quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ORAÇÕES, FANTASIAS E OUTRAS COISAS

Acordei nessa madrugada, sentindo necessidade de orar e assim o fiz, coisa que me levaria a sono profundo. Viajei ao passado e me vi residindo naquele casarão pertencente outrora à família “Lima”. Essa residência era dividida agora pela Cidelene, minha afilhada, e Maria Anelita que, semelhante à primeira realmente residiu conosco por apenas três a quatro anos. Ambas tiveram o mesmo destino: faleceram vitimadas por enfermidade idêntica. Além das duas citadas, havia familiares, tanto da família do meu sogro quanto daquela de meu pai, além de numerosos adolescentes e crianças.

Em certo momento, um rapaz (o nome dele era Ricardo, também conhecido por Ricardinho) chegou a nossa casa, ele era proveniente de Jacaraipe e foi trazido por tal de Rachid (de etnia árabe) para se instalar na nossa casa com estabelecimento especializado em gastronomia para atenção aos turistas visitantes vindos de lugares diversos. Essa dupla vinha de Jacaripe, distrito localizado no litoral do município de Serra e, sem que tivessem autorização ocuparam nossa casa.

Quando percebi o tal Ricardinho já havia ocupado nossa cozinha e ameaçava demolir nosso fogão a lenha para e construir outro maior para atender à futura demanda de hóspedes que seriam instalados no velho casarão. Nesse momento, eu revelei toda minha ira e, de forma agressiva, expulsei, a altos gritos, o impostor e invasor de propriedade alheia.

Quando toda a família formada por filhos, esposa, cunhados, pais e sogros ocupavam a grande mesa para almoço, podia-se contar a presença de dezenove pessoas. Observando por uma porta que se abria a frente de uma escada de madeira de muitos degraus, lá estava o dito Ricardinho. Nesse momento eu mesmo o autorizei que almoçasse, tomando lugar à grande mesa.

Comentava-se: essa situação se tornara insustentável e eu advertia o intruso para que se retirasse. Caso contrário, haveria consequências imprevisíveis. Ele, demonstrando persistência no seu intento disse que conquistaria e esposa de meu amigo Enéias e com ela permaneceria ali.

Enéias, ouvindo o que moço acabava de dizer, cerrou os punhos e pôs-se a esmurrá-lo impetuosamente. Se não bastasse, Elpídio, irmão de Enéias, segurou o rapaz para que fosse seguidamente esbofeteado. Mas o indivíduo conseguiu escapar e correu para um aposento situado no andar superior do casarão. Provavelmente retornaria munido de arma de fogo para vingar-se, depois de surrado sucessivamente. Nessa expectativa de reação violenta, aguardávamos que o Ricardinho retornasse a qualquer momento, coisa não ocorrida, pois um despertador soou e era hora de deixar o leito e ocupar-me das primeiras tarefas do dia que amanhecia.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

ORAÇÕES, VELÓRIO E OUTRAS COISAS

Acordei às três horas da manhã, sentindo necessidade de orar, pois um vazio e um temor se apossavam de mim. Orei mentalmente, por quanto tempo não sei. Na sequência de uma oração após outra e pedidos de graças e perdão pelo pesado fardo de pecados, adormeci e agora orava durante velório de que passei a participar numa residência de estranhos localizada na cidade de Fundão. Assim, eu orava continuamente na intenção da alma da pessoa falecida. Nessa casa não havia uma só pessoa que eu conhecesse, mas conversava com quase todos.

Em certo momento, pessoas presentes me indicaram um homem que se encontrava deitado sobre uma laje de granito que aflorava numa sala localizada no térreo dessa residência e isso fazia com que a altura do piso ao teto ficasse diminuída em algumas posições, podendo-se ver nitidamente instalações de tubulações hídricas e sanitárias sob a laje de concreto abaixo de onde repousava o pavimento superior. Aproximei-me dele e dialoguei:

- O senhor é o dono da casa?

- Sim. Respondeu-me.

- Parente do velado?

- Sim, meu filho.

Esse homem não era pessoa que prolongasse diálogo com estranhos; economizava palavras. Sim, no caso eu era o estranho.

Depois de algumas horas, durante a madrugada fui chamado a tomar o caminho de retorno a casa. Saí com membros da nossa família em direção onde havia estacionado nosso fusca verde. Surpreso como já me acontecera em outras vezes, vi o local onde nosso carro deveria estar estacionado e o mesmo não mais se encontrava lá. Alguns metros abaixo, num terreno baldio, podiam-se ver os restos do nosso veículo. Não era nada mais que sucata; pouca coisa restava. Mesmo assim, com o auxílio de populares presentes, os restos do nosso fusca fora tracionados para cima e encostado a um poste, pois não tinha freios e poderia movimentar-se rua abaixo e causar danos aos transeuntes da localidade.

Procurava saber se ainda continuava como delegado, velho amigo meu ao que, se dizendo titular do cargo, me informava que aquele outrora delegado de polícia, há muito se transferira para outra dimensão e nunca mais retornaria. Meu interlocutor me indaga:

- Por que, mesmo o senhor procura pelo ex-delegado Alarico Barcellos?

- Não vê que preciso fazer uma ocorrência policial para acionar a seguradora e buscar indenização ao sinistro ocorrido?

- Porque não me disse antes, tendo o objeto segurado, as coisas se tornam menos complicadas. Retrucou esse tal Delegado, acrescentando que o Boletim de Ocorrência só poderia ser fornecido quanto o superintendente policial retornasse de viagem que fazia ao exterior. Entretanto podemos negociar. Basta que o senhor deixe comigo os restos do veículo sinistrado, instrumento de mandato procuratório, seus documentos pessoais e de propriedade, inclusive de licenciamento do veículo. Enquanto isso, você poderá circular com este meu carro até quando tiver notícias da liberação da seguradora.

Juntei pertences e pessoas que me acompanhavam nessa viagem e partimos com destino a casa. Ao chegarmos ao posto da Polícia Rodoviária Federal, que funciona na lateral da BR-101 no município de Serra, uma barreira estava montada e aguardava minha chegada. Parei e um agente policial exigiu-me documentos do auto, certificado de habilitação e demais documentos pessoais. Argumentei:

- Este automóvel foi tomado por empréstimo do Delegado de Polícia Civil de Fundão, enquanto aguardamos que a companhia seguradora indenize as avarias do meu veículo, objeto de sinistro.

O agente policial fez valer sua autoridade, dizendo:

- Temos um pedido de retenção deste auto e de seus documentos, exatamente proveniente da Delegacia de Polícia de Fundão. O veículo está retido, podendo vossa senhoria prosseguir viagem junto a todos os ocupantes, deixando além dos documentos do veículo, informações de endereço residencial, cédula de identidade e CPF. Pede-se, inclusive, que o senhor se mantenha no endereço residencial informado. Qualquer tentativa de viagem poderá ser objeto de detenção por quaisquer autoridades policiais.

Enquanto ainda tentava explicar-me ao policial, ouvi os sons de “toc, toc, toc” na porta do meu dormitório e uma pessoa cuja voz me é conhecida a chamar-me por meu nome.

sábado, 16 de outubro de 2010

JULGAMENTO PELAS APARÊNCIAS

Um senhor colecionava amizades pelo mundo virtual da internet, com homens e mulheres, alguns deles na sua faixa etária; porém grande maioria era jovem. A todos ele tratava cordialmente. Não era raro falarem-se, utilizando palavras reduzidas, assim: a palavra você, escreviam-na vc ou vcê. Até mesmo seus nomes, quando possível, podiam ser escritos de forma abreviada. Até em sites de relacionamentos procurava fazer amizades; jamais ocultava seu verdadeiro estado civil, isso fazia parte de cada perfil feito para cada programa, inclusive nas redes sociais do Orkut, Facebook e outras.

A esposa lia nos jornais, ela via na televisão coisas desabonadoras sobre práticas de crimes de pedofilia e traições de esposos e esposas via internet, cometendo adultérios virtuais e isso a deixava preocupada com seu marido, ocupado na maior parte dos dias a escrever textos de crônicas, contos e de livros. Nos intervalos das suas escritas fazia contatos com esses amigos do MSN através de mensagens instantâneas, deixava mensagens e as recebia através do Orkut e do Facebook. Depois voltava às suas escritas habituais, produzindo grande acervo de textos, posteriormente postados num blog mantido na Web.

Nosso personagem, colocado sob suspeita, sem que o soubesse, foi mantido sob rigorosa vigilância e não tardou que fosse flagrado exibindo o perfil de uma idosa, onde ela falava de si e das suas preferências do parceiro que julgava ideal. Isso se tornou bom aviso de que seria temerária sua incursão por esse meio, onde pessoas de todas as idades procuram encontrarem pares para relacionamento ou simplesmente cultivarem amizades em distâncias, muitas vezes, remotas.

E não tardou muito que, em determinado dia, o tal senhor respondia um e-mail de uma amiga, usando inadvertidamente seus nomes resumidos, deixando impressão aparente de sinais de excessiva intimidade. Ele nunca havia dispensado esse tratamento a essa amiga que, por certo, não o reprovou, mas não tornou resposta nesse mesmo tom de intimidade. Sua esposa apossada de desconfiança leu a mensagem e sentiu-se traída como se seu esposo estivesse praticando um ato de infidelidade. Não restavam dúvidas, pois o tom do tratamento dispensado à amiga poderia assim ser considerado. Isso causou um mal estar injustificável na vida desse casal, unido há várias décadas pelos laços matrimoniais.

Esse senhor, por mais que tentasse se justificar, nada conseguia senão aumentar o grau de suspeitas, tudo por causa de uma aparência de coisa escrita, feita sem os necessários cuidados. Até mesmo a amiga a quem respondia uma mensagem poderia ter estranhado a forma de tratamento, coisa que seria própria para conversas coloquiais. É! Nosso amigo foi traído pelo descuido. E agora, como justificar? As aparências não deixavam dúvidas para que o caso tivesse julgamento simplesmente pelas aparências.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA


Acabo de receber a monumental obra de autoria de Carlos Cornejo e Andrea Bartorelli, “MINERAIS E PEDRAS PRECIOSAS DO BRASIL”, livro elaborado com historiografia cientificamente comprovada em fontes primárias, iconograficamente rico em gravuras e fotos de garimpos e de minerais e de vastas coleções de pedras preciosas brasileiras, onde são detalhadas origens geográficas dos vários tipos de pegmatitos. O livro foi lançado recentemente em maio deste ano, através da SOLARIS EDIÇÕES CULTURAIS – São Paulo, 2010.

