sexta-feira, 31 de julho de 2009

DESRESPEITO AOS VALORES PAISAGÍSTICOS

Vila Velha, (ES), recebe com surpresa e indignação, notícias de que as castanheiras que molduram a orla da praia da Costa serão extirpadas para dar lugar ao plantio de coqueiros, violