quarta-feira, 1 de outubro de 2008

NOITE DE FESTA

Chegamos ao local onde funcionava a casa de festas e logo fomos atendidos, inicialmente numa grande loja de aluguel de trajes típicos para danças diversas: vestidos longos de tecido leve e esvoaçante para serem usados na dança de valsa que acontecia num salão localizado, a partir dos fundos, no final de um corredor com duas filas de boxes provadores, um para o público feminino e outro para o masculino. Zenóbia/Preto, Bel/Enéias, Arlete/Antônio, Anésia e eu, locamos roupas para dançar valsa. As mulheres com aquelas vestimentas já mencionadas, enquanto que nós, homens, vestimos ternos escuros com os famosos “Smokings” e gravatas do tipo “borboleta” (no fino Estilo “Black tie”). Isso é que recomendava o cerimonial dessa casa de espetáculos.
Nossos casais se exibiram em danças de valsas ao som de instrumentos de corda, acompanhados por instrumentos de sopro como clarinetas e saxofones, produzindo valsas dos clássicos vienenses. Ao lado do salão onde nos exibíamos, um serviço de bufê fornecia finos alimentos e bebidas, onde os participantes se refestelavam durante momentos de descanso nos intervalos entre uma e outra seção de melodias clássicas.
Acima, num plano superior, havia outro salão de onde emanavam sons de músicas populares de ritmos diversos. Para esse ambiente o pessoal que chegava também se dirigia à loja para se paramentarem com trajes típicos conforme o tipo de música que se disponibilizava para os casais dançarem. Nessa noite, esse ambiente se prestava às músicas originárias do nordeste brasileiro. Como trajes típicos nordestinos, tanto homens como mulheres exibiam aqueles chapéus de couro e as jaquetas semelhantes às usadas pelo povo do cangaço. Nesse ambiente de danças do salão situado no plano superior, ao contrário do bufê anexo ao salão situado do lado direito no pavimento inferior, havia um local situado ao lado esquerdo que servia iguarias da culinária nordestina, tais como macaxeira frita com jabá e jerimum, cachaça da “Boa” e buchada de bode condimentada generosamente com a vermelha e cheirosa pimenta malagueta.
Nem mesmo na época da juventude experimentei participar de baile tão sofisticado quanto este. Foi coisa para deixar saudade: Anésia e eu, vestidos a caráter, parecíamos flutuar por aquele imenso salão, coisa tão prazerosa que jamais gostaria que se tivesse encerrado naquele início de manhã quando a claridade dava sinais de que o sol não tardaria despontar no horizonte do imenso oceano.
Certamente, assim que tenhamos novas oportunidades, voltaremos a esse local para nos divertirmos durante noites e madrugadas afora.

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