domingo, 21 de junho de 2009

O Cotidiano de Vila Velha

Para se ter uma idéia, Vila Velha é o mais populoso município que integra a Grande Vitória, no Estado do Espírito Santo e, também o maior colégio eleitoral do Estado, abrigando população estimada em mais de trezentos mil habitantes. Mais de um quarto de tudo que acontece na metrópole ocorre por aqui. Basta que se abram os principais jornais diários para se constatar os acontecimentos aqui na cidade dos “canelas verdes”.
Este município contempla densas áreas urbanas, onde, a maioria das habitações está situada em extensa orla marítima do extremo norte situado no ponto geográfico do Farol de Santa Luzia ao extremo sul no limite com o Município de Guarapari, iniciando na Praia da Costa, seguindo pelas praias de Itapoã, de Coqueiral de Itaparica, da Barra do Jucu, findando na Praia Ponta da Fruta. À direta da Rodovia ES 010 há uma região periférica chamada de a “Grande Terra Vermelha”, que compreende dezenove bairros, inicialmente ocupados por sucessivas invasões. Hoje, esta parte do município conta com população, excedendo oitenta mil habitantes e não para de crescer e de modernizar-se. Do ponto extremo, onde está localizado o farol à barra do Rio Marinho, a cidade de Vila Velha margeia a baía de Vitória. Região que compreende a localização da Praia do Ribeiro, das instalações militares do 38º Batalhão de Infantaria e da Escola de Aprendizes Marinheiros e o Convento da Penha, local de vistas freqüentes de católicos fervorosos e de turistas egressos de diversas partes do Brasil e alguns do exterior. Seguindo, a Praínha de Vila Velha e a da Glória, Bairro do Aribiri, das ilhas das Flores e a da Conceição e vários bairros. Nesta margem da Baía de Vitória existem dois importantes terminais portuários, um que se localiza na Enseada do Rio Aribiri e outro em Capuaba. Há, também, terminais portuários desativados, tais como aquele em que se embarca o minério de ferro diretamente nos navios e o terminal de Paul, onde o desembarque de carvão era a principal mercadoria que ali desembarcava. Nesse de Capuaba, caracteriza-se pela movimentação graneleira proveniente do Corredor Centro Oeste e a movimentação de carga e descarga de exportações e importações feitas através de contêineres e, também, exportação de blocos de granito para o exterior. A partir do bairro de São Torquato, segue-se rumo ao oeste, margeando o Rio Marinho, que define o limite com o Município Cariacica. Depois, subindo através do Rio Jucu, ladeado por propriedades rurais, chega-se ao limite com o Município de Viana. Entre aos bairros de Paul e São Torquatro existiu outrora um importante entroncamento ferroviário entre a Estrada de Ferro Vitória a Minas e a da Estrada de Ferro Leopoldina. A primeira estação foi convertida num importante museu ferroviário; enquanto que a segunda se encontra abandonada. Neste local embarcavam-se passageiros e cargas com destino a Minas Gerais e ao Rio de Janeiro. Hoje a estação da antiga Vitória a Minas funciona em Jardim América, bairro pertencente ao vizinho município de Cariacica.
A hidrografia do município compreende o segmento do Rio Jucu e alguns quilômetros acima, o Rio Marinho e dois pequenos cursos d’água: o Aribiri e o Rio ou canal da Costa. Apenas o primeiro pode ser considerado rio; os outros nada mais são que canais de esgoto a céu aberto. Mas, enquanto isto a vida fervilha nesta grande cidade, acontecendo de tudo: coisas boas e outras nem tão boas.
Não há um só dia que deixem de registrados assassinatos, atropelamentos, incêndios, assaltos, arrombamentos e quase de todos os tipos de eventos previstos no Código Penal; mas há também registros de engarrafamentos de trânsito, muitos buracos pela cidade afora e algumas obras, em andamento, que complicam a vida dos pedestres e o trânsito de veículos automotores e similares.
Todos os santos dias há alguma casa comercial comemorando seu mês de aniversário e há até aquelas que comemoram isto durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Pobres consumidores! Todos os dias são convocados para irem às compras! São apelos irresistíveis de marketing. Na rua os pedestres são abordados com a distribuição de folders e panfletos, oferecendo mercadorias e serviços; já os condutores de veículos são abordados implacavelmente nos semáforos existentes nas ruas e avenidas que cortam a cidade em todos os sentidos. Haja papéis para encherem os depósitos de lixo ou, frequentemente inundarem e emporcalharem todas as vias.
Enquanto isso, cidadãos contribuintes de tributos se aglomeram em casas bancárias para pagarem seus impostos e suas contas originárias de mensalidades de colégios, aluguéis residenciais e comerciais, parcelas de compras faturadas a prazo; também se fazem longas filas nas casas lotéricas quando há alguma loteria acumulada. Pelos cantos há sempre algum cidadão ou cidadã recolhendo apostas do jogo de bicho. O funcionamento dos estabelecimentos comerciais.
Desde janeiro deste ano, o município tem novos administradores, frutos de uma eleição democrática ocorrida no final de 2008. Agora, ocupando os postos de trabalho, começam a demonstrar realizações concretas; algumas delas frutos de suas propostas eleitorais e outras para dar continuidade aos investimentos iniciados na gestão de administrações anteriores. Tanto no final do ano anterior como neste exercício chuvas torrenciais motivaram atrasos em obras e muitos transtornos por motivo de alagamentos. Muitos moradores viram suas casas invadidas pela água das chuvas e, diante de vias intransitáveis, se viram literalmente ilhados, o que sempre causa indignação.
Dia e noite o trânsito da cidade de Vila Velha para Vitória, capital do Estado, se faz pela Terceira Ponte ou pela Segunda Ponte e o movimento de veículos de passeio, de cargas e de passageiros é intenso: milhares e milhares de passageiros fazem este trajeto de ida e volta. Algumas faculdades, estabelecimentos de ensino médio e fundamental promovem a circulação de multidões de estudante. Na área da saúde, quase uma dezena de hospitais e outros tanto de postos de saúde prestam assistência médica aos munícipes de Vila Velha. Dezenas de templos católicos e outros tantos de igrejas evangélicas promovem encontros.
Outros fatos ocorrem em Vila Velha: o trabalho nas indústrias de transformação, no trabalho de intermediação. Enfim o cotidiano de Vila Velha reflete a movimentação viva de uma cidade do Estado do Espírito Santo

