segunda-feira, 30 de junho de 2008

OCORRÊNCIA DE FENÔMEN0OS


Sonho e Realidade
Há um fato que me ocorreu há quarenta e dois anos, me deixando perplexo por todo esse tempo. Não tenho nenhuma explicação para uma visão que tive durante um sonho tornado realidade três meses depois. Se eu não tivesse transmitido a alguém na manhã seguinte, hoje poderia ser considerada uma invenção à cata de notoriedade. O fato mereceu registro no livro “Memórias...”, que brevemente será publicada sua segunda edição. Tal sonho consistiu na visão antecipada de um acontecimento da natureza – uma tempestade descomunal, com chuvas torrenciais e farta queda de granizo, causando graves perdas de plantações e de animais, especialmente bovinos.
Outros sonhos tornados realidade foram constantes em minha existência, mas como não os relatei previamente, de que adiantaria enumerá-los agora? Mas creiam: são vários.
Mas entre tantos sonhos de que não registrei testemunho, menciono um que me impressionou: sonhei que caminhava por uma estrada, onde, no passado de minha infância, tantas vezes passei. A determinada distância, eu vi como se fosse uma mulher de estatura alta, trajando uma veste branca e rendada, mas, na medida em que me aproximei, vi que se tratava de um homem negro de todos conhecido na localidade e que se dedicava à faiscação de minerais preciosos. Depois de acordado tive pressentimentos que me indicavam claramente de que não deveria me aproximar dessa pessoa. Por muitos dias, diante daqueles aconselhamentos presentes no meu consciente, procedi conforme aquela estranha sensação me recomendava. Algum tempo se passou para que um amigo, daqueles que merecem fé na sinceridade, me convidou para me confidenciar ter presenciado aquele indivíduo a fazer-me concretas ameaças à minha integridade física.
Visões anormais
Em 2000, estive internado por mais de um mês no antigo hospital UNIMED/CORAÇÃO, acometido de pancreatite aguda. Certo dia daquela época cai em profundo sono, ocasião que tive a sensação de estar flutuando acima do meu leito e de lá via como se meu corpo fosse uma espécie de tronco claro e sem cor definida, algo que não encontro adjetivos para descrevê-lo. Acordei rodeado de médicos e de paramédicos a me examinar.
Imediatamente após recobrar os sentidos resultantes dos efeitos da anestesia, de uma cirurgia de revascularização do miocárdio, ocorrida em 11 de junho de 2003. Tinha visões nítidas de figuras de pessoas coloridas de vermelho forte e de negro absoluto; via tudo nitidamente, estando acordado e consciente, bastava que fixasse a visão num determinado ponto neutro; não via apenas as imagens; eu as via também em movimento. Cheguei visualizar figuras de antigas revistas em quadrinhos, cujos personagens movimentavam-se como se fossem imagens de algum vídeo. De um dia ao outro essas imagens coloridas foram perdendo a cromática forte, passando de cinza forte a um prateado brilhante e aí desapareceram.
Coisa comum sempre me ocorre quando ouço sons e vozes. Muitas vezes acordei com o som da campainha do nosso apartamento, o mesmo acontecia numa casa onde passávamos temporadas em Santa Teresa. Quando olhava, ninguém havia tocado. Vozes, eu costumo ouvir com freqüência, depois percebo que tal fato não ocorreu. Mas no dia que minha tia Luiz faleceu numa manhã tive a certeza de tê-la ouvido a chamar pelo meu nome.
Quando criança, a gente ia às rezas numa igrejinha dedicada a Santo Antônio. Nessas ocasiões eu costumava fixar as vistas no piso de ladrilhos decorados e, depois, de alguns segundos me parecia que aquelas imagens migravam para um plano superior e me davam a nítida idéia de que se movimentassem.
Numa manhã recente, fixei minhas vistas num plafon existente no teto de nosso dormitório; parecia que se movimentasse a semelhança daquele movimento que parece a lua fazer quando as nuvens são compelidas a se deslocarem pela ação do vento.
Mais estranho ainda é quando vejo repentinamente vultos de pessoas se deslocando pelo interior de nosso apartamento. Num desses eventos, estávamos na sala de casa apenas minha esposa e eu. Inconformado pela aparente visão, eu conferi todas as dependências e me certifiquei de que ninguém mais se encontrava em casa naquele momento.
Falando com minha filha a respeito dessas visões consideradas “virtuais”, ela me disse que isto é sintoma de alucinação. Afinal que tipo de alucinação eu estaria sendo vítima?
Sei que sou leigo nessas coisas, mas quanto ao fato ocorrido após a cessação dos efeitos de anestésicos, acredito mesmo que seja fruto de alucinação, mas quanto aos sonhos, audição de sons e de vozes e da percepção de movimentos de objetos estáticos, a ciência teria explicações?
Mesmo correndo o risco do descrédito e da demonstração de minha falta de conhecimento do assunto, Imagino que neurônios funcionem como gravadores de sons, de imagens estáticas e dinâmicas. Seja lá por normalidade, defeito ou anomalias, esses fenômenos poderiam ser fruto do descarregamento de “arquivos” da massa encefálica?
De qualquer modo, espero que pessoas conhecedoras dos assuntos abordados, comentem a vontade. A curiosidade é que me move a escrever sobre essa matéria.

