Com todo respeito aos biólogos de plantão e à sabedoria da sua ciência, permito-me comentar coisas ditas sobre animais silvestres (?), perambulando por nossa cidade. Os saguis (pronuncia-se güi, sem o trema excluído recentemente) são exemplo de animais habitantes, teimosamente resistindo às coisas do progresso, mas sentindo fome, migram para o meio residencial urbano próximo do seu habitat natural. Alguns biólogos apelam às pessoas para não disponibilizarem alimento a esses famintos primatas (nossos parentes?). Aqui, muitos encontram a morte em contato com fios elétricos e, quando atravessam rodovias e ruas, são impiedosamente atropelados e mortos.
A montanha em que está localizado o Convento de Nossa Senhora da Penha, monumento religioso e histórico construído à época da Colonização do Espírito Santo pelo frade franciscano Frei Pedro Palácios, sempre houve preocupação quanto à preservação da floresta do entorno, hoje habitada por pequenos primatas e algumas aves; também essas vivem entre a mata e a cidade, de onde retiram seu alimento.
Imaginemos que, se a população deixar de alimentar os pequenos primatas, certamente perecerão de fome, pois pequena porção de mata não contempla ecossistema completo para a manutenção dessa fauna de animais silvestres originariamente nascidos ali e, tornando-se alimentados por visitantes do convento, conheceram outros alimentos facilmente obtidos da generosidade dos humanos. Se migrarem para o meio urbano, nisso os biólogos têm razão, estarão expostos aos riscos dos fios elétricos e de outras armadilhas como essas que ceifam vidas humanas também – o trânsito e seus mortíferos artefatos da velocidade.
Os pássaros vindos das matas têm mais mobilidade e quando pousam em fios elétricos, o fazem em apenas um fio, não tocando em outra fase não completam o circuito, por isso nada lhes acontece. O maior risco que sofrem os pássaros e causado pelos predadores da sua própria espécie e por répteis que invadem seus ninhos para alimentarem-se dos ovos. Dentre predadores de aves, primeiramente cito os de sua espécie – os gaviões e as corujas, em seguida as serpentes e os lagartos.
Em observações que faço, a partir da sacada do nosso apartamento e pela cidade afora, inclusive na faixa de areia das praias, os pássaros que habitam nossa cidade de Vila Velha podem ser nomeados: Bem-te-vis, rolinhas, pardais, caga-sebos, andorinhas, anus-brancos e pretos; corujas buraqueiras e os temíveis gaviões. É bem verdade que os pardais, outrora numerosos, estão se reduzindo, a ponto de estarem sendo considerados em processo de extinção.
Voltando ao foco principal, os saguis restantes, para que não morram eletrocutados ou atropelados, deveriam ser mantidos no seu habitat e auxiliando sua permanência na mata, deviam ser ali alimentados.
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