domingo, 21 de fevereiro de 2010

Meu fusca verde

Não foi apenas um; foram dois. O primeiro ano e modelo de fabricação 1972, o segundo, modelo 1976, ano de fabricação 1975. Dois primores de carros!
Durante essa madrugada, eu tentava reparar esse meu segundo fusca em plena rua Henrique Moscoso, em frente ao Edifício Bevilácqua, aonde ainda residíamos. Havia retirado várias peças e a defeituosa era o motor de partida e, assim, o carro só funcionava, quando empurrado com marcha engatada. Assim que atingisse alguma velocidade, tirava-se o pé da embreagem e, depois de alguns solavancos, o motor funcionava.
Nisso chega meu colega de duas escolas: no Colégio Comercial Thelmo Motha Costa, concluímos o curso de técnico em contabilidade e na Faculdade de Ciências Econômicas de Colatina, o curso de ciências contábeis, ambas as escolas localizavam-se na cidade de Colatina, às margens do Rio Doce. Isso ocorreu no período de 1973 a 1977, última vez que vi Dante Lopes de Faria, meu colega de estudos e funcionário do Banco do Brasil, servindo na Agência em Colatina. Dante chegou, nem tivemos tempo para cumprimentarmo-nos e ele já se propunha me auxiliar. Para fazer o primeiro teste, Dante tomou a direção do carro, enquanto eu o empurrava para que ganhasse velocidade. Assim aconteceu: Dante soltou a embreagem tal qual disse acima e o carro deu alguns tropeços, sua máquina funcionou e meu amigo e colega conduziu o veículo, subindo pequena ladeira da rua Inácio Higino e tomou a Av. Chanpagnat, ambas pela contramão e rumou ao centro de Vila Velha até sumir pela Av. Jerônimo Monteiro, também na contramão e sumiu não sei para onde.
Nessa rua Inácio Higino havia, pelo menos, três oficinas mecânicas, onde avistei dois fuscas verdes idênticos ao meu. Chegando perto, percebia que esses carros estavam completamente avariados, sem as mínimas condições de tráfego: suas latarias estavam completamente tomadas pela ferrugem – verdadeiras sucatas é que eram!
Permaneci na Chanpagnat por considerável tempo, até que, vi meu fusca chegando por essa avenida, desta vez, na mão correta. O carro estava repleto de crianças, filhos e netos do amigo. Vinha a baixa velocidade e, quando chegou onde eu estava, percebi que o motor do auto estava apagado. Dante o empurrava e, assim que me viu, parou e explicou-me os motivos da demora. Dos filhos de Dante e dona Ivone, estavam embarcados no meu fusca Breno e Daniela, seus filhos, netos de Dante, só agora é que os conheci.
Pois é, eu devia fazer meu carro funcionar, porque, no mais tardar, às 19 horas deveria estar na FAESA para ministrar aulas durante o período noturno. Não dar a devida atenção a esse colega, há tanto tempo ausente, não poderia fazê-lo, mas o melhor é que tal fusca fora vendido, creio, há aproximadamente 30 anos e, desta vez, nem permaneci com meu colega, nem era professor na FAESA e, muito menos, ainda residia no prédio Edifício Bevilácqua; nada disso existiu. Sim existiu, mas apenas nas minhas fantasias das madrugadas.

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