sábado, 14 de junho de 2008

GRANDE GOLPE?



Parecia estar numa grande casa na propriedade de Hilton Corteletti, em Várzea Alegre, onde se realizava reunião para aderir a um plano de vida com aplicações financeiras. Muitos dos presentes aderiram e eu mesmo fiz um investimento inicial de mais de oito mil reais, cujo total seria de aproximadamente doze mil, assim que totalmente integralizado. Outras pessoas faziam fila para depositar suas participações num local que deveria ser uma tesouraria. Ali havia um entra e sai de pessoas e numa grande sala, uma espécie de auditório. Várias pessoas compunham uma mesa se revezando em explicações e mais orientações aos futuros candidatos a fazerem parte de um grupo que, independendo de carência já estariam, a partir do momento da adesão, cobertos por seguros de vida, de acidentes pessoais, também no caso de insolvência financeira da entidade patrocinadora de tal programa de vida, que compreendia, depois de um período de doze meses, renda mensal vitalícia de um centésimo por um do capital investido, creditados mensalmente e resgatáveis a partir do quinto ano em percentuais de 10% por ano da aplicação, até que fossem alcançados 100%%, ou ao final de 15 anos, o resgate do saldo residual total. No ato da adesão eram subtraídos 30% para resgatar prêmios de seguros, promoverem sorteios e despesas administrativas destinadas ao pagamento do pessoal e de custos diversos.
Um senhor, com aparência de executivo financeiro, explicava minuciosamente os mecanismos de como o capital investido retornaria e a renda poderia ainda alcançar melhores resultados com o crescimento das participações de novos adeptos. Dessa forma cada um dos aplicadores funcionava como agenciador para que a corrente se fortalecesse. Quanto mais adeptos, a capitalização se tornaria mais rentável. Não havia dúvidas, se possuísse mais recursos financeiros não havia, mesmo, melhor opção para atingir ganhos cada vez mais expressivos. Assim ocorreu durante todo esse dia, mas a tarde se aproximava fizeram avisos para que aquela multidão de pessoas que lotava além do grande salão, todos os espaços disponíveis daquela e de outras ruas próximas, se abstivessem de permanecer na pista asfáltica de rodovia que estava a ser pavimentada para que um grande avião pudesse aterrissar, a fim de reconduzir toda a comitiva à Capital, local em que a campanha continuaria no salão do segundo andar do Edifício Presidente Vargas, na Praça Costa Pereira; vago agora depois da transferência do CREV Metropolitano para Jardim América num imóvel cedido pela Cia. Vale do Rio Doce. Antes que o avião pousasse na pista asfáltica da rodovia, o presidente da campanha fazia, ainda, aviso de que, a partir da manhã seguinte estaria atendendo no endereço mencionado, na Cidade de Vitória.
Ouvimos o ronco das turbinas de grande avião, roçando asas nas copas de árvores e palmeiras centenárias existentes na localidade, fazendo da exígua pista asfáltica da rodovia um campo de pouso improvisado. Toda a comitiva embarcou e a aeronave decolou rumo a Capital. No dia seguinte muitos de nós estaríamos em Vitória para aplicar mais recursos, visando, ainda, a melhoria das possíveis rendas, isso por que todos almejavam melhores condições de vida e de renda, garantindo melhores dias no futuro.
Cuidamos de retornar a casa, pois devíamos examinar saldos bancários para aumentar os investimentos, pelo menos eu deveria fazer o pagamento de mais quatro mil reais, totalizando minhas aplicações, se mais recursos disponíveis não tivesse para melhorar minha performance nesses ativos.