quarta-feira, 10 de junho de 2009

CONSTRUÇÕES E REFORMAS = DESPERDÍCIO

Quando se constrói algum imóvel há uma perda de materiais tornados entulhos para descarte: pedaços de madeira, cerâmicas, retalhos de vergalhões de aço, madeiras de taipa usadas, aparas de canos de rede hidráulica e dutos condutores de fios elétricos. No caso das reformas, o desperdício é, ainda, maior: paredes inteiras, revestimentos cerâmicos, instalações hidráulicas e elétricas completas, pisos, portas e esquadrias de madeiras e metálicas. Quase tudo, mesmo que esteja em bom estado de uso, é retirado e tornado entulho para ser descartado. Pouca coisa serve para ser reciclada: materiais metálicos ferrosos e não ferrosos são vendidos como sucata; enquanto que armações de paredes e seus revestimentos são descartados como entulhos, servindo apenas como ingredientes para aterro de terrenos baldios geralmente próximos do perímetro urbano.
Exemplo típico deste desperdício é visto com freqüência nas reformas seguidas de imóveis comerciais: fecha-se uma empresa comercial e, na alternância de empreendimento, quase tudo que se contém no recinto é demolido e substituído por outras divisões, revestimentos de pisos, de paredes, louças sanitárias, peças de mármores, de granitos, de gesso, forros de PVC, vitrines outros móveis alternativos. Assim, materiais seminovos e ainda utilizáveis são descartados como entulhos. A exemplo do que já ocorre com papéis, tecidos, plásticos, garrafas pet e vidros, há ainda muito a ser reciclado: pedaços de tijolos, cacos de telhas, pequenos retalhos de granito, de mármore, de gesso. Enfim rejeitos poderiam ser tornar matéria prima para a produção de outras utilidades. Um grave desperdício é o que descarta pedaços de madeira diretamente no lixo ou no fogo, deixando de lembrar que aquilo um dia foi coisa viva e fazia parte de alguma floresta.
Nunca seria tarde para conscientizar sobre a necessidade do uso racional dos recursos naturais, alguns renováveis (mas finitos) e outros definitivamente não. Neste grupo são classificados os recursos minerais, alguns abundantes na atualidade, tais como a água, o petróleo, as rochas portadoras de substâncias preciosas; outras apenas úteis para a estruturação e ornamentação de edificações. Estes recursos, especialmente a água potável já se percebe sua iminente escassez, fato preocupante para a humanidade. O petróleo, fonte energética natural de origem fóssil, segundo estimativas projetadas na década de 1970, já estaria extinto, mas sua existência também é finita. Cabe à humanidade desenvolver tecnologias de recursos energéticos alternativos para suprir as necessidades cuja demanda é crescente.
Resta-nos concluir que há muito a ser feito para que sejam evitados todos os desperdícios de materiais utilizados no ramos da construção civil, quer sejam das construções, das reformas ou de simples reparos.

