sexta-feira, 28 de novembro de 2008

VÁRZEA ALEGRE EXISTE MESMO!

Esta Várzea Alegre à qual me refiro existe: é o nome da sede do Distrito Alto Santa Maria, Município de Santa Teresa, Estado do Espírito Santo. O distrito tem o nome Santa Maria porque se localiza nas cabeceiras desse curso d’água que chega ao Rio Doce na cidade de Colatina.
Várzea Alegre já produziu, tanto nas montanhas que a cercam, como nas várzeas que lhe emprestam o nome, gemas preciosas como águas-marinhas, ametistas, crisoberilos, granadas, morganitas; quartzos citrino, morion e hialino; pedra da lua, brasilianitas, piritas e fluoritas, e outras ainda por descobrir. Sobre as jazidas já prospectadas e as que ainda podem existir, o assunto é abordado no livro “A Pedra da Onça – Jazidas, lavras e garimpos no Espírito Santo”, que, além de muitas localidades citadas, Várzea Alegre ocupa lugar de destaque também por muitos garimpeiros que apenas sonharam e outros que alcançaram fortuna.
Mas esta terra tem outras riquezas: a beleza de suas paisagens pode ser vista de quaisquer ângulos das cadeias que a cercam e a fazem se parecer com uma imensa bacia côncava repleta dos verdes dos cafezais entrecortados por polígonos ocupados por outros cultivares (cereais, leguminosas, tubérculos, hortaliças e outros), por alguns trechos de mata atlântica e pelo granito de espécies nobres.
A maior riqueza de Várzea Alegre está implícita na sua população, na sua história de localidade que esteve praticamente isolado por cerca de um século, isolamento rompido a partir do início da década de 1950, quando agricultores se dedicavam aos sábados no trabalho braçal extra para a construção de uma estrada rudimentar para que os primeiros veículos auto motorizados chegassem à localidade. E assim não parou mais, até que, em 2005, foi decidido pelo governo estadual construir um moderno segmento de 17,5 quilômetros da rodovia ES-452, ligando Santo Antônio do Canaã a Várzea Alegre, obra que se encontra concluída, aguardando inauguração. Agora, Várzea Alegre se encontra devidamente integrada por moderna via pavimentada. Isto permite que produza mais, seja visitada e conhecida; a fama que possa atrair o interesse de mais visitantes, mais compradores de seus produtos depende da criatividade de que Várzea Alegre ofereça atrativos capazes de aguçar interesses diversos: atrativos gastronômicos, de lazer, de cultura, de matérias primas, de produtos industrializados, enfim. Tudo agora depende da população descruzar os braços, arregaçar as mangas e colocar mãos à obra para fazer coisas diferentes, desejadas, raras e notórias. Não há mais motivo para alegar falta de comunicação, de transportes, pois tudo ficou mais próximo e ágil.
Agora a decisão de alavancar o progresso da comunidade depende de cada um dos habitantes de Várzea Alegre; não bastando ter meios de transportes ágeis e seguros; é preciso tomar iniciativas, tais como incrementar a produção agrícola, fomentar o agro turismo, planejar e implementar empreendimentos que criem postos de trabalho, não só para evitar o êxodo rural, como também para servir de atrativo para a migração de trabalhadores, propiciando o crescimento demográfico de tal modo que venham desfrutar do progresso que se desenha neste futuro próximo.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

EXISTE ÁGUA NO SUBSOLO DE VILA VELHA?