Viajamos, retornando à Grande Vitória, examinamos nossos saldos bancários; nada além do que já nos havíamos comprometido seria possível. Tínhamos recursos que nos bastavam para honrar o compromisso assumido e as despesas mensais ainda não efetivadas.
Comparecemos ao Edifício Presidente Vargas, onde, no passado, funcionara a sede do IAPI, o Hotel Canaã e no térreo agências de viagens aéreas de companhias como a VARIG e a TRANSBRASIL, conferindo ao local o fino da aristocracia, com presenças obrigatórias de parlamentares e de outras autoridades da República quando visitavam a Capital do Estado. Depois de uma noite de reflexão toda aquela retórica do grupo que captava recursos para tal plano de vida já não nos parecia tão atraente e correto sob o ponto de vista estatístico e atuarial, pois dinheiro bem aplicado gera rendas, mas a ponto de garantir seguros generosos e igualmente receitas vitalícias, nos parecia tratar-se de falácia.
Isso foi o que percebemos hoje, quando a turma do plano recitava jargões decorados, que não exprimiam axiomas econômicos válidos. Havia coisa parecida e as garantias não eram claramente elucidativas, de modo que representassem segurança. Um ar de desconfiança começou a rondar o meu íntimo de investidor. Aqui havia algo diferente: profissionais das áreas econômicas e do direito questionavam e os argumentos, podia-se notar, não tinham consistência como aquela que sentíramos no dia anterior.
Não tive disposição para liquidar o restante de minha proposta, embora dispusesse dos recursos em espécie. Arrependimento era o sentimento que me assolava, mas devia examinar o contrato e a legislação com prudência. De acordo com a legislação que protege o consumidor existem prazos para o desfazimento do negócio; seria interessante me entender com alguém entendido no assunto e isso é coisa que não nos falta na família: temos mestre e acadêmico de direito, tornando-se urgente consultar essas pessoas.
Nem aguardei o final da reunião deste dia e já me retirava quando fui abordado por aquele indivíduo que liderava o grupo. Ele me pedia informações cadastrais e falava ter percebido que eu havia perdido o entusiasmo pelo negócio e acrescentava que é comum às pessoas quando estão próximas de ganhos sentirem dúvidas e se deixarem-se levar por desânimos passageiros que podem frustrar projetos, resultando em perdas e deixando de participar de ganhos certos; depois o arrependimento pode chegar tarde. Mas não havia nada mais que me convencesse; agora era uma questão de pedir o resgate dos valores já investidos, mesmo que para isso, sofresse algum deságio costumeiro nas liquidações antecipadas.
Embora nada mais funcionasse no Edifício Presidente Vargas, havia presença de muitos colegas do antigo INPS, do INAMPS, outros do IAPAS e alguns colegas de Anésia, quando serviu ali como funcionária cedida ao Ministério da Saúde e ao Estado. Estávamos reunidos com esses colegas na sobreloja, quando foi percebido que uma laje do prédio ameaçava desabar, resultando em pânico generalizado, dispersando todo o pessoal que se encontrava presente: investidores, idealizadores do negócio e curiosos, como é costumeiro.
De qualquer forma, percebi hoje, ainda pela manhã, de que não tenho nada a pedir ressarcimento e nem compromissos a saldar. Nem todo aquele pessoal que povoou minha mente durante essa noite. Mesmo sabendo que isso nada mais foi do que uma das fantasias que me ocorrem durante madrugadas, às vezes noites inteiras.


