sábado, 28 de março de 2009

VILA VELHA – CIDADE-ÁGUA

Vila Velha, apesar de estar encravada no continente é quase toda circundada de água: água no mar costeiro, água no mar da baía de Vitória, água do Rio Jucu e do Rio Marinho e, se não bastasse, todo o subsolo do município tem água em dois ou mais lençóis freáticos.
Outro fato faz com que Vila Velha tenha, também, muita água na superfície, até demais! Basta uma chuva qualquer e, no dia seguinte, jornais e tv’s tem muito que mostrar e o que comentar. Há os que culpam os prefeitos, outros dizem que o serviço de macro-drenagem, ao invés de melhorar; piora a situação e é uma obra feita com lentidão, ora por falta de recursos, ora por períodos chuvosos que inviabilizam os trabalhos, ou, ainda, não sendo rara a falta de recursos financeiros. E aí se somam os culpados. E quem sempre sofre é a população, de modo especial a mais carente, especialmente os cidadãos habitantes dos bairros periféricos, alguns situados ao nível do mar. Também do que adiantará a macro-drenagem se a cidade não se conscientiza de que muitas habitações ocupam leitos de drenagem naturais nas valas e valões. Mais grave ainda são as previsões catastróficas da elevação dos níveis dos mares devidos ao aquecimento global que está a provocar o degelo das calotas polares e de outras geleiras dispersas pelo planeta afora. Estas previsões para as próximas décadas dão como certa a elevação de alguns centímetros nos níveis dos mares. Se antes mesmo dessa elevação, as inundações são freqüentes, imaginemos depois.
Há trinta anos e por alguns anos subseqüentes era habitual a obtenção de água potável numa nascente existente nas proximidades do bairro Ataíde e Nossa Senhora da Penha. Esta área era coberta por vegetação natural composta de grandes, médias e pequenas árvores. Com o crescimento populacional das áreas urbanas adjacentes, o local da nascente, ao invés de proteção tornou-se depósito de lixo, sendo freqüente a deposição ali de animais mortos e de excrementos humanos na capoeira que existia no local. Pouco tempo depois, o local sofreu obras de terraplanagem, tornando-se um loteamento. Quanto ao destino da nascente, alguém sabe dizer?
Havia mais nascentes, pelo menos outras três: uma na subida do Bairro Rio Marinho, outra no morro da Marinha e, finalmente, aquela do Morro do Moreno. Alguém poderia me informar se ainda existe alguma delas?
A água que serve ao Município de Vila Velha provém do manancial do Rio Jucu, rio que recebe dejetos de propriedades rurais originários de pocilgas, galinheiros e esgotamento sanitário de sedes de sítios e chácaras, abundantes na região. Sabe-se que há programas de tratamento de esgotos na região, mas será que se pode confiar na eficácia desses tratamentos? De qualquer forma, o abastecimento de água tratada para a população usuária da Cidade de Vila Velha provém de processo extremamente oneroso a cargo da CESAN. Um custo ainda maior, levando-se em conta o desperdício desta água cara, fato que ocorre nas residências, nos vazamentos freqüentes e comuns nas redes de distribuição, nem sempre reparados a tempo de evitar grandes perdas.
Por conseguinte, o nome “Cidade-água”, atribuído à Cidade de Vila Velha, município integrante na região metropolitana da Grande Vitória, se deve aos fatos descritos e mencionados.

