quarta-feira, 25 de maio de 2011

O CASO DA MELANCIA DA CASCA VERMELHA





Muitos dias se passaram e tal melancia permanecia guardada, agruardando o momento oportuno para ser aberta e, de uma vez por todas, desvendar o mistério da cor da casca de melancia. Seria essa fruta procedente de uma variedade rara? Mas, agora, tudo seria revelado. Uma faca com larga e afiada lâmina aguardava o momento para o desfecho do caso.

Tanto se comentou sobre essa melancia, que seu caso se tornara famoso. Hoje seria tudo desmistificado. Primeiramente deveria buscar a fruta e depois, seriam tomadas as providências. Num só golpe com aquela faca, a melancia seria partida ao meio. Assim que trouxe a misteriosa melancia, alguém falou:

- Não acredito! Tanto mistério por uma melancia tal qual a outras quaisquer?

- Vejam que a casca desta melancia é totalmente diferente de outras quaisquer: vermelha por fora e por dentro... Logo, logo saberemos. Eu disse.

Eu ia partir a melancia naquele momento, mas a campainha tocou. Acabava de chegar a nossa casa uma vizinha moradora de outro prédio. Ela veio trazer presente para nós e cumprimentarmo-nos pela celebração de meio século do nosso casamento. Dessa forma, a prioridade agora era a de darmos atenção à visita tão importante. E as conversas rolaram durante horas. Outras visitas chegaram, mas estas vieram a nosso convite para participarem de um lanche conosco. Vieram minha irmã, um cunhado, uma irmã de criação e cinco sobrinhos ao todo.

E a melancia? Não seria hoje o dia da revelação da cor interna da misteriosa fruta.

Depois todas as nossas visitas se foram e o caso da melancia foi deixado para o dia seguinte, pois o caso seria revelado apenas para nossos familiares. E, neste caso, o dia seguinte, se nos lembrássemos, o caso seria resolvido. Bastava acionar aquela afiada faca e pronto! Todos tomariam conhecimento deste fato misterioso.

Nesse dia era feriado em Vila Velha e ponto facultativo em Vitória, por isto toda a família estava em casa. É hoje! Chegou a hora! Peguei a melancia e todos, exceto eu, diziam:

- A casca da melancia é verde, tanto quanto o são todas as frutas desta variedade. Sim, resta somente ser revelada a cor interna da fruta. E diziam:

- Parta logo essa melancia!

- Sim. Será agora!

Tomando a melancia e a faca acionada, resultou em duas partes aí eu disse:

- Vejam todos! A polpa interna é totalmente verde. É o oposto da parte externa! Isso eu vi e disse.

- Olha! Só você mesmo foi capaz de fazer tal suspense! A melancia aberta confirmou o que todos nós tínhamos certeza: Ela sempre foi verde por fora e vermelha por dentro.

Nesse momento alguém concluiu:

- Agora temos certeza! Acabamos por confirmar: você é simplesmente daltônico. Não há mistério algum; há, sim, necessidade de consultar-se com oftalmologista.

Tudo, a partir desse momento estava esclarecido.