segunda-feira, 9 de junho de 2008

TOTALMENTE ENCURRALADO


Tinha certa importância a receber de um indivíduo extremamente perigoso; ele era cercado por seguranças, na realidade, bandidos comparsas de organizada quadrilha. Felizmente maior parte de meus créditos já havia recebido, restavam ainda sem pagamento apenas pouco mais de vinte mil reais. Felizmente não era vocábulo apropriado para a encrenca que ainda viria acontecer: viajei a Fundão, cidade distante cerca de 50 quilômetros da Capital, com a intenção de recolher o restante dos meus créditos. Não sabia, mas o pior ainda estaria por acontecer.
Hospedei-me no único hotel da cidade e guardei meu carro, um “Opala” de cor negra, numa vaga de estacionamento disponibilizada pela casa. Fui ao encontro daquele indivíduo a quem eu emprestara o dinheiro. Atendeu-me e marcou para que eu voltasse com hora certa agendada. Enquanto isso podia ver espalhados por toda a cidade, homens trajados com ternos pretos, com “riscas de giz”, chapéus tipo gangsteres americanos, gravatas italianas, sapatos reluzentes. Eu já sabia que esses indivíduos, assim vestidos, faziam parte do bando do facínora de quem eu era credor de alguns reais; entretanto poderiam ser vistos, pela semelhança, com dançarinos de tango argentinos. Mas havia outros parecidos com evangélicos tradicionais (pastores, pregadores ou apenas membros), pois exibiam ternos escuros em tonalidades esmaecidas. Estes seriam meliantes travestidos de cristãos?
Em hora marcada compareci ao local previamente acordado. Vi o homem com quem tinha encontro marcado; ele se vestia à semelhança dos demais membros do grupo e veio até onde eu o aguardava conduzido numa cadeira de rodas. Interessante que até eu me vestia com roupa negra e a cidade era tomada por penumbra de claridade escassa. Assim que atendido, economizando palavras, o devedor me entregou envelope de cujo conteúdo eu não conheci, não tive sequer coragem de colocar o objeto dentro de uma maleta, noutros tempos conhecida como “007” ou “Executiva”. Enfiei tal envelope no bolso, pois abrir a maleta seria uma temeridade já que eu era vigiado por todos os lados, e esses seguranças ou bandidos eram do tipo mal encarado, fazendo qualquer ser racional morrer de medo.
Eu percebia e ouvia planos ameaçadores a que eu estava sujeito, via que não teria como sair vivo dessa cidade, pois constantemente era abordado por algum deles, indagando-me qual era meu carro, qual o horário que pretendia retornar a casa; um dos tais fez-me ameaça de agressão com um pedaço de madeira, simulando atacar-me como fazem os indígenas, como se a madeira fosse um “tacape”, talvez uma “borduna”. O ambiente se tornava a cada momento mais hostil para mim. Eu tinha necessidade premente de sair dessa cidade, mas se o fizesse por meios normais, o risco de sofrer violência era iminente. Mas como sair? Mudar roupa diferente? Descaracterizar minha aparência, colocando peruca, bigodes, barba longa? Travestir-me de mulher? Será que isso seria possível na cidade de Fundão? Os amigos que tive nessa cidade, muitos se mudaram para outras cidades e estados, alguns já passaram para outra dimensão e outros já se encontram como eu, ostentando as mazelas da vida senil. E agora?
Enquanto, tomado de ansiedade, indaguei a um desses ameaçadores indivíduos, onde encontraria um mictório público e ele me indicou local em deveria seguir por corredor mal iluminado e empurrar uma porta em que havia a seguinte inscrição: “WC masculino”. Empurrei-a e, para minha surpresa, havia ali um cambista tomando apostas para o “Jogo do bicho”. Esse agenciador zoológico, antes que lhe dirigisse qualquer palavra, sentenciava: o jogo está encerrado por hoje, mas posso tomar apostas para o dia de amanhã! Simplesmente arranquei do bolso uma nota de “vinte paus” e pedi-lhe para anotar tal quantia no grupo do galo. Francamente não tenho hábito de jogar, nem sei a que número se refere tal ave nesse jogo, mas o cambista anotou simultânea e visivelmente o número “4” em cada um dos quatro blocos, pegou meu dinheiro e sequer me entregou as “pules” correspondentes (com certeza uma jogatina honesta?). Bem nesse momento, apesar de tomado de pavor, imaginei: para interpretar a qual bicho correspondente a dezena final de uma centena, toma-se o número do grupo e multiplica-se por quatro. Bom o grupo anotado nas pules era quatro. Multiplicando-se esse número por quatro, resultariam 16. Assim as terminações das dezenas 16, 15, 14 e 13, tinham como significado o bicho cujo número corresponde ao grupo quatro, mas qual seria o bicho? Eu havia pedido que anotasse o número do grupo do galo. Fazendo novamente regressão das dezenas, restaria a dezena 13, que realmente corresponde ao grupo do bicho galo.
Não achei mictório e continuava apossado de terror, ante as ameaças concretas que sofria, mas numa fração de segundo desvencilhei-me de tudo e pude ir ao banheiro. Já acordado, as ameaças à minha integridade continuavam presentes na memória, tamanha a intensidade que representaram durante essa madrugada.
Vila Velha, 09 de junho de 2008.

