade de Cipó, aonde os pacientes, nesses incluídos dona Maria, seriam atendidos por um curandeiro, que tratava com terapêuticas alternativas e não reconhecidas pela medicina ética.
Nesse hotel, melhor dizendo: acampamento. Existiam acomodações reservadas para todos os passageiros, espalhadas por um galpão, disponibilizando pequenas tábuas acolchoadas, nas quais estavam escritos além dos nomes também os números dos bilhetes de todos os passageiros. Nessas peças, nada mais que isso era o local aonde deveríamos dormir nessa noite. Deitei-me acompanhado de pensamentos longínquos e incessantes, acrescidos de frio intenso agravado pela falta de agasalhos. Levantei por duas vezes para visitar as instalações sanitárias. Depois, ainda apossado do desconforto oferecido por aquelas tábuas de dormir, o cansaço me fez dormir um sonho cheio de sobressaltos. Sonhava que nosso ônibus, ora atravessava na pista, chegando perto de abismos; outras vezes, encontrando carros e carretas, trafegando na contra mão de direção. E as pistas esburacadas vistas no dia anterior, trechos encobertos pela lama. Em alguns momentos tivemos que saltar do coletivo para empurrá-lo para que pudesse ficar livre de um atoleiro. Mas, sobretudo, sentia frio e dores generalizadas pelo corpo. Seriam coisas reais ou, simplesmente sonhos impulsionados pela sensação do desconforto?
Acordamos todos bem de matina e logo éramos convidados a seguirmos a um grande salão repleto de longas mesas guarnecidas lado a lado por toscos bancos de madeira. Ali seria servida nossa refeição matinal para prosseguirmos imediatamente a viagem na direção do Rio Cipó, aonde deveria o curandeiro “Zé Gazé” estar nos aguardando para que fossem iniciadas as sessões de curas, verdadeiras “pajelanças”. Mas vamos à refeição: alimentos variados como angu de milho, cuscuz de farinha de pilão, canela de burro (biscoito de goma de mandioca), queijo minas frito, lingüiça frita, bolinhos de chuva, leite de vaca, café de amendoim torrado, café preto, biscoitos de araruta, polenta doce, arroz doce, broa de fubá, doce de mamão com rapadura e manteiga salgada, além de torradas de pão dormido. Toda essa fartura significava que passaríamos algumas horas viajando até que fizéssemos nova refeição.
Depois disso, aos solavancos causados pela estrada esburacada nosso ônibus prosseguia: tínhamos que alcançar Rio do Cipó antes do meio dia, almoçarmos rapidamente e iniciarmos os tratamentos dos enfermos que faziam parte da comitiva.
Enfim chegamos a uma pequena vila composta de casas simples, a maioria erguida sobre esteios de madeira, fechadas com paredes, exibindo tijolos crus isentas de reboco. Numa delas, ao lado existia um grande barracão provido de bancos de madeira feitos com tábuas que ainda exibiam os sinais das serras manuais de que foram feitas. No final, existia uma grande mesa onde se postava Zé Gazé, o curandeiro mais famoso dessa região. Enquanto alguns procuravam engolir algum alimento; outros se antecipavam aos ritos de tratamento que se revezavam celeremente.
Na maioria dos casos, uma antiga espada afiadíssima era instrumento usado pra pseudo cirurgias: quem se queixasse de sinusite, tinha a ponta da espada tocado no seio da face para ser processado o ato cirúrgico, sem, contudo, causar ferimento algum. Conforme fosse o local da enfermidade, cabeça, pescoço, pulmões, coluna vertebral, coração, estômago, rins, fígado, bexiga, intestinos e outras quaisquer partes do corpo, o ritual da espada se repetia, crendo os atendidos estar sendo submetidos a cirurgias. Ao lado da mesa do curandeiro existia uma pira com brasas onde se queimavam substâncias e uma fumaça aromática se espalhava pelo ambiente. A todos os enfermos eram servidas bebidas de colorações diversas, uma para cada tipo de enfermidade. Durante as cerimônias de cura, Zé Gazé, recitava palavras numa linguagem indecifrável e um coro o acompanhava com cânticos, repetindo refrões, também em linguagem não conhecida.
Toda essa cerimônia encerrou-se no entardecer. Depois disso, o grupo reunido fez rápida refeição e iniciou viagem de regresso. Todas as pessoas, ditas enfermas demonstravam-se eufóricas, sentindo-se plenamente curadas de todos os males.
De tudo quanto tivemos a oportunidade de testemunhar nessas práticas de curandeirismo, há alguma cura verdadeira que se possa processar por tais meios? Seria a crença um valor psicológico capaz de induzir essas curas? O que é isso afinal?

