domingo, 14 de setembro de 2008

A COLATNA DOS MEUS SONHOS


Não sei se são saudades, por que são constantes minhas visitas a essa Cidade de Colatina. Saudades podem ser do meu trabalho, dos colégios que freqüentei, das casas onde morei, de meu pai e de minhas irmãs, de meus vizinhos, de meus colegas tanto aqueles do trabalho como dos que me fizeram companhia nos bancos escolares; também de outros que faziam parte dos encontros dominicais na igreja, nas festas de casamento e de grupos diversos. Saudades das reuniões nos colégios dos filhos; das nossas idas ao mercado para compras, aos supermercados, às lojas para adquirir tecidos, vestuário, medicamentos e utilidades domésticas.
Nesta madrugada, como em tantas outras vezes, estive em casa de meu pai, quando realizava trabalho temporário, fiscalizando uma empresa, de significativo porte, nesta cidade. Alojei-me por alguns dias em casa, de lá saindo cedo e retornando à noite depois de uma jornada, de faina cansativa. Não era cansaço físico; a mente exauria suas forças e as recompunha em cada noite de sono profundo. Sequer tinha tempo para visitas aos meus amigos e antigos vizinhos. Dediquei-me a esses contatos apenas durante o dia que precedia meu retorno a casa. Havia pelo menos três compromissos assumidos: primeiramente deveria fazer visita à agência da previdência para rever poucos daqueles colegas que ainda restavam em atividade; tinha, também, que ir ao escritório de uma empresa situada na Galeria Wanderlei para entregar um exemplar do livro “Memórias – 2ª edição, a uma irmã de Dézio Rizzo, a quem a obra era destinada. Depois, para finalizar minhas vistas, iria ao Bairro de Bela Vista, visitando simultaneamente Geraldo Corteletti, Guerino Mantovani, Isaltino Delácqua e João Cofler. No Bairro Honório Fraga, os compromissos agendados incluíam visitas a Demétria, Valentim, Preta, Alcebíades Ghisolfi. Bom lembrar que todas seriam visitas rápidas; não podia mesmo me enredar naquelas longas conversas costumeiras, porque senão... Nunca se sabe até onde iriam essas conversas. Para finalizar a jornada de contatos, ah! Já ia me esquecendo. Tinha um compromisso de levar um livro ao meu colega Pedro Massariol. Se não cumprisse este compromisso, como ficaria minha relação de amizade com esse colega?
Antes mesmo de ir ao INPS, concluí todos os compromissos, exceto esse com Pedro Massariol. Massariol seria a última visita, pois esse compromisso não deveria ser mera visitinha. Teríamos muitas coisas a falar, relembrar antigos fatos, ou seja, comemorar e degustar velhos acontecimentos que permanecem vivos na memória e pagar minha dívida, entregando-lhe o livro, que Pedro reclama ter sido preterido, privilegiando outros colegas e me esquecendo do velho amigo. Não é verdade que me esqueci desse amigo. Tenho, também, outros que embora não me cobrem, sinto na consciência a obrigação de lhes agraciar com este primeiro livro que publiquei, agora em segunda edição.
Na visita que fiz ao INPS, encontrei ainda em atividade Waldemar Birchler, Arly Rueda, Leonide Felisberto Storch, Silvio Benezolli, José Maria Zanetti, Ermelinda Serafini, Maria Cleusa Moisés, Maria da Penha Serafini, José Barbosa dos Santos, Marcílio Afonso Sarcinelli dos Santos, Roldão Manoel da Fonseca, doutor Wellington Rody, doutor Pedro Paulo Marques, Lúcia Helena Ribon, Maria Crizal da Conceição Alves, Sabará (não me lembro de que), José Nogueira, Silvano Ramos, Otávio Danuzio dos Santos Ribeiro, Iracy Ramos, José Carlos Rodrigues dos Santos, Claudette Aguieiras Cortat, Neide Arpini de Almeida, Abelardo Soares Chaves, Azelino Lemos, Olivina Mattedi, Geraldo Fiorot, Jandir Moroseski, Alceu Martinelli, Gentil Nunes Bezerra, Layr Wander de Abreu Mafra, Sérgio Paiva, Ruy Rodrigues Peneau, Deusinéia Farias de Vasconcelos, Luiz Carlos Peres, Antônia Parrini, Olga Amarante, Alcy Benetti, Luiz Carlos Amarante, Affefe Abdalla Guerrieri, Terezinha de Jesus Stefenoni, José Luiz Fachetti, Maria da Penha Serafini, Herolino de Almeida Souza, Oswaldo Pulcheira, Stilson José Ferrari, José Carlos Tardin do Carmo, Walter Rigo e Hélio (não me lembro do que).
