É réu porque foi julgado e condenado pela Justiça. Tendo se evadido, tornou-se foragido, retornando à terra natal com algum dinheiro que lhe sobrou da massa falida, provavelmente contabilizada num “caixa dois”. Mas Cacciola é vítima de um sistema que privilegia os espertos, aqueles que têm sede de amealhar, de qualquer forma, poupança para garantir seu futuro e, também, aquele dos descentes - sabe-se lá por quantas gerações. Aquilo que o Estado conseguiu alcançar confiscou. Pobre Cacciola retorna agora extraditado, preso, tendo apenas os privilégios de não ser algemado na chegada e ocupar uma cela “especial” por ser detentor de um diploma de economista (seria falso?).
Cacciola foi pego num momento que a Nação promovia uma caça às “bruxas”, num daqueles raros momentos inquisitivos, quando algum delator expõe ao público as entranhas podres e fétidas dessa terra de “Cabral”. Quantos “Cacciolas” tupiniquins circulam impunemente por ai? Quanta riqueza espúria circula pelas casas financeiras? Ativos mobilizados e imobilizados garantem vida de “rei” a muitos cidadãos portadores de vida ilibada, gente cuja origem não desperta qualquer desconfiança, mesmo porque os crimes (espertezas) não transmitem nenhuma culpa “original”.
Neste contexto existem duas classes de cidadãos: os que contam com a impunidade complacente do poder público (os sagazes) e os que cumprem rigorosamente os deveres de retidão, nisso entendidos os princípios morais e éticos. Estes são os ingênuos que costumam tornarem-se óbices aos detentores do poder, não sendo raro serem considerados “beócios”.
Esta página representa espaço destinado ao registro de artigos do autor Idomar Taufner. Opiniões acerca dos mais variados assuntos, enfim, coisas do cotidiano definidas ocasionalmente nas memórias antigas e recentes. Aceita-se comentários pertinentes aos assuntos abordados, isto é, são sempre bem-vindos.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
SALVATORE CACCIOLA, RÉU OU VÍTIMA?
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