terça-feira, 24 de maio de 2011

DE CARRO NOVO POR AÍ

Durante as madrugadas quase de tudo pode me acontecer. Primeiramente visitei uma biblioteca futurista - verdadeira excentricidade - coisa jamais vista -; todas as prateleiras eram armações de vidro, completamente transparentes tais quais os livros rigorosamente dispostos, também transparentes, contendo no seu interior minúsculos chips metálicos capazes de armazenar grande número de obras. Para serem lidos esses livros bastava que se conectassem cabos e se selecionassem os diversos monitores disponíveis nos vários ambientes dessa casa de leitura. Fiz doação de alguns exemplares de minha autoria impressos em formato idêntico àqueles que compunham esse acervo de obras, algumas tão raras quanto as minhas. Não fiz longa demora nessa biblioteca, pois, dali eu saí, dirigindo uma Kombi novinha, cheirando a tinta, acompanhado da minha esposa e da nossa filha caçula.
Era nossa intenção visitarmos inicialmente a Basílica de Santo Antônio, localizada em bairro da Capital, que tem nome idêntico. Depois teríamos ainda uma extensa pauta de compromissos. Num deles, faríamos compras em lojas do Shopping Vitória, local também reservado ao nosso almoço, além de visita à igreja de Santa Rita, especializada em causas impossíveis. Nessa data e nesse templo seriam abençoadas rosas, visando proteção especial aos enfermos.
Para chegarmos a Santo Antônio enveredamos por uma ladeira na Vila Rubim, de onde seguimos em frente até sermos advertidos que trafegávamos na contra mão de direção. Voltamos e tomamos outra rua, que se parecia a um beco ou, mesmo, aquelas trilhas existentes nas matas, ladeadas por vegetação arbórea, que incluía grandes árvores, arbustos, cipós e abundante relva rasteira composta de gramíneas e de ervas diversas. Seguimos em frente e a vereda estreitou-se até que já não havia meio de manobrar nossa reluzente viatura. Que fazer agora? Enquanto minha esposa segurava o carro pelo freio de estacionamento – conhecido também como freio de mão -, nisso eu levantava a viatura e, aos poucos, eu a colocava de frente no sentido de ladeira abaixo. Voltamos e a nova opção de tráfego, desta vez, era tomar uma via à esquerda, sempre montanha acima, até que nos deparamos com trabalhadores, fazendo torrefação de café. Ao chegarmos a esse local, prontamente os operadores da máquina, que se estendia de um lado a outro da via, providenciaram levantamento dos equipamentos para passarmos sem que tivéssemos que fazer qualquer interrupção do nosso trajeto.
Continuamos, sempre subindo, até que paramos para nos informarmos se é que estávamos no caminho certo para chegarmos ao santuário – a Basílica de Santo Antônio -, pedindo informações a um senhor, que estava postado à margem da via, dizendo:
- Senhor saiba, pretendemos chegar à Basílica de Santo Antônio. Pode informar-nos: estamos no caminho certo?
- Seguindo por essa via, vocês enfrentarão grandes dificuldades, dentre as quais há boatos de que no alto dessa montanha, onde existe um cruzeiro edificado em alvenaria de cimento armado, o local serve de esconderijo de perigosos meliantes e ali costumam serem sepultadas em covas rasas pessoas assassinadas. Portanto, sugiro que retornem e, depois da segunda encruzilhada, prossigam numa entrada à direita. Esta, sim, poderá levá-los ao local certo.
Novamente, embora com grandes esforços e com a colaboração desse informante, nós continuamos o trajeto rumo ao local de destino.
Aguardo para que, nas próximas madrugadas, consigamos chegar ao nosso destino e de carro novo.





segunda-feira, 23 de maio de 2011

BODAS DE OURO DE CASAMENTO

No dia 20 de maio corrente tivemos a oportunidade de comemorar Bodas de Ouro do casal Idomar e Anésia. Toda a família esteve reunida juntamente com alguns amigos e vizinhos. Abaixo exponho duas imagens alusivas à data, agradecendo todas as mensagens recebidas na ocasião em que realizamos reunião festiva no Restaurante Portilho, situado na cobertura do Apart-hotel PASÁRGADA, Avenida Antônio Gil Velloso, Praia da Costa, Vila Velha, Espírito Santo.

LEMBRANÇA DAS BODAS DE OURO

segunda-feira, 9 de maio de 2011

AQUELA VELHA CASA..

Desta vez havia algo de novo: lembra-se, aquela velha com uma casinha de madeira edificada à sua frente? Estava totalmente devorada pelos cupins e não mais se encontrava lá. No local, havia apenas sinais de que fora demolida. Assim que meu vizinho, que habitava numa moradia localizada à frente do mesmo terreno, viu-me chegar, veio ao meu encontro com a notícia de que, mesmo sem minha autorização efetuara a demolição, pois já não suportava a presença daqueles insetos devoradores de madeira de que o casebre estava infestado. Percebi, que aquele gesto de cooperação comigo sem minha autorização, na realidade, podia ser uma forma de meu amigo apossar-se daquele terreno, agora vago.

Esses gestos de cooperação voluntária podiam esconder coisa escusa, talvez, alguma armadilha. Para neutralizar essa minha desconfiança, pensei e agi:

- Meu vizinho, digo-lhe, que sou grato pelas providências, mas quero saber quanto devo pagar pelos serviços?

- Não se preocupe, alguém porventura lhe falou em dinheiro?

- Certo, que não, mas não é justo deixar que, serviços efetuados como providências que se faziam necessárias sem a devida contraprestação. Vamos! Diga quanto devo lhe pagar pelos préstimos?

- Bem, já que o senhor faz questão. Bastam duzentos reais. Fizemos o trabalho em quatro trabalhadores. Dividiremos, ficando a quantia de cinquenta reais para cada um.

Mediante esse pagamento, isto podia ser entendido a minha soberania sobre a posse de coisas de minha propriedade. Mas, toda aquela solicitude e demonstração de irrestrita solidariedade para comigo, eu não queria crer. Não. Esse meu amigo e vizinho nada de mal poderia estar povoando sua mente. Minha mente, sim, era demasiadamente fértil no prejulgamento das possíveis intenções de outras pessoas. E, se fossem verdadeiros meus julgamentos? Como? Nunca se sabe o que se passa na mente das pessoas. É local inatingível. A verdade é que, embora as pessoas demonstrem através de atitudes de amizade fiel, nunca é demais uma pequena dose de precaução. Nunca se sabe...

