quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A MADRUGADA EM QUE ME TORNEI CLEBRIDADE

A MADRUGADA EM QUE ME TORNEI CELEBRIDADE


 

Estava de passagem pela cidade de Santa Teresa - ES, eu entrei numa loja de vestuários finos, para senhores, que ficava próximo da farmácia do "Nono", fui logo atendido por um vendedor moreno que usava cabelos longos e negros – talvez fosse uma peruca -, nunca se soube. Eu procurava comprar uma vestimenta de luxo e completa, desde os sapatos ao chapéu. Provei alguns ternos, mas o que me caiu melhor foi um de coloração cinza claro e com textura semelhando à do linho cru. Depois de devidamente trajado posei ao lado de duas moças uniformizadas de branco e exibiam detalhes semelhantes aos usados pelas comissárias de bordo de aeronaves – belas jovens. Uma delas, fazendo-me abordagens, perguntava:

- O senhor comprou estas elegantes roupas para fazer alguma viagem?

- Sim. Viajarei para a cidade de São Paulo e tenho importante encontro na BOVESPA; devo movimentar pessoalmente meus milhões em ações - disse isso para fazer-me de importante.

Enquanto isso, eu fiz reserva num restaurante existente nas proximidades, onde se serviam finas iguarias gastronômicas. Ocorreu que o estabelecimento foi posto em reformas, causando com esse transtorno o cancelamento da minha reserva e minha transferência para estabelecimento similar. O arquiteto responsável pela obra de reforma do estabelecimento junto com sua esposa me cumprimentava, depois de ser apresentado com toda a pompa de quem é celebridade. Recebi abraços, apertos de mãos e afagos – quanta hipocrisia! Não aceitei ser transferido para outro restaurante e, nesse caso, montaram um ambiente devidamente decorado e minhas escolhas prontamente disponibilizadas. Enquanto eu degustava as iguarias, novas e mais fotos registraram minha presença sempre acompanhado de belas presenças femininas. Minha esposa não participava dessas encenações, pois ela não aprecia tais bajulações. Eu, não! Sempre que me surge oportunidade, exponho-me vaidosamente, especialmente quando se fazem presentes essas belas representantes do sexo feminino. E a coisa continuou, depois disso, com um coquetel oferecido pela loja de roupas onde comprei completo guarda roupas. Muitos brindes e aquela sequência de fotos e até de discursos se fez longa. Das beberagens oferecidas foi-me servido um refrigerante, tal como a água, era desprovido de sabor, não havia copos, nem mesmo os descartáveis; bebia-se diretamente do bico da garrafa. Nesse momento chegou o táxi que havia sido locado, colocadas minhas bagagens no porta-malas, o taxista deu partida e eu era lavado ao aeroporto para prosseguir minha viagem. Aonde estaria quando acordasse? Sim, ali mesmo!

Um comentário:

  1. Oxê... amigo, que bom ter um dia de celebridade, heim? Madrugada boa. Sonho porreta! Abração.

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