sábado, 7 de junho de 2008

COMENTÁRIO SOBRE REPORTAGEM

“MISTÉRIO EM MONTANHA”
Publicado na página 14 de A TRIBUNA – VITÓRIA – ES DOMINGO - 01.06.2008– REGIONAL (contém foto de Fabrício Ribeiro)
Reportando-me ao artigo acima, onde se vê numa montanha de formação granítica rochosa foto que destaca a abertura de uma caverna, exibindo três sólidos que fazem da imaginação de gente simples de áreas rurais, vastos comentários fantasiosos sobre coisas que os conduzem a imaginarem existências mirabolantes e encantadas, criando e aumentando o clima de algo inexplicável na região da localidade de “Misterioso”, Distrito de Santa Júlia e Município de São Roque do Canaã, especialmente quando se referem à gruta existente num dos rochedos que afloram na região.
Minha intenção não é desmistificar o ar de mistério do fato que torna assunto notório na região, nem tenho autoridade para tal. Cada pessoa que vê a imagem da entrada de tal caverna exibida no rochedo fantasia a seu bel prazer. Há os que vêm nos sólidos incrustados na caverna como se fossem “carneiros encantados”, outras espécies de animais e que no interior da gruta exista uma panela de ouro. Julgam alguns que os animais teriam a incumbência de fazer vigilância à imagem de uma santa. Também essa gruta seria uma passagem para o outro mundo e a imaginação não pára por aí: há quem veja luzes e objetos de fogo na região e os comentários se ampliam sucessivamente.
Porém diante de um fato físico concreto, imagino algumas explicações: as galerias em rochedos são coisa comum. Algumas nada mais são do que bolhas de gases, quando a massa ígnea ainda não resfriada, se rompiam na superfície de rochas metamórficas, originando cavernas concoidais e vazias, mas esta como outras que tive oportunidade de presenciar durante décadas que cuidei de atividade amadorística no garimpo de pedras preciosas, me leva a fazer comentários, procurando explicar certos fenômenos naturais. A abertura desta galeria faz-me imaginar diante dos sinais de fraturas que formam uma figura de polígono irregular na abertura, misturando-se sinais lineares e outros apenas ligeiramente curvos e na base da abertura existem três sólidos, peças que me remetem vê-las à distância e reproduzidas apenas por imagem fotográfica como se fossem blocos de quartzo em estado amorfo, parcialmente cristalinos e blocos de feldspato, quer sejam quartzo ou feldspato deve ser parte da extremidade de formação pegmatítica restante de um veio cujas outras partes como massa argilosa, óxidos, micas, caulim, fragmentos de quartzo ou até de gemas foram expelidos ou arrastados por processo erosivo. Quanto à possível existência de coisas preciosas é algo que não se pode descartar, porque nesses pegmatitos existentes nas entranhas dos rochedos existem inúmeros relatos de terem sido descobertos minerais preciosos em abundância, tais como quartzo de rocha límpido, ametistas, quartzo citrino, quartzo morion, águas-marinhas, topázios, crisoberilos, piritas (ouro de tolo), fluoritas, brasilianitas e outros minerais, muitos dos quais de valor gemológico precioso. Pode ser, caso este rochedo tenha produzidos gemas, que ainda estejam guardadas no seu interior ou expelidos e depositadas em camadas aluviais no fundo dos vales adjacentes.
Outro fato que tem explicação científica é a fluorescência, propriedade que algumas substâncias têm com o estímulo de ondas de luz UV (ultravioleta) a capacidade de emitir luz. Assim, quando pessoas relatam ter visto bolas luminosas ou de fogo, o fato pode ser explicado como verdadeiro: gases exalados de minerais em cuja propriedade física exista a fluorescência, podem exalar bolhas luminosas cuja duração se estende ao tempo de duração dos estímulos luminosos. Se porventura eu não tivesse experiência própria sobre esse tipo de visão, por certo não creria nessas afirmativas. O fato realmente existe e onde há a possibilidade da existência de minerais preciosos é fato concreto.
Contudo não deve o leitor interpretar que minha opinião da possível existência de jazidas de minerais preciosos nesses locais sirva de estímulo à destruição de rochedos de valor paisagístico e histórico de uma região, de muitas que são capazes ainda de produzir gemas preciosas como o que é sobejamente citado no livro de minha autoria: “A Pedra da Onça – Jazidas, lavras e garimpos no Espírito Santo”.