Possibilidades existem, dependendo do local que se perfurem poços. Se a perfuração localizar algum abismo entre os rochedos que afloram tanto no mar quando no solo das baixadas sedimentares de Vila Velha, é possível que se encontre grande quantidade de água dessa proveniente do mar, que se infiltra pela porosidade do terreno; a qualidade não deve ser das melhores, pois é possível a existência de alta salinidade e restos orgânicos de origem vegetal e animal (fito-biológicos e zoobilógicos originários do ecossistema superficial, hoje depositado), cujas matérias confiram à água existente inclusões de impurezas, como a exacerbada presença de compostos nitrogenados que as tornariam impróprias do ponto de vista da potabilidade. Essas reservas hídricas poderiam servir ao uso como elemento de irrigação para plantas paisagísticas e para uso nas ações de limpeza de ruas, praças, ginásios de esportes e de pátios de estabelecimentos comerciais e industriais. Isso causaria uma economia de água tratada, desperdiçada nessas aplicações, o que encarece e baixa oferta de produto próprio ao consumo humano.
Se poços perfurados em camadas profundas localizarem lençóis de água, de água abaixo de camadas rochosas de arenitos fundidos com óxidos metálicos tais como ferro e alumínio, existe a possibilidade de ser encontrada água de qualidade potável e em quantidades suficientes para substituir parcial ou totalmente a água que hoje é oferecida proveniente dos rios Jucu, Marinho e Santa Maria. Também os municípios de Cariacica e de Serra têm chances de concorrer com as potencialidades hídricas do Município de Vila Velha, através de perfurações profundas no subsolo, tendo estes dois municípios chances de produzirem água de melhor qualidade.
Voltando a Vila Velha, nessas terras, quanto mais profundos os poços perfurados, além de água de boa qualidade, podem ser descobertas águas impregnadas de substâncias tóxicas de origem mineral, como é comum a existência de altos teores de arsênicos nesses lençóis freáticos profundos desde o extremo sul da América ao extremo norte da América do Norte. Há, ainda, a possibilidade de ser encontrado algum poço de petróleo, devido existir reservas de óleo na plataforma oceânica, não se podendo descartar sua existência também na plataforma continental.
Se prospecções experimentais localizarem águas quantitativa e qualitativamente viáveis, isto poderá solucionar a demanda por água com o crescimento vegetativo populacional da Grande Vitória. E isto, segundo projeções estatísticas de estudos, em médio prazo, remete estudos para a busca de água na Bacia dos Reis Magos, no Município de Fundão e na Bacia do Rio Piraqueaçu, no Município de Aracruz. Se nenhuma das hipóteses se tornarem viáveis, a solução para o abastecimento de água da região virá através da dessalinização da água do mar, através de grandes empreendimentos públicos ou de micro, pequenos e médios serviços para o abastecimento setorizado, quer sejam de iniciativa, tanto do poder público quanto da iniciativa privada.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

CRISE FIANCEIRA GLOBAL – Comportamentos

Afinal como devem as pessoas se comportar neste tempo de crise econômica? As respostas são diversas. A que tipo de comportamento se refere? Vários: exportações, importações, políticas creditícias, juros, oferta, demanda, produção e consumo. Há quem diga que o próprio mercado regula a economia. Vejamos: o medo de que não haja mercado, há quem reduza a produção, o receio de que haja escassez de produtos, muitos correm às compras; a escassez de recursos para que o governo disponibilize crédito para o funcionamento do mercado de produção, de importações e de exportações obrigam-no elevar os juros que permitem o fluxo de captações e isto garante rendas aos investidores; mas dificulta aumento do consumo através de compras a prazo. Na América, onde existem milhões de pessoas que, sistematicamente, utilizam os cartões de crédito, diante do panorama atual, o uso desse mecanismo de crédito sofreu drástica redução, isto por causa do receio justificado no aumento dos juros.
No passado, existiu no Brasil um modelo protecionista, regulando e limitando importações como se isso fosse capaz de manter o equilíbrio das contas externas. Isso e, também, a reserva de mercado que se pretendia fazer com relação ao aparecimento disseminado dos microcomputadores, provocou um atraso tecnológico razoável, recuperado com o livre comércio de componentes de computadores, tornando o Brasil integrado à era da informação obtida em decorrência do progresso neste segmento. Havendo liberdade de comércio e de produção, o restante da regulação fica por conta do mercado mesmo.
Hoje, tomados de surpresa, os habitantes da Terra têm que conviver com uma crise financeira global, que deixa a todos atordoados, sem rumo mesmo. E isto motiva análises para se justificarem as causas, os efeitos e os comportamentos adequados. Há acusações de que a atual crise tenha se originado no mau uso de recursos para o financiamento de imóveis, fazendo-se transações, onde, esses bens hiper-valorizados proporcionavam lucros irreais às empresas incorporadoras e aos estabelecimentos bancários. Deveriam arcar com todo o ônus os adquirentes das moradias. Em determinado momento a inadimplência se tornou elevada a ponto de lavar bancos à insolvência, causando efeito dominó com a quebra sucessiva de bancos e o pânico se generalizou pelas bolsas de valores de todo o mundo. Os investidores especulativos promoveram recuo generalizado e as ações, exatamente as que ostentavam capitais de empresas sólidas tiveram seus valores abruptamente aviltados. Nem é preciso repetir: o pânico tomou conta em todos os quadrantes.
Agora parece que virou moda empresas (as grandes) apelarem por socorro junto aos governos, querendo cada uma valer-se em desculpas da crise para solucionar suas deficiências mediante ajudas com recursos oficiais, isto porque o precedente de ajuda aos bancos leva a outros setores da economia procurar pela mesma fonte de remédio para seus males, dizendo serem agudos, quando podem ser de natureza crônica e de causas diversas, às vezes não tenham nada a ver diretamente com a crise global; sofram, de qualquer forma, os efeitos negativos que se alastram por todos os segmentos da economia mundial. Acredito que o trabalho mais o capital e com o decorrer do tempo trarão de volta a normalidade.
Uma coisa, eu imagino: a hora é propícia para retorno ao trabalho, para comprar os bens de que se necessita, produzir o que se é capaz, gastar-se menos do que se ganha, porque as sobras formam poupança, proporcionando aplicações que fomentam linhas de crédito aos setores que deles necessitem para melhorar suas performance. Assim, ao invés da preocupação com crises, usando-se o tempo para o trabalho, é provável que tudo se torne à normalidade.