Relembrando: minha casa era edificada o mesmo terreno daquela do nosso vizinho e sua moradia fazia frente para a rua e para chegarmos à nossa casa, teríamos que seguir por um beco, onde outros moradores das proximidades faziam uso da mesma passagem. Mas aquela casinha de madeira toda infestada por cupins devoradores era, mesmo, um estorvo a esses amáveis vizinhos. Certamente, eles já deveriam contabilizar prejuízos com a perda de móveis de madeira, uma lástima verdadeiramente; verem-se objetos serem consumidos por esses nefastos insetos.

Depois disso, meu amigo fez-me companhia para uma vistoria geral no imóvel. Repito, que a parte o terreno onde havia as edificações não ocupava toda a área. Boa parte, divida em dois espaços cercados com arame farpado estavam ociosos; locais que poderiam ser ocupados com o cultivo de hortaliças ou por ‘’arvores frutíferas ou, mesmo, alguma instalação dessas tais empresas de fundo de quintal – oficinas mecânicas, marcenarias e outras quaisquer.

Abrimos a casa e presenciamos objetos guardados – alguns pneus de automóvel para serem descartados -, melhor até que estivessem ao abrigo, pois, se estivessem ao ar livre, poderiam ser a causa da proliferação dos temíveis mosquitos da dengue. Nisso, tenho que agradecer os cuidados que meu vizinho havia dispensado na guarda desses objetos. Havia também caixas de papelão, muitos papéis velhos, tudo servindo para abrigar roedores e insetos. Onde outrora existira uma cozinha e dependências de serviços havia restos de velhos móveis, de eletrodomésticos, todos aproveitáveis como sucata.

Isso acontecia numa sexta feira e já estava em vias de combinar com esse colaborador vizinho para retornar ao imóvel para, juntos providenciarmos uma faxina geral e já agendávamos tais providências para o próximo sábado. Nesse momento minha esposa chegou e nos deu o seguinte aviso:

- Não contem comigo! Prá que jogar serviço fora e gastos inúteis nesse “moquifo”. Acresce, ainda, que não suporto essas coisas empoeiradas e emboloradas – são venenos para as minhas alergias! Dá um jeito e vende essa casa; dela não precisamos a ainda esses gastos nada mais são que prejuízos.

Essas objeções abriram-me os olhos, tornaram meus ouvidos sensíveis; fizeram-me ouvir e devolveram-me a acuidade visual, enfim. E, agora, o que faço? Devo enxergar a realidade e ouvir os sábios conselhos da minha esposa. Ela, de fato tem razão: fez-me ouvir e ver a realidade dos fatos. Resta-me praticar o que acabava de ver e ouvir, anunciando o imóvel para venda. Mas, ao sair, avisei ao meu vizinho e colaborador, que meu imóvel fora posto a venda e, se, acaso, ele conseguisse um comprador que me pagasse o valor pedido, poderia fazer-me contato e, ainda, receberia uma gratificação equivalente a 5% do valor total da venda. Certamente, que outro felizardo desfrutaria de todo o conforto e partilharia convivência com aquele amável vizinho colaborador. Assim foi visto, ouvido e praticado.

Talvez durante outra madrugada teremos o desfecho do caso “daquela velha casa”...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

