Gastam-se toneladas de tinta nos jornais para registrar o sangue que se derrama pelo mundo afora, com toda a variedade de violência. Isto é uma verdadeira guerra, que é situada diante dos nossos olhos, na frente de nossas casas; quando não é dentro delas. Parece mesmo que a humanidade perdeu o controle da situação: mata-se por qualquer motivo e até sem qualquer razão.
Havia um tempo que essas notícias, hoje corriqueiras, nos meios de comunicação escrita, televisiva e por meio da informática eram coisa que só atingia aos outros. Hoje toda essa violência pode estar nas ruas por onde passamos, na igreja que freqüentamos, nas escolas, nos estabelecimentos comerciais, nos veículos que trafegam transportando bens e pessoas, nos locais de entretenimento, enfim em qualquer lugar. Basta que o homem esteja presente para que a maldade impere. São assassinatos por motivos banais, por disputas quaisquer, por assaltos, por seqüestros, simplesmente por ódio. Mas a violência abrange outras formas: abortos, infanticídios, violências sexuais (estupro, incesto, pedofilia e sadomasoquismo).
Guerras representam violência, que tem até regras e leis. Matar como ato de guerra não é crime considerado homicídio. É defesa legítima. Também as execuções capitais, quando e aonde as leis as prevêem, são atos considerados legítimos. Sob o aspecto religioso, nas santas inquisições, os indivíduos considerados hereges e feiticeiros podiam ser executados, após julgamentos em tribunais eclesiásticos.
Na atualidade existem verdadeiras guerras não declaradas que ceifam vidas aos milhares. São verdadeiros genocídios. Podem ser citados os acidentes do trânsito, as disputas por pontos geográficos de venda de substâncias tóxicas e entorpecentes, mortes causadas por dívidas de tóxico por parte de dependentes químicos e aquelas destinadas a vingança dos delatores.
Também a natureza exerce seu poder de violência, expresso nos acidentes naturais: terremotos, sunames, vendavais, erupções vulcânicas, inundações causadas por cheias resultantes de chuvas diluviais, incêndios casuais e/ou propositais, deslizamentos de terras e de rochas, avalanches de neve, desmoronamentos de prédios, de pontes e de outras quaisquer edificações, quer por movimentos espontâneos da natureza ou causados artificialmente por bombardeios ou demolições planejadas.
Violentas também podem ser classificadas as ações de fazer ou deixar de fazer (omissões). A fome que assola populações africanas pobres e outros bolsões de pobreza espalhados pelo mundo afora, pode ser fruto de ingerência externa espoliativa das riquezas de bens e omissão de meios de escolarização, cujo atraso cultural e intolerâncias de grupos religiosos e raciais impedem que populações alcancem meios para proverem-se dos recursos alimentares, fruto apenas da ignorância coletiva dessas populações. Há outro fator relacionado á fome no mundo. Pode-se debitar grande parcela desta carência ao desequilíbrio climático, forçado pelo aquecimento global, promovendo profundas mudanças na produção de alimentos. Também o conhecimento tecnológico deficiente, fruto da pobreza e da miséria, torna o problema agravado.
Enquanto fazemos essas considerações, análises e reflexões sobre a violência que assola o planeta, aqui ao nosso lado pode estar ocorrendo um assalto, um assassinato, um aborto criminoso, um infanticídio, um mal trato a um idoso, a falta de escola, um acidente de trânsito com vítimas; acolá, uma tempestade, um terremoto, um desmoronamento, uma seca, uma enchente que inunda e afogam indivíduos, principalmente os desprovidos de recursos – aqueles obrigados a habitarem locais desprotegidos e desassistidos pelos poderes públicos. Enfim, nosso mundo é extremante violento!
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