sábado, 15 de novembro de 2008

VÁRZEA ALEGRE



Várzea Alegre Vista da estrada que desce do Caldeirão, destaques para o pico da Pedra da Onça, Serra do Toma Vento e área urbana na grande baixada.

VISTA DE VÁRZEA ALEGRE


Vista de Várzea Alegre, destacando área urbana, Pedra do "Charuto" e, ao fundo a Pedra Paulista e as montanhas de Pedra Alegre.

VISTA PARCIAL DE VÁRZEA ALEGRE


Vista de várzea alegre com destaque para as montanhas do Toma Vento, Pedreiras do Canudo e picos de Alto Caldeirão

VÁRZEA ALEGRE EXISTE?

Sim, existe e está localizada no Distrito Alto Santa Maria e é o nome que empresta à sua sede, distrito que se localiza no sudoeste do Município de Santa Teresa. Através dos contornos em que o município tem Itarana, Itaguaçu e São Roque do Canaã como municípios limítrofes. A localidade tem paisagens de beleza exuberante como destaque as magníficas vistas da Pedra da Onça, da Pedra Paulista, da Pedra do Charuto, das montanhas do toma Vento, das Pedreiras do Canudo, da Cachoeira do Rio Santa Maria, da Igreja de Santo Antônio e da própria área urbana localizada no centro de grande bacia côncava, cujas beiradas descortinam montanhas contínuas no seu entorno.
Das baixadas às montanhas que cercam a localidade lhe conferindo rara beleza, os imensos cafezais da variedade “conilon”, lhe emprestam um imenso tapete verde entrecortado por inúmeras residências que sediam os minifúndios totalmente cultivados. As diversas culturas, com destaque para plantios de tomateiros, cereais e pequenas pastagens. Tudo se ligando como se fosse grande e multicolorido quebra cabeças.
A sede conta com igreja, vários estabelecimentos comerciais, escolas e uma moderna praça para a prática de esportes. Para uma visão materializada, juntam-se fotos de vários ângulos da localidade de VÁRZEA ALEGRE, tendo a Rodovia ES 452, moderna e recém pavimentada rodovia, por onde se pode chegar à localidade.
Várzea Alegre existe, também, na história de pioneiros, de tempos difíceis, de tempos de fatura, de heróis, de personagens tornados famosos e por muito mais. E ainda: brevemente estaremos lançando um livro relatando a história feita por esta comunidade, seus feitos em prol do Município de Santa Teresa e do Estado do Espírito Santo.