Agora, além de todos os funcionários citados acima, existiam outros, dentre eles alguns originários do Projeto Rondon que se tornaram servidores através de concursos; outros contratados temporariamente, mais tarde tiveram vínculos empregatícios reconhecidos, referindo-me a um de nome Davi, duas conhecidas por Cremilda e Sônia; Outros ainda contratados mediante autorização especial como fora um dos casos o de Odilon de Farias. Mas não eram apenas os servidores relacionados, havia ainda outros de admissões recentes que eu não Conhecia.
Durante a visita, revia o andar térreo repleto de segurados e beneficiários que buscavam atendimento na área dos benefícios (Seguros Sociais e de Acidentes do Trabalho) e, ainda, uma multidão de pessoas que procuravam atendimento médico. Essa foi uma visão do que fora a Agência do INPS em Colatina. Num balcão no térreo havia um pôster de uma foto que tive certeza tratar-se de fotografia, na qual a figura de meu pai se sobressaía. Depois, verificando bem, havia apenas leve semelhança. Nesse momento Alceu Martinelli, acompanhado de arquitetos e desenhistas detalhava como deveria ser um balcão de atendimento a ser estendido ao longo do corredor do térreo. Nisso, eis que surge Pedro Massariol que, constatando minha presença, apontando para mim, diz:
- e o meu livro? Trouxe-o?
- evidente que sim, Pedro! Como poderia eu me esquecer?
- Ainda bem! Senão...
- Pedro, foi ótimo encontrá-lo aqui. Desta forma você me poupa tempo. Vem comigo para entregar uma cópia de outro livro, que trata de pedras preciosas, ao Bento Marchiori. Assim aproveitamos esse tempo para falarmos mais sobre nossos velhos assuntos daqui e dos outros sobre a fiscalização, quando trabalhamos como fiscais do IAPAS. Hoje temos, em comum, nossas aposentadorias. Hoje, por exemplo, embora aposentado, completei a fiscalização de uma empresa daqui. Você tem o privilégio de estar longe de Hiran, sabe por quê? Assim ele não faz a você o que constantemente me faz comigo. Não é que ele não perde a mania de fazer com que seus chefiados, mesmo que na inatividade, voltem ao trabalho, nem só para fiscalizar. Imagine que há alguns dias tive que participar de uma campanha vacinal, preventiva contra febre amarela, em São Mateus e ele não se esmera em orientações. Economizando palavras, diz apenas:
- Não me incomodo como o serviço é feito, basta-me que me apresente produção em tempo hábil.
- Pedro, nem queira retornar a Vitória. Lá você não se livrará de ser convocado a trabalhar. Basta que Hiran tenha seu endereço. Muitos colegas aposentados, sabendo disso, estão se mudando para outras unidades da federação, as mais longínquas.
Pedro e eu seguimos rumo à casa de Bento Marchiori, continuando nossa conversa e falávamos agora não sei a respeito, nem de que. Perece-me que, repentinamente ficamos às escuras. Teria faltado energia? Não. Acordei e percebi que tudo se não passara de mais um dos meus devaneios costumeiros das madrugadas, felizmente um sonho bom.

Um comentário:

  1. FICO FELIZ DE VER O NOME DO MEU PAI(WALTER RIGO) RELACIONADO EM SUA OBRA, ELE MORREU A MUITO TEMPO, E SINTO MUITA SAUDADES DO TEMPO DE CRIANÇA QUANDO IAMOS VISITA-LO NO TRABALHO (INPS), ELE ERA MOTORISTA DE EMBULANCIA, ME CHAMO EGIDIO ALVES RIGO, MORO ATUALMENTE EM MATO GROSSO, NA CIDADE DE COMODORO.

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