ATUALIDADE

Acontecimentos atuais querem sejam acidentes previsíveis da natureza ou imprevisíveis como esses fenômenos climáticos, que afetam sobremaneira o Brasil, fazem-nos sentir estranheza e insegurança. Viram-se o surgimento de ciclones, furacões e, associados à alta pluviometria, aumento significativo de quedas de granizo, descargas elétricas e maior força dos ventos e descomunais enchentes, destruindo cidades e levando consigo a destruição de habitações, de pontes e de templos. Todos surgidos recentemente, coincidentes com tudo aquilo visto após os alarmes das autoridades científicas a respeito do aquecimento global em curso.
Vive-se perplexidade do momento atual: terremotos, sunames, efeitos de radiações nucleares decorrentes dos problemas anteriores; chuvas em forma de tempestades nunca antes vistas. Mas também longos períodos de escassez pluviométrica, dentre outras coisas, agridem habitações, provocam perdas de safras, contribuindo para desequilibrar a produção de alimentos. Levantes contra governos por motivo de insatisfação generalizada. Enfim, vive-se situação caótica. Acrescente-se que existem povos em guerra ao derredor do Planeta. Onde se perdem preciosas vidas e bens materiais.
Sabe-se que a população global deste planeta consome tudo o que a capacidade da Terra pode produzir em situação de normalidade. Contrapondo-se apenas o crescimento vegetativo da humanidade com a queda na produção de alimentos e de outras utilidades, tanto por motivos climáticos como por exaustão de recursos, de tal modo que se perde a capacidade de reprodutiva da fauna aquática dos oceanos, dos recursos de fertilidade dos solos para o desenvolvimento de vegetais, com o agravante do rompimento da cadeia alimentar, mediante a tendência de destruição dos ecossistemas pelo aumento da exposição aos raios solares devido à perda da camada de Ozônio causada pela emissão excessiva de poluentes. Para o equilíbrio da produção versus consumo seria necessário aumento generalizado na produtividade ou, em hipóteses diversas, baixar as demandas, tanto pela redução do consumo como na contenção dos desperdícios.
Até que novas formas de produzir alimentos venham incrementar aumentos na produtividade; até que as catástrofes climáticas não tenham sido minimizadas, sempre existe a esperança de reversão de todas as expectativas por mais negativas e sombrias que sejam. Sempre há de existir espaços para que o progresso da ciência se volte em favor da existência. Mas não há lugar, neste caso, para o derrotismo. Portanto, não se pode abandonar a luta até a chegada da vitória final.

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ENSAIANDO O APOCALIPSE

Tudo o que se possa imaginar e comparar com as profecias apocalípticas parecem ter acontecido, ou estejam acontecendo. Desde que se registrou filho contra pai e este contra seu descendente, reino contra reino, nação contra nação. Também notícias de guerras, também terremotos e tempestades, assassinatos em grande escala, doenças a cada vez mais agressivas e de curas difíceis. Esses sinais prenunciam o início do fim dos tempos, mas, nem tudo está consumado. Coisas terríveis ainda virão, e, conforme profetizado, os sofrimentos serão tamanhos, chegando-se a concluir, que melhor seria não ter nascido.

Tudo indica que o ensaio prossegue, pois os efeitos do pequeno aquecimento se manifestam em forma de acidentes catastróficos visivelmente sentidos por todos os quadrantes do globo. São tempestades com ventos, chuvas a cada vez mais intensas. Enquanto enchentes diluviais assolam cidades, campos, vales e montanhas; enquanto as quedas de granizo se tornam intensas e frequentes, raios provenientes de descargas atmosféricas têm frequência e intensidades jamais imaginadas, o derretimento das geleiras das grandes montanhas e das calotas polares se torna coisa concreta e progressiva. Secas severas assolam regiões de características chuvosas, inibindo safras destinadas à provisão de alimentos; também os excessos hídricos resultantes de intempéries trazem consequências idênticas. Pode-se imaginar a que gravidade esses efeitos avançarão, considerando-os diretamente proporcionais ao aquecimento da terra; a que intensidade as tempestades e demais efeitos correlatos atingirão. Com todos os esforços que a humanidade venha a adotar, o fim de tudo caminha a passos largos.

Quando vemos que as campanhas de conscientização das populações, quer nas mais elementares práticas de conservação da água querem na adoção de práticas de uso racional das fontes energéticas, da melhor utilização dos alimentos, da reciclagem de todos e quaisquer rejeitos, tendo em mente que todos esses recursos são finitos.

De acordo com a filosofia do malthusianismo e suas consequências, toda a população do planeta há muito teria perecido de fome, pois, “enquanto a população aumenta em proporção geométrica, a produção de alimentos progride de forma aritmética”, assim preconizava MALTHUS. Isso não aconteceu, porque não se previram os avanços tecnológicos. Mas, de agora em diante, há novas variáveis, trazendo consigo desafios intransponíveis. Se a conscientização atingisse expoentes máximos, isto poderia postergar esse fim considerado inevitável. Não me considero pessimista e tenho certeza, que não estarei presente a esse futuro catastrófico. Gostaria de que meus descendentes não tivessem que tomar desse cálice. Por outro lado, tudo que se propaga no sentido da reversão de alguns efeitos com a adoção de pequenas ações, parece, que é fruto de previsões catastróficas a que algum planeta de remota galáxia, localizada nos confins do extenso universo, estará sujeito.

No momento em que é feita a advertência, há reflexões e temores; em seguida, tudo nos leva ao esquecimento. Em algum dia poderemos ser surpreendidos diante de coisas graves e irreversíveis. Aí poderá ser tarde...

Não cochilemos diante de coisas sérias e graves; nossos descendentes, com certeza, pagarão a conta!