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

SEM COMENTÁRIOS

Ao analisar postagens do meu blog, verifico a escassez de comentários. Será que minhas postagens não merecem comentários? Seja por que escrevo coisas óbvias? Coisas assim não despertam interesse, deixando o leitor desestimulado por coisas comuns que acontecem no dia a dia da maioria dos mortais. Exemplo disso ocorreu no momento em que escrevia “telefonemas inoportunos”. Relatava os vários tipos de golpes perpetrados em ações criminosas, visando entre outras coisas: extorsão, busca de dados pessoais como CPF, senhas bancárias, endereços e outros dados confidencias para serem usados numa infinidade de golpes, que, a cada dia se tornam mais freqüentes e audaciosos. Quem leu tal artigo, deve como eu, ter sido vítima dessas armadilhas tornadas comuns tanto nas ligações telefônicas como nas mensagens de e-mails falsos. Esses fatos se tornaram coisa tão comum que sequer merecem serem comentadas ou dirigidas à polícia. Depois do dia que redigi tal artigo, recebemos em nossa casa 3 a 4 tentativas de abordagens telefônicas; por isso: “SEM COMENTÁRIOS”.
Vejo que a banalização da própria vida, quando, na maioria dos crimes ou acidentes que algumas unidades são perdidas, se não atingirem cifras de dezenas e centenas, não forem praticadas crueldades requintadas: Sem comentário. Para que comentar coisas óbvias. Se o planeta aumenta o aquecimento e o degelo produz míseros centímetros de aumento nas águas dos mares e oceanos e se ocorrem catástrofes da natureza como enchentes diluvianas, queda de granizo a cada vez mais freqüente, tufões, ciclones, sunames, desmoronamentos de encostas, quedas de barreiras, desabamentos de moradias, o mar avançando e provocando erosão nas areias das praias, incêndios florestais a cada vez maiores. Tudo isto nos leva à insensibilidade, então: Sem comentários.
Evidente que comentários sobre fatos incomuns, não são suficientes para conter as forças da natureza que, desequilibradas, que agredidas pelas mãos do ser humano, este mesmo que foi criado à “imagem e semelhança do Criador”, destrói, emporcalha o meio ambiente de onde vem sua vida; embora não seja eterna nesta dimensão, pode se tornar finita antes do que o processo natural o faça. Pode se tornar finita definitivamente com o concurso destes seres que pecaram pela omissão; por não contribuírem para com a conservação da natureza: Sem comentários.

sábado, 10 de janeiro de 2009

A BÍBLIA SALVA

Literalmente, um cabeleireiro teve sua vida salva por uma bíblia que portava no bolso de sua camisa quanto foi atingido por dois tiros que seriam certeiros no seu coração. Duas balas expelidas pela arma de fogo, que o alvejaram, ficaram ancoradas no interior das páginas do Antigo Testamento do Livro Sagrado. Esse artigo está publicado na edição de hoje, sábado, 10.01.2009, de A Tribuna número 22.945, Vitória, Estado do Espírito Santo.
Não é coisa que acontece pela primeira vez. Já houve caso de cartão de crédito que funcionou como escudo, impedindo que projétil de arma de fogo causasse ferimento mortal; também moedas e medalhas e outros objetos metálicos impediram que se consumassem assassinatos.
De qualquer forma o conteúdo da Bíblia, sejam suas páginas de papel, formando um escudo material impediram que balas de armas de fogo ultrapassassem o conteúdo do Livro Sagrado. Mas os conteúdos expressos nas páginas desse livro levam às pessoas a verdadeira salvação, pois são palavras de Vida Eterna. Este simbolismo material pode estar representando mensagem de revelação profética; mensagem que nos possam levar ao uso sistemático da leitura e das interpretações na natureza mística contidas nas letras, que formam palavras, capítulos e versículos a nos conduzirem a vida na plenitude.
Não seria boa hora e bom exemplo para que judeus, que dão nome à terra prometida – Israel e árabes, dizendo-se também legítimos herdeiros, a chamam de Palestina. Não seria o momento adequado para que judeus e palestinos tomassem a Palavra do Livro Sagrado e fizessem dela um escudo para pouparem suas vidas nesta que se parece uma guerra sem fim, que não poupa velhos, jovens e crianças inocentes, derramando seu sangue brutalmente. A força da Palavra bem que poderia desarticular bombas, silenciar os canhões e tornarem meros pedaços de metal inerte as metralhadoras e todas as armas de fogo.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