CIRURGIA INTERATIVA

Acreditem esta não é mais uma dessas histórias mirabolantes que costumo contar. Acreditem também, nesta história, meu amigo Alberto de Tal é médico, não é o filho, que realmente é médico especializado em cirurgia plástica. Parece-me que Alberto, o pai, nesta história é cirurgião geral e faz operações, onde o paciente interage com ele.
Tudo começou quando me consultei com doutor Alberto de Tal, indicando-me exames minuciosos para tentar diagnosticar uma enfermidade estranhamente rara que me afeta o ouvido: sinto, não, ouço mesmo a campainha da porta de chegada, tocar a qualquer momento, canto de cigarras, de grilos, som do forno microondas quando se desliga ao fim de uma operação, pessoas que me chamam pelo nome durante qualquer hora do dia, da noite e até durante madrugadas. Zunido de secadores de cabelo, de barbeadores elétricos, inclusive sons daqueles rádios antigos equipados com válvulas: eles roncavam, assoviavam e estalavam. Pois é, ouço tudo isso e mais coisas de que não me lembro no momento.
O tal doutor ouviu minhas queixas, dizendo-me com comparecesse à sua clínica, onde faz exames minuciosos e, se for o caso, realiza cirurgias. Agendei data próxima por causa do aviso de que isto era caso de urgência, embora ele não tivesse me fornecido qualquer diagnóstico. Tal dia e hora marcados, eu compareci à clínica: era o único paciente marcado para todo esse dia. Doutor Alberto, assim que cheguei iniciou o atendimento, colocando-me sentado a frente de um teclado de computador que não exibia letras, acentos, números ou quaisquer outros sinais, nem mouse possuía, me dizendo que eu devia preencher uma ficha nessa máquina, informando nome, dados pessoais e queixas, ou seja, todas aquelas sentidas e as que sentira em outros tempos quaisquer.
Iniciei digitando até esgotar todo o repertório de sintomas de enfermidades novas e antigas; não deixando de relatar minuciosamente todas as cirurgias a que já tivesse sido submetido. Ao final, eu disse que havia terminado. O médico disse: “não precisa fazer mais nada, o computador fará o restante do trabalho, apenas aguarde”. Depois de alguns segundos, num formulário contínuo, uma impressora exibia relatório completo. Nisso, doutor Alberto me pediu que lhe adiantasse trezentos reais. Levei a mão no bolso e lhe entreguei três notas de cem reais. Informou-me que tal adiantamento seria para cobrir possível despesa com anestesia geral, dizendo-me que aguardasse, pois outros membros da equipe médica que cuidaria do meu caso não tardariam em chegar.
Permaneci sentado numa poltrona, por várias horas, de onde transmiti meus dados por aquele estranho computador, até que três médicos de fisionomia nipônica chegaram; aquela poltrona se fixava sobre trilhos, com uma haste lateral equipada com discos, tocando um barranco de terra argilosa (imagino esse contato como se fosse uma espécie de aterramento para neutralizar a energia estática da aparelhagem). Chegando ao final dessa longa sala, um dos médicos da equipe aproximou-se de mim e inseriu uma agulha, equipando uma seringa, num dos meus dedos polegares, a pretexto de que o sangue serviria para determinar minha taxa de oxigênio, ou seja, o grau de saturação. Enquanto isso, eu fazia nova operação num equipamento periférico de informática para solicitar novo relatório a respeito do meu caso. Novamente me solicitaram que eu operasse o equipamento. Toque em apenas uma tecla e novo relatório foi impresso. Desta vez para ser apreciado pela equipe de médicos recém chegada. Aquela agulha que perfurou meu polegar não me causou dor alguma, apesar da perfuração ter sido feita sob a unha. Isso, realmente, se pareceu algo estranho. Novamente a poltrona deslizou sobre trilhos, reconduzindo-me ao ponto inicial.
O médico que se parecia ser o mais idoso do grupo aproximou-se de mim com um algodão embebido em alguma substância volátil que eu devesse aspirar pelas narinas; deveria assim ser anestesiado, processo tornado lento, quando um dos médicos disse: “a dificuldade de a anestesia fazer efeito se deve ao fato do processo avançado de sinusite deste paciente”. Enfim, parecia que já estivesse anestesiado; embora consciente, nada sentia.
A poltrona em que me assentava, assim que colocada na horizontal, tornou-se mesa cirúrgica, embora não ouvisse nada, podia ver tudo que se passava nessa fase da cirurgia. Vi quando doutor Alberto introduziu-me seguidamente uma espécie de broca elétrica em cada uma das narinas. Como afirmo nada senti, apenas tive medo quando um médico, aparentando ser o mais jovem do grupo, disse que era hora de tratar-me da orelha, introduzindo uma grossa e comprida agulha no canal auditivo da orelha direita; entretanto nada senti, pois o efeito do anestésico ainda se fazia presente.
Apesar de anestesiado, eu estava lúcido e imaginava no alto custo de todo esse procedimento cirúrgico capaz de remunerar, de uma só vez, grande equipe de médicos especialistas. Lembrando-me que, apesar de ter cobertura de dois planos de saúde, não se cogitou em nada disso. Certamente, eu teria que arcar com preço de uma cirurgia que, por contemplar novos e revolucionários métodos, tudo à minhas expensas. O pior é que já me sentia lesado, por não ter sido avisado sobre a forma do atendimento e que não há planos que cubram tal tratamento; nem pode ser considerado ético. Embora você, leitor, não saiba, eu sou amigo do bispo, e é, exatamente, a quem devo reclamar.
Depois de tudo, fui avisado que deveria permanecer em repouso por algumas horas e, neste caso, seria prudente avisar minha esposa Anésia para que me fizesse companhia, enquanto permanecesse em observação. Daí, em diante, nada mais me lembra. Será que eu teria perdido os sentidos? O que eu perdi literalmente foi o horário de acordar. Despertei deste sono, além das sete horas desta manhã de sábado, dia de ir às compras na feira de produtos orgânicos e de fazer outras coisas.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

E, AGORA, BARAK OBAMA?