Num rápido manuseio e leitura, constatei fotos e textos e, especialmente, num mapa intitulado PROVÍNCIA PEGMATÍTICA ORIENTAL DE MINAS GERAIS, constante da página 507, cuja parte de sua cópia junto anexa, abrangendo todo o Estado do Espírito Santo, parte do Estado da Bahia e todo o Estado do Rio de Janeiro, citando ao lado municípios capixabas até onde chega essa abrangência, embora não completa. Esta constatação se estende por vários textos, adiante citados, que corroboram com informações constantes das gemas preciosas encontradas ao longo do Estado do Espírito Santo, embora incompleta nessa particularidade, o livro contempla muitas citações, cujos textos, eu os insiro neste trabalho, inclusive com citações das respectivas páginas para serem juntadas ao nosso livro “A Pedra da Onça – Jazidas, lavras e garimpos no Espírito Santo”, ora em trabalho sendo feito para a sua segunda edição.

Página 44, a figura à esquerda da parte inferior tem a seguinte menção:

“Cristal de escapolita (35 x 20 cm), Itaguaçu, Espírito Santo. Coleção de Andrea Bartorelli. Fotografia de Marcela Lerner...”

Página 106, ao lado da figura consta:

“Cristais geminados de crisoberilo (30 x 30 mm), Santa Teresa, Espírito Santo. Coleção de Keith. Proctor. Fotografia de Jeff Scovil. O crisoberilo foi descrito pelo mineralogista Franz Von Klaproth em 1795, a partir de amostras procedentes do Brasil”.

Páginas 276 a 277:

Na primeira página, abaixo de uma foto, ao alto, faz-se a seguinte menção: “Cristal de crisoberilo e pedra lapidada (10,77 quilates), procedentes de Itaguaçu, Espírito Santo, Canadian Museum of Nature. Fotografia de Jeff Scovil”. Na página seguinte (277), abaixo de uma foto ocupando quase página inteira, consta: “Cristal geminado de crisoberilo (30 x 50 mm), Santa Tereza, Espírito Santo. Exemplar da coleção de Luiz Paixão, pertencente ao acervo do Museu de Geociências da Universidade de São Paulo. Fotografia de Marcelo Lerner...”.

Página 418:

“[...]... A andaluzita foi encontrada nas areias do Rio Araçuaí e tributários, no Córrego do Fogo, em Malacacheta, e nos municípios de Minas Novas, Araçuaí e Itinga, em Minas Gerais, além do município de Santa Teresa, no Espírito Santo, onde foi achada andaluzita gemológica nos colúvios de encostas e nos aluviões dos rios... [...]”

Página 463:

“[...]... Os pegmatitos estão sempre associados a intrusões graníticas e tiveram origem a grandes profundidades; na principal região produtora do Brasil, a Província Pegmatítica Oriental de Minas Gerais, que engloba também parte do sul da Bahia e do oeste do Espírito Santo, estima-se que os pegmatitos se formaram como resultado da intensa atividade vulcânica, datada de 550 a 600 milhões de anos, que propiciou a formação de inúmeros maciços graníticos dos quais se agregaram milhares de corpos pegmatíticos, a uma profundidade estimada entre cinco a dez quilômetros sob a superfície original do terreno... [...]“

Página 465:

“Agrupamento de cristais de água marinha (45 x 65 mm) cujas terminações, originalmente piramidais, foram corroídas, adquirindo um formato cônico alongado que se assemelha a uma “ponta de lápis”, no linguajar garimpeiro. Amostra procedente de Mimoso do Sul, Espírito Santo, pertencente à coleção de Júlio Landmann, também autor desta fotografia”.

Página 468:

“[...]... Atualmente, a maior parte da água-marinha brasileira é comercializada nas cidades de Teófilo Otoni e Governador Valadares, proveniente de jazidas situadas principalmente nas localidades de Catugi (antigamente conhecida como Três Barras), Padre Paraíso, Caraí (com destaque para o distrito de Marambaia), Medina, Teófilo Otoni, Santa Maria de Itabira e Pedra Azul. Há ocorrências significativas, também, em Mimoso do Sul, no Espírito Santo, e em Jaquetô, na Bahia... [...]”.

Página 471:

“As maiores jazidas ocorrem nos pegmatitos da Província Pegmatítica Oriental, a mais rica, compreendendo parte dos estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo, formada por ao menos oito “distritos” pegmatíticos; e a Província Pegmatítica do Nordeste... [...]”.

Página 480:

“[...]... No Estado do Espírito Santo distinguem-se os distritos do Centro-Oeste, que inclui localidades tais como Fundão, Santa Tereza, Itaguaçu e Pancas, e o distrito de Mimoso do Sul, na divisa com o Rio de Janeiro, com destaque para a lavra da Concórdia, que em 1990 produziu um bolsão contendo finos cristais de água-marinha de coloração azul com formato de “ponta de lápis”. Pancas ganhou manchetes nos jornais em outubro de 1987, quando o minerador Isaulino Antônio da Silva achou, na cabeceira do Rio São José, uma água-marinha de 20,5 quilos... [...]”.

Página 507:

Além da inserção do mapa da Província Pegmatítica Oriental de Minas Gerais, há uma relação de localidades, chamada DISTRITOS PRODUTORES DE ÁGUA-MARINHA, onde figuram no Oeste do Estado do Espírito Santo: Colatina, Santa Tereza, Itaguaçu e Pancas. No Sul do Espírito Santo: Mimoso do Sul.

Página 592:

Nesta página, abaixo de uma foto existente no alto, há a seguinte informação: “Turmalina schorl sobre topázio incolor (70 x 70 mm, Mimoso do Sul, Espírito Santo. Coleção e fotografia de Júlio Landmann”.

O contido nesse escrito corrobora de forma inequívoca a existência da turmalina negra e do topázio incolor, ambos citados ao longo do nosso livro “A Pedra da Onça – Jazidas, lavras e garimpos no Espírito Santo.

Página 611:

“[...]... Madagascar foi por muitos anos a única produtora de escapolita. Inclusive de belos cristais da variedade olho de gato, mas na década de 1940 começaram a aparecer belos cristais em Itaguaçu, a 130 quilômetros de Vitória, no Espírito Santo, de cor amarelada com reflexos azuis pontuais, atingindo até cinquenta gramas ou mais de peso... [...]”

Ainda na mesma página, ao alto, é exibida uma foto, contendo a seguinte observação: “Cristal de escapolita (22 x 25 mm), Itaguaçu, Espírito Santo. Coleção de Andrea Bartorelli. Fotografia de Marcelo Lerner”.



Nosso comentário

De tudo quanto trata a obra, em análise, apesar de conteúdos históricos regredirem a tempos remotos; sobejamente referir-se aos estudos mineralógicos e gemológicos que se faziam à época do Império, citando José Bonifácio de Andrada e Silva como precursor da mineralogia, geologia e gemologia brasileiras e de muitos fatos arrolados até os dias atuais; aqui no Estado do Espírito Santo, frequentemente noticiado, conforme citações inclusas, restando lacuna sobre a grande jazida lavrada num pegmatito encravado na Pedra da Onça – pedreira situada no limite municipal de Santa Teresa e de Itarana – fato registrado em provas testemunhais obtidas verbalmente de pessoas que estiveram presentes ao magno evento.

Acredito que as dificuldades de encontrar fontes historiográficas primárias representaram os óbices comuns a todos os pesquisadores que venham a seguir essa notícia da magnífica jazida de águas-marinhas da Pedra da Onça lavrada em 1941 e sobre a qual dediquei o capítulo do livro das jazidas no Espírito Santo.

Por não confiar em alguns relatos, no momento em que fazíamos as pesquisas, deixamos de citar achados de prismas de águas-marinhas com alguns com peso de 76 quilos e outros quando juntando todos os segmentos partidos teriam chegado a 180 quilos. Peças com 3 a 20 quilos somaram-se as centenas. Os prismas desses últimos pesos tinham formatos definido, muitos dos quais bi terminados. Duas coisas havia em comum: a limpidez cristalina das gemas e a inconfundível cor azul intensa e característica. Não houve mesmo como quantificar o volume total da produção da lavra dessa jazida, embora eu tivesse esperança a que com o tempo e estudiosos sempre a cata de melhores informações pudessem revelar toda a história, na maior parte perdida devido, principalmente, à forma desorganizada como foi conduzida essa lavragem.

Soma-se a todo o bambúrrio de águas-marinhas e de outros tipos de gemas do grupo do berilo; um bamburro de cristais hialino, fumê, citrino e ametista atingiram algumas toneladas, talvez, agora, se justifiquem notícias do embarque através do porto do Rio de Janeiro cerca de oito toneladas de pedras oriundas da lavra da Pedra da Onça.

Os resultados dos estudos geofísicos demonstrados no mapa da PROVÍNCIA PEGMATÍTICA ORIENTAL DE MINAS GERAIS justificam os bambúrrios de gemas preciosas cristalinas, ocorridos no solo do Estado do Espírito Santo e a evidência que há, ainda, muito a ser descoberto nesse território.

domingo, 3 de outubro de 2010

ELEIÇÕES 2010

    Finalmente chegou o dia tão esperado para sufragarmos nossos candidatos, postulantes a cargos eletivos, desde deputados estaduais a Presidente da República.

    O dia de hoje, em plena primavera, amanheceu cinzento em tom escuro como que prenunciasse alguma borrasca. Eu seria capaz até de jurar que vi relâmpagos e trovoadas. Acredito, mesmo, que ninguém melhor que eu para ver e ouvir essas coisas que outras pessoas juram não terem acontecido. Por isso, eu digo: sou afetado de forma de cinestesia rara. Sinto e vejo coisas não ouvidas nem vistas por quaisquer pessoas. Exemplifico: Ouço sons de vozes, de campainhas, de toques de telefones; pessoas são vistas a passar diante de mim em plena luz do dia e muitas coisas como essas de agora, prenunciando um temporal, mas deixemos isto para lá, pois o que nos interessa, nesta data, é a eleição em curso.

