Sistemática e
habitualmente leio bulas de medicamentos e rótulos de produtos alimentícios,
especialmente os dietéticos. Se não me bastasse ter falta de acuidade visual própria
da minha faixa etária, ouço reclamações de pessoas jovens e dotadas de boa
visão sobre os tamanhos das letras, tanto dos rótulos como das bulas dos
medicamentos. Uma rara exceção ocorreu ultimamente quanto adquiri um medicamento
de nome “Tayrenta”. Este era dotado de uma bula escrita com fontes grandes e
bem espaçado (ao todo, podia-se calcular o equivalente de cinco a seis páginas
do papel A4). Mas isso foi uma das raras exceções.
Nem sempre os
diminutos frascos de medicamentos e de produtos dietéticos têm espaço
suficiente para exibir todas as informações indispensáveis destinadas aos
consumidores. Neste caso, uma sugestão seria o uso de pequena lupa aderida aos
frascos desses produtos (poderia fazer parte da tampa) ou virem acompanhados de
bulas tais como a citada acima.
Sou ciente de
que quaisquer insumos aditivados às embalagens desses produtos (medicamentos e
dietéticos) onerariam os custos, quer aumentando os preços de venda ou
reduzindo os lucros das indústrias processantes. Se considerados os benefícios
dessas providências, sabendo que a diluição dos mesmos representaria pequeno
quociente. Tanto o benefício dos custos para os consumidores quanto ao aumento
dos custos das indústrias processantes seriam insignificantes, mas trariam
resultados na melhoria da informação aos usuários de modo a propiciar segurança
para os consumidores de medicamentos quanto às suas dosagens máximas de
substâncias ativas, de possíveis interações com drogas diversas, reações por
intolerância alérgica e incompatibilidade com outros medicamentos em uso. No
caso de alimentos há também informações importantes e necessárias ao
conhecimento dos consumidores, tais como: propriedades calóricas (tão
importantes para os regimes hipocalóricos), a presença de elementos nutricionais
como o sódio, glúten, açúcares, lipídios (gorduras trans, saturadas, mono e poli-insaturadas,
tanto as de origem animal e vegetal).
O conhecimento
específico dos nutrientes, conservantes, estabilizantes e quaisquer componentes
de produtos alimentícios industrializados deve ser de ampla divulgação,
oferecendo total segurança aos consumidores. E, mais uma vez, enfatiza-se o uso
de textos legíveis, adotando-se meios capazes de alcançar esses objetivos.
Na atualidade,
grande parcela da população é portadora de síndrome metabólica, tais como o
diabetes melitus, dislipidemia, doenças renais crônicas e outras (alergias
alimentares, doença celíaca e intolerância à lactose). Isso justifica o
controle zeloso de informações seguras sobre conteúdos de medicamentos e produtos
alimentícios.