domingo, 2 de dezembro de 2012

O RIO JUCU É A ÁGUA QUE VOCÊ BEBE



            Primeiramente, a frase parece estar equivocada, talvez fosse apropriado dizermos: “O Rio Jucu é a água que nós bebemos”. Aí já mudamos a ação verbal da terceira pessoa do singular para a primeira do plural. Que tal se mudasse para a segunda pessoa do singular: “... a água que tu bebes”, ou, ainda, generalizando “... a água que vós bebeis”. Certo é que não conseguimos nos livrar dessa forma coloquial do emprego do você (pessoa com quem se fala) praticando a ação na terceira pessoa do singular. Complicado, não?
            Mas, não é bem isso que está em jogo nessa chamada de atenção. O autor da sentença (ou autores) se refere (ou se referem) à qualidade da água que nos é oferecida por preços exorbitantes e quem nos pode garantir sua qualidade, se a origem é duvidosa? Há muito tempo, essa questão não desocupa minha mente e sempre repete a dúvida: Será que bebemos água confiável? Sabe-se que a CESAN (Companhia Espírito-santense Saneamento) não se descuida da responsabilidade de oferecer aos consumidores a melhor água que consegue produzir a altos custos e, mesmo assim, não se sabe até quando conseguirá fornecer o quantitativo hídrico para toda essa população da Grande Vitória, crescendo vegetativamente devido ao surto de progresso que é visto neste estado.
            Embora não me sinta capaz de realizar estudos sobre o impacto ambiental sofrido pelos recursos hidrográficos no Espírito Santo, quer pelo uso intensivo e ostensivo das águas no segmento da agricultura, nas indústrias e no consumo doméstico. Certo é que esses recursos são finitos e o uso feito sem respeitar a capacidade de produção de que a natureza é capaz, haverá um momento que limitará a oferta, enquanto a demanda continue a crescer. E o que poderia ser feito para postergar esse momento?
            Nas insignificantes ilações que passam pela minha mente; levam-me a algumas sugestões, que envolvem todas as comunidades: a científica pode utilizar trabalhos temáticos para monografias, dissertações e teses. As pesquisas devem abranger todo o universo circunstancial de como essa água que origina pequenos cursos, córregos e rios e que, depois serve ao consumo como água potável, depois de receber tratamentos que visam eliminar sólidos impuros e resíduos tóxicos advindos do emprego de defensivos agrícolas em grande escala.
            Minha sugestão — embora seja uma da contribuição de leigo — visa essencialmente o rastreamento de todas as bacias de produção hídrica, iniciando-se pelos locais finais de consumo à eliminação dos dejetos pelos esgotamentos sanitários; os cursos dos rios, dos córregos, chegando à origem da água, ou seja, as nascentes. O trabalho deve obedecer a rigorosos critérios de observação. Com efeito, ganham os acadêmicos, ganha a comunidade e, com o conhecimento resultante, propicia às autoridades tomar melhores decisões. Às mesmas formas de observação devem abranger as bacias hidrográficas de todos os rios, desde o Itabapoana, o Itapemirim, o Anchieta, o Jabuti, o Formate, o Marinho, o Bubu, o Santa Maria da Vitória, Reis Magos, o Piraqueaçu, o rio Santa Maria do Rio Doce, o Pancas, o Cricaré e seus afluentes, enfim, todo o complexo hidrográfico do Espírito Santo bem como dos demais estados brasileiros.
            Posto o assunto, aguarda-se que medidas urgentes, abrangentes e efetivas sejam tomadas, antes que seja tarde.





           

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