    Saí para votar, não me descuidando do meu velho amigo guarda-chuva, na minha percepção a chuva era iminente. Na realidade o que chovia intensamente eram os votos que os eleitores assinalavam nas urnas eletrônicas, ouvindo-se seguidamente aquele som característico do toque naquela tecla verde para a confirmação de cada voto assinalado.

    Esses gestos de boa vontade selavam a sorte desses sofridos candidatos. Na fila de votação alguém me perguntou em quem eu votaria para o cargo de deputado estadual. Eu lhe respondi:

    - Voto num amigo que me pediu o voto; faço isto porque ele é meu amigo. Tenho outros amigos candidatos que também me pediram a mesma coisa. Para este voto adotei o critério de que o candidato fosse meu amigo, pois, se merece ser meu amigo, logo merece também meu voto. Mas não posso votar em todos os amigos. Aí é que vem o segundo critério, adotando a ordem do pedido a quem me pediu primeiramente.

    Houve casos em que votei em pessoas, que julguei capazes, por serem probas até prova em contrário. E assim de voto em voto, eu teclei "confirma" pela última vez, peguei meu título eleitoral, acompanhado do devido comprovante de comparecimento e segui meu caminho de volta a casa. Espero que não haja segundo turno, pois pretendo votar, apenas daqui a quatro anos. Talvez nem volte a votar por obrigação e esta poderá ter sido a última vez que o fiz, pois em três anos completarei setenta e um anos.

    Agora aguardo os resultados das urnas e espero que todos os eleitos cumpram com o dever de bem nos representar, governando segundo os ditames dos princípios morais e éticos.

    Boa sorte! Coisa que desejo a todos nós, eleitores e eleitos!


 


 

terça-feira, 28 de setembro de 2010

CANSAÇO

    Noite mal dormida, cansaço foi o que me restou. E a mente? Bom, tudo ficou embotado. A mente foi acompanhada pela audição e visão de acuidades deficientes somaram-se para concluir o quadro de ineficiências. Nem para a caminhada matinal eu estive apto fisicamente; faltaram-me forças nas pernas e, pelas mesmas razões, a agilidade costumeira ficou comprometida.

    Durante essa manhã foi aquele salve-se quem puder; o sono ganhava de todos os demais sentidos. Uma prostração tomou conta. Mal almoçamos, sentei-me numa poltrona confortável e adormeci, nada me incomodando quaisquer ruídos, tanto aqueles vindos de fora, como esses internos de qualquer moradia, quer fosse apartamento – nosso caso -, ou casas de um ou mais pavimentos – coisa cada vez mais escassa nessas habitações da Praia da Costa – hoje tomada por espigões por quase todos os lados.

    Mas o cansaço de hoje tornou-se o maior desses últimos dias. Bom dizer: não se trata de exaustão de forças por desmedidos exercícios físicos, apenas falta de repouso noturno suficiente para amenizar o cansaço de jornadas seguidamente mal dormidas. E digo mais: não foi por falta de "lexotan", que o sono não tivesse chegado de forma suficiente. Sempre foi notório que conversas sobre fatos estressantes no horário noturno levam o sono a passear pelos recantos escuros, sórdidos, mal falados e imprevisíveis de todos os entornos da cidade.

    Não é exagero dizer que, o estado de exaustão física e mental me fazia pesar toneladas. Para chegar até aqui, fiz longa caminhada e, agora, julgando melhor, encerro este texto; não dá mais para continuar: Que cansaço!


 

domingo, 26 de setembro de 2010

MEMÓRIAS III – 30 ANOS EM VILA VELHA

Este foi meu último livro publicado e faz referência, na minha autobiografia a um período de 30 anos, ou seja, de 1977 a 2007, época em que registrei fatos vividos na Grande Vitória e, de modo especial, na cidade de Vila Velha – ES.

Memórias III


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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A MADRUGADA EM QUE ME TORNEI CLEBRIDADE

A MADRUGADA EM QUE ME TORNEI CELEBRIDADE


 

Estava de passagem pela cidade de Santa Teresa - ES, eu entrei numa loja de vestuários finos, para senhores, que ficava próximo da farmácia do "Nono", fui logo atendido por um vendedor moreno que usava cabelos longos e negros – talvez fosse uma peruca -, nunca se soube. Eu procurava comprar uma vestimenta de luxo e completa, desde os sapatos ao chapéu. Provei alguns ternos, mas o que me caiu melhor foi um de coloração cinza claro e com textura semelhando à do linho cru. Depois de devidamente trajado posei ao lado de duas moças uniformizadas de branco e exibiam detalhes semelhantes aos usados pelas comissárias de bordo de aeronaves – belas jovens. Uma delas, fazendo-me abordagens, perguntava:

- O senhor comprou estas elegantes roupas para fazer alguma viagem?

- Sim. Viajarei para a cidade de São Paulo e tenho importante encontro na BOVESPA; devo movimentar pessoalmente meus milhões em ações - disse isso para fazer-me de importante.

Enquanto isso, eu fiz reserva num restaurante existente nas proximidades, onde se serviam finas iguarias gastronômicas. Ocorreu que o estabelecimento foi posto em reformas, causando com esse transtorno o cancelamento da minha reserva e minha transferência para estabelecimento similar. O arquiteto responsável pela obra de reforma do estabelecimento junto com sua esposa me cumprimentava, depois de ser apresentado com toda a pompa de quem é celebridade. Recebi abraços, apertos de mãos e afagos – quanta hipocrisia! Não aceitei ser transferido para outro restaurante e, nesse caso, montaram um ambiente devidamente decorado e minhas escolhas prontamente disponibilizadas. Enquanto eu degustava as iguarias, novas e mais fotos registraram minha presença sempre acompanhado de belas presenças femininas. Minha esposa não participava dessas encenações, pois ela não aprecia tais bajulações. Eu, não! Sempre que me surge oportunidade, exponho-me vaidosamente, especialmente quando se fazem presentes essas belas representantes do sexo feminino. E a coisa continuou, depois disso, com um coquetel oferecido pela loja de roupas onde comprei completo guarda roupas. Muitos brindes e aquela sequência de fotos e até de discursos se fez longa. Das beberagens oferecidas foi-me servido um refrigerante, tal como a água, era desprovido de sabor, não havia copos, nem mesmo os descartáveis; bebia-se diretamente do bico da garrafa. Nesse momento chegou o táxi que havia sido locado, colocadas minhas bagagens no porta-malas, o taxista deu partida e eu era lavado ao aeroporto para prosseguir minha viagem. Aonde estaria quando acordasse? Sim, ali mesmo!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

ELEIÇÕES, SEMPRE A MESMA COISA...

    Vai eleição, voltam campanhas eleitorais e a troca de acusações entre favoritos se acirra. Parece que esses postulantes a cargos públicos eletivos, a qualquer momento que se encontrarem, se triturarão. Trituram sempre e o farão conosco - pobres eleitores, vítimas desses animais selvagens e conhecidos pelo nome de políticos -, até quando suportaremos tamanho sofrimento? Parece que nossos tímpanos se rebentarão de tanto ouvir repetidamente os mesmos apelos!

    Acusações levianas não faltam e nada do que se diz se torna provado. Alguns tiram proveito das acusações, dizendo-se injustiçados, mas vítimas sempre recebem os beneplácitos de nossos títulos eleitorais desatentos!

    Resta-nos, em meio a este turbilhão de vociferações, de maledicências, de promessas vãs, de engodo, de falta para com a verdade e tudo quanto nada podemos esperar.

    Essas falácias eleitoreiras contribuem para que nossas mentes, bombardeadas de tamanhas nulidades, levem todos esses apelos inócuos olvidarem-se por completo. Não sendo raro depois de breve tempo, tenhamo-nos esquecido em quais candidatos votamos nas últimas eleições.

    Não é assim que gostaríamos de presenciar a condução dos rumos a que deveriam nortear a administração pública da nossa nação, queríamos vê-la sob a égide de administradores com embasamentos éticos; fazê-la herança honrosa para nossos descendentes. Estes sentiriam e valorizariam a nação que lhes legamos e a possuiriam soberbamente.

    Ainda há esperança que isso venha a ocorrer?

terça-feira, 17 de agosto de 2010

TELEMARKETING INCOMODA MUITA GENTE

Quem é que ainda não atendeu ao telefone com o identificador de chamadas, registrando ao invés do número de procedência da ligação, apenas o verbete "PRIVADO"? Não tenho nada contra os operadores de telemarketing, mas convenhamos que, nesse afã de defender o pão nosso de cada dia, há exageros nos contatos que fazem aos incautos clientes, a começar com a preservação da privacidade da origem da ligação; depois, quando atendemos nos entopem de vantagens ordenadamente decoradas em treinamento de pessoas carentes de emprego, repetindo todo o texto como fazem os "papagaios". Isso é algo deprimente: explorando-se pessoas despreparadas para se comunicarem civilizadamente; não são culpadas, pois tudo lhes é incutido na mente durante a preparação para exercer o ofício.

Culpados são os empreendedores desse trabalho e mais ainda os tomadores desses serviços, geralmente instituições financeiras "sérias e respeitáveis (?)". O que mais fazem se tratam apenas da inocente oferta de cartões de crédito, coisas que rendem milhões as financeiras e administradoras desse tal dinheiro de plástico. Sabemos que o crédito impulsiona as economias do mundo capitalista, mas a falta de respeito à nossa privacidade e a covardia de se esconderem no anonimato são coisas éticas? Onde fica o respeito aos cidadãos?

