terça-feira, 21 de outubro de 2008

CIÚME MÓRBIDO

O que leva uma garota assumir um namoro, com apenas doze anos de idade? A culpa seria da libido? Aquela propriedade que seres se sentem atraídos por indivíduos do sexo oposto, apenas. Lindemberg, com dezessete anos, adolescente ainda imaturo, coisa que nos indivíduos do sexo masculino, se amadurece pouco mais arde. Nesse momento, esse namoro nada mais era do que atração física causada, certamente, pela forte libido sentida por ambos.
Eloá, aos quinze anos, experimentando as tendências possessivas do parceiro, em atitude amadurecida, já sabendo distinguir seus verdadeiros anseios, seus verdadeiros objetivos, pôs fim a um relacionamento de fantasias infantis de quando tinha apenas doze anos, corpo de mulher e mente de criança. Que se pode pensar sobre o estado psicológico de alguma menina nessa idade?
Hoje, Lindemberg, aos vinte e dois anos, assassino atirado a um cárcere repleto dos mais experientes meliantes; Eloá sepultada aos quinze anos, num local de onde apenas seu espírito liberto experimenta a eternidade.
Destino de descendentes de famílias que experimentaram as agruras da incerteza de quem migrou da aridez da terra nordestina e, aqui, prematuramente, Lindenberg, transformado agora o assassino da pessoa por quem nutria amor mórbido e Eloá, de origem idêntica, parte para todo o sempre. Seu espírito de menina adolescente permanecerá na mente de milhões de brasileiros, comovidos pela crueldade de como lhe foi subtraída a vida, uma vida de uma nada mais que menina. Nada mais poderá interferir no seu destino; quanto ao seu algoz Lindemberg, aos vinte e dois anos, apenas ingressando na vida adulta, o futuro próximo lhe reserva o castigo da privação da liberdade física e o pior de todos: a prisão no interior da consciência, que o torturará por tantos quantos forem os dias da sua vida. Será ele capaz de suportar tamanha culpa, inclusive de ter subtraído a vida de quem poderia fazê-lo feliz?
A mãe de Eloá, publicamente, disse ter perdoado ao assassino de sua filha; esse perdão, embora verdadeiro, não redime Lindenberg da culpa. Pela lei dos homens será julgado e condenado; quando à Lei de Deus, só a Ele cabe saber e conhecer se terá perdão.
E você, leitor, qual seu julgamento para esse caso?

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