sábado, 27 de março de 2010

VILA VELHA ATUAL

As aparências, quase sempre, enganam; podem também exprimir realidade. Se fôssemos examinar Vila Velha pela aparência atual da Avenida Champagnat, emendando com a orla da Praia da Costa, indo até a ponta de Itapoã, imaginaríamos uma cidade moderna, bem cuidada e seus habitantes plenamente satisfeitos com seus administradores eleitos por sufrágio universal. Tanto a Avenida Champagnat como a Antônio Gil Veloso, afora algumas excentricidades, como o plantio de velhos coqueiros trazidos não sei de onde, mas repletos de sinais de contaminação por broca e outros insetos; o calçadão da orla exibe canteiros novos repletos de flores, plantas ornamentais e gramados novos. Quase perdemos as velhas e famosas castanheiras; estiveram prestes ao corte radical e impiedoso. Felizmente, árvores centenárias permanecem no local, ornamentado a orla; sorte inversa tiveram as frondosas árvores da Avenida Champagnat, subtraindo a sombra que propiciavam aos transeuntes, hoje, embora a urbanização esteja, ainda, incompleta, vê-se moderna ciclovia em funcionamento, conforto para alguns ciclistas com o doloroso sacrifício dos moradores e empresas comerciais existentes ao longo desta via. Hoje só há uma faixa onde se pode estacionar veículos; mas ciclistas e pedestres dividem uma das laterais com relativo conforto. Paralelos às calçadas para pedestres e à ciclovia (pintada na cor vermelha) se contrastam com canteiros onde estão plantados arbustos ornamentais, flores e novas palmeiras recém transmutadas ao longo de toda a avenida.
Em recente manhã, uma autoridade municipal noticiava que, numa etapa seguinte, serão retirados os postes para que todas as fiações de eletricidade, cabos telefônicos, cabos de TV, de Internet e outros, todos serão transferidos para a tubulação subterrânea, já existente e os postes serão tosados na base (isto para que o processo não venha causar quebras de calçadas. Será tudo nivelado, de modo que, não restem sinais cicatriciais nas calçadas, cuja maioria já se encontra edificada.
Pelo que se vê, tanto a Avenida Champagnat quanto a Avenida Antônio Gil Veloso representam a sala de visita, uma e o tapete vermelho, a outra. E o resto da cidade? Basta que entremos em ruas secundários para que presenciemos calçadas esburacadas, desníveis, bueiros sem tampas, pedras e restos de entulhos obstruindo as vias e também muita sujeira. Evidente que não falo dos bairros periféricos, falo, isto sim, a respeito das ruas secundárias do bairro Praia da Costa, de Itapoã e do próprio centro de Vila Velha.
Pedestres, ciclistas, motoristas, passageiros e todos os habitantes, enfim, sofrem com o descaso da municipalidade, permitindo que proprietários de imóveis negligenciem também na sua obrigação de manter passeios de acordo com os padrões que a legislação municipal preconiza. A omissão dos proprietários com a complacência das autoridades responsáveis cria óbices ao exercício da cidadania e ao dever de todos: responsáveis e usuários.
E quanto aos bairros periféricos? A quantas andam as obras de saneamento, despoluição, segurança, pavimentações, que dão suporte a habitabilidade do município? Bom seria visitarem-se essas localidades periféricas para constatar que a municipalidade cumpre com o dever de assistir aos seus munícipes convenientemente. E, se for este o caso, aceitem nossos parabéns!

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