sábado, 21 de março de 2009

DIA INTERNACIONAL DA ÁGUA - 22.03

Enfim vejo que sempre tive razão acerca de algumas providências tomadas recentemente para os cuidados com a água. Tinha razão, mas não tive coragem de falar, de escrever e escancarar o assunto aos quatro ventos. Faço-o agora, encorajado por algumas providências que sempre imaginei, porém pensei em silêncio; sem coragem de pensar alto, quer através das letras ou das palavras. Não que tivesse amarelado, perdendo a coragem; mas por me sentir insignificante no assunto. Leigo mesmo! Assim que pensava e agia. Sinto que fui omisso num assunto de vital importância para a humanidade e capaz de fazê-la sobreviver!
Neste dia consagrado ao nosso bem, com certeza, o mais precioso, as notícias da preservação das nascentes de água, conservando a vegetação e reflorestando bacias de captação de lençóis freáticos e de matas ciliares, autoridades municipais do Estado do Espírito Santo criam incentivos para que os proprietários rurais desses pontos geográficos se tornem guardiões dessas nascentes e protetores dos rios, riachos e lagoas, tornando-os fornecedores de água, pelo que são remunerados com toda justiça.
Sempre pensei que se devia cuidar das nascentes e dos cursos de água a partir de sua origem. Pensava: os entornos das nascentes, nisso entendido, todas as bacias de captação de água, mantenedoras dos lençóis freáticos, devem ser mantidos sob proteção de vegetais nativos ou regenerados por alguma forma de reflorestamento para que esses terrenos sejam esponjas retentoras de água. Também sempre imaginei que a despoluição dos ecossistemas deve ser feita na origem das águas. É, dessa forma, seguindo os cursos vertentes das águas que esse líquido chegará ao desaguamento puro e próprio para o consumo durante o curso e também na sua deposição nos leitos dos mares.
Fui omisso, sim, porque não me sentia capaz e nem habilitado a tocar num assunto em face de conhecimentos apenas empíricos, quando existem profissionais devidamente habilitados para fazê-lo. Habilitado a fazê-lo, entendo agora, é qualquer indivíduo que raciocine, fale, escreva e seja capaz de conscientizar qualquer número de pessoas para um assunto sério e da maior gravidade. Que adiantaria conscientizar pessoas depois que a água deixasse de existir? Certamente que a água jamais deixará de existir; deixaria de existir água própria para consumo humano – a potável.
Pensei no aproveitamento da pura água das chuvas. Felizmente esse aproveitamento já se faz em algumas localidades do nordeste brasileiro, aonde a escassez de chuvas regulares faz rios, riachos e córregos serem apenas existente durante tempo limitado. O aproveitamento da água das chuvas deveria ser generalizado em quaisquer locais habitados, especialmente nas cidades, providência que resultaria na economicidade no tratamento de águas para torná-las próprias para uso. A existência de solos cobertos torna possível a captação dessa água, sendo necessária a construção disseminada de reservatórios para prover seu armazenamento.
Há também depósitos de água no subsolo, porém em localidades próximas ao mar, como é o caso da Cidade de Vila Velha, no Estado do Espírito Santo, a água do lençol superficial, além da alta salinidade há também razoáveis quantidades de material orgânico, que tornam essa água imprópria para uso humano, exceto se tratada convenientemente. Ainda assim, não tratada essa água poderia ser usada para fins menos nobres, como no uso de irrigação de jardins e na limpeza urbana.
Falando ainda sobre Vila Velha, perfurando-se o solo, depois de uma camada, ora arenosa, ora lamacenta, chega-se a uma camada rochosa de deposição sedimentar enrijecida pela ação da gravidade. Depois de perfurada essa camada em alguns locais foi obtida generosas quantidades de água de excelente potabilidade, conforme me revelou ex-servidor da Companhia de Saneamento – CESAN, que preferiu não ser identificado.
Vê-se que a conservação da água é um imperativo; embora em um tempo futuro, tudo levando a crer que esse recurso natural na forma pura se exaurirá. Aí restará a obtenção de água tratada obtida dos mares. Mas, com a conservação, se posterga por mais tempo essa forma de obtenção da nossa água de cada dia.