terça-feira, 9 de junho de 2009

GASES RADIOATIVOS

Quarta-feira, 9 de Julho de 2008
Estávamos à beira mar sentados num rochedo em declive em que as marolas lhe lambiam uma faixa de alguns metros acima do nível, proporcionalmente aos açoites da água marinha causados pela ação da brisa mansa ou dos ventos fortes, mais baixos ou altos, de acordo com as marés. No meio da imensidão do oceano afloravam pontiagudas rochas graníticas, provavelmente de origem vulcânica, concorrendo com uma instalação que diziam ser uma usina propulsionada por combustível nuclear e era tão alta quanto aos picos pedregosos das proximidades.
Dessa usina emanava uma nuvem contínua de gases em forma de névoa gélida, que nos fazia sentir frio e, inalando esses vapores, fazia com que sentíssemos dispnéia, trazendo-nos desconforto, um mal estar a cada vez mais intenso. O pior era que todo aquele mal estar nos compelia a permanecermos deitados e, a cada vez mais, tornávamo-nos impossibilitados de locomoção. Não havia, mesmo, como fugirmos desse local e nosso destino seria uma exposição a um nível de radiação insuportável, pois a usina ameaçava explodir a qualquer momento. E aí estaria selado irremediavelmente nosso destino. Esses gases radioativos, tóxicos e termicamente impróprios à respiração, com certeza, haviam baixado o grau de saturação de oxigênio e eu perdia forças, sentindo como se meu corpo, nesse estado de imobilidade, pesasse toneladas (Sensação idêntica à que senti num pós-operatório, quando me recuperava numa UTI hospitalar). Mesmo que a radiação maior que viria após a iminente explosão daquela usina, ainda não fosse sentida, uma paralisia respiratória total já vinha a caminho.
Muitas pessoas se encontravam nesse local, fazendo-me companhia nesse infortúnio, pessoas conhecidas: vizinhos, colegas de trabalho, alunos ou parentes. Apenas Karla, minha filha, eu identifiquei hospedada numa casa junto a um grupo de mulheres, também vítimas da mesma névoa radioativa. Todo aquele sofrimento a que estivemos expostos, durante horas e mais horas, fazia de nós reféns de acidente nuclear, coisa já acontecida na Usina de Three Mile Island, nos Estados Unidos da América e de Chernobyl na Rússia, na antiga União Soviética. Na primeira os efeitos negativos foram mínimos, enquanto que na segunda, esses efeitos afetaram vários países do leste europeu, ainda sentidos através de enfermidades deles decorrentes.
No Brasil, fato semelhante pode ou poderia ter ocorrido na Cidade de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, talvez o ocorrido fosse lá, disso eu não tenho certeza. O certo foi quando acordei na madrugada de hoje, fazia muito frio. Se existisse algum tipo de névoa gelada estaria do lado de fora. De fato a única pessoa que relacionei ao evento descansava tranquilamente no seu quarto; outras pessoas deitadas ao meu lado não existiam, exceto Anésia que descansava tranqüilamente. Essa história jamais aconteceu; espero, mesmo, que jamais ocorra; nem mesmo num sonho igual a este.

sábado, 6 de junho de 2009

GUERRAS E AMEAÇAS (REAIS)