LIGAÇÕES TELEFÔNICAS INOPORTUNAS

Nem sempre nos aguarda coisa boa quando atendemos ao telefone: há casos de atos de terrorismo, quando bandidos nos ligam nos avisando de que tem em seu pode alguém de nossa família e nos fazem ameaças. Um caso desses aconteceu comigo. Ops! Deixe-me eu atender que o telefone está chamando. Atendi. Incrível a coincidência: era uma ligação a cobrar e do outro lado da linha, uma voz feminina dizia desesperada “me larga, me larga, por favor! (este fato ocorreu neste momento em que escrevia este texto). Pois bem, agora continuo o caso acima: ao atender uma ligação num dia em que me entrava a sós em casa, do outro lado da linha, uma voz feminina dizia, em tom de desespero “pai, sou sua filha! Socorro! Fui roubada! Eu perguntei: “se você é minha filha, diga-me seu nome! Ela continuou com aquele tom de desespero e eu disse: “minha filha tem nome” e ela continuou e eu coloquei o telefone no gancho. Não voltaram a ligar. Fato idêntico aconteceu com meu filho em que diziam ter seqüestrado seu filho, meu neto, que ele havia deixado no colégio há poucos instantes. Através de outro aparelho ele conseguiu localizar seu filho no colégio. Mas, nesses casos, por se tratarem de golpes antigos e já tornados costumeiros, mesmo assim é preciso agir com serenidade e jamais deixar escapar o nome do filho ou do familiar que estaria sendo vítima, pois a citação do nome é que legitima o golpe.
Nesses golpes existem várias modalidades, uma delas muito usada foi a de extorsão de grande quantidade de cartões de crédito telefônico para pagar resgate. Mas sempre cabe à vítima a ingenuidade de passar involuntariamente, por motivo do desespero que se lhe apossa, informações que os meliantes passam a utilizar.
É bem verdade que não existe uma fórmula única para se evitar a perpetração desses golpes telefônicos, mas alguns comportamentos podem e devem ser adotados: nunca deixar de seguir aquela seqüência preconizada pela telefônica: “esta é uma ligação a cobrar, aguarde a identificação que se fará após sinal sonoro”. Providência simples, não? É verdade que isso nos custa alguns centavos, mas podem nos livrar de grandes aborrecimentos. Outras coisas como atender ao telefone com serenidade, pois algo de grave pode vir; o uso da razão, evitando respostas emocionais rápidas; refletir sempre para responder a quaisquer indagações. Respostas rápidas podem levar mensagens inconvenientes.
Ultimamente tem chegado ao nosso telefone mensagem gravada nos dando conta que se tem uma pendência judicial e nos indica determinado número prefixo 0800. Com certeza a justiça não notifica ninguém, nem por telefone muito menos por meio de mensagens de e-mail. Paciência. Se tivermos alguma pendência judicial, certamente teremos que atender a algum oficial de justiça ou seremos notificados por edital.
Uma boa providência, que pode ajudar é a instalação de um identificador de chamadas na linha telefônica fixa; as linhas de celular já as possuem. Mas existem telefones de linhas “restritas”, que não registram seus números nos identificadores. Quando nos chegam ligações desses telefones restritos, usamos do direito de não atender, pois não somos obrigados a atender “anônimos”. Chego até a pensar: se não é um ato de covardia, esconder-se no anonimato. Podem alegar que é proteção à privacidade. Tudo bem: posso atender, também, a quem quiser. Isto também é direito.
No Estado de São Paulo, se eu não estiver equivocado, foi promulgada lei para que os usuários de telefones de quaisquer modalidades (fixos ou celulares) possam optar por não atender ligações de telemarketing. Neste caso, embora às vezes tais ligações tragam algum incômodo, isto me parece que representa um cerceamento do direito à divulgação publicitária – profissão devidamente regulamentada. Parece-me que caberia às agências e aos publicitários em geral primarem por abordagens de boa qualidade. Digo e repito: serenidade ao atender ligações telefônicas! E lembre-se: não tome atitudes precipitadas. Atitudes devem ser tomadas por quem de direito, a polícia, por exemplo deve ser informada.