quarta-feira, 18 de março de 2009

REALIDADES DE VILA VELHA EM 2009

Ao passar pelo centro da cidade de Vila Velha, (ES), a gente se depara com uma comunidade urbana esburacada como se tivesse sido bombardeada em toda a sua extensão. Na Avenida Champagnat, importante via aonde se chega à faixa litorânea na Praia da Costa, importante balneário capixaba – significativo ponto turístico do Espírito Santo, a situação é lastimável: parece uma via em completo estado de abandono, um caminho com uma cobertura asfáltica incompleta, carente de sinalização, sem calçadas para pedestres e nos locais aonde estas deveriam existir há uma interminável sequência de buracos, ressaltos e tampas toscas de madeira sobre as caixas de passagem das redes hidráulicas, de eletricidade e de telefones, conferindo verdadeiras armadilhas que se tornou coisa comum pedestres sofrerem acidentes.
A maioria das obras de urbanização e de saneamento teve início no final da gestão passada. O novo prefeito eleito herdou o ônus de ter que atender a população do município, que paga impostos, que depende da liberdade de trafegar por ruas seguras tanto para veículos automotores como bicicletas e pedestres. Não adianta debitar essa situação caótica ao ex-prefeito. Até que pode, mas cabe ao atual mandatário do município solucionar estes problemas ou ele será mais um a ser responsabilizado.
Foi suficiente uma chuva na madrugada de ontem para que fossem alagados vários bairros desta cidade, não dando oportunidade para se esquecer do ocorrido no final do ano que se encerrou a menos de três meses. Na realidade em toda a cidade de Vila Velha existem obras inconclusas, ficando também difícil priorizar esta, essa ou aquela, pois todas são imprescindíveis. Com efeito, nós sofremos todos: população e autoridades responsáveis. A população se sente desamparada e as autoridades devem sentir-se incapazes e impotentes para solucionar necessidades de toda uma cidade com mais de trezentos mil habitantes, aonde há carência por todos os lados: está deficiente a coleta de lixo, qualquer chuva inunda residências e acumula água em depósito de lixo nos quintais de casas, facilitando a proliferação do funesto Aedes Egipiti, que causa a calamitosa epidemia de dengue. Enfermidade que evolui para formas a cada vez mais grave – dentre as quais a temível forma hemorrágica, que vem causando crescente número de óbitos.
Por outro lado, há um caos instalado nos atendimentos na rede pública de saúde, agravada em parte com as crescentes suspeitas de dengue, os postos de saúde e prontos socorros tem demanda sempre crescente. As reclamações se generalizam tanto a dos usuários como a dos profissionais sobrecarregados de trabalho para uma demanda a cada vez maior. A incidência de um número grande de enfermidades diretamente causada pela deficiência de esgotamentos sanitários, lixo acumulado e alagamentos. Há outra verdade sobre peculiaridades da cidade de Vila Velha: se não bastasse a deficiência estrutural do atendimento sanitário, há um agravante para tudo isso: muitas localidades da grande cidade ficam ao nível do mar e quando as chuvas excedem as médias consideradas normais, agravam-se os alagamentos.
A cidade, vista do alto, mostra a imponência de habitações modernamente construídas, conferindo modernidade aparente, que oculta todas as deficiências e graves problemas na baixada e nos bairros de periferia.
Se a população da Capital quiser ver suas praias providas de balneabilidade segura, deverá socorrer os municípios de Vila Velha e Cariacica, provendo de tratamento de esgotos eficientes nestas duas cidades da Grande Vitória – responsáveis por muitos milhares de metros cúbicos de esgotos sem tratamento que despejam diariamente na baía de Vitória.
Apesar de todos os discursos em prol da unidade de região Metropolitana da Grande Vitória e seus problemas de interesse comum, as soluções não correspondem à realidade: falta integração em saneamento, em transportes, na atenção à saúde e na área de segurança, pois em todo o território coberto pelos municípios, impera a insegurança e a violência desenfreada. Mas existem ações positivas levadas adiante pelas autoridades envolvidas, que conjugam esforços em ações integradas pelas polícias federal, civil e militar.
Mas o que fazer? Cruzar os braços e aguardar que o tempo resolva tudo? Não. Vale trazer os assuntos à discussão, à reflexão, fazendo críticas e propondo ações que visem ao equacionamento destes angustiantes problemas. Então, mãos à obra enquanto há tempo!

