terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

VIDA EFÊMERA

Meditando, durante caminhada matinal, hoje refleti sobre minha vida atual, passada e futura; atualmente, desfrutando do conforto, da saúde restante desse estado de inatividade alcançado como repouso para recompensar o árduo labor feito durante décadas; vi nossos filhos e agora nossos netos, todos eles membros integrantes deste nosso grupo familiar, caminhando rumo aos seus destinos. Eles ultrapassaram a infância, alguns vivenciam a adolescência; enquanto seus pais já experimentam a idade adulta madura e, tanto quanto eu, eles se aproximam da maturidade da idade maior. Também no meu passado galguei, venci etapas idênticas às que experimentam meus descendentes.
Vi meu futuro que se avizinha, passando meu espírito para a eternidade e minha estrutura material corruptível descansará no granito frio de um túmulo da nobre rocha. Disse que meu espírito viverá pela eternidade afora e, que, também ressuscitarei no último dia – dia do Juízo Final - conforme minha crença cristã católica apostólica romana. Outros, também cristãos, crêem que retornarão a esta vida em sucessivas reencarnações.
Retornando à reflexão sobre a perecibilidade da matéria e a incorruptibilidade do espírito, essas assertivas me levam a ilações sobre os valores e as práticas pretéritas. Questionam-se:
- De que valeram as ambições para ajuntar riquezas materiais, deixando de observar se concorreram para isso excluir semelhantes?
- De que valeram usar métodos espoliativos e egoístas, visando o conforto exclusivamente para si?
- De que valeram as práticas odiosas infames e revanchistas?
- De que valeram as ostentações do luxo, cuja aparência demonstra opulência e poder?
- De que valeram as características que se tornaram em beleza física; consumidas as carnes, os esqueletos serão rigorosamente iguais.
Peço desculpas àqueles que viram nesta reflexão, apenas do ponto de vista da morbidez e do mau agouro. Por tudo que disse, posso simplesmente dizer: todas as abordagens feitas se consumam em única ideia: é preciso lembrar quão efêmera é a vida da matéria.

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