MEU TRABALHO NO INAMPS

Bom chefe era doutor José Rodin, Cortez, compreensivo, sabia distribuir as tarefas segundo as aptidões de cada servidor e servia como exemplo, trabalhando pontualmente do início ao final do expediente: não dizia que era assim que deveríamos nos comportar. Era preciso dizer algo a mais? Bastava que se olhasse para ele para entendermos: “O Brasil espera que cada um cumpra seu dever”, como disse Duque de Caxias exortando os soldados num momento grave da guerra.
Agora durante uma madrugada inteira estive trabalhando novamente nessa equipe em que doutor Rodin continuava a chefiar. Fazíamos juntamente com os servidores da época: Natanael Martins Leal, Custódio Franqueira Cabral, dona Margarida Pinho Carpes, dona Deolinda, dona “Silvinha”, dona Cleide Padilha Leite e mais não sei quem, uma tarefa que consistia em datilografar numerosos textos naquelas máquinas datilográficas manuais (Olivetti, Remington, Olympia e outras). Trabalhávamos numa sala voltada para a Rua do Rosário e tínhamos vista para o morro da Fonte Grande. Podíamos dali ver todo o casario daquelas encostas e, no alto, trecho entremeado de habitações e árvores de uma floresta que insistia em existir junto a tantas edificações.
Houve um momento em que o funcionário Saul, que cuidava de reparos e conservação no Edifício Presidente Vargas, chegou para recolocar alguns tacos que haviam se desprendido do piso da sala aonde trabalhávamos. Para que Saul e sua equipe pudessem realizar seu trabalho foi necessário que deslocássemos nossas mesas e interrompêssemos nossa faina por algum tempo. O atraso resultou no acúmulo de trabalho que, dificilmente, seria atingido a meta inicialmente prevista e nós sabíamos da urgência para que tais tarefas fossem cumpridas no prazo, pois os dados estatísticos constantes dessas folhas datilografadas deveriam seguir imediatamente para a DG (Direção Geral), situada na cidade do Rio de Janeiro.
A interrupção do trabalho com a troca da localização das nossas mesas de trabalho, além do atraso causado pela perda do ritmo houve um tumulto ao colocar folhas de papel carbono para a reprodução de seis vias de cada vez, coloquei maior número e, com isso, não consegui introduzir as folhas de papel no cilindro da máquina de escrever. Também a pressa que eu tinha para concluir as tarefas, aliada à minha sofrível execução datilográfica, tornavam-nas mais demoradas ainda. E agora, também, a ansiedade seria outro fator que tornaria ainda mais sofrível meu desempenho. Mesmo assim, nós trabalhávamos continuamente e havia quase que certeza de que não cumpriríamos nosso trabalho a tempo.
De repente, um fato chamou à atenção: o casario, desde a ladeira de São Bento à floresta acima do morro da Fonte Grande ardia em chamas e a fuligem que emanava desse incêndio nos causava dificuldades respiratórias e alguém do grupo me chamava atenção: “respire bem, Idomar, você tem que se cuidar por causa dos seus problemas cardiológicos e neuropáticos, desça até o segundo andar, que ali se faz oxigenoterapia”!
Desci e nem cheguei ao segundo andar. Apenas coloquei os pés no chão e o relógio despertador soou. Era exatamente seis horas da manhã.

