sábado, 7 de fevereiro de 2009

REMINISCÊNCIAS DA FAESA E NOVA ATIVIDADE

Convidado para ser docente novamente na FAESA, eu aceitei e participei da primeira e única aula com uma turma em que reconhecia antigos alunos, alguns das turmas de 1978 e de 1979. Só não consigo lembrar-me dos seus nomes. Seguindo este fato fui contratado para trabalhar num escritório para operar um grande computador. Expliquei logo: - minha experiência com informática decorre de conhecimentos amealhados como autodidata. Neste caso tenho que passar por um treinamento para inteirar-me das rotinas da empresa.
Uma nova colega de trabalho me reconheceu e disse: - você, não é aquele professor que deu uma aula na turma do “Bem-te-vi”? Sim, respondi. Não tive ânimo em continuar, achando-me cansado e indisposto para me atualizar nos conteúdos específicos da disciplina, que nem me lembro qual era.
Continuei trabalhando, melhor ocupando uma cadeira frente ao computador e digitava alguns pequenos textos para familiarizar-me com a máquina. Embora, com quase todos os funcionários era o meu primeiro contato, sentia-me, em poucas horas, perfeitamente entrosado no ambiente. A certa hora da manhã, entre nossa chegada ao trabalho e o horário do almoço foi servido um lanche. Desde já eu adiantava que meu lanche seria de alimentos de baixa caloria, compostos, preferencialmente, de carboidratos complexos. Depois saímos para almoçar num restaurante selfservice existente nas proximidades do nosso trabalho. Também eu me encontrava hospedado num hotel simples, onde os dormitórios coletivos disponibilizavam armários coletivos para a guarda de pertences dos hóspedes, na maioria funcionários de escritórios e lojas comerciais existentes ali nas adjacências. Depois de uma noite de sono reparador, fui tomado por sonhos sobre minha participação como docente da FAESA. Vi-me diante de doutor Antário, de dona Waldete, sua esposa e tesoureira da instituição. Ela recebia as anuidades dos alunos e resgatava todas as despesas, inclusive os salários do professores e demais funcionários. Quanto a mim tive oportunidade de saber pelo próprio doutor Antário: ele teria que contratar um docente para trabalhar na turma do Bem-te-vi, o coordenador de um curso, que eu não sei de quê. Sabendo disso me ofereci para ocupar a vaga, embora eu tivesse abandonado uma turma após a primeira aula, o diretor pediu-me tempo para estudar minha proposta.
Nesta ocasião em que estive novamente nas antigas dependências da FAESA, instaladas nos prédios de um colégio de formação de irmãs de caridade, daquelas que tinham o hábito de viverem enclausuradas. Esse imóvel, constituído por quatro edificações, sendo duas dispostas paralelamente e outras tantas em uma antiga casa residencial e outra em um galpão outrora utilizado como depósito e garagem. Agora funcionava nele o departamento de pessoal e o escritório de contabilidade da escola. Eliseu era o chefe de pessoal e Gessé Laurindo o contador. A casa maior servia de tesouraria e sede da Fundação José Francisco de Paula, entidade mantenedora da FAESA. Ali somente a tesouraria tinha funcionamento em três turnos, enquanto que nas demais dependências, ora o Pastor José Francisco de Paula, ora doutor Antário eram vistos, ou algum outro dos membros da fundação.
Essas coisas sobre a FAESA nada mais foram do que o meu sonho dessa primeira noite instalado neste hotel, enquanto aguardava oportunidade para trazer nossa mudança, depois de encerrado o primeiro semestre letivo. Assim, todos poderiam vir depois que conseguisse alugar uma casa para nossa moradia.
Na primeira manhã, ao levantar-me, vi que minhas bagagens e a roupa usada no dia anterior haviam sido retiradas. Comentando com um daqueles hóspedes instados no mesmo quarto, ele me avisou que o camareiro recolhera tudo: mala, sapatos e roupas e tudo havia sido guardado numa dependência contígua. Conferi e, realmente, tudo se encontrava lá. Agora, eu deveria fazer a refeição matinal disponibilizada pelo hotel e, em seguida, retornar para realizar meu segundo dia de trabalho. Assim que me preparava, ouvi o som característico do despertador e vi que ainda me encontrava deitado ao lado de minha esposa. E o trabalho? Que trabalho? Devia, sim, levantar-me, preparar nosso lanche matutino, averiguar minha taxa de glicemia, aplicar-me as insulinas e, depois, tal como fizeram os outros, tomar minha primeira refeição matinal.

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