Um exemplo de abuso ocorreu na noite de ontem após as vinte e uma horas, quando uma dessas operadoras de telemarketing fez tocar nosso telefone, interrompendo nosso sono de um casal de anciões. Que fizemos para merecer isso?

sábado, 31 de julho de 2010

TRÂNSITO, SEMPRE MAIS VIOLENTO

Apesar de todo o aperfeiçoamento na legislação, o trânsito continua matando!
São motoristas embriagados, dirigindo seus veículos criminosamente. É coisa comum negarem-se a se submeter a exames de dosagem etílica. Causam mortes, mutilações, destroem famílias e, quase sempre, permanecem impunes.
É sabido que ninguém é obrigado a produzir provas contra si, coisa garantida pela legislação penal e, quando evidenciam sinais visíveis de embriaguês, ao se envolverem em acidentes graves esses motoristas, quando sujeitos aos flagrantes por causa da existência de vítimas fatais, ainda têm o direito a depositar fiança e responderem com atenuante processo por homicídio culposo, ou seja, sem a intenção de matar.
Com essas alternativas de se esquivarem da responsabilidade, o trânsito continuará ceifando vidas, não apenas por causa dos inocentes drinques, mas o uso de anfetaminas para que condutores de veículos de carga possam cumprir prazos de entregas, se obrigam manterem-se em estado de vigília e a causar acidentes graves em ritmo de crescimento que leva ao Brasil à triste estatística de maior número de mortes no trânsito do que ocorrem nos países em guerra.
Não basta que se façam leis; mais que isso: é preciso que se cumpram as leis existentes e que se acrescente a obrigatoriedade da aferição da presença etílica e quaisquer drogas em exames rotineiros por amostragem a qualquer momento em que se esteja trafegando. Mas isso sem exceções!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

FAUNA DA CIDADE DE VILA VELHA

    

    Com todo respeito aos biólogos de plantão e à sabedoria da sua ciência, permito-me comentar coisas ditas sobre animais silvestres (?), perambulando por nossa cidade. Os saguis (pronuncia-se güi, sem o trema excluído recentemente) são exemplo de animais habitantes, teimosamente resistindo às coisas do progresso, mas sentindo fome, migram para o meio residencial urbano próximo do seu habitat natural. Alguns biólogos apelam às pessoas para não disponibilizarem alimento a esses famintos primatas (nossos parentes?). Aqui, muitos encontram a morte em contato com fios elétricos e, quando atravessam rodovias e ruas, são impiedosamente atropelados e mortos.

    A montanha em que está localizado o Convento de Nossa Senhora da Penha, monumento religioso e histórico construído à época da Colonização do Espírito Santo pelo frade franciscano Frei Pedro Palácios, sempre houve preocupação quanto à preservação da floresta do entorno, hoje habitada por pequenos primatas e algumas aves; também essas vivem entre a mata e a cidade, de onde retiram seu alimento.

    Imaginemos que, se a população deixar de alimentar os pequenos primatas, certamente perecerão de fome, pois pequena porção de mata não contempla ecossistema completo para a manutenção dessa fauna de animais silvestres originariamente nascidos ali e, tornando-se alimentados por visitantes do convento, conheceram outros alimentos facilmente obtidos da generosidade dos humanos. Se migrarem para o meio urbano, nisso os biólogos têm razão, estarão expostos aos riscos dos fios elétricos e de outras armadilhas como essas que ceifam vidas humanas também – o trânsito e seus mortíferos artefatos da velocidade.

    Os pássaros vindos das matas têm mais mobilidade e quando pousam em fios elétricos, o fazem em apenas um fio, não tocando em outra fase não completam o circuito, por isso nada lhes acontece. O maior risco que sofrem os pássaros e causado pelos predadores da sua própria espécie e por répteis que invadem seus ninhos para alimentarem-se dos ovos. Dentre predadores de aves, primeiramente cito os de sua espécie – os gaviões e as corujas, em seguida as serpentes e os lagartos.

    Em observações que faço, a partir da sacada do nosso apartamento e pela cidade afora, inclusive na faixa de areia das praias, os pássaros que habitam nossa cidade de Vila Velha podem ser nomeados: Bem-te-vis, rolinhas, pardais, caga-sebos, andorinhas, anus-brancos e pretos; corujas buraqueiras e os temíveis gaviões. É bem verdade que os pardais, outrora numerosos, estão se reduzindo, a ponto de estarem sendo considerados em processo de extinção.

    Voltando ao foco principal, os saguis restantes, para que não morram eletrocutados ou atropelados, deveriam ser mantidos no seu habitat e auxiliando sua permanência na mata, deviam ser ali alimentados.    

domingo, 11 de julho de 2010

VIAGEM A CACHOEIRA DE SANTA LEOPOLDINA

    Embarquei em Santa Teresa, num daqueles coletivos montados sobre carcaça Chevrolet "Cara de Sapo", movido a gasolina e era a coisa mais moderna da época. Além do motorista condutor, havia um cobrador que recebia os valores das passagens, conforme o trajeto que faria cada usuário. No meu caso paguei uma importância equivalente ao segmento que ia desde o ponto de embarque à cidade de Cachoeira da Santa Leopoldina, nada mais que vinte e oito quilômetros, foi o trajeto que fiz nesse coletivo, serpenteando por curvas e mais curvas, deixando para trás grossa nuvem de poeira dessa rodovia de chão de terra.

Para que eu viajaria a essa cidade? Simplesmente para consultar-me com famoso médico homeopata de origem luxemburguesa que havia ali. Somente ele, como especialista da homeopatia e fitoterapeuta seria capaz de curar-me de enfermidade rara, que é conhecida pelo nome de CINESTESIA, que não tem nenhuma semelhança com SINESTESIA (iniciada com "S").

De longa data tenho percepção dos mais variados sons, quer esteja dormindo ou acordado. Ouço sons de cigarras (inseto), de campainhas, de motosserras, de tratores, de buzinas, de sirenes e de vozes humanas. Também dormindo ou acordado, vejo vultos passarem diante de mim, tudo com frequência. Às vezes, a campainha soa, eu me levanto e vou conferir à porta de chegada do nosso apartamento. Será que essa especialidade médica teria como curar-me desta moléstia rara? Foi exatamente por isso que viajei a procura de tal especialista.

Ao chegar ao destino, o ônibus parou em frente a um estabelecimento, onde era costume para que os passageiros, com destino diverso do meu, aproveitariam para se alimentarem de lanches, não faltando o famoso pastel de vento frito em banha de porco, café com leite, pão com manteiga e os famosos sanduíches de pão francês e mortadela "swift", tudo uma delícia!

Fui cercado por agenciadores de hotéis que me propunham levarem-me ao melhor hotel da cidade, inclusive o que podia oferecer preços módicos pela hospedagem. Tomaram minha bagagem e me levara rua afora até chegarmos a um beco com escadas e muros enegrecidos pela ação do tempo e descemos até chegarmos a uma edificação localizada a beira do Rio Santa Maria da Vitória. Era ali que me hospedaria, pelo menos, durante cinco dias, pois fui informado pelo pessoal do hotel que agenciou minha consulta, sobre a existência de longa fila de espera. Para que obtivessem esse pequeno prazo contavam com concessão especialmente para seus hóspedes.

Uma senhora idosa, acompanhada de auxiliares também afro descendentes formava toda a equipe dessa hospedaria localizada frente a uma cachoeira estranha: em meio a blocos de rocha negros havia poços de água que não se movia e a gerente me informava que ali eu poderia pescar nessa água parecida sem vida. Outra pessoa contrariando essa versão sobre pescarias nesse local, disse-me que poderia pescar ali apenas minúsculos bagrinhos e os temíveis mandis, cuja ferroada é extremamente dolorosa, Mas francamente não me movia o interesse por pescarias, bastava-me aguardar por minha consulta com o especialista.

No final desse primeiro dia, abri as bolsas e pendurei as roupas em cabides, sendo informado o banheiro que estaria à minha disposição: era um cano com furos ao longo de uma extremidade a outra por onde chovia água fria, verdadeiramente gelada. Não me lembro que tenha feito uso de tal instalação, apenas me lembro que isso ocorrera durante uma madrugada de baixas temperaturas durante este inverno.


 

domingo, 4 de julho de 2010

JABULANI, A BOLA DA VEZ...

    Não se assuste se daqui a alguns anos, seu filho chegar a casa e lhe disser: Mãe, conheci uma garota interessante que tem nome estranho.

    - Que nome estranho é esse, meu filho?

    - Jabulani, minha mãe!

    Não se trata de invenção, pois aqui na cidade de Vitória – ES, um pai foi impedido de registrar sua rechonchuda filinha como esse nome. Tomando a população da Grande Vitória, Capital do Espírito, onde vivem e residem aproximadas dois milhões de vidas, nesse proporção de 2.000.000, se tomarmos toda a população de Brasil, estatisticamente, poderemos ter cerca de 80 tentativas do gênero. Será que todos os oficiais de registro civil do Brasil serão capazes de impedir a façanha?

    Sabe-se, também, que Jabulani se tornou campeã de vendas, não apenas como bola oficial, mas, também as imitações adotadas como material indispensável à realização das famosas "peladas" pelo Brasil afora.

    Conforme noticiado, própria FIFA está preocupada em substituir esse apetrecho futebolístico por outra pelota oficial.

SELEÇÃO PARA EMPREGO TEMPORÁRIO

    Sou analfabeto em matéria de futebol. Tudo o que eu disser sobre o assunto, deverá ser considerada minha falta de conhecimento. Vejo, porém, a existência de vaga de treinador técnico para a seleção de futebol brasileira – bom emprego, embora temporário, pois qualquer tropeço desse titular, é certa sua demissão, a pedido ou por justa causa.

    Uma vez aberto o processo seletivo, há candidatos disponíveis formando demanda para ocupar esse cargo tão almejado. Por isso é que sugiro rigorosa seleção. Existem, por exemplo, vários candidatos que têm experiência comprovada no cargo, alguns durante anos. Mas é preciso que se pense seriamente se a nomeação, após processo seletivo se fará por contratação pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, regime estatutário, com estabilidade depois de estágio probatório ou, ainda, na forma de monarquia? Neste caso teríamos os candidatos naturais: Rei Pelé, "Imperador Adriano" ou, mesmo, o Rei Roberto Carlos. Também deveria ser exigência a condição para a aprovação do candidato: ser brasileiro nato ou naturalizado. Não! Naturalizado não! Imaginem se determinado candidato, o Hermano por exemplo, resolvesse se inscrever e, com essa tendência ao voto de protesto, ser eleito? Esqueçam esta proposição enquanto há tempo!

    Para escolha natural através de processo seletivo, ou escolha simplesmente ad nutum, poderíamos contar com vários, alguns cujos nomes são lembrados como técnicos da própria seleção brasileira ou de clubes nacionais. Nomes não faltam. Se o processo de escolha for por meio de voto direto e qualquer brasileiro possa votar, já conto com candidato certo.


 


 

    

segunda-feira, 28 de junho de 2010

AFINAL, A ÁGUA É PRECIOSA

    

    No Brasil, maior parte da energia elétrica gerada provém de usinas hidroelétricas, formando sempre imensos lagos da preciosa água para, em momento oportuno, ser transformada em energia elétrica, pela força das quedas produzida pela gravidade. A conversão das reservas de água em energia elétrica é o modelo que melhor se adaptou às condições peculiares do nosso país. É forma de produção de energia limpa, não polui, mas gasta preciosas reservas hídricas.

