quinta-feira, 26 de novembro de 2009

DIVERSÕES INFANTIS

Se não abordei tudo que possa ser causa do mundo violento em que vivemos, existe um sem número de respostas para que se tente justificar suas causas: uma que pode estar associada à violência atual, sem dúvida, pode ser debitada à educação infantil. É na infância que se imprime os modos de vida dos cidadãos. Quem conviver em ambiente tranquilo, durante a infância, terá memorizado experiências de vida pacífica; ao contrário, quem viver experimentando filmes de desenhos animados e de jogos infantis, muitos dos quais exibidos livremente na web terão no subconsciente, uma carga de informações cognitivas capazes de serem liberadas para a vida na prática, tornando o indivíduo propenso à violência e a instrumentalização de coisas como armamentos, inimigos de uma guerra cujas cenas se encontram arquivadas na mente.
Vivenciando imagens de seres bestiais e horripilantes, usando armas mortíferas, o que se pode esperar dessas experiências para quem está na fase de formação da mente?
Felizmente ainda existem filmes e jogos em que se expõem criaturas delicadas e uma coisa que fascina os pequenos é ocorrência de fatos de magia, enfim, de coisas sobrenaturais, como fantasmas do tipo “Gasparzinho”, cujas figuras são delicadamente suaves. Outros filmes que exibem figuras de crianças dotadas de beleza e de histórias em que se praticam atos de experiências de vida familiar, de belas fadas, de duendes, de animais, cujas figuras expressam docilidade e conversas como se humanos fossem.
Se for à infância, o tempo destinado às fantasias, que sejam belas, suaves, que gerem perspectivas de amizade, de amor, de fé e de bondade, sobretudo.

CONDOMÍNIOS HABITACIONAIS - INOVAÇÕES

Mega é a palavra que define o tamanho das coisas do futuro: mega cidades, mega condomínios, mega centros comerciais; enfim mega tudo. Nesse contexto de idéias, de condições de vida futura, de necessidades de adaptação às reais circunstâncias, torna-se indispensável projetar características habitacionais, de racionalização dos recursos materiais, dos meios de transporte e de comunicação, de modo que a sobrevivência da espécie humana se prolongue por séculos, mais séculos e milênios. Ufa! Mas isso não é fácil! Há desafios de toda sorte e por toda parte: temos que minimizar malefícios do efeito estufa e embora, mesmo parecendo utópico, assumir o controle total e definitivo deste mal contemporâneo.
Sabe-se que desde os inventos da roda, dos engenhos automotores capazes de funcionar, substituindo o esforço humano e a energia dos animais domesticados para essa finalidade, o aumento da produtividade desencadeou a revolução industrial, cuja continuidade parece não ter fim. Primeiramente foram desenvolvidas as máquinas a vapor, tanto para acionar máquinas industriais, locomotivas para locomover o transporte ferroviário e o naval. O motor a explosão, inicialmente desenvolvido tinha funcionamento com o gás derivado do petróleo, posteriormente modificado, para consumir outro derivado desse fóssil mineral, considerado como rejeito – a gasolina combustível, depois largamente utilizado, assim como o óleo diesel. Com a descoberta de energia elétrica que, além de seu uso na iluminação, através do desenvolvimento tecnológico veio a ser largamente utilizada como força motriz.
