domingo, 22 de fevereiro de 2009

“A PAZ É FRUTO DA JUSTIÇA”

Todos os anos, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) promove campanha durante o tempo da quaresma sobre um tema atual e de cunho sociológico cristão para que os católicos do Brasil reflitam e adotem medidas capazes de minorar causas de problemas cruciais vividos pelas pessoas. Este ano, o estado de violência que se vive serviu de tema.
Com o lema, a Campanha da Fraternidade de 2009 se fundamenta no Binômio: “PAZ E JUSTIÇA”. O primeiro termo é resultante direto do segundo.
A violência tomou proporções que tornaram o Brasil uma nação nada diferente daquelas que se encontram em guerra. Vivemos verdadeiramente em estado de guerra, conflito que elimina vidas de jovens pelos motivos mais banais: Pessoas são assassinadas por não honrarem pagamento de dívidas resultantes da compra de drogas, por denunciarem traficantes, por fazerem parte de grupos concorrentes, por traição dos parceiros do crime. Neste tópico está concentrada a maior causa da violência nos dias atuais. Mas se não bastasse, existem outras causas que, também, concorrem: os roubos, os furtos, os crimes de abuso sexual, os seqüestros, os golpes perpetrados através das vias de comunicação via ligações telefônicas e o uso criminoso na Internet. Tudo isso deixa o ser humano acuado, indefeso e refém do crime.
As causas da violência têm, também, como origem o estado de penúria das populações empobrecidas por causas climáticas, analfabetismo, desemprego, prostituição, má distribuição de rendas e principalmente pela forma acintosa com que homens públicos detentores do dever ético de proteger bens públicos; eles os roubam e dilapidam esse patrimônio público. Outros sonegam tributos devidos escasseando recursos que seriam destinados à saúde, à educação, à assistência social e obras geradoras de postos de trabalho.
Isto tudo resulta de um quadro de injustiças, capaz de promover a aceleração da violência, que encontra amparo fecundo na impunidade certa. Mas a população carcerária aumenta a cada dia, gerando aqui e ali rebeliões, porque muito se prende e pouco se julga. A morosidade da justiça que tem causas de entraves legais, passa da hora de se modernizar segundo os recursos advindos da modernidade.
O que fazer agora?
Promover reflexões e debates e demonstrar a insatisfação para que as autoridades tomem posição, se engajem na luta por uma justiça célere, que devolva inocentes ao convívio e penalize culpados. E também para que os legisladores busquem reformar diplomas legais ultrapassados e ineficazes.
Enquanto isso, a nós cabe protestar democraticamente em consonância com nossos princípios cristãos. Mas nossa luta há de ser aguerrida e constante, não se limitando apenas ao período quaresmal.

Um comentário:

  1. PROFESSOR É MUITO IMPORTANTE A SUA LUTA, INTERESSANTES OS SEUS ARTIGOS, SE A NOSSA ÚNICA ARMA É A INFORMAÇÃO, VAMOS DIVULGA OS NOSSOS PENSAMENTOS E COM CERTEZA TEREMOS UM RESULTADO POSITIVO.

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