sábado, 29 de janeiro de 2011

ARARAS CANTORAS

É verdade! Nona Ágata se encontrava em nossa casa aqui na Praia da Costa, passando alguns dias nos visitando.
Casualmente fui ao “Extra Plus” comprar algumas coisas para abastecer nossa despensa, pois com visitas em casa, não se pode deixar faltar coisas básicas. Ao chegar ao estabelecimento deparei-me com Alberto Demuner, que me dizia, dentre outras coisas, que viera de carona com Tonim Mattedi. Este veio com o objetivo de encontrar-se em sua casa, nesta localidade, com seus irmãos, todos eles filhos de Eugênio Mattedi, mas, de modo especial, com um de nome Isaías.
Convidei Alberto e seus filhos Sebastiãozinho e Toninho para chegarem até nossa casa, pois nona Ágata, eu tenho certeza, gostaria de vê-los.
Ouvi tagarelices nas proximidades. Observei e constatei que um casal de araras era o responsável conversava, reclamava e fazia críticas aos frequentadores do estabelecimento – ninguém lhes dispensava algo para comerem. Preocupei-me com as lamúrias dos pássaros, sem saber exatamente o que fazer. Perguntei ao Alberto:
- que comem estes animais? Ele e seus filhos me responderam:
- Os pássaros não estão a pedir comida, isto sim, pedem cerveja.
Peguei uma garrafa de cerveja e despejei num copo e servi aos psitacídeos, cuja reação consistiu numa demonstração de efusiva alegria. Pareciam esboçar gestos de gratidão, porém o mais inusitado ainda estava por acontecer. Não é que os pássaros me chamaram para pedir que eu lhes arrumasse um arranjo musical para que pudessem cantar e completar a alegria que os contagiava. Não foi difícil atendê-los, pois uma dupla de cantores sertanejos, que se apresentou no estabelecimento, deixou alguns pertences, dentre os quais, farto material musical. Remexi naquelas coisas e separei um arranjo de uma música composto de letra e notas musicais. Entreguei essa coisa aos pássaros e eles puseram-se a cantar em dupla, um fazendo e primeira voz, enquanto o outro a segunda e aí não parou mais. Nesse embalo de gostosa música entreguei-me a um estado momentaneamente prazeroso, só terminando quando, finalmente, acordei e nada mais vi de todas as coisas relatadas.

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