Com certeza, esse nome pronunciado bilhões de vezes ao redor do mundo expressou e continua fazendo a esperança da maioria dos habitantes do planeta terra. A África negra e a branca, os amarelos do oriente, os caucasianos do resto do mundo anseiam por seu governo: o árabe do Iraque, do Afeganistão, do Paquistão e dos povos do resto do mundo, mesmo que não representem unanimidade, os anseios da maioria, aguardam por suas providências, promovendo a paz em todos os sentidos. Nunca houve um postulante da Casa Branca que tivesse sido tão aguardado. E, agora, Barak? Você corresponderá a todos esses anseios dos bilhões de habitantes do mundo que depositaram o resto de suas fichas? Não fosse você ter surgido, já não havia ânimo para fazer mais um cacife e o jogo seria abandonado junto com a esperança que se esvaía a passos largos: já não havia motivo para sonhar que as explosões das bombas fossem abafadas, que os fuzis se silenciassem, que se produzissem alimentos ao invés de armas; que se produzissem remédios ao invés de ferimentos, que se produzissem navios, aviões, hospitais para transportar pessoas; não para destruí-las e hospitais para a cura de enfermidades; não para socorrer vítimas de guerra.
Não fosse os americanos tê-lo feito presidente da América; os eleitores de todas as nações tê-lo-iam feito presidente do mundo. Esses votos simbólicos globais fazem-no, de certo modo, também a nação que o tornou presidente, um líder que deve cuidar da sustentabilidade do mundo, que tome imediatas providências para refrear o aquecimento global, contribuindo para a eliminação dos costumes que essa nação, dita mais poderosa do mundo, tem na contribuição para o avanço da catástrofe a que se sujeita a passos largos, ao trágico apocalipse final da humanidade.
Sabemos que, como ser humano, tem limitações próprias; o carisma peculiar de um líder verdadeiro poderá auxiliar a humanidade guiada por propósitos verdadeiramente sem fronteiras – um ideal não atingido por causa do egoísmo, do sectarismo ideológico, enfim pela falta de acuidade de visualizar o mundo verdadeiramente isento de fronteiras; as fronteiras se existissem seriam resultante da diversidade dos corpos celestes que vagam pela imensidão do firmamento; nem assim Deus o quis, por que Ele é universal. Nem os mundos diversos têm fronteiras diante de Deus. Porque o Homem quer que existam? E, não havendo limites fronteiriços, a humanidade uma e indivisível, irmanada poderia desfrutar racionalmente dos recursos que Deus criou.
Obama! Aproveite esta liderança que o mundo lhe delega, cuide da união dos povos, do seu bem estar, da sua felicidade, da sua vida. Esqueça as fronteiras das nações; derrube-as e aproxime a humanidade sedenta de paz. Talvez, um Obama apenas não seja suficiente para esta tarefa necessária e urgente; outros líderes espelhados no seu exemplo surgirão para que os anseios da humanidade sejam guiados por tantos quantos líderes se fazem necessários para que possa continuar vivendo feliz neste mundo, que é uma dádiva de Deus.
Parece que, neste momento em que as crises se sucedem, maiores são os motivos para que a humanidade ameaçada por toda sorte de previsões sombrias, encontre motivos para minimizar seus problemas e suas angústias. Isto é o mínimo que se pode esperar