sábado, 14 de março de 2009

PROFESSOR SOFRE REJEIÇÃO

Na noite passada acordei por volta de meia noite, tomei água e voltei à cama e dormi novamente. E foi aí que tudo começou: Eu era professor numa faculdade instalada num longo prédio sobre uma elevação de rocha granítica. Já havia ministrado algumas aulas de estatística a uma turma de alunos que cursava o quarto período, parecendo-me que num curso de economia, ciências contábeis ou administração. Não me lembro mesmo qual era o curso. Essa disciplina não me deixava à vontade: embaraçava-me com cálculos aritméticos de médias simples e ponderadas, mediana, moda e aqueles cálculos da equação da reta feitos nos quadrantes cartesianos, tabelas e gráficos em barras, em colunas, círculo, curvas parabólicas e hiperbólicas, radiciação, potenciação, logaritmos e outras coisas mais. Ainda, além disso, muitas definições teóricas completavam os conteúdos programáticos dessa disciplina.
Nessa noite cheguei à faculdade com pequeno atraso devido às dificuldades do trânsito caótico da Capital. Corri apressadamente por uma escada que me levava para o andar superior do prédio. Lá chegando, percebi a inexistência de alunos em sala de aula. Estranho! Isso teria ocorrido só por que eu me atrasei por alguns minutos? Olhei para o pátio e observei que meus alunos se achavam concentrados à frente da escola e faziam ruidoso protesto, exibindo cartazes, apitos, buzinas e gritavam uníssono: - “Fora professor!” reiteradamente a intervalos regulares assim: fora professor analfabeto, fora professor analfabeto, fora... À frente da turma liderando o movimento identifiquei meu colega de faculdade, José Spada, liderando e incitando meus alunos nesse movimento contra este professor. Mesmo percebendo a hostilização que sofria, desci as escadas, indo até o pátio na tentativa de neutralizar aquelas ameaças, agora tornadas mais graves porque me expunha a sofrer agressões físicas. Aquele som repetido: fora professor, fora professor, fora... Era constante e funcionários ligados à direção da escola acionaram a força policial na tentativa de conter o tumulto que se havia instalado. José Spada aos berros vociferava: - “substituam este professor por alguém capaz! Este não tem competência. Permaneceremos aqui até que a faculdade nos atenda!” E aquele “fora professor” continuava e ecoar nos meus ouvidos, causando-me intenso sofrimento de ansiedade e de profunda frustração.
Finalmente a força policial chegou numa viatura do tipo rádio-patrulha composta de três policiais militares. Aí toda a turma passou a fazer ecoar: - “prendam este professor analfabeto e incapaz”. Aproximei-me dos policiais e lhes oferecia as mãos para que eles as algemassem; eles me disseram, depois de uma conversa com as lideranças do movimento que todos eles queriam falar a só tempo. Não havia mesmo como resolver o impasse no local. Os policiais solicitaram a mim e ao líder José Spada para que os acompanhasse até o distrito policial mais próximo para prestarmos esclarecimentos. Sobre os pretensos pedidos de prisão, os policiais disseram de forma convicta: “não temos motivos para prender ninguém, pois não há evidência de haja a prática flagrante de quaisquer crimes, tal como definem as leis”.
Nisso acordei tomado de ansiedade e respiração ofegante, tomei um copo d’água, retornei à cama e adormeci.