domingo, 4 de janeiro de 2009

A MISSA DAS ONZE

No último domingo tivemos notícia que a partir de hoje seria celebrada uma missa às onze horas, horário que nos pareceu ideal porque nós temos o hábito já de longa data, precisamente de quando Karla freqüentou a catequese. Esse é um horário destinado às crianças e, às vezes, é freqüentado mais por idosos que por crianças propriamente.
Acidentalmente, hoje fomos à igreja para participarmos desta missa neste horário. Eu disse acidentalmente. Sim. Isto mesmo. Dormi profundamente até as oito horas. Para ir à missa das oito e meia, já era tarde. Lembramos que hoje teríamos a missa das onze. Fizemos uma programação diferente: depois do café da manhã, fizemos uma caminhada de uma hora, retornamos e ainda chegamos à igreja a tempo de alcançarmos padre Renato já celebrando.
A freqüência na igreja nesse horário foi expressiva, apenas não vimos algumas pessoas costumeiras do horário matutino – menos pessoas da terceira idade e também raras crianças. Vi pessoas que há muito não se via, sequer nas ruas, nos supermercados, farmácias, padarias e...
Foi uma experiência nova e dava para perceber que, apesar de pessoas com fisionomias vistas pelo bairro, ora a caminhar pelo calçadão da Praia da Costa, ora a freqüentar locais diversos.
Ao que se nos parece, é provável a que venhamos programar nossa freqüência principal na igreja para este horário que, desde esta primeira ida, já nos pareceu estarmos familiarizados.
Parabenizo padre Renato pelo calendário distribuído hoje num folder que fixa todos os horários das celebrações, tanto na sede da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo, como nas igrejas de Santo Antônio e a de Santa Luzia, integrantes desta mesma paróquia.

sábado, 3 de janeiro de 2009

SUPERMERCADOS FECHADOS AOS DOMINGOS

Numa decisão em que sindicatos patronais e de empregados no ramo de supermercados no Estado do Espírito Santo, acordaram entre si, foi tornada lei, proibindo a abertura de estabelecimentos do gênero aos domingos. Quer me parecer que todos saíram perdendo, mesmo os que não participaram da negociação, especialmente a população cliente consumidora e os produtores rurais – os primeiros tem doravante que sacrificar horas de trabalho e de lazer, que na ponta prejudicam outros setores. Os donos dos estabelecimentos – ávidos por maiores lucros, imaginando terem que pagar menos salários, menos energia – itens integrantes da planilha dos seus custos; sem que imaginassem reduziram o consumo, que reduz seus lucros e também o dos produtores rurais, pescadores e de produtos industrializados. O próprio poder público perdeu receitas decorrentes da redução da atividade e do consumo. Recursos que deixam de serem repassados para a urbanização, para as atenções à saúde, ao ensino e a outros serviços que beneficiam toda a coletividade.
Os trabalhadores no afã do descanso remunerado a certo dia da semana para cuidarem do descanso e do lazer, esqueceram-se que reduzindo tempo de trabalho, inexoravelmente reduzem postos de trabalho e ganhos remuneratórios extras.
A produção de bens perecíveis perde um dia de comercialização, o que resulta na necessidade de adequar a produção ao calendário de comercialização – isso tem com conseqüência: redução da produção e de postos de trabalho, gerando empobrecimento nas áreas rurais.
Mesmo em se tratando de bens de consumo não perecíveis, o abastecimento dos lares e dos estabelecimentos onde se preparam alimentos terão que disponibilizar mais espaços nas instalações para conservação e guarda desses gêneros, resultando isso na ocupação de espaços maiores e custos mais expressivos em gastos com energia, aluguéis e outros.
Ah! Sim. As padarias funcionarão normalmente e muitos itens que deixam de ser adquiridos em supermercados, passarão a ser oferecidos nesses estabelecimentos, que terão procura intensa por causa das massas que deixarão de serem vendidas aos domingos nos supermercados e muitos itens que passarão a ter existência obrigatória nas panificadoras. Com certeza a clientela pagará mais caro por isso, cabendo aos panificadores ampliarem seus negócios para atenderem essa provável demanda.
Nos cálculos estatísticos parecem que a paralisação do funcionamento dos supermercados, apenas um dia por semana, resultará numa economia de 1,38% da massa salarial, inclusive encargos sociais e contribuições. Isto equivale a aproximadamente reduzir três empregos a cada duzentos, valor que se propaga por toda economia representada pela produção de hortifrutigranjeiros, laticínios e demais produtos de origem animal. Considerada a cifra de 1,38%, apenas no segmento supermercadista é praticamente insignificante, mas, na medida em que se propaga por outros segmentos, atingirá praticamente todo o setor produtivo. A maioria dos estabelecimentos do setor tem instalações destinadas à produção de pães e similares. Essas instalações representam investimentos que se tornarão ociosos e o não atendimento da clientela aos domingos, fará com que panificadoras ganhem a freqüência dos consumidores, que, ao serem atendidos aos domingos, retornarão nos dias restantes da semana. E aquele prejuízo inicial de 1,38% tende a aumentar progressivamente.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