Na atualidade, vivemos várias guerras. Algumas reais outras através de ameaças como dos norte coreanos, que procuram levar o mundo á hecatombe nuclear; outras, porém são reais, valendo destacar: guerra da dengue, das gripes suína e aviária, do tráfico de drogas, dos acidentes de trânsito, dos assaltos, dos homicídios, da impunidade, da corrupção, da falta de atenção sanitária e da destruição da natureza.
Cada uma dessas guerras merece comentários, análises e conclusões. Eis os comentários, análises e conclusões: guerra da dengue é um conflito assaz desigual e desequilibrado entre os beligerantes. De um lado um inimigo quase invisível, cuja massa não atinge sequer fração de um grama, é gerado nas águas empossadas em latas, em garrafas vazias, em caixas de água descobertas, em pneus abandonados em terrenos baldios e em ralos de esgotamento doméstico ou afins (é conhecido pelo nome de Aedes Egypit); mas tem o poder de destruição letal abatendo inimigos com milhões de vezes à sua massa corporal. Todo o processo de combate se inicia quando a fêmea faz penetrar um afiado ferrão para retirar, talvez apenas uma gotícula de sangue, insumo que permite sua reprodução e é, neste ato, que inocula poderoso agente biológico da destruição: microscópios vírus que abatem tão poderoso inimigo. Este mesmo que é capaz de viagens interplanetárias, que constrói mega obras, mega veículos de navegação, bombas tão poderosas e capazes de destruir o próprio planeta que habita. Para o combate a este mortal inimigo, as armas de combate e prevenção foram desenvolvidas: basta que sejam utilizadas, principalmente na destruição do habitat do inimigo, consistente na limpeza de terrenos baldios, recolhimento e destruição de materiais capazes de armazenar água, tais como garrafas, latas e outros recipientes quaisquer descartados em terrenos baldios; colocar tampas sobre depósitos de água, remover vegetação e entulhos de áreas urbanas desocupadas. Mas parece que a implementação destas medidas preventivas esbarre no comodismo de julgarmos que as obrigações não sejam nossas; pois seriam sempre dos outros. Também a omissão e a inércia que fazem com que todos os males se banalizem diante de tantas notícias negativas a que somos bombardeados diariamente.
Para concluir de como vencer esta guerra da dengue, eu entendo que bastaria que cada pessoa se sentisse responsável e tomasse atitudes concretas, fazendo sua parte, porque isto é uma questão de responsabilidade; a omissão é nossa maior inimiga nesta guerra.
Guerra da gripe suína ou (H1N1). Esta, apesar de algumas batalhas com muitas baixas, nada mais foi que uma grande ameaça, apesar de todo o terror que espalhou com focos entrincheirados pelo mundo afora, parece estar sob controle, talvez tenha sido um cessar fogo duradouro, coisa que torcemos seja definitiva. Neste conflito tivemos o maior aliado, simplesmente a OMS (Organização Mundial da Saúde), distribuindo apoio logístico a todas as nações, expresso na formação de barreiras de continência. A ameaça ainda existe, mas parece estar sob controle.
Guerra da gripe aviária. Apesar de inativa, permanece em estado latente e com ameaças de vir a se tornar um conflito grave, possivelmente uma pandemia, conforme previsões pessimistas de alguns cientistas e futurólogos. Que fazer? A melhor resposta está no desenvolvimento de estratégias de prevenção, dentre as quais o aperfeiçoamento da cobertura vacinal. Isto demanda a permanente criação de cepas atualizadas, seguindo de perto as mutações a que os vírus da influenza tem capacidade de realizar. “O preço da segurança é a eterna vigilância”.
Guerra do tráfico e uso de drogas ilícitas. É um conflito antiqüíssimo entre a prática e na marginalidade que lhe conferem leis específicas. Aqui o poder do inimigo – o efeito nocivo das drogas tem como aliada a dependência que causa nos usuários, transforma-os em escravos do consumo e aliados dos inimigos principais – produção e tráfico. As armas convencionais são as leis e o poder de polícia que conferem às entidades públicas – as guardiães da segurança e da defesa.
Esta guerra, de um lado tem os produtores e os intermediários (traficantes) e do lado oposto, o Estado, o principal combatente que se destina proteger vítimas (consumidores), que, de certa forma, através da dependência se torna aliada do inimigo constituído principalmente pelo traficante.
Drogas entorpecentes e alucinógenas foram descobertas pela necessidade humana de sentir sensações de euforia, de alívio das dores físicas e psíquicas. Inicialmente, os efeitos de bem estar, alegria, raiva; depois as alucinações e a sensação a cada vez maior de mais e mais drogas no organismo, seguidas das crises depressivas, loucura e morte por overdose em muitos casos.
Novas e mais novas drogas foram desenvolvidas por síntese e hoje, apesar de todos os esforços, de todas as mobilizações de forças a guerra das drogas tende a ser interminável.
Guerra dos acidentes de trânsito. De todos os conflitos atuais, este é o que maior baixa de vidas humanas provoca. Basta um ano de mortos no trânsito brasileiro para que seus números superem todas as perdas durante a guerra no Iraque, ou a todas as baixas da guerra do Vietnã, conflitos armados reconhecidamente causadores de grande número de mortos. Embora não se lhe dê a importância devida, o Brasil perde uma multidão de vidas todos os anos nesta guerra não declarada que custa ao erário público um dispêndio de 28 bilhões de reais anualmente, fora os prejuízos materiais causados ás pessoas e empresas.
Causas: Velocidade excessiva, dirigir sob efeito de bebidas alcoólicas, distância insuficiente em relação ao veículo dianteiro, desrespeito à sinalização e dirigir sob o efeito de drogas.