segunda-feira, 9 de março de 2009

MENINA DE NOVE ANOS É ESTUPRADA

Se não bastasse a violência sexual sofrida por essa menina aos nove anos de idade, existem vários agravantes que tornaram o caso polêmico com repercussão tanto no Brasil quanto no exterior. A menina levada a exame médico, seus familiares foram orientados a ingressarem com petição no judiciário visando ao aborto de dois fetos de que era portadora, levando-se em conta, inclusive, a fragilidade física da grávida que estava exposta a risco iminente de morte. Disso, depois de sentença judicial, o médico prescritor dessa providência tornou-se seu executor do aborto.
A Igreja Católica, tomando conhecimento de ato condenado pelo direito canônico, que rege todos os católicos apostólicos romanos, aplicou ao médico e à mãe da criança estuprada a pena da excomunhão; não aplicou pena alguma ao estuprador, este está sujeito às penas do pecado mais brandas e às penas da lei dos homens.
Não obstante aos riscos de vida que a vítima estuprada corria, por ato criminoso, cuja lei penal considera o fato de ser o padrasto – responsável pela guarda e segurança física da enteada, praticou crime e será julgado pela egrégia justiça. Concordo com o bispo que aplicou a pena capital da excomunhão tanto ao médico quanto à mãe da vítima. “Um crime não justiça outro”, com o agravante de que o médico, embora autorizado pela lei dos homens, executou duas criaturas que absolutamente não tiveram quaisquer meios de defesa. Se existisse no Brasil a pena capital, esta deveria ser aplicada ao PADRASTO ESTUPRADOR, este sim cometeu um crime bárbaro, agravado por sua obrigação de sustento e guarda da menor.
A declaração do Presidente Lula é coisa que não alcança nada além dos limites da sua opinião como qualquer cidadão comum: ele não é autoridade eclesial e nem autoridade judiciária. Repercutem suas palavras, pois quem disse não foi simplesmente um cidadão: ele é o Presidente da República Federativa do Brasil.
Mas voltando ao caso da excomunhão de quem pratica ato que infringe o direito canônico, na condição de católicos, concordo que devam ser julgados e lhes aplicadas as penalidades cabíveis conforme é o caso.
Fazendo reflexão: a Deus nada é impossível. Apesar dos riscos de morte que a medicina garantiu estar sujeita a vítima do estupro e de gravidez extemporânea. Poderia ocorrer o milagre da vida: duas novas vidas inocentes da causa a Deus poderia ser possível operar para que todos sobrevivessem? Quantos e quantos casos considerados em situações extremas não conseguem sobreviver. Faltou fé em Deus?

domingo, 8 de março de 2009

ENFIM, UM DECRETO DISCIPLINADOR

Lendo a matéria publicada no jornal A Tribuna, edição do dia 06022009, sob o título “Festa e shows só até a meia-noite”, vê-se que a equipe do Prefeito Neucimar Fraga, preocupada com a exacerbada violência que impera neste Município de Vila Velha, disciplinou pelo decreto referido, publicado no Diário Oficial, em data de ontem, como afirmam, dando substancial ajuda no combate à violência, visando colaborar com o Governo do Estado do Espírito Santo, o maior responsável pela manutenção da segurança das pessoas, conforme preceitos constitucionais. E esta providência vem em momento oportuno. Qualquer ato, não importa de que autoridade tenha sido emanado, tem seu valor. É mais um fator que se soma no combate à violência. Tudo o que se soma para coibir a violência é coisa que deve ser bem recebida, não importando a origem. Acrescenta a matéria: “O decreto se estende a quaisquer eventos, sejam realizados pelo poder público ou pela iniciativa privada. Entre eles, a Festa da Penha e o Jesus Vida Verão, que atraem milhares de pessoas ao município” (O grifo é nosso).
O ato em si demonstra a preocupação da municipalidade com os altos índices de violência praticados durante noitadas com muita bebida alcoólica e sons que escapam aos controles, tanto no que se refira à integridade física das pessoas como ao descontrole dos volumes de sons, quando ultrapassam índices da tolerância. Ademais, parece-nos que existe legislação específica sobre o regulamento do silêncio. O dever da municipalidade seria o de implementar sua aplicação?
Esse decreto só deixou claramente a disposição de acrescentar mais duas horas aos eventos que ocorrem na orla da Praia da Costa, nada mais que isso.
O que almeja a população dos munícipes que residem neste aglomerado de edifícios, muitas pessoas na qualidade de idosos inativos que escolheram o Bairro Praia da Costa para o descanso nessa área urbana paradisíaca. A urbanização não contemplou o local, senão para unidades habitacionais com ruas estreitas, que a qualquer anomalia se estrangulam. Não há mesmo como aceitar a continuidade de grandes eventos nesta orla. Do contrário, a qualquer momento, por motivo de algum eventual sinistro (incêndio, desabamento, ataques cardíacos...), não haverá meios para que o corpo de bombeiros e outras corporações possam, em tempo hábil, prestar socorro às vítimas.
Não é fixando o horário de meia noite como limite para a realização dos grandes eventos na orla que se maquia um problema que a população anseia por medida concreta da mudança desses eventos para local seguro e apropriado.