VISITA AO PALÁCIO EPISCOPAL

Em recente visita que fiz ao bispo, pude constar algumas coisas que ocorrem no quotidiano desse prelado: enquanto cuida de suas obrigações sacerdotais, dentre as quais as leituras obrigatoriamente feitas por todos os sacerdotes e constantes orações, inclusive o terço; outras tarefas consistem na administração, baixando orientações, recebendo notícias dos atos dos vigários das paróquias jurisdicionadas à diocese e cobrando resultados dos programas eclesiásticos de evangelização, do cumprimento do calendário e das liturgias que lhe são próprias.
Confesso que não foi intencional presenciar coisas relacionadas a assuntos confidenciais e de conhecimento restrito de padres, de presidentes de comunidades, de coordenadores de pastorais, assuntos considerados privativos; presenciei por me encontrar no gabinete episcopal e, a mim, nada do que era tratado pelo bispo e seus auxiliares, dizia respeito. Havia duas secretárias, irmãs de caridade; assessores sacerdotes e servidores leigos, executando tarefas meramente burocráticas. Pois é, presenciei o bispo recebendo notícias ao telefone, que lhe causaram visível desagrado, ao que, agia prontamente, determinando o afastamento de algum sacerdote infrator do código canônico. Não foi apenas um caso; foram vários, deixando o bispo sempre mais insatisfeito com seus colaboradores. Uma coisa é certa: não tomei conhecimento desses sacerdotes punidos por terem cometido faltas graves, nem conheci o teor de tais indisciplinas. Eu percebia: o bispo era tomado de mansidão própria dos santos, revezada com atitudes enérgicas e impetuosas. Eu pensava: não é que o bispo tem o temperamento em algo parecido comigo, ora calmo, afetuoso; ora enérgico e impetuoso. Nos intervalos, ele se mostrava afável, me conferindo aquela atenção própria dos pais para com os filhos. Em determinado momento, ele me convidou a receber uma bênção especial, colocando-me uma medalha de Santo Antônio sobre minha testa e proferindo palavras de cujo teor, eu não fui capaz de decifrar, pois eram ditas em latim. Dessa língua tenho vaga lembrança quando estive interno num seminário de padres capuchinos.
O bispo continuava a cuidar dos seus afazeres, quando comentou que havia recebido uma notícia vinda diretamente do Vaticano, dando-lhe ciência de que seria substituído por outro bispo, cabendo ao substituto propor sua excomunhão. Isso deveria ser fruto de denúncia de como tratava seus subalternos com rispidez ou outros quaisquer motivos, que a mim não competia saber. Uma das secretárias, quando eu chamei o prelado: “senhor padre”, ela me interpelou dizendo: “bispo!”.
Isso tudo teria ocorrido num Domingo à tarde. Anésia não me acompanhou nessa visita, pois cuidava de dar atenção às cunhadas Arlete e Zenóbia e, quando se preparavam para retornar a Várzea Alegre, Distrito de Alto Santa Maria, Município de Santa Teresa para onde nós deveríamos retornar, eu lhes disse que minha vista ainda não se havia encerrado, podendo eles partir. Mais tarde, eu iria de ônibus até Santa Teresa e, caso não os alcançasse, eu tomaria um táxi para chegar ao destino. No exato momento em que me despedia do bispo, ele ainda me aconselhava a que não agisse por impulso, como ele o fizera na minha presença, como se soubesse, que meu perfil em muito se assemelhava ao seu. Toquei naqueles ombros desse ancião obeso para o abraço de despedida, enquanto ouvi o som do despertador do celular, que é programado por Anésia. Não tive dúvida: Eram seis horas da manhã e eu deveria me apressar em preparar nosso lanche matutino como o fazemos costumeiramente.

