terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

RIQUEZA AMARELA

Cor amarela por si só simboliza riqueza, contrastada hoje pelo verde escuro dos cafezais, ocupando a outrora paisagem do amarelo esmaecido na cor palha dos milharais com as folhas secas, mostravam o estado de maturação dos seus frutos.
A paisagem verde de hoje substituiu e amarela que ocupava a mesma área nas planícies e encostas desta Várzea Alegre e de todo o Distrito de Alto Santa Maria (outrora do Rio Doce). Podemos substituir a simbologia das cores amarelo e verde pelas fases do milho cultivado em forma de monocultura, a partir da década de 1940, chegando à de 1970 à seca inicial deste terceiro milênio.
Entre uma e outra monocultura, houve a inclusão do vermelho da cultura do tomate, uma opção agrícola mais lucrativa que aquelas chamadas de cores amarela e verde. A primeira representava uma ocupação de quase a totalidade do solo agricultável, reduzindo com a ocupação da cultura de tomateiros. A implantação de lavouras de café em substituição à cultura do milho passou a convivência pacífica com as culturas alternativas, dentre as quais a mais importante, desde o início do cultivo, foi o plantio de tomateiros.
Atualmente a agricultura da planície de Várzea Alegre compõe-se dos cultivos de cafezais, de milho de hortaliças e de pequenos rebanhos de gado vacum destinados à produção de laticínios produzidos artesanalmente. Há, simultaneamente, a produção de cana-de-açúcar destinada à destilação de cachaça numa moderna fábrica e ocorrem nas pequenas propriedades alguns canaviais utilizados exclusivamente para produzir rapadura e derivados, todos em quantidades mínimas.
Houve no passado a garimpagem como forma de utilizar mão-de-obra disponível nas entressafras. Atualmente, a garimpagem esbarra na incerteza dos achados e nos controles ambientais rígidos. As formações rochosas da localidade não contemplam variedades graníticas nobres. Assim a mineração de rochas, depois de algumas experiências, tornou-se atividade inexeqüível. Restaria a mineração de argila abundante desde as várzeas as encostas das montanhas. Embora abundante este mineral, a alta freqüência de óxido de ferro o torna inapropriado para a produção de artigos cerâmicos, pois na queima, os grânulos ferrosos fundem e formam furos e descontinuidade nas peças. Talvez todo este potencial de matéria prima tivesse aproveitamento para a produção de tijolos e lajotas. E a produção poderia ser em larga escala, pois os depósitos não apresentam facilidade de exaustão.
O que me parece representar algum futuro econômico adicional seria o desenvolvimento do cultivo de frutas, tais como uva, araçaúna, jabuticaba, acerola, graviola, goiaba, manga e jaca. Poderia ser implantada indústria para processar polpas de frutas e, também, de tomates quando produzidos em excesso ou cultivados especificamente para esse fim.
Se outros cultivares não venham a ser produzidos na região, este é o panorama econômico agrícola de Várzea Alegre e de todo o Distrito de Alto Santa Maria (do Rio Doce), pode-se concluir.

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