    Já houve quem dissesse que a forma energética mais limpa é aquela produzida pela energia nucelar, cujos resíduos são perfeitamente administráveis; não polui a atmosfera, pois não emite partículas carboníferas e o poder de produção e altamente expressivo.

    Se a produção energética viesse aposentar nossas grandes usinas, com certeza, teríamos reservas hídricas significativas, tanto para uso nas irrigações necessárias à produção agrícola ou, mesmo, para o consumo direto das populações, cujo abastecimento se encontra no limiar de possíveis crises de abastecimento. Nesse caso, seriam usadas as reservas já existentes, bem como deveriam ser construídas barragens em vales profundos nas cabeceiras dos rios e de seus afluentes, inclusive nas bacias de altitudes, às vezes, inferiores ao nível do mar. Esses rios, mediante a filtragem dessa água poderiam se tornar de cursos perenes, beneficiando todos os segmentos – industriais. Comerciais, agrícolas e de uso urbano. Certamente, diante do futuro sombrio que se avizinha, teríamos garantia de que a vida seria postergada. Essa preocupação se funda em previsões pessimistas que, num futuro próximo não haverá água. E já se pode vislumbrar a ocorrência de secas prolongadas, ora de chuvas diluviais. Também as águas dessas tempestades hídricas, se houvessem barragens disponíveis poderiam ser objeto de reservas, que tornariam rios perenes e com o cuidado de evitar edificações a beira dos cursos de água, evitar-se-iam catástrofes como as que presenciamos do sul ao norte do Brasil e pelo mundo afora.

    Já foi o tempo que se podia gastar água desmedidamente; de agora em diante é tempo de poupar água, um bem precioso e que se torna escasso. Não falo aqui das medidas de poupança de águas consistentes da mudança de pequenos hábitos válidos como o exemplo da reciclagem doméstica, reutilizando água para fins menos nobres. Falo, isto sim, de mega providências capazes de trazer ao uso grandes projetos de ação duradoura, modificando e melhorando, tanto a produção como a racionalidade do uso da água preciosa.

    Continuamente, até que me for dado raciocinar sobre essa causa, postarei novas abordagens.

    

sábado, 26 de junho de 2010

POUPANÇA DE ÁGUA

    Quaisquer depressões, vales profundos, onde se possa guardar água, deveriam ser utilizadas, através da construção de barragens, de modo a poupar toda a água que fosse possível. É sabido que, em épocas das chuvas torrenciais a cada vez mais presentes com as ocorrências de descontroles ambientais das disfunções climáticas, ora provocadas pelo aquecimento global, ora pela má distribuição hídrica decorrente da mudança das correntes marítimas, direcionando também as correntes atmosféricas para sentidos diversos. A qualquer momento, como foi o fenômeno de chuvas aluviais ocorridas na semana passa nos estados de Alagoas e de Pernambuco, onde pequenos riachos funcionaram como verdadeiros sunames, carregando tudo o que havia pela frente como se fossem ondas gigantes.

    Toda essa quantidade de água vinda repentinamente se foi, deixando apenas um rastro de destruição de bens materiais e de preciosas vidas humanas. Isso deixa, a cada vez evidente, que surpresas desse tipo serão ocorrências reiteradas e imprevistas, o que as torna sempre dotadas de alto poder destrutivo. Se houvesse bacias e vales represados, todos esse potencial hídrico, além de não ser nocivo, ainda, poderia aumentar os volumes da poupança de água sempre mais escassa.

Alguns diriam que grandes quantidades de águas estocadas poderiam causar impactos ambientais, também nocivos em alguns casos. Mas o que adiantaria a existência de terras férteis e secas, terras habitadas, faltando água e, como consequência, nada podendo vegetar para produzir alimentos à vida; mas águas represadas poderiam servir de meio à criação da fauna aquática essencialmente benéfica na cadeia alimentar. Também os recursos hídricos estocados poderiam ter utilização no desenvolvimento de vegetais indispensáveis à alimentação humana – cereais, leguminosas, frutas, tubérculos e verduras folhosas. Não se pode dissociar a água, que é parte integrante do nosso corpo na proporção de cerca de 60%. Sem água não se poderia fazer a reposição dessa parcela, o que tornaria inviável a vida humana.

Tais volumes de água fenomenais, se reservados poderiam, além de fornecer condições perenes a muitos cursos, serem aproveitados na produção de energia. Enfim, se faz urgente e inadiável qualquer forma de poupança de água.

Outras providências simples, mas eficazes, poderiam contribuir para que se postergassem as ameaças que pairam sobre o futuro da humanidade. Espera-se que cada um cumpra sua parte, por mínima que seja, antes que o fim se instale imediatamente. Postergar a vida sobre este planeta é o desafio que nos move fazer campanha. Qualquer resultado, por pífio que seja, tem seu Valor. A vida agradece!


 

quarta-feira, 23 de junho de 2010

COISAS FUTURAS

    Em recente crônica "A MORTE DE UM RIO", eu vi, com tristeza como esta natureza morre depressa, a "passos largos", não, "aos poucos", como costumamos dizer. Não sei o quanto poderei testemunhar nesse futuro sombrio que se avizinha. Sobre a falência das águas e dos rios é uma realidade que me deixa angustiado; não tenho forças para reverter esse processo, por alguns, considerado inevitável. Eu, bem que gostaria de não fazer parte deste pessimismo.

    Voltando a falar sobre Várzea Alegre, vi e senti que ali nessas terras férteis, o destino não reserva boas previsões. Assim como em todo o planeta, a água se extingue rapidamente. Como poderão sobreviver todos esses cafeeiros, todas as hortaliças e os cereais ali produzidos atualmente com fartura? Há um princípio de logística de guerra, o da "terra arrasada", para que o inimigo dela não tire proveito. O nosso inimigo comum é o aquecimento global e as consequências dele advindas. Então esse nosso inimigo, embora consiga destruir a natureza, não seria de bom alvitre aguardar que se percam nossas riquezas. Como? Usando os recursos minerais de Várzea Alegre, representados pelas enormes reservas de argila, exploradas e transformadas em utilidade para a construção de moradias e outras edificações; extrair todos os recursos possíveis de serem encontrados no subsolo: gemas preciosas e produtos de origem sílica, úteis, como matéria-prima, na produção de bens industrializados; todos os restantes de madeira das florestas nativas deveriam ser aproveitados, antes mesmo que a própria natureza os consumisse.

    Depois de exauridas todas essas riquezas e a terra tornada pobre de elementos nobres, de que adiantaria ter terra fértil, não possuir a água que a torna coisa viva? Depois desse processo espoliativo, seria a vez de ocupar esse grande espaço dessa bacia que representa a topografia da localidade com grande reservatório de água, mediante construção de apenas três barragens: uma no vale do Rio Santa Maria do Rio Doce, outra no vale do Rio Perdido e, finalmente, se necessária, na garganta entre Pedra da Onça e Pedra Alegre. Seria formado grande lago com 30 a 50 metros de profundidade, que se encheria com as águas provenientes das chuvas, desperdiçadas atualmente. E que seria do destino das pessoas que habitam a localidade atualmente? Suas residências, suas igrejas e suas escolas? De que adiantaria viver num deserto outrora fértil e produtivo? Certamente, o resto de vida estaria nessa reserva hídrica. Reserva que poderia beneficiar todo o vale do Rio Santa Maria do Rio Doce, tornando-o perene durante todo o ano, de uma estação das águas a outra no ano seguinte.

    Várzea Alegre serve, neste caso, como exemplo do que poderia ocorrer com as megas barragens, utilizando ora bacias semelhantes ou trechos de vales profundos. Isso, com certeza, poderia ser copiado para quaisquer regiões do planeta, onde fosse possível estocar água para que a vida pudesse ser postergada.

    Se isto que acabo de escrever tiver alguma utilidade? Esta foi minha contribuição!

    Vila Velha, 23 de junho de 2010.

    Idomar Taufner


 

terça-feira, 22 de junho de 2010

MORTE DE UM RIO

    É triste, mas verdadeira a história. Observei hoje, fitando um filete de água que passa sob a ponte edificada pouco acima da barra do riacho Canudo. Neste local. Quando cito no meu livro "Memórias", publicado em segunda edição, as pescarias que meu Nono Quinto fazia nesse local e sempre trazia para casa grande piaus, moréias, e traíras. Havia também outros peixes que beliscavam nos seus anzóis.

    Ouço dizer que o rio Santa Maria do Rio Doce, outrora caudaloso, há tempos se encontra sem vida, movimentando-se lentamente e serpenteando pelos baixios de Várzea Alegre. Onde havia diversidade de peixes, inclusive em seus afluentes, hoje, apenas lâmina de água de poucos centímetros de profundidade, exibe água transparente e verdadeiramente sem vida. Piaus! Que piaus! Traíras, acarás, moréias, sequer os lambaris, outrora abundantes, nem seus fantasmas etéreos existem mais.

    Essa é a realidade dos cursos de água, que a natureza sempre nos aquinhoou generosamente. Aos poucos, dejetos sólidos, resíduos de agrotóxicos, destruição das vegetações ciliares, que deixam de captar a água para o reabastecimento dos lençóis freáticos; chuvas intensas, encontrando o solo desnudo da vegetação que servia para absorver água, como se fossem esponjas, são causas da erosão nas encostas e assoreamento dos leitos de córregos, riachos e rios, contribuindo para perpetrar essa matança da natureza!

    Constatei, para minha tristeza, a morte desse rio, ainda não consumada, mas é certa sua extinção nesse ritmo, se providências de reversão não forem adotadas.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

LIMPEZA PÚBLICA NA GRANDE VITÓRIA EM ESTADO CALAMITOSO

    Primeiramente entraram em greve os condutores dos carros de transporte de lixo, situação tornada mais grave assim que os garis fizerem a mesma opção de paralisar seus serviços. Hoje existe lixo espalhado por todos os recantos da Grande Vitória, deixando a aparência de verdadeira calamidade.

Os movimentos de ambas classes produzem um só efeito – imundície por todos os lados.