domingo, 9 de novembro de 2008

CRISE FINACEIRA GLOBAL II

Já se podia esperar que mais cedo ou mais tarde a ortodoxia do neoliberalismo chegasse ao fim; não um fim totalmente radical. Haveria de existir o meio termo do bom senso. Afinal, nem tudo deve ser estatizado e nem tudo deve ser privatizado, como era o tom inicial deste modelo econômico introduzido nas últimas décadas do século passado e neste início de milênio. Grande exemplo ocorreu na previdência chilena que era propagada aos quatro ventos como a panacéia universal para solucionar esse segmento social: deveria ser entregue à iniciativa privada, porque só assim essa parte da riqueza seria devidamente administrada. Hoje este modelo chileno de previdência, não tardará a ser reestatizado para recuperar a credibilidade da população assistida. Esta atividade entregue à iniciativa privada, como era propósito de que fosse implantada no Brasil, foi postergada e, agora, a estatização ganha fôlego novo neste sentido.
Não se pode creditar exclusivamente a ocorrência desta crise financeira global, mas o neo e o próprio liberalismo pressupõem liberdade econômica desestatizada com a crescente delegação à iniciativa privada de prerrogativas próprias do poder do Estado, deixando as rédeas dos controles à mercê dos interesses privados, ávidos sempre por lucros a cada vez maiores. Nisso pode ser entendido como se fossem entregar à raposa as chaves do galinheiro. Foi assim esse a stronômico rombo nas finanças dos bancos, deixando à mercê dos próprios bancos e incorporadores dos imóveis do sistema da casa própria americano. Numa troca de favores que nada mais é que senão corrupção ativa x corrupção passiva – verdadeiro acordo de cavalheiros. Tudo funcionava bem até que a massa de adquirentes desses imóveis esgotou sua capacidade de honrar com as parcelas de financiamentos supervalorizados. Os bancos procuraram desfazer-se desses ativos “podres”, que se generalizavam, comprometendo a normalidade da gestão dos negócios. Houve um alarme e instantaneamente o mundo viu despencar o valor das ações de grandes bancos e, por conseqüência, o pânico instalado não concedeu prazo para que grandes especuladores conseguissem salvar suas aplicações nesse mercado de especulação (de jogatina, mesmo).
Quem perdeu com isso? Todos. O mundo depois desse episódio será outro. Nós vimos coisa semelhante ocorrida no Brasil da década de 1970. Nessa época, não sei por que, houve forte influência para que pequenos investidores brasileiros investissem em ativos acionários. A campanha teve forte repercussão, levando muitas pessoas e venderem suas propriedades para investir no mercado acionário. Os investidores experientes faziam a especulação clássica: vendiam as ações na alta e adquiriam na baixa. Mas os inexperientes e incautos investidores ocasionais faziam o inverso: compravam as ações em alta e, quando baixavam, vendiam, porque imaginavam que a queda lhes poderia causar perdas totais; com isso, eles iam acumulando perdas sucessivamente. O pior mesmo aconteceu quando a capacidade de investir se exauriu e, não havendo mais quem comprasse, as bolsas despencaram rapidamente, levando prejuízos até aos investidores experientes.
Outro risco, caso a crise financeira se aprofunde, será como o filme visto antes, culpar os altos salários do funcionalismo e sua inépcia administrativa. Também os beneficiários pensionistas da previdência pública, correm risco de ganhar parte da culpa pela crise. Há uma dialética por demais conhecida: falam em recomposição do poder aquisitivo dos aposentados, até defendem a manutenção do valor dos benefícios, mediante a adoção do salário mínimo como indexador. Ao conceder os benefícios, estes seriam convertidos em N% do salário mínimo. Desta forma os benefícios, sempre que o SM fosse reajustado, teriam seus valores mantidos.
O segmento do funcionalismo público pode pressentir: quando se fala em melhoria das condições financeiras para os servidores públicos: Cuidado. Pode ser mais uma das falácias de que possam estar perpetrando na calada da noite, mais sacrifícios para uma classe que costumeiramente “paga o pato” pelos insucessos das finanças do poder público. Quando a aparência indica uma coisa positiva é sinal de alguma perda iminente. Isto pode ser entendido como “as coisas tendem a ser o inverso das aparências”. Funcionários públicos e beneficiários da previdência social estejam atentos, sempre.