terça-feira, 3 de março de 2009

MAIS MUDANÇA A VISTA!

Imaginávamos que nunca mais nos mudaríamos. Sim. Até juramos: não haverá mais mudança, senão aquela definitiva. Na realidade a gente não sabe mesmo de nada, não podendo ninguém mesmo garantir isto, isso ou aquilo. Só a Deus é dado conhecer nosso futuro.
Enquanto isso, a ansiedade de uma nova mudança nos deixa apreensivos e esta história, ainda nem começou, mas temos muitos motivos para sentir sua proximidade. Tudo começou quando Karla resolveu trocar seu apartamento por um maior, visando garantir nossa permanência em sua companhia após seu casamento, coisa que se avizinha a passos largos.
Não imaginem que iremos morar longe, continuaremos sendo vizinhos também dos atuais. Estaremos residindo a menos de duas centenas de metros lineares de distância. Continuaremos a freqüentar as missas na mesma comunidade católica de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, deixaremos de comprar medicamentos na Drogaria Santa Helena, não por que tenha sido por nossa opção. Simplesmente no sábado de carnaval este estabelecimento amanheceu fechado e julgamos que tivesse sido por causa dos festejos carnavalescos.
Pois bem, já nos faz falta este estabelecimento farmacêutico estabelecido no quarteirão vizinho. Ali comprávamos nossos medicamentos já por costume, nem nos lembrávamos que tínhamos desconto de 17% em tudo o que se adquiria ali. Costumava às vezes dar uma parada apenas para cumprimentar o Seu Paulo, o gerente. Ele geralmente permanecia postado de pé frente ao estabelecimento, tratava a todos de forma Cortez e muitos julgavam-no que fosse o segurança. Várias farmacêuticas trabalharam ali: havia uma no turno matutino e outra no vespertino. De duas jamais esquecerei seus nomes: Francine deixou o emprego, indo para São Paulo para cursar mestrado naquela capital, Gisele me adicionou ao Orkut e sempre me envia recados. Dois rapazes com uniformes azuis e ainda dois a três motoboys, também uniformizados da mesma forma tinham sempre suas motos estacionadas no passeio ao lado, prontos a fazerem entregas de medicamentos solicitados por telefone.
É bem verdade que há poucos meses, repentinamente vi o ponto comercial da Drogaria Praia da Costa, propriedade de meu amigo Epaminondas Caser completamente vazio. É bem verdade que este, tanto quanto os proprietários da Drogaria Helena têm o justo direito de encerrar suas atividades, quando bem lhes aprouver, não tendo a nada a se importar com o sentimentalismo, comodidade e o conforto que sentem seus clientes. Amizade é uma coisa; negócios à parte.
Nossa mudança em nada vai mudar nosso comportamento quanto às compras que fazemos no Supermercado Extra Plus, no Hortifruti e na Farmácia Santa Lúcia. Lamentamos apenas deixar o convívio com todos os moradores do Edifício Atlantic Tower’s. Bom sinal e este quando se sente falta dos vizinhos; fosse o contrário, algo estaria errado. Também nossas atividades físicas no calçadão, em nada serão alteradas.
E, lá na nossa próxima moradia, como seremos acolhidos? Embora possa não parecer, mas com certeza nossas referências já circulam pelas unidades autônomas da nossa próxima residência. Certamente existem vizinhos nossos que tem contatos e amigos nessa nossa futura residência. Estou errado?