sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

PRESSÁGIOS

Que eu me lembre, nunca vi período tão longo, como este, sem chuvas em plena estação das águas para nós, aqui no Estado do Espírito Santo, nem temperaturas tão elevadas por tanto tempo. Chegamos por várias vezes, desde o início do mês de novembro, a temperaturas de 36 graus Celsius, por várias vezes. A última chuva normal ocorreu no dia 31 de outubro, data que não me permito esquecer, pois havia programado o lançamento do livro “Memórias III – 30 anos em Vila Velha, evento que se realizou, mesmo prejudicado pela chuva torrencial caída nesse dia.
Ninguém pode imaginar que, com tanto tempo sem chuvas, com perspectiva de este processo permanecer ainda por tempo indeterminado, conforme se vê pelas previsões meteorológicas, as águas dos nossos pequenos rios, responsáveis pelo suprimento das cidades capixabas, estão próximas de colapso, também para o uso de irrigação na agricultura, para a produção de energia elétrica das usinas hidroelétricas e, até mesmo, a água que abastece nossas torneiras. Apesar de todas as evidências, reina silêncio sobre o assunto, coisa negativa que pode sufocar o ufanismo do crescimento econômico do Estado.
Pequenas cidades como Santa Teresa, São Roque do Canaã, Itarana, Itaguaçu e a cidade litorânea de Guarapari (essas citadas como exemplo, pois outras existem, embora não mencionadas), não tardarão a anunciar a escassez do precioso líquido. A esperança de provisões mínimas das nascentes formadoras do nosso sistema hídrico já se frustra, quando atingimos o terceiro decêndio de janeiro, com altas temperaturas e seca implacável permanece assolando o Estado do Espírito Santo, boa parte do leste e do nordeste de Minas grais, de onde provêm as águas que formam a bacia do Rio Doce, vital para toda essa região. Esta, a primeira parte do problema; outra será vista a seguir.
Tempos passados um político de Vila Velha conclamava a municipalidade a envidar trabalho para reforçar o dique existente ao lado do Rio Jucu, visando proteção para sequelas resultantes de cheias maiores que tal rio pudesse sofrer. Felizmente, os reforços foram providenciados e a proteção da margem ao lado de Vila Velha se manteve eficaz durante cheias ocorridas posteriormente. Os que vemos na região centro sul do Brasil e parte do sudeste, aonde chuvas, além de intensas, teimam em permanecer por meses e mais meses, levando destruição de imóveis, plantações e causando elevado número de vítimas fatais.
Nosso temor justiça-se: Se chuvas copiosas quanto as que vêm ocorrendo no Sul do Brasil, vierem ocorrer, na mesma intensidade, nas cabeceiras dos rios que compõem o sistema hidrográfico do Estado do Espírito Santo, estará instalado um processo calamitoso de grandes proporções. Não será surpresa se o Rio Jucu inundar grandes áreas às suas margens, incluindo a cidade de Vila Velha. Justifico o presságio e meu estado de apreensão, devidos aos acontecimentos catastróficos da região centro sul, acontecendo atualmente.
Resta-nos aguardar que esses presságios não se materializem!

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