domingo, 2 de novembro de 2008

CRISE FINACEIRA GLOBAL

O país mais rico do mundo, que tem a economia mais sólida, de repente, demonstrou fragilidade nas pernas. Primeiro foram boatos e a cada nova notícia, as bolsas de valores despencavam. Seriam sinais de recessão? Não. O sistema econômico que conjuga produção, agregação de valores, consumo, arrecadação de tributos e lucros das empresas gozava de boa saúde financeira em todo o mundo. É claro. Não nos Estados Unidos da América.
Para entender o caso
Na nação mais rica do mundo perpetrava-se uma maracutaia, diriam própria dos sagazes brasileiros. Mas desta vez essa prática de esperteza, um crime que nosso código penal tipifica como estelionato, acontecia numa nação do primeiro mundo. Como ocorre aqui, lá também existem financiamentos para a aquisição da casa própria. Ocorre que no Brasil, nenhuma instituição bancária financia valores equivalentes a 100% do que pleiteiam as partes envolvidas: construtoras e adquirentes. Nosso processo de avaliação é rigoroso, pois as instituições financeiras apostam no retorno do capital, acrescendo ainda que os recursos destinados à habitação não estejam disponíveis, senão por quotas rigorosamente controladas pelos órgãos do governo, porque os juros são diferenciados para menos, objetivando a função social como prioridade.
Lá na América, o sistema de avaliação visava conceder créditos para empreendimentos super avaliados para destinar vantagens financeiras às empresas construtoras e incorporadoras. Tal modo de agir atingiu o limite das possibilidades de os compromissos serem honrados e o calote se institucionalizou. Os bancos financiadores, sentindo falta de recursos, procuravam repassar essas carteiras de empréstimos a outros bancos e, em determinado momento, conseguiram visualizar o tamanho do rombo financeiro. Isto foi gota d’água para que as bolsas de valores de todo o mundo despencassem no sistema “dominó”, ou seja, uma peça após outra sucessivamente.
Agora tentemos chegar ao ponto crucial da questão: a economia globalizada tem lá suas vantagens, suas facilidades e sua integração. Bolsas de valores são locais destinados à comercialização do capital das empresas, como forma fácil, rápida e anônima de se adquirir partes desses capitais expressos em ações. Há os que adquirem ações com o objetivo de obterem dividendos resultantes dos lucros obtidos com a produção; há os que adquirem ações, apenas para especular. Assim quando determinada ação se valoriza é o momento certo de se realizarem os lucros, mas a continuidade das vendas de um tipo de ação tende baixar o seu valor. Com a baixa é hora de se comprar. Alguém que fique atento a essas oscilações pode obter ganhos especulativos. Isto é feito pelos pequenos investidores; os grandes representados por corporações especulativas, mais ganham com essas aplicações do que com o exercício de suas atividades. Grandes empresas, com as notícias geradoras do pânico que continuamente reverbera pelos quatro cantos do mundo, não acostumadas a oscilações violentas, perderam somas financeiras astronômicas, gerando mais pânico, que gerou maiores perdas. Agora, todo esse dinheiro perdido faz com que existam menos recursos financeiros para serem aplicados na produção e o próprio temor de novas e sucessivas crises acabam por levar às novas e reais crises, como se fosse uma bola de neve.
Não é fácil reverter esse quadro de desconfiança, depois da perda de tamanhos recursos financeiros. A própria prudência contribui para a redução da atividade econômica. Isto torna as bolsas de valores, mesas de pano verde onde a jogatina traz ganhos e perdas. Nunca vi numa mesa de jogo que houvesse apenas ganhadores; se há quem ganhe, há quem...

sábado, 1 de novembro de 2008

GANHEI UMA GRANA!

Não costumo freqüentar agências da Caixa Econômica; desta vez, deveria pagar algumas contas, depois de vencidas, somente nas agências da Caixa. Assim fiz, tendo primeiramente feito um saque em moeda numa agência do Banco do Brasil, por onde recebo meus vencimentos. Na realidade, como aposentado, me basta apenas essa conta bancária. Faço algum pagamento em banco diverso, quando me ocorre algum compromisso vencido, com estrita recomendação para pagamento nesse ou naquele banco.
Há alguns anos, eu tinha caderneta de poupança e títulos de capitalização da Caixa. Depois disso, nem me lembro se resgatei aqueles títulos, nem mesmo me lembro que tenha encerrado minha aplicação em caderneta de poupança da Caixa. Justo agora tive que pagar essas contas vencidas e algo de inusitado e surpreendente aconteceu: Passando pelo caixa, foi quitada a primeira conta, quando o funcionário digitou meu nome, apareceu uma mensagem na tela do monitor, indicando que um dos títulos de capitalização havia me sorteado prêmio de um milhão de reais. Ao efetuar o pagamento do segundo bloqueto, nova mensagem dava conta que eu havia ganhado outro sorteio, acumulando ganho de dois milhões de reais. Fiquei realmente surpreso, mas o funcionário me avisava que isto é comum ao digitar nome de algum correntista, ocorre o aviso de prêmio não procurado e não avisado por falta de dados cadastrais, como foi meu caso.
Concluídos os pagamentos da contas, o funcionário baixou e imprimiu um extrato, constando as premiações, bem como os rendimentos que tais recursos auferiram durante alguns anos. Na próxima segunda feira, eu deveria comparecer à agência da Caixa, situada no Centro de Vila Velha para atualizar meus dados cadastrais e escolher qual forma de aplicação seriam destinados mais de dois milhões de reais. Tanto poderia sacar, aplicar em caderneta de poupança, fundos de renda fixa ou variável.
Levei aquele extrato comigo, nada revelando a ninguém, exceto à Anésia com quem deveria planejar o que fazer com essa dinheirama. Pensando bem: bastariam quinhentos mil para Anésia e eu gastarmos; o restante poderia ser dividido em três partes iguais entre Domingos, Edgard e Karla. Desta forma, entendíamos fazer justiça com recursos vindos de forma inesperada e você, leitor, como dividiria esta bolada?
Mantive o assunto sob rigoroso sigilo até que, depois do café da manhã contei a todos, coisa que parecia ser real mesmo.