terça-feira, 22 de junho de 2010

MORTE DE UM RIO

    É triste, mas verdadeira a história. Observei hoje, fitando um filete de água que passa sob a ponte edificada pouco acima da barra do riacho Canudo. Neste local. Quando cito no meu livro "Memórias", publicado em segunda edição, as pescarias que meu Nono Quinto fazia nesse local e sempre trazia para casa grande piaus, moréias, e traíras. Havia também outros peixes que beliscavam nos seus anzóis.

    Ouço dizer que o rio Santa Maria do Rio Doce, outrora caudaloso, há tempos se encontra sem vida, movimentando-se lentamente e serpenteando pelos baixios de Várzea Alegre. Onde havia diversidade de peixes, inclusive em seus afluentes, hoje, apenas lâmina de água de poucos centímetros de profundidade, exibe água transparente e verdadeiramente sem vida. Piaus! Que piaus! Traíras, acarás, moréias, sequer os lambaris, outrora abundantes, nem seus fantasmas etéreos existem mais.

    Essa é a realidade dos cursos de água, que a natureza sempre nos aquinhoou generosamente. Aos poucos, dejetos sólidos, resíduos de agrotóxicos, destruição das vegetações ciliares, que deixam de captar a água para o reabastecimento dos lençóis freáticos; chuvas intensas, encontrando o solo desnudo da vegetação que servia para absorver água, como se fossem esponjas, são causas da erosão nas encostas e assoreamento dos leitos de córregos, riachos e rios, contribuindo para perpetrar essa matança da natureza!

    Constatei, para minha tristeza, a morte desse rio, ainda não consumada, mas é certa sua extinção nesse ritmo, se providências de reversão não forem adotadas.

Um comentário:

  1. Boa noite Idomar
    Ao ler o artigo "MORTE DE UM RIO", levou-me a recordar o início da década de 60, quando lá pelos meus oito, nove anos aos domingos à tarde tomávamos banho no rio, pulando da ponte de madeira ali existente naquela época.
    Hoje, fui levar meus pais: Sabino e Juliana Venturini, no velório e enterro do nosso tio,lá no Sãp paulo do Rio Perdido, Valério Venturini, que nos deixou aos 97 anos. Retornando de lá, parei após a ponte para mostrar à minha esposa onde havia passado bons momentos de minha vida de criança. Triste fique quando vi que realmente ali, também só resta uma pequena lâmina, que talvez, não permita que um pequeno sapo possa dar um mergulho. É lamentável esta situação.

    Geraldo J Loss
    Santa Teresa-ES - 04.07.2010.
    Hoje tive oportunidade de visitar seu Blog. Vou fazê-lo sempre.

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