Análises: Quanto à velocidade excessiva na condução de veículos, a legislação brasileira teve sucessivos aperfeiçoamentos, visando à melhor capacitação dos condutores e na aplicação de penalidades sob variada forma de multas e pontuação na carteira de habilitação, e, atingindo determinada pontuação a licença de dirigir é suspensa ou, em casos graves, ocorre cassação definitiva do documento. Rodovias, ruas e outros espaços públicos tem sinalização adequada quanto à velocidade, sentido, permissões e proibições expressas em leis e regulamentos. Mesmo com todo esse aparato de cuidados, as transgressões são comuns e exacerbadas, vindas, como conseqüência, causar variados tipos de acidentes como colisões, abalroamentos, capotagens e atropelamentos, tanto pelo abuso da velocidade, às vezes agravados pela má conservação das vias. Além do aperfeiçoamento da legislação, das campanhas educativas, os números permanecem em ascensão.
Conclusão: Esta se parece uma guerra ainda distante do desfecho final.
Guerra dos assaltos: Na lista de crimes contra o patrimônio e a vida há uma forma diversificada de assaltos, geralmente perpetrados por quadrilhas organizadas, tendo como alvo agências bancárias, estabelecimentos comerciais e residenciais, aonde acreditam existirem dinheiro ou objetos de valor. São, também, alvo desse tipo de ação pessoas portadoras de dinheiro e objetos facilmente conversíveis em moeda ou simplesmente telefones celulares. No caso de estabelecimentos financeiros e comerciais, geralmente há o emprego de armas de elevado poder de fogo e, durante as ações, além da subtração de valores, havendo resistência é comum os ataques a pessoas ou a tomada de reféns, quando há cerco policial.
Assaltos tem como motivação a apropriação de coisas alheias, através do uso da força violenta de armas de fogo, verdadeiras armas de guerra como os famosos fuzis AR-15, pistolas de grosso calibre, metralhadoras e granadas. O combate a essas ações se faz com o uso da segurança armada e pelas forças policiais.
Apesar de a legislação impor pesadas penas aos criminosos desse segmento, da vigilância armada, da ação repressiva dos organismos policiais, parece difícil que haja forma apropriada de extinguir esta modalidade de crime. É, sempre, uma guerra de muitas batalhas e grandes perdas de vidas e de bens.
Guerra dos homicídios: A matança de seres humanos por seus semelhantes teve início nos primórdios, quando essa guerra teve início entre os próprios filhos de Adão e Eva e aí não parou mais. Mata-se por inveja, para subtrair pertences, por vingança, por amor, por raiva por traição e acidentalmente.
Em quase todos os finais de semana, aqui no Estado do Espírito Santo ocorre cerca de vinte homicídios e outro tanto de tentativas não consumadas. Parece que existe uma cultura da morte, conforme teria afirmado um ex-Secretário da Segurança Pública do Estado, quando questionado sobre as causas desta alta incidência de homicídios nesta unidade da federação.
Apesar dos castigos de supressão da liberdade, penas impostas por legislação a cada vez mais rigorosa, a incidência desta modalidade de crime continua a engrossar as estatísticas, além do fator religiosidade que também impõe severas condenações.
Guerras da impunidade e da corrupção: São dois conflitos interdependentes; que se misturam e se multiplicam. Se a impunidade acoberta os atos criminosos das autoridades; ela também, através do exemplo, se dissemina por toda a sociedade e predispõe os indivíduos a tê-la como aliada, tornando-se espécie de imunidade (rima com a primeira). Corrupção caminha junto com a impunidade que é ilegal e imoral, mas de tanto acontecer, parece ser confundida com a certeza da justiça, da honestidade e da ética.
A Justiça, que tem no direito, na moral e na ética seu embasamento não pode se coadunar com práticas criminosas, quaisquer que sejam, nem emprestar-lhe o manto da impunidade. A corrupção pode ser entendida como decorrência da impunidade, coisa efêmera de descuido dos valores legais, morais e éticos. As armas para o combate desses vícios de conduta podem, a priori, estar contidas no sentido da consciência, formado pelos ensinamentos obtidos na religiosidade. A base celular de qualquer nação provém de uma instituição capaz de tornar sólido esse aprendizado – a família.
Guerra da falta de assistência sanitária e da destruição da natureza: A falta de assistência sanitária é uma guerra silenciosa: ceifa vidas, contribui para o sofrimento contínuo da humanidade por meio do contágio de inúmeras doenças. Enfermidades que são decorrentes do uso de bens públicos poluídos: água e ar. Daí decorre produção de alimentos contaminados por microorganismos e por resíduos químicos tóxicos, uso direto de água imprópria e ar repleto de partículas e gases nocivos á saúde.
As armas para enfrentar batalhas nesta guerra são, basicamente, previstas na educação, visando preservar a natureza – manter cobertura da vegetação, não obstruir os leitos naturais dos cursos e mananciais de água (nascentes, córregos, rios, lagos e mares). Preservar as faunas silvestres e aquáticas, evitar a excessiva deposição de dejetos no meio ambiente.
Cabe ao poder público fornecer água tratada, esgotamento e tratamento sanitário. Isto é uma tarefa de grande abrangência e de grandes somas a serem aplicadas; mas se trata de um investimento que protege a saúde e qualidade de vida das pessoas.
Conclusão:
Vive-se constantemente em guerra; sejam elas reais ou simbólicas, os conflitos armados ou não estão sempre presentes. Vive-se um estado de beligerância, ora com armas convencionais, ora as de destruição em massa proscritas, ora simplesmente conflitos simbolizados por enfermidades, vícios e de toda a sorte de adversidades: o próprio universo tem seus mega conflitos.

