sexta-feira, 24 de outubro de 2008

NOVAMENTE AS COTAS RACIAIS...


As cores servem como parâmetro para julgar aparências? Descendentes de povos de raça negra devem ser privilegiados nos concursos? Por causa da cor da pele ou por descenderem de raça inferior? Existe alguma raça que deva ser considerada superior? E quem é miscigenado com raças branca, negra, amarela e vermelha? Que raça teria sorte de ser privilegiada? Acaso o sangue que lhes corre nas veias tem outra cor que não seja a vermelha?
Que fique longe de mim o preconceito de raça; qualquer que seja a descendência. Segundo penso, uma só coisa deveria privilegiar a todos: a competência demonstrada na eficiência, no aproveitamento do aprendizado, enfim, na capacidade de melhor fazer, de melhor desempenhar e alcançar melhores resultados.
O princípio da eqüidade, que faz o julgamento ser imparcial, que dá a todos o direito de serem iguais perante a lei, sem distinção de raça, de classe social, de credo religioso, que privilegiasse a todos estritamente com o princípio consagrado da justiça.
A criação de cotas nos vestibulares, nos concursos para provimento de cargos públicos, nada mais me parece do que atos de demagogia para demonstrar-se a favor a privilégios corporativistas de castas raciais, de castas religiosas e de castas sociais. Em nome de privilégio, na realidade, quem aceita o favor de cotas excludentes sinaliza concordância com situação de inferioridade. Esses preitos, de certo modo, derivam do desejo de premiar hoje quem no passado sofreu a exclusão como pessoa, causada pela segregação do escravagismo? Aceitar, hoje, o regime de cotas, mesmo para quem delas se beneficie, é continuar compactuando com a inferioridade dessas ou daquela raça. Mais excludente é aquele que aceita favores que o julgam, de certo modo, inferior. Inferior é aquele que aceita o rótulo.
Existe preceito que determina proteção ao aproveitamento dos deficientes, ou seja, daqueles que têm necessidades especiais, visando sua integração como pessoas normais no trabalho, que tenham oportunidades de ascensão social; às vezes subestimando capacidades superiores às dos indivíduos ditos normais. Com freqüência surgem como expoentes nas artes e no trabalho, não só demonstrando capacidade idêntica e, não raro, superiores, executando coisas com perfeição inimaginável. Mas, entendo que tal reserva é justa, não criando nenhum privilégio; apenas compensando deficiências impostas pela natureza.
Tudo o que eu disse acima, tem como finalidade fazer com que as pessoas se julguem e se tratem com igualdade, dêm oportunidades idênticas, mantendo sempre o sentido da justiça, que não privilegia nem exclui a quem quer que seja. O que me parece, quando reflito sobre esse tema de cotas, é a existência de intenção velada da manutenção de idéias conflitantes entre os grupos raciais diversos, simplesmente por demagogia política. Demagogia quando dizem ser favoráveis a privilégios e quando demonstram compensar deficiências raciais com o favor de cotas que tenham como parâmetro essa ou aquela descendência racial. Isto não é verdade porque somos todos iguais perante a lei! Ou não somos?

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