AMIZADE PERPÉTUA

Perpetuar talvez seja uma ação utópica, mas amizades deveriam ser duradouras para o sempre. E por que não? Evidentemente que não podem ser perpétuas quanto ao início o sem fim é o tempo ideal para a amizade. Seria ideal que durasse infinitamente. Também é dito: “amizades são boas enquanto durem”. O vocábulo inimizade deveria ser abolido de todos os dicionários de todas as línguas do universo. Faria falta?
Quais os ingredientes indispensáveis para a existência da amizade?
- Mútua aceitação das pessoas pelo simples fato de existirem.
- As diferenças devem ser motivo de atração; nunca de desagregação.
- Desejar para o próximo aquilo que se deseja para si.
- Ver no semelhante, a imagem do Criador.
- A solidariedade é um dos ingredientes da amizade.
- O amor não pode ser dissociado; amizade não existe sem ele.
- A tolerância é um sentimento que faz nobre a amizade.
- A paz é o sinônimo perfeito da amizade.
- A partilha é a amizade comunitária.
- A amizade não impõe condições; é incondicional.
- Amizade é amar os inimigos.




quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

O QUE SE PODE ESPERAR DE 2009?

Nem era preciso dizer que a guerra no Oriente Médio entre palestinos e israelenses não teve a trégua tão esperada na virada do ano, pois isto era previsível para esse pobre povo belicoso, onde o ódio é coisa milenar – lá todos se odeiam e são odiados. Imagino pergunto: o que seria capaz de acabar com tal processo de guerras tornadas sem fim?
Esse povo (Israel) escolhido como Povo de Deus, que recebeu Canaã como recompensa depois do exílio no Egito, cuja viagem de regresso teria durado quarenta anos, mal chega à terra prometida e as guerras se iniciam. Por que falo disso hoje, no primeiro dia do ano – dia em que se deveria pensar a paz – aquele nobre sentimento de que resulta o amor entre os semelhantes. Mas nunca é tarde o suficiente para que as esperanças se percam.
Nossas esperanças repousam na expectativa de que governantes, empresários, trabalhadores e toda a humanidade, tivessem capacidade para solucionar graves problemas financeiros que assolaram o mundo ultimamente. A regulação das economias, com limites nítidos, poderia buscar a justiça social, que permitisse a justa partilha dos bens capazes da manutenção de vida digna a todos os povos. Seria demais pedir isto neste primeiro dia de 2009?
A vida digna a que a humanidade anseia pode ser entendida como: satisfação das necessidades básicas de alimentação, saúde, moradia e educação. Estes benefícios mínimos podem ser alcançados mediante a existência de trabalho justamente remunerado conjugado com a manutenção de políticas públicas mantidas com o legítimo senso da justiça social.
Mas nos permita Deus que o ano de 2009 seja o início de uma nova era para a humanidade, onde reine paz, fraternidade, justiça e que o amor pelos semelhantes se torne bandeira universal.
Um feliz 2009 a todos!