terça-feira, 2 de junho de 2009

RIO DE JANEIRO – PARIS, DESTINO: ETERNIDADE

Este mês de junho começa com o sumiço de um avião de passageiros numa viagem do Rio de Janeiro a Paris. Junto com este avião mais de duas centenas de pessoas, entre passageiros e tripulantes, desaparecem e, até o momento, dois dias depois da tragédia, ainda não se tem notícias sobre o exato local do desaparecimento. Apenas presume-se que o fato tenha ocorrido nas costas do Senegal – África, de acordo com algumas evidências como: rumo da rota, último contato feito através de uma mensagem automática de uma possível pane elétrica na aeronave.
Hoje, dois de junho, os noticiários estão repletos de hipóteses das possíveis causas da queda do aparelho: uns admitem que possa ter ocorrido incidência de algum raio, que tivesse danificado o sistema elétrico, acionando o alarme automático; outros levantam a hipótese da explosão de algum artefato levado a bordo, talvez por algum terrorista, sendo, neste caso, mera hipótese. A primeira hipótese ganha força como causa da tragédia devido a um fenômeno, conhecido como zona de convergência intertropical, causador de grande instabilidade climática, hoje fato robustecido pelo aumento da temperatura do Oceano Atlântico, como parte do aquecimento global.
O que se tem certeza é que uma grande aeronave desapareceu e com ela muitas vidas se tornaram viventes na lembrança e para a eternidade.