sábado, 17 de maio de 2008

CÃES QUASE HUMANOS...

Na noite passada estive num local nunca visto, era cercado à semelhança dos currais, com grossas réguas de madeira de lei (já escurecidas pela ação do tempo), tal como os mourões da mais resistente braúna. De repente vi uma matilha de cerca de cinqüenta ou mais cães que ladravam cada raça à sua maneira. Todos eles se dirigiam a um canto como se fosse um daqueles troncos onde se faz a ordenha das vacas.
Eu acenava para eles que me respondiam com latidos alegres agitando simultaneamente patas e rabos. Na realidade minhas experiências com cães inteligentes não é nova. Já vi cães que falam e pensam como humanos, mas desta vez minha surpresa foi ainda maior. Minha curiosidade aguçou quando percebi que todos eles se voltavam para aquela espécie de tronco, se empurrando como se todos quisessem chegar ao mesmo tempo. Vi algo inusitado: todos os caninos queriam assistir a um programa que lhes era exibido numa televisão postada especialmente (uma verdadeira televisão “boa para cachorro”).
Mais inusitado vi ainda o programa exibido: um casal de cães praticava, num filme pornográfico, sexo explícito – uma cena verdadeiramente de devassidão canina. Mandei que sintonizassem a televisão em outro canal, por que havia cães menores, cuja programação exibida lhes era imprópria. Esses programas são abusivos. Seria bom que fizéssemos contato com algum político, desses acostumados às “cachorradas”, para que elaborasse projeto de censura para esses programas, evitando serem exibidos para cachorros “menores”.
Quando acordei eu não vi mais nada; estava deitado naquela cama de sempre e ao meu lado aquela inseparável companheira, que nada soube daquela “cachorrada”, nem tampouco desses filmes pornográficos impróprios para cães comportados e decentes.


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