Mas, o progresso é dinâmico e contínuo: grandes inventos e descobertas chegam até nós e parece que não tem limites. Para acompanhar essa marcha da futurologia, é bom lembrar que um mundo que tem pressa, que clama cada vez por mais por praticidade e por modificações capazes de minimizar os efeitos que a natureza, por força, das alterações climáticas, da exaustão dos recursos não renováveis e os espaços densamente povoados. Tudo clamando por racionalizações, pelas descobertas de novos materiais, pela melhor utilização dos espaços e, também, por mais conforto. Nesse aspecto, é necessário que as construções, tanto as que tem uso nas comunicações e transportes, quanto aos usos residenciais e afins tenham estudos e proposições inovadoras.
As construções habitacionais alinharam sequência com a moradia natural das cavernas, surgindo, assim, as primeiras edificações residenciais, ora feitas mediante a aglutinação de blocos de pedra, com o uso de madeiras combinadas com massa de argila e, sucessivamente, usaram óleo de peixe, calcário, blocos de gelo (nas moradias dos esquimós, onde a matéria abundante é água em estado sólido) etc.
Hoje, usando-se materiais diversificados e de grande resistência, constroem-se, moradias, a cada vez, mais sofisticadas e, neste sentido, sugeri num dos meus artigos, hoje capítulo do livro Mosaico... Que cães deveriam ser agraciados com dependências próprias nas moradias de hoje e do futuro, tendo elevadores privativos para que não fossem obrigados a sentir os maus odores de seres de espécies diversas, e, ainda recomendava aposentos diferenciados para esses amigos nas moradias dos humanos. Percebi, depois, que essas sugestões estariam criando novo nicho de consumo na área da construção civil. Mas, agora acrescento outras inovações para condomínio verticais, visando no caso de moradias novas virem a ser dotas de garagem dentro da planta de cada apartamento. Não estranhem! Esses apartamentos poderiam comportar mini automóveis, esses do tipo para uso de duas pessoas e esses veículos chegariam às unidades autônomas trazidos por elevadores espaçosos, construídos de materiais rústicos e resistentes, também, os mesmos elevadores seriam úteis ao transporte de mudanças. Hoje, mesmo, para receber um conjunto de sofás, os entregadores tiveram grande dificuldade para fazer com que esses móveis chegassem ao meu apartamento que se situa no segundo andar de um prédio edificado há, aproximadamente vinte anos, época em que era comum construírem-se apartamentos com dependências amplas, inclusive às de uso comum. Usar o elevador foi impraticável; o jeito, e não houve outro, foi o de se usarem as escadarias espaçosas. Mesmo, assim, ocorreu um processo lento e à custa de grandes sacrifícios e com muito gasto de energia física. Eu já escrevia este artigo e isto foi motivo para consolidar e justificar minhas sugestões.
Além das utilidades apontadas para o uso desses elevadores, com certeza, os serviços de entrega de móveis, as empresas de mudanças teriam como efetuar essas tarefas com rapidez, segurança e eficiência.
Aguardemos novas inspirações para que outras sugestões sejam acrescentadas para inovações nas edificações de moradias, amplas, confortáveis, práticas, racionais e dotadas de economicidade.

sábado, 21 de novembro de 2009

CAOS NA AVENIDA CHAMPAGNAT - Vila Velha - ES

Recentes intervenções nesta avenida, ao invés de melhorar acessos à Praia da Costa e à terceira ponte, estão tornando essa acessibilidade difícil. Não se pode entender, quando aumenta o número de veículos, ruas e avenidas construídas há algumas décadas, por isso estreitas, vem sofrendo modificações que as tornam impróprias ao tráfego de veículos e, com a desculpa de que é necessária uma ciclovia de mão dupla e restringir parada e algumas vagas de estacionamento apenas ao lado direito dessa via, provocando dificuldades aos comerciantes na chegada e expedição de mercadorias; tornando inviável chegada e saída de mudanças ao lado esquerdo da mesma via. Sim, além do comércio de mercadorias e de prestação de serviços, há, ainda em casas e prédios deste logradouro muitas residências.
Mesmo com essa ação prejudicial que obras, ditas de melhoria e modernização, vem causando ao tráfego de veículos, de pedestres, ao comércio, aos consumidores em geral e às residências ali localizadas, vê-se que a população, cansada de pleitear direitos, vem se mantendo calada, inerte e omissa, deixando de se mover no seu justo direito de pleitear.
Como entender o caso
A construção de uma ciclovia de mão dupla ocorreu provavelmente por causa do elevado número de acidentes com bicicletas: atropelamentos, batidas e congestionamento numérico desses veículos de duas rodas, lateralmente espaçosos e carentes de estacionamento próprios. Isso deveria estar causando locomoções extenuantes feitas a pé, ao longo das ruas da nossa querida cidade dos canelas verdes. Doravante, a exemplo do que é visto nas ruas da Índia, da China de outros países orientais populosos, dever-se-ia adotar bicicletas, triciclos tracionados por força humana, talvez, com isso, pudéssemos gerar economia de combustíveis que, além de raros e exauríveis (especialmente, os minerais), ainda agravam a poluição atmosférica, contribuindo diretamente para o aumento do efeito estufa. Com o uso de bicicletas, triciclos, tanto contribuiriam para o transporte de passageiros, como para substituir os atuais táxis, autos coletivos, veículos para pequenas entregas e cargas de menor peso. Apesar do risco real, que veículos de duas rodas motorizados causam no trânsito, estes, por ocuparem espaços menores permaneceriam, tendo, conforme o caso, vias preferenciais.
Todo esse caos, ora atingindo as avenidas Champagnat e Jerônimo Monteiro, é motivo de insatisfação generalizada e cabível nas circunstancias, entretanto nada acontece por acaso e, geralmente, para tudo existem compensações.
Provavelmente existam projetos ambiciosos que, talvez não possam ser divulgados pela natural falta de meios à sua implementação imediata, faltando recursos financeiros ou, mesmo, projetos ainda não conclusos. Se divulgados agora, poderiam gerar expectativas extemporâneas. Certamente, autoridades competentes farão publicidade das ações, no momento que se tornarem factíveis.
Dentre às ações capazes de modernizar a cidade de Vila Velha, primeiramente dotando a circulação viária ágil e eficiente, mesmo sem que se reduza numericamente as frotas de carros de transporte coletivo, caminhões de carga, automóveis de passeio e, naturalmente esse número potencial de veículos de duas rodas (bicicletas, carroças e afins). Para isso, algumas obras revolucionariamente modernas, como, por exemplo, a duplicação das vias alimentadoras do trânsito, nisto, como tal entendidas, as rodovias (ou avenidas) Carlos Lindemberg, Jerônimo Monteiro, Champagnat, Darly Santos, Luciano das Neves, Hugo Musso, Antônio Gil Veloso; as mais movimentadas. A duplicação desses vias se faria, sem que fossem necessárias desapropriações, exceto algumas imprescindíveis e o inusitado: duplicações verticais, para serem utilizadas, mais ou menos, assim: a via térrea original se prestaria ao uso de veículos de transporte coletivo, veículos utilizados no transporte de cargas, bicicletas, triciclos não motorizados, motos e ao uso por pedestres. Quanto à parte superior, nessa primeira fase, seria utilizada por veículos ágeis, tais como automóveis de passeio e um sistema de transporte de passageiros movido por energia elétrica, montados sobre trilhos, uma espécie de metrô, destinado ao transporte de passageiros entre terminais, aonde, por sua vez, esses terminais seriam alimentados por auto ônibus, a exemplo do atual sistema. Providências idênticas poderiam ser adotadas tanto para a Capital, quanto para os demais município da região metropolitana.
Tudo isto que é dito carecerá estudos pormenorizados e devidamente detalhados para serem conhecidos tecnicamente e seus custos financeiros, explicitando as viabilidades e benefícios que a população estaria sendo alvo. Isto se constituiria no que é chamado de “CUSTO/BENEFÍCIO”.
Sem que estas ou outras providências sejam tomados, corremos o risco de tornarmo-nos reféns de caos generalizado no trânsito viário de Vila Velha e dos demais municípios que compõem a região metropolitana de Vitória.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O ANFITRIÃO

Encontrei-me hospedado numa dessas residências do tipo “mansão”, a convite de um senhor, cujo nome não me lembro ou não soube. Nesse local, tudo era grandioso, grandes suítes e, entre as quais, uma me foi disponibilizada. Havia um costume que obrigava a todos: o de sempre estar convenientemente trajados, os homens com ternos completos, gravatas e sapatos sociais. Havia, além do meu anfitrião, um casal de jovens, estes somente eram vistos à noite e muito cedo partiam para locais de que diziam serem seus trabalhos. Fora isso, passávamos dias inteiros, eu e meu anfitrião, era só comer, descansar e pouco conversar, até mesmo, o casal de jovens filhos, quando se encontrasse em casa, poucas falas pronunciavam, eram breves, falando o estritamente necessário. Nem seus nomes, eu fiquei sabendo.
Em algum dia, o dono da casa me convidou para irmos a uma agência do Banco do Brasil, aonde movimentava suas reservas financeiras. Lá tive oportunidade de pagar algumas contas num terminal de auto atendimento, enquanto, o anfitrião era atendido diretamente no gabinete da gerência do banco. Nem ousei acompanhá-lo, porque não devia ser indiscreto, a ponto de não respeitar a privacidade desse meu amigo, embora ele, entendo, tivesse-me deixado a vontade. Mas o grau de confiança permitia que ele me contasse detalhes dos seus negócios financeiros. Exemplos disso, foi confidenciar-me que vendera pequena propriedade por doze milhões de reais, parte para resgatar dívidas originárias do inventário dos bens (espólio), causado pelo óbito de sua esposa. Disse-me ele que, os maiores entraves para divisão dos bens da parceira falecida foram causados por seus dois genros e suas duas noras. Quanto ao casal de filhos, que ainda coabitam com ele, sempre foram cordatos. Apesar de serem econômicos nas conversas, pouco permanecem em casa, por causa das suas ocupações profissionais. E a conversa com o meu anfitrião (cujo nome não me lembro, repito), não parou por aí, ele me revelou mais coisas confidenciais, especialmente de uma namorada com quem tem relacionamento, embora seja sigilo para a família. Depois acrescentou como faz suas aplicações financeiras, ora em fundos de renda fixa, ora de renda varável, em caderneta de poupança, confidenciando-me sua melhor aplicação, a que lhe rende rendas próximas dos juros que os bancos obtém com empréstimos pessoais, assim: quando algum cliente do banco, que seja dono de cadastro confiável, o estabelecimento bancário lhe faz empréstimo com seus recursos, concedendo aval à operação e, com isso recebe juros maiores e diferenciados. Tal fato jamais pode ser comentado: é assunto extremamente confidencial!
Diante dos fatos, eu percebia que ganhara a confiança do meu abastado anfitrião. Assim, retornamos a casa e eu permaneci usufruindo de todo o conforto naquela mansão.
Certa manhã, eu não acordei no horário costumeiro e explique-me ter perdido a hora. Ao que aquele senhor, pura bondade, disse-me que nesse dia não fazia diferença, pois era domingo, dia que se pode permanecer por mais tempo no leito. Nessa manhã chegavam pessoas: muitos homens de idade semelhante à nossa e alguma mulheres, que podiam ser contadas a dedo, parecendo todos solteiros ou viúvos. Enfim, não demonstravam sinais de laços familiares entre si: apenas amigos e toda gente de pouca conversa. Eu, até que tinha vontade de dirigir-me a essas pessoas, especialmente àqueles cujas fisionomias me pareciam de gente conhecida, como era o caso de um senhor fisionomicamente aparentando traços de pessoas da família Zanotti, porém quando o fitava, parecia que ele desviava o olhar, como quisesse dizer que não queria conversa. Eu, na realidade, a partir desse momento, comecei sentir-me um estranho no ninho; ninho de gente afortunada, quanto o anfitrião. Eu pressentia um isolamento, ou seja, uma barreira ou mesmo um abismo existente entre classes sociais, mas depois, aos poucos, esses obstáculos se tornaram menores. Houve até o caso de um daqueles senhores, dirigindo-me a palavra, fez comentário sobre uma grande escada de alvenaria, construída desde a periferia alcançando o cume de uma montanha, aonde tinha início cobertura florestal, nada mais que isso. Questionava este senhor: Para que gastar tanto dinheiro na construção de uma obra que nenhuma utilidade representa? Lembrei-me de uma passagem bíblica: “A escada de Jacó”, vista por ele durante um sonho. (...”A humanidade, a grande massa humana, ao encarnar está adormecida, como estava adormecido Jacó, quando teve seu sonho relatado pela bíblia”...).
Nesse dia, não percebi nada além disso, as pessoas presumivelmente convidadas, desapareceram, não houve serviço de distribuição de alimentos, nada mais; apenas, da forma como teve início este sonho terminou, sem que nada de especial tivesse acontecido para isso.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

ALGO SOBRENATURAL?

Na madrugada de ontem, minha esposa percebeu que eu falava com alguém no meu escritório. Ela me indagou: com quem você fala? Não podia responder, pois nem mesmo eu sabia; ouvia apenas uma voz e eu perguntava: quem é você? Imaginava que se tratasse de algum morador antigo deste apartamento. Estranho! Ouvia a voz e nem ao menos percebia de que lado procedia. Depois ouvi outras pessoas me dirigindo palavras: homens, senhoras, talvez senhoritas, até mesmo crianças, estas falavam e choramingavam simultaneamente.
Tudo se tornava, a cada vez, mais estranho e apavorante, não acha? Toda essa mistura de palavras de adultos, de jovens, de crianças misturados a gritos, xingamentos, choro de criança, gemidos. Eu, nada, via; muito ouvia, sem saber de onde vinha todo esse vozerio. Não pensem que tudo teria ficado nisso, pois, de repente, todo aquele vozerio transformou-se em sons mais apavorantes ainda: agora eram berros, balidos, urros, miados, cacarejos, relinchos, uivos, tudo isso misturado ao grasnar de pássaros silvestres, como o Curucutu de corujas e assovios. Mais ainda: o ambiente, além de toda aquela barulheira infernal estava impregnado de odores fétidos. Havia mistura de curral de bovinos, estábulo de equinos, pocilgas, galinheiros; fortes odores de enxofre queimado e de animais caprinos e ovinos. Podia sentir o roçar de chifres e da pilosidade de animais domésticos e selvagens; parecia existir jaguatiricas; onças pardas, negras e pintadas. Imaginei que podia ser devorada e estraçalhado por essa mistura de feras. Nesse momento, eu clamei por socorro, tentava gritar em alto som, mas sentia-me sufocado. Nem Anésia, nem ninguém me prestava socorro. Nisso pensei: somente Deus poderá me socorrer nessa situação aflitiva a que me encontro, passando a recitar aquela oração chamada de “Profissão de fé”, também nossa conhecida como “Creio em Deus Pai...”. Quando encerrei a oração com as palavras: “... Na vida eterna, amém”. Eis que, toda aquela tormenta, todo aquele desespero se dissiparam. Acordei com sudorese generalizada e com o coração batendo a mil. Para ter certeza de que tudo, realmente, se passara, recitei novamente o “Creio”. Agora, sim, acordado percebi que estava livre de grande pesadelo. Lembrei também que tive o hábito de ter a Bíblia Sagrada ao lado da cabeceira da cama, costumando fazer alguma leitura da “ Palavra”, antes de me deitar. Depois dormia tranquilamente e livre desses pavores noturnos.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

NOSSO RETORNO MIGRATÓRIO

Assim como fizeram nossos ancestrais, agora é nossa vez de retornarmos para a Itália, usando navegação marítima. Lembro-me que éramos dois casais: Anésia e eu; Alfeu e Zenóbia. Viajamos num navio velocíssimos, bastando apensas uma noite para atravessarmos o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo e já nos encontrávamos no interior da Itália, numa pequena povoação de camponeses.
Chegamos e fomos recebidos, servindo-nos mesa farta: carnes de aves assadas, pães, vinhos e uvas frescas. Nossos anfitriões preencheram fichas com nossas identidades e dados pessoais, depois vieram as apresentações com presença de familiares e de vizinhos.
Alfeu e Zenóbia providenciaram, de imediato, compra de terras para cultivarem uvas, trigo, criar um pequeno rebanho de bovinos que fazia parte da propriedade adquirida. A paga se deu, parte em dinheiro e a entrega de um apartamento aqui no Brasil, pois essa família que vendia a propriedade rural pretendia imigrar para o Brasil, ou seja, o inverso do que nós fazíamos.
Coisas estranhas aconteciam: tanto nós falávamos fluentemente o italiano, como eles (italianos) dominavam perfeitamente este português falado no Brasil. Assim, a comunicação se fazia de modo perfeito: o entendimento era fácil.
Enquanto Preto tinha como objetivo a produção de bens agrícolas, inclusive introduzir a cultura do café arábica (coisa apreciada na Itália). Eu, logo me manifestei para saber se o local era propício à existência de gemas preciosas e tive informação: embora esse assunto não fosse frequente, houve casos de terem sido encontrados alguns exemplares de berilos dotados de coloração amarelo-esverdeada e os entendidos gemólogos chamavam-nas de “heliodoros”. Embora a coloração tenha características próprias, combinando verde e amarelo intensos, essa pedra tem a mesma fórmula da nossa água-marinha. Mostraram-me o local, aonde tais gemas foram encontradas e uma característica podia de facilmente notada: uma espécie de argila exibia intensa cor amarela.
Será que Preto conseguiria implantar a cultura do café em solo europeu? O primeiro obstáculo seria o clima, aonde, no inverno, ocorrem temperaturas baixíssimas. Imagino coisas que podem vir a ocorrer: estudos técnicos, usando, inclusive, plantas da rubiácea geneticamente modificadas, utilizando genes de plantas como das oliveiras, seriam uma hipótese para criar um cultivar de café que resistisse às variações climáticas próprias da Europa. Será que alguém teria tomado tal iniciativa? Muito interessante, pois o povo italiano tem especial predileção para a bebida do café. Eles produzem máquinas especiais, notoriamente a que faz o café expresso, divulgada pelo mundo afora e com uso intenso no próprio Brasil, afora receitas culinárias exóticas feitas à base do café.
Certamente que Preto terá que contratar os serviços técnicos de engenheiro agrônomo italiano para fazer estudos de viabilidade técnica. Esperamos que consiga. Depois esse cultivo poderá se expandir por toda a Península Ibérica e ultrapassar as cordilheiras dos Alpes, chegando À Suiça, Áustria, Alemanha, Holanda, Polônia e em alguns países do Leste Europeu.
Já no meu caso, prospectar gemas preciosas na Europa, parece-me coisa de pouco ou nenhum futuro. Talvez o futuro seja mesmo comerciar gemas produzidas no Brasil, na África e nos países orientais.
Todo esse devaneio ocorreu durante, apenas, numa noite, ou melhor, durante uma madrugada. Como é bom sonhar! Talvez esse sonho seja até factível. Quem sabe?

ALGO SOBRENATURAL?

ALGO SOBRENATURAL?
Na madrugada de ontem, minha esposa percebeu que eu falava com alguém no meu escritório. Ela me indagou: com quem você fala? Não podia responder, pois nem mesmo eu sabia; ouvia apenas uma voz e eu perguntava: quem é você? Imaginava que se tratasse de algum morador antigo deste apartamento. Estranho! Ouvia a voz e nem ao menos percebia de que lado procedia. Depois ouvi outras pessoas me dirigindo palavras: homens, senhoras, talvez senhoritas, até mesmo crianças, estas falavam e choramingavam simultaneamente.
Tudo se tornava, a cada vez, mais estranho e apavorante, não acha? Toda essa mistura de palavras de adultos, de jovens, de crianças misturados a gritos, xingamentos, choro de criança, gemidos. Eu, nada, via; muito ouvia, sem saber de onde vinha todo esse vozerio. Não pensem que tudo teria ficado nisso, pois, de repente, todo aquele vozerio transformou-se em sons mais apavorantes ainda: agora eram berros, balidos, urros, miados, cacarejos, relinchos, uivos, tudo isso misturado ao grasnar de pássaros silvestres, como o Curucutu de corujas e assovios. Mais ainda: o ambiente, além de toda aquela barulheira infernal estava impregnado de odores fétidos. Havia mistura de curral de bovinos, estábulo de equinos, pocilgas, galinheiros; fortes odores de enxofre queimado e de animais caprinos e ovinos. Podia sentir o roçar de chifres e da pilosidade de animais domésticos e selvagens; parecia existir jaguatiricas; onças pardas, negras e pintadas. Imaginei que podia ser devorado e estraçalhado por essa mistura de feras. Nesse momento, eu clamei por socorro, tentava gritar em alto som, mas sentia-me sufocado. Nem Anésia, nem ninguém me prestava socorro. Nisso pensei: somente Deus poderá me socorrer nessa situação aflitiva a que me encontro, passando a recitar aquela oração chamada de “Profissão de fé”, também nossa conhecida como “Creio em Deus Pai...”. Quando encerrei a oração com as palavras: “... Na vida eterna, amém”. Eis que, toda aquela tormenta, todo aquele desespero se dissiparam. Acordei com sudorese generalizada e com o coração batendo a mil. Para ter certeza de que tudo, realmente, se passara, recitei novamente o “Creio”. Agora, sim, acordado percebi que estava livre de grande pesadelo. Lembrei também que tive o hábito de ter a Bíblia Sagrada ao lado da cabeceira da cama, costumando fazer alguma leitura da “ Palavra”, antes de me deitar. Depois dormia tranquilamente e livre desses pavores noturnos.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

LIVRO “MEMÓRIAS III – 30 ANOS EM VILA VELHA”

Finalmente, a 31 de outubro próximo passado, o livro “Memórias III – 30 anos em Vila Velha, teve seu lançamento oficializado em local próximo ao encontro das ruas Henrique Moscoso e São Paulo. Apesar das fortes chuvas dos últimos dias, dezenas de pessoas prestigiaram o evento.
O livro, agora, encontra-se exposto à venda na “Papelaria Praia da Costa”, no “Café Cult”, ambas na avenida Champagnat; e na loja do “Hortifruti”, situada na rua Henrique Moscoso, todas na região da Praia da Costa, em Vila Velha – ES.
O livro, com 252 páginas, é vendido a R$ 25,00 (vinte e cinco reais), nos locais citados acima. Pode ser adquirido, também, através de pedidos diretamente ao autor através do correio eletrônico itaufner@gmail.com.

LIVRO MEMÓRIAS III - 30 anos em Vila Velha