terça-feira, 16 de setembro de 2008

PRIMAVERA E ESTAÇÕES CLIMÁTICAS

PRIMAVERA E ESTAÇÕES CLIMÁTICAS DO BRASIL - REFLEXÕES
Nem bem saímos do inverno, já experimentamos calor forte, queda da taxa de umidade relativa do ar, poeira, incêndios e sol causticante. Quem disse que aqui existem estações definidas? Dizem que temos durante o ano todo apenas duas estações: o verão que ocupa a maior parte do ano e o vento sul que ocorre de forma intermitente. Embora as estações sejam mal definidas, experimentam-se durante o ano algumas mudanças: muito calor no período de dezembro a março, não raro estenderem-se estas características, aliadas a chuvas torrenciais, até o final de abril; depois o que seria o outono mistura-se ao inverno, amenizando o clima, intercalando dias mornos com outros frios, principalmente quando ocorre o famoso vento sul. Bom, aí completamos o ciclo com a chegada deste período que se inicia em setembro e chega a dezembro.
Nesta época há algo de diferente na natureza, as plantas põem brotos com folhas tenras, botões de flores eclodem, as primeiras chuvas mostram o início daquelas que virão no final do ano; temporais costumam ocorrer com ventanias, queda de granizo e chuvas casualmente localizadas. Não temos por aqui a rigidez dos contrastes entre as quatro estações como aqueles que ocorrem nos extremos, norte e sul do planeta. Não há hibernação de plantas nem de animais, produzem-se flores e frutas de janeiro a dezembro; as gramíneas vicejam durante s doze meses do ano, entretanto algumas têm nos meses de fevereiro a maio sua época de floração. Nesse imenso Brasil, o sul guarda algumas semelhanças com o clima dos extremos. São as terras de clima meridional ameno e de intensas chuvas durante a maior parte do ano, contrastando-se com as partes, setentrional e tropical, onde a pluviosidade se identifica com o verão e chamam-na de inverno.
As regiões centro oeste e nordeste do Brasil têm a característica comum quanto ao calor, são opostas quanto aos índices pluviométricos; enquanto que o Brasil central tem volumes acentuados de chuvas, formando rica bacia hidrográfica, o nordeste tem a característica de secas constantes, mas com procedimentos de irrigação, tem alta produtividade de cereais, de leguminosas e de frutas de diversas espécies, muitas delas frutificando até duas ou mais vezes ao ano. Isso faz com que em época de entressafra de algumas frutas originárias da região sul como mangas, uvas e espécimes cítricas, tendo safras diferenciadas, podem ser encontradas presentes no mercado brasileiro e ser exportadas continuamente para o exterior.
A escassez de água, quer seja pela falta de chuvas, contribuindo com isto a deficiência de reservas naturais e a má distribuição dos cursos, como também a deficiente estocagem do líquido representam desafio constante na produtividade agrícola, mas o fator agravante que freia a produção agrícola, tanto de vegetais destinados à produção de bioenergéticos como de alimentos tem uma barreira que na atualidade serve de óbice à produção – As reservas de minerais fertilizantes, bens não renováveis, já atingiram limites que, tanto impõem preços proibitivos como caminham no sentido da exaustão.
Resta, agora, a esperança de que, a exemplo da mega jazida de petróleo do pré sal, descubram-se reservas de minerais de potássio, fósforo, nitrogênio, tão abundantes que permitam avançar na produtividade de vegetais que sirvam como fonte de bioenergéticos como de alimentos para a humanidade, já ostentando bilhões de habitantes.
Nem só ao Brasil cabe a responsabilidade de produzir alimentos para a humanidade, mas as alterações climáticas em curso demonstram queda de produção e aumentos de preços, tudo levando a crer que o fantasma da fome que já assola populações pobres do continente africano e do asiático, poderá se tornar, a cada vez, mais grave. Somando-se a isto, efeitos de causa idêntica demonstram a escassez crescente de água para consumo humano. Aí de que adiantariam as estações climáticas?

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