Não que se julgue ilegítimos os preitos dessas laboriosas classes de trabalhadores. Todos nós, também, julgamos sempre no direito a melhores salários, porém o que não se justifica deixar toda uma comunidade refém e a mercê de contaminações que podem ocorrer com a exposição de matéria orgânica, causando proliferação de microorganismos nocivos à saúde e de modos especialíssimo o lixo hospitalar, sempre fonte de contaminação das mais graves doenças.

O que se espera das autoridades públicas, que não se omitam diante da gravidade que disso possa resultar. E dos próprios trabalhadores ações responsáveis, minimizando os efeitos que possam resultar suas ações e omissões.

Embora esse problema vez ou outra torne evidente a necessidade da regulamentação, com tratamento mais responsável, quando se tratem de paralizações de serviços em áreas essenciais. Com isto quero dizer, que contamos com a sensibilidade das autoridades públicas, especialmente daqueles que têm o dever de controlar e de legislar sobre este tipo de matéria.


 

terça-feira, 15 de junho de 2010

PÁSSAROS NA PRAIA DA COSTA – VILA VELHA - ES

    Na orla da praia existem pássaros, alguns freqüentam o calçadão, outros passeiam pelas areias na cata dos alimentos: restos de espigas de milho cozido depositadas na areia, cocos verdes partidos e migalhas de pão alimentam os pombos habitantes da praia. Além desses, os pardais, na atualidade, tem população reduzida; algo deva ter-lhes acontecido – falta de alimento ou aves predadoras podem ter se alimentado dos seus ovos ou dos próprios pássaros. Os bem-te-vis são um espetáculo à parte, reproduzindo o som onomatopaico, identificando seus nomes. Vez ou outra aparecem anus pretos e outros da variedade branca, mas a maior sensação ocorre quando as corujas buraqueiras constroem túneis sob a areia a e ali realizam a postura dos ovos, permanecendo em longa vigília aos seus filhotes, às vezes, durante meses.

Ultimamente apareceram algumas rolas visitando locais onde se deposita o lixo doméstico na procura de restos de comida que lhes sirvam de alimento. Visto do alto do nosso prédio, algumas rolinhas freqüentavam o local do lixo; mas de repente morador resolveu colocar canjiquinha de milho numa jardineira e, aos poucos, apareceram alguns desses pássaros e com a reiterada colocação do alimento, hoje, a partir das nove horas, uma nuvem desses pássaros vem em busca do alimento, sempre ali colocado à disposição. Imagino que com essa fartura de alimento, essas pequenas rolas terão sua fertilidade aumentada, vindo, como consequência o aumento de sua população.

Nas duas jardineiras postada ao longo da nossa varanda há algumas plantas, dentre as quais uma flor que denominam "Maria sem vergonha". Por quê? Dizem por que tal planta não escolhe lugar... Pois bem suas flores, sempre presentes já receberam visitas de colibris e foi visto, apenas uma vez, tal de "caga sebo", abelhas negras chamadas de "Cachorras" (esses insetos silvestres, quando tocadas em suas colméias, costumam emaranharem-se nos cabelos das pessoas) e, também, borboletas negras, sugando o néctar das flores e assim como os beija flores têm a função de polinizar para que as plantas se reproduzam.

Além de tal flor, brotaram uma pimenteira da variedade malagueta e dois exemplares da planta aromática manjericão. As flores desta também são visitadas pelos colibris, abelhas e borboletas, mas a sensação fica por conta de um bem-te-vi que, uma vez ao dia, vem se alimentar de algumas pimentas, atualmente maduras, conforme se pode verificar por sua coloração vermelha. Este bem-te-vi, apesar de existirem muitos habitando árvores de toda a região, parece que não convida seus semelhantes para se refestelarem com as nossas pimentas. Eu sabia que esta variedade de pimenta é alimento predileto dessa ave; cheguei, mesmo a comentar o assunto. Pois, saibam: nossa pimenteira pertence, mesmo, aos bem-te-vis.

A presença das rolinhas tem horários predeterminados: uma às nove horas e outro, impreterivelmente, às dezesseis horas. Hoje, por acaso duas dessas aves estiveram visitando minha suíte.


 

quinta-feira, 10 de junho de 2010

MUNICÍPIOS BRASILEIROS

    Nas recentes décadas, generalizou-se a emancipação de pequenos municípios pelo Brasil afora. Alguns são criados para participar da cota do FPM (Fundo de Participação Municipal, para contar com verbas destinadas às áreas da saúde, da educação e verbas específicas tais como dotações destinadas às melhorias sanitárias e outras.

É notório, no caso das unidades cedentes de territórios de emancipação, concordarem a até apoiarem tais iniciativas, pois se sentem, na maioria das vezes, desembaraçadas da responsabilidade de aplicações nessas áreas e a perda relativa das participações nas dotações federais e/ou estaduais serem mínimas.

Não posso referir-me a números, pois não os tenho, mas pela lógica penso e falo. As populações de pequenas cidades, que na maioria das vezes, não passa de dez mil habitantes, vêm nisso oportunidades de empregos públicos e os políticos de ocuparem cargos eletivos de vereador e prefeito, afora os cargos de natureza administrativa e outros. Concordo que, em situações de pequenos municípios, nos quais há geração de receitas provenientes de ações concretas da economia local, seja válida sua emancipação, pois terá como arcar à suas expensas com todos os dispêndios municipais.

Mas grande número resultante de pequenas unidades municipais, cujas receitas são insuficientes para o seu custeio e ainda permitem desmembramentos só há uma coisa comparável: separações de pobres tendem a ampliar a pobreza. Penso seriamente: criando-se parâmetros mínimos, aqueles que não os alcançassem poderiam ser aglutinados em unidades que se tornassem auto-suficientes financeiramente através da eliminação de unidades administrativas, cargos eletivos; remanejando funcionários para as unidades resultantes e se dispensado aqueles considerados ociosos, partindo, nesse caso, prioritariamente pela dispensa dos não efetivos e transferência de outros, tanto para unidades municipais diversas, bem como para entidades do poder estadual e/ou federal, tanto na administração direta como em autarquias ou organizações conveniadas para a prestação de serviços públicos.

Se esse ou aquele município tem responsabilidade de arrecadar taxas e impostos destinados a cobrirem seus gastos; auxílios estaduais e federais para socorro dessas unidades viriam quando houvesse situações emergenciais e calamitosas. Disso resultaria da redução da carga de tributos federais e, não tendo a quem recorrer, as administrações municipais teriam o dever de somente fazer dispêndios suportáveis pelos seus orçamentos. As exceções ocorreriam por conta de programas estaduais e/ou federais específicos, ainda assim, acompanhados de contrapartidas municipais.

A bem da verdade, essas reflexões carecem de estudos calcados em dados estatísticos, estudo da constitucionalidade das leis e, acima de tudo, o respeito pelo ônus que cabe aos contribuintes. De uma coisa estou certo: tanto na ponta (municípios), quanto nos meios (estados e governo federal) haveria motivos para mudanças capazes de racionalizar todo o sistema.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

TRÂNSITO NOS CENTROS DE GRANDES CIDADES

A reflexão, a seguir, tem como visual a cidade de Vitória, Estado do Espírito Santo, e o conjunto de aglomerados urbanos chamados região metropolitana. Isto que ocorre por estas bandas e a reflexão que se faz, no que couber, talvez pudesse ser aproveitada para outros grandes centros.

    Em quaisquer horários que nos dirijamos a Vitória, Vila Velha, Cariacica e Serra, estaremos diante de congestionamentos de veículos automotores, tanto autos de passeio, como de transporte coletivo e de cargas. Comenta-se que o problema passa pela construção de novas pontes, de túneis e de elevados. O que as ruas e os espaços urbanos não suportam é o elevado número, a cada vez mais presente nas ruas. Certamente, dizem, são coisas do progresso. Eu diria: é o preço que se paga pelo progresso.

    Isso nos leva a reflexões sobre como poderiam ser adotadas providências simples, ora elevando o custo dos responsáveis maiores pelos transtornos, ora amenizando o custo das partes que se sentem as mais sacrificadas.

    Maior conforto se destina aos usuários de automóveis de passeio, quase sempre, ocupados por apenas uma pessoa – somente o condutor, observando-se que extensas filas desses autos, tanto ocupam vias urbanas, pontes e estacionamentos, tanto aqueles oferecidos gratuitamente em locais públicos, nas praças de estabelecimentos comerciais e abarrotando as garagens das edificações residenciais e/ou comerciais – vê-se que não há mais onde estacionar, nem onde circular tantos veículos automotores.

    Esse fato é coisa comum aos grandes centros populacionais, especificamente mais graves nas capitais e suas regiões metropolitanas. Isto torna a Grande Vitória, capital do Estado do Espírito Santo, uma das metrópoles afetadas, pois as aglomerações urbanas espremem-se entre mar e montanhas. Atualmente os meios de se chegar à cidade de Vitória ou de sair dela é dotado ao todo de seis pontes, três das quais na parte sul e mesmo número na região norte.

    Fala-se sobre a ampliação desse número de travessias, quer seja na construção de novas pontes e mesmo de túnel subaquático. São projetos que sequer tenham saído do papel em razão dos altos custos e de benefícios temporários.

    Na região metropolitana de São Paulo e do Rio de Janeiro existem os metrôs, transportando milhões de passageiros, mas em Vitória, apesar de se ouvir falar vez outra sobre a implantação de um metrô de superfície, projeto ainda não tornado real, acredito, devidos aos altos custos, falta de praticidade e benefícios insignificantes.

    No caso de São Paulo, houve tentativas de priorizar veículos para circular na cidade, baseado no número de final de placa. Houve benefícios, gerando insatisfação, às vezes, aos usuários finais. E o caos permanece real.

    Quanto ao caso de Vitória, onde a frota cresce e as vias permanecem estáticas, imagino coisas a serem implementadas, se outras não existirem melhores. As seguintes:

    1 – Transporte coletivo

- Isenção de pedágios;

- Reposição das gratuidades de passagens para idosos, gestantes e deficientes físicos, esses passes concedidos mediante prévio cadastro dos beneficiários;

- Redução nos preços das passagens pagas pelos usuários do sistema;

- Manutenção de meia passagem para estudantes, mediante apresentação da identidade estudantil (as sobras de passes poderão ser utilizadas após os períodos de férias, quando excederem o número de utilizações durante determinado período letivo);

2 – Táxis e veículos de transporte escolar, de transporte de trabalhadores, receberiam desconto de 50% dos valores devidos a título de pedágio.

3 – Automóveis particulares teriam 50% de desconto, quando trafegassem com número completo de assentos ocupados, nos demais casos, pagaria tarifa especial de até (cinco) vezes o preço normal de cada categoria do veículo de uso particular.

Há, ainda, a considerar para as hipóteses elencadas rigorosos estudos estatísticos para se chegar a números, visando menor quantidade de autos sobre as pontes, em circulação nas ruas e na ocupação de vagas de estacionamento.

Também estariam de isentos da cobrança de pedágios ambulâncias destinadas ao transporte de enfermos, viaturas do corpo de bombeiros e viaturas de uso policial.

Esta reflexão é coisa superficialmente tratada, tornando necessários estudos que visem proteção a idosos, gestantes, deficientes, policiais quando em serviço e outros que se encontrem ao abrigo das leis.


 

domingo, 6 de junho de 2010

TODOS DE PRETO

    Sim. Isto mesmo! Todos trajados com ternos pretos sem exceção. Aconteceu de comparecermos a um evento num grande auditório, espécie de plenário, ocasião em que havia algumas dezenas de presenças. Eu estava ali a convite de Domingos e essa longa reunião adentrava a noite, sem qualquer previsão de término.

    Longos discursos em que oradores se revezavam; alguns discursavam como se estivessem tomando posse de cargo relevante; outros prestavam homenagens a personagens presentes e, também, a alguns já falecidos. Enfim, aquele sequência de pronunciamentos carregados de linguagem formal, onde era frequente o uso de verbalização na segunda pessoa do plural, fazendo com que nos sentíssemos pretéritos no tempo.

    Às tantas, noite adentro, Domingos retirou-se provavelmente com destino a casa. Quanto a mim, como o faço costumeiramente, e, com presença de vários interlocutores, perdia-me em longas conversas, pois quaisquer assuntos me servem para dialogar. E assuntos não faltavam, parecendo-me que em presença de colegas escritores, havia referências às obras literárias de capixabas ilustres. Houve momento em que me concentrei em conversas com mais alguns ocupantes que circundavam uma mesa retangular com cantos arredondados, cerca de dez, creio.

    Houve, também, distribuição de alimentos e bebidas. Minha opção foi por sucos de frutas e biscoitos dietéticos. Quanto aos demais consortes, havia até quem tomasse cervejas e refrigerantes, enquanto degustavam salgados fritos e petiscos frios servidos generosamente. Depois dessas degustações, eu me sentia saciado e uma súbita vontade de me retirar fez com que procurasse localizar meu automóvel – um Opala totalmente negro.

Para sair desse local, assim como fizera na chegada, devia passar por vários obstáculos. No primeiro, numa cancela, devia receber cartão magnético para usá-lo no último portão. O caminho de saída era estreito e serpenteava ao meio de móveis como cadeiras, bancos de madeira e blocos de concreto – os famosos "gelos baianos". Apesar de todas essas dificuldades, eu conseguia dirigir meu opala com relativa facilidade, não tocando nem de leve em quaisquer desses objetos; novo problema surgiu quando o Chefe da Segurança constatou que eu portava, de forma visível, um revólver calibre 38. Ele me solicitou, com voz suave, que lhe entregasse a arma, coisa feita por mim sem esboçar qualquer reação, mas convenhamos: porque portar arma sem que fosse detentor de autorização expressa por lei, depois do cumprimento de todas as formalidades. Acaso eu exercia algum cargo que me conferisse tal direito? Mesmo assim, não sei por que razões a arma me foi devolvida e eu aconselhado a não mais exibi-la.

    Novamente, tentando me retirar daquele recinto, repeti a passagem pela primeira cancela, recebi novamente o cartão que me liberava a saída, percebi que a edificação do imóvel era contígua a um cemitério, exibindo as construções de mausoléus e bens de serventia para sepultamentos e demais atividades que lhe são próprias, coisa absolutamente normal, mesmo porque tais estabelecimentos hão sempre de ser edificados em algum lugar. Nesse ambiente, julgados por muitos, coisa bizarra, esquisita e de mau gosto; ocorre aí o descanso pacífico dos restos inertes e sem vida de pessoas outrora belas, graciosas, saudáveis e donas de personalidades ímpares.

No local onde passei maior parte da noite e da madrugada, repentinamente ficou totalmente às escuras, não sei se por falta de energia ou por queda de disjuntores ou coisa qualquer. Assim permaneci por ali, já que o portão de saída não funcionaria sem eletricidade e praticamente todas as pessoas presentes haviam deixado o local. Devia aguardar que o dia amanhecesse. Enquanto isso, eu dormiria para retornar às atividades normais em seguida.

    

sexta-feira, 28 de maio de 2010

CONVENTO DE N. SENHORA DA PENHA – VILA VELHA – ES


Desde que frei Pedro Palácios, frade franciscano, trouxe para Vila Velha e erigiu pequena capela no pé de uma montanha, situada na Prainha de Vila Velha – ES, a imagem milagrosamente se deslocava ao alto do monte e tantas vezes trazidas para baixo, sempre retornava ao alto. Diante dessa evidência, não houve alternativa de senão erigir o santuário no cume da montanha. Muitos milagres são atribuídas a essa santa e uma galeria de mensagens de agradecimento feitas por pessoas que contam e atestam o recebimento de graças não compreendidas senão como milagres figuram em extenso mural. Desde época da colonização da Capitania do Espírito Santo, o convento de Nossa Senhora da Penha tornou-se símbolo religioso de Vila Velha e padroeira do Estado do espírito Santo, por isto, a figura do convento sempre foi o símbolo maior do municipio de Vila Velha.

Recentemente um fato lamentável e sem quaisquer fundamentações substituiu a figura do convento nos símbolos gravados em bens e documentos municipais de Vila Velha por figuras geométricas que nada tem relacionado à história desta terra – a verdadeira terra dos "Canelas Verdes".

VIDA ARTIFICIAL

Teoricamente já se tornou possível construir vida, a partir do genoma sintético como substituto da peça natural retirada de uma célula. Feita a substituição, eis que a célula reproduziu-se normalmente. Esta descoberta descortina, talvez, a maior revolução depois de que se tornou possível com a descoberta de uma energia capaz de produzir bombas atômicas.

Os autores dessa fantástica descoberta, receosos, ante a possibilidade de múltiplas formas de uso, e por não existir ainda normatização de limites éticos e a diversidade de aplicações, podendo haver usos maléficos, clamam por urgentes estudos que visem limitações legais como forma de tornar essa descoberta destinada exclusivamente para o bem da humanidade.

Divagando, agora, sobre o significado do controle sobre a vida, especialmente dessa unicelular, poderemos ter bactérias que absorvam o CO2 da atmosfera, dele se alimentem e sintetizem hidrocarbonetos ou hidratos de carbono, formas energéticas de combustíveis orgânicos e/ou combustíveis semelhantes aos de origem fóssil: orgânicos – glicose, celulose, biodiesel; inorgânicos – petróleo e seus derivados: gasolina, querosene, óleo diesel e, mesmo, formas combustíveis ainda desconhecidas. Bactérias que possam desenvolver vacinas e medicamentos destinados à cura de enfermidades, hoje, incuráveis, alimentos sintetizados que poupem o trabalho da agricultura, proteínas que substituam produtos de origem animal, oxigênio e outros gases úteis na refrigeração e em outras aplicações. Enfim, um universo de diversidades; podem também produzir substâncias venenosas e destrutíveis. Nisto é que reside a parte geradora de dúvidas e o temor do uso inadequado.

Comentários de organizações ligadas às igrejas fazem alusões a esses cientistas, como se quisessem usurpar o poder de criar a vida como coisa privativa de Deus – como se quisessem igualar-se a Deus. O ser humano criado à imagem e semelhança de Deus, Dele recebe inteligência e inspirações para gerar grandes feitos – esses capazes de assombrar a humanidade. E uma coisa é certa: "nada acontece nesse universo, que não seja da vontade de Deus e nem ao mero acaso".

quarta-feira, 19 de maio de 2010

As pedras da onça

    

    Está em andamento a redação de um novo livro, cuja temática se reporta no tema central da Pedra da Onça. Desta vez, apenas o garimpo e seus personagens são os verdadeiros; há uma série de garimpeiros com nomes e fatos fictícios, contando caracteristicamente a vida e as famílias desses bravos, que, desentranhando as gemas preciosas produzidas aleatoriamente e guardadas há milhões de anos no interior do subsolo, fazem venturas e desventuras; fazem fortunas num momento e escassez absoluta em outro, fazem sonhos e fantasias grandiosas; também decepções e sofrimento reais. Fazem fortuna fácil e no momento seguinte toda a riqueza se esvai com idêntica facilidade de como surgiu.

    Diferentemente do que foi o livro "A Pedra da Onça – Jazidas, lavras e garimpos no Espírito Santo", este "As pedras da onça" é, simplesmente ficção, adotando a mesma temática e, embora não haja realidades, os fatos têm verissimilhança com a realidade de Figueira de Santa Joana, mais tarde tornada, na língua indígena, ITARANA, cujo sentido é idêntico ao nome Pedra da Onça.

    Um fato pode tornar aparentemente injusto com os garimpeiros profissionais, pois a grande fortuna das águas-marinhas, encontradas em profusão nessa lavra, ocorrida de forma descontrolada, talvez guardando semelhança com o grande garimpo de ouro da Serra Pelada, ocorrido no Estado do Pará, onde verdadeiro formigueiro humano extraiu algumas toneladas de ouro. Aqui também a garimpagem se deu á margem da lei privilegiando profissionais liberais, comerciantes, farmacêuticos médicos, tabeliães e alguns garimpeiros profissionais nada viram, sequer as notícias de toneladas de gemas.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

INTERNET, RECURSO POLIVALENTE...

    Na década de 1950, época em que se digladiavam as grandes potências numa guerra chamada "fria". Foi nesse ambiente de disputas militares que a tecnologia da cibernética deu seus primeiros passos, concebendo comunicarem-se unidades de forma remota e virtual e garantindo a preservação de informações existentes em locais que viessem a sofrer destruição no caso de batalhas.

    As redes de comunicação e transmissão de dados à distância foram denominadas inicialmente pelo Departamento de Defesa, mediante desenvolvimento, "ARPA - Advanced Research Projects Agency".
"Sua função era liderar as pesquisas de ciência e tecnologia aplicáveis às forças armadas americanas".

    "Assim, em 1969, foi criada a ARPANET - ARPAnetwork e em outubro do mesmo ano foi enviada a primeira mensagem remotamente, inaugurando na prática suas atividades. Durante os anos seguintes, a ARPANET foi sendo ampliada com novos pontos em todo os Estados Unidos, passando a incluir também universidades. Em 1971, surgiu o modelo experimental do e-mail (o seu primeiro software veio em 1972), ampliando a utilidade da Rede. Já em 1973, foram criadas as primeiras conexões internacionais, interligando computadores na Inglaterra e na Noruega".

    http://www.interponta.com.br/~tutorial/suporte/comosuriguainternet.htm. Site pesquisado em 17.05.2010, para os textos acima assinados com aspas.

    Essa história não parou por aí; mas, a partir de 1985 é que se pode considerar a existência da rede de computadores nos moldes atuais e sempre apresentando evolução, de tal modo que a novidade de ontem e de hoje, amanhã pode estar superada, graças aos constantes avanços científicos. Lembro-me de que aquilo que hoje se chama de informática, no final da década de 1970, dizia-se computação, processamento de dados, passando, em seguida, a ser nomeada de informação e, finalmente de informática. Nesse progresso científico formava-se, quase que espontaneamente, a rede internacional de computadores, finalmente INTERNET.

E hoje, quando estamos em vias de transposição da primeira década do século XXI, a internet, coisa consolidada faz parte de nossas vidas para que nos comuniquemos para quaisquer partes do mundo, para que façamos variadas pesquisas sobre quaisquer assuntos, para que publiquemos nossos pensamentos, nossos sonhos e nossas fantasias... Para que possamos receber tratamentos, cirurgias remotas possam ser praticadas em quaisquer distâncias do mundo. Enfim, para que tenhamos, literalmente, o mundo em nossas mãos!

Outra face da moeda tem como característica a mesma velocidade da informação para coisas menos boas e até maléficas: Tudo é democrático e o uso depende, conforme o caso, do livre arbítrio, assim como é a consciência humana. Se alguém decide a usar a internet para fins criminosos, embora haja preceitos legais que possam alcançar esses malfeitores, esses que usam artifícios para aplicação de golpes, para induzir menores à prática de prostituição e de atos libidinosos mediante aliciamento e violências praticadas por abusos sexuais contra menores (pedofilia), extorsões com o uso de práticas de chantagens e seduções, utilizando artifícios enganosos. Há também comércio ilegal, ora vendendo produtos falsificados ou importados em contrabando, ora vendendo armas, drogas e medicamentos proibidos, que requeiram controle de retenção das receitas, chegando a extremos como a venda a incautos compradores de hormônios de uso veterinário para usá-los em humanos. Passagem de mensagens de conteúdo falso e, algumas vezes, alarmista.

Hoje, temos certeza da grandiosidade dessa rede de computadores, transmitindo informações, conhecimento e conforto e, por outro lado, grandes malefícios, não por culpa da informação, mas da maldade que habita, como sempre foi, a mente humana. É preciso conservar as boas conquistas e, se não é possível eliminar todos os males advindos, que, ao menos sejam minimizados para que sejam reduzidos, permitindo o uso saudável da informação a cada vez mais célere.

Esperemos, sempre, o melhor.


 

domingo, 9 de maio de 2010

VITÓRIA SOB DESCONTROLADO TUMULTO

Costumeiramente levei Ana Maria ao seu trabalho no INAMPS e estacionei meu fusca naquele espaço existente no entorno da Catedral, segui depois à agência do BANESTES localizada no centro, na Praça Oito. Enveredei-me por grande elevador, chegando a um andar bem alto (sétimo, oitavo, nono; não me lembro ao certo em que andar cheguei).

Coloquei-me numa das filas destinadas ao atendimento. Algumas das quais se destinavam ao atendimento direto nos caixas, outros sequer entravam em quaisquer dessas filas, pois de posse de senhas numéricas, quando chamados lhes eram indicados os respectivos boxes de atendimento personalizado. De posse de minha senha, enquanto aguardava atendimento, não perdia tempo: falava com quaisquer pessoas a respeito de quaisquer assuntos. Lembro-me de que, quando conversava com uma senhora qualquer, uma criança que a acompanhava (devia ser seu filho), procurou dialogar comigo e eu lhe ofereci cigarros de um maço que portava no bolso da camisa. Aquela senhora me advertiu de que não se deve oferecer esse tipo de coisa a pessoa alguma, principalmente nesse caso porque era uma criança a que eu oferecia cigarro. Mas na realidade, os objetos tinham semelhança de cigarros, apenas no formato, pois, apenas no aspecto, porque no conteúdo devia ser algo açucarado. Depois disso, surgiram-me, não sei como duas sacolas cheias dessas coisas parecidas com cigarros. Pessoas enfiavam as mãos nessas sacolas e retiravam os objetos e os colocavam na boca e os mastigavam. Pois é, se pareciam, mesmo, com pirulitos de açúcar cristalizado, no formato de cigarrilhas.

O tempo se passava e foram raros os atendimento em que outros clientes, assim como eu, aguardavam serem chamados, tivessem sido seus números aparecido num grande painel luminoso. E, quando chamados, além de acender número luminoso da senha, havia um sinal sonoro que chamava atenção.

Costumeiramente, nesses ambientes, fala-se alto, crianças gritam e tagarelam, criando sons cujos ecos reverberavam por aquelas paredes desprovidas de proteção acústica. Meus ouvidos, sensíveis aos sons agudos, mas não conseguindo distinguir qualquer palavra, deixavam-me desconfortavelmente incomodado. E o vozerio começava a vir, também, do lado de fora do prédio e, em determinado momento, as pessoas que se encontravam próximas às janelas, movimentaram-se bruscamente para o interior do salão e o vozerio aumentou, junto de ruídos vindos de fora que se assemelhavam a estampidos de armas de fogo ou de fogos de artifício.

Procurei postar-me num local que tivesse visibilidade ao longo da Avenida Jerônimo Monteiro, quando pude ouvir mensagem sonora de toda a população deveria abster-se de sair às ruas, pois escapara de uma prisão um grupo de perigosos meliantes e estavam fortemente armados, correndo risco de confronto com tropas da polícia militar e de outras forças, inclusive forças do Exército acabavam de ser convocadas para enfrentamento com carros de combate e tanques de guerra. A qualquer momento poderia eclodir conflito com aramas pesadas, além de potentes fuzis e metralhadores, carros de combate e tanques poderiam lançar granadas e outros artefatos, onde quer que os bandidos se escondessem. Poderiam invadir o prédio do BANESTES e, neste caso, nós que aguardávamos atendimento, poderíamos ser alvo de bombardeio. Pois bem, o caos havia se instalado na cidade de Vitória e não havia para onde ir; qualquer lugar, qualquer prédio, mesmo o prédio do INAMPS não representava qualquer segurança (lá é que Ana Maria se encontrava. Será que ela tinha conhecimento do que acontecia em todo esse tumulto?).

Agora parecia iminente uma batalha destrutiva, eis que um carro de combate, medindo alguns metros de comprimento por uns seis metros de altura abriu fogo em direção à Esplanada Capixaba, lançando bombas, que nada mais eram que rojões daqueles de festas juninas e uma chuva de bolas e estrelas multicoloridas tomou conta do céu da Capital. Esse fato, como alguns diziam, apenas representava um sinal de advertência, pois um fogo pesado poderia ocorrer a qualquer momento.

Felizmente, depois de algumas horas de apreensão, eis que a normalidade voltou a Vitória. Tudo voltou ã calma e a Capital voltou a respirar aquela paz costumeira. Tumulto, sim, havia no comércio literalmente tomado com pessoas ávidas para a compra dos presentes com os quais homenageariam suas mães no próximo dia nove de maio, domingo próximo.


 

sexta-feira, 30 de abril de 2010

ENERGIA ELÉTRICA ALTERNATIVA

Vi numa reportagem na TV, algo incomum na produção de energia elétrica, utilizando forma alternativa de aproveitar a força de rolagem dos veículos automotores que trafegam nas cidades. O mecanismo funciona como redutor de velocidade dotado de cilindros ondulantes, que giram quando atravessados pelos automóveis, criando dispêndio de força ao atritarem as rodas sobre esses mecanismos, força aproveitada na produção de eletricidade, de forma alternativa. A utilização desses processos, nas grandes cidades brasileiras, além de conter a velocidade dos motoristas infratores, contribuiria para a iluminação, no mínimo.

Esses mecanismos reduzem as velocidades dos veículos e aproveitam a força cinética das rodas, tal como acontece às bicicletas para produzirem a energia, utilizada no acendimento das lâmpadas para clarear os caminhos percorridos em ambiente escuros.

Imaginem o desperdício de energia que ocorre com o uso das bicicletas ergométricas nas academias de ginástica. O uso contínuo de tais mecanismos poderia contribuir como parte da energia gasta para a iluminação ambiental. Até mesmo nas pistas das rodovias, onde caminhões, ônibus e carros de passeio trafegam em alta velocidade, o atrito das rodas no solo, poderia ser captado por mecanismos que o convertessem em força transformável em energia elétrica, sempre bem-vinda ante a possibilidade da escassez das fontes energéticas conhecidas e utilizadas.

Há muito se cogita o aproveitamento energético oriundo dos desníveis das marés e suas ondulações. Também a concentração dos raios solares, feita mediante o uso de lentes convexas, poderá levar aquecimento a tal ponto de fazer com que a água entre em ebulição e ponha em funcionamento caldeira de fora motriz. Este fato é notoriamente conhecido, a exemplo das locomotivas e caldeiras geradoras de força motriz e daí, para chegar à energia elétrica, basta a existência de gerador movido por tal força.

Disso tudo se depreende que há muitas alternativas simples capazes de produzir energia e outros benefícios, dotando a vida de mais conforto.

Além das forças geradas pelas quedas de água das cachoeiras, aproveitadas sob a forma de usinas hidroelétricas, a força dos ventos, chamada energia eólica, acredita-se que a natureza ainda disponha de outras fontes energéticas, ainda não conhecidas, cabendo a nós humanos raciocinarmos e concluirmos para que, mesmo em coisas simples, existem fatos herméticos aos nossos olhos – dotados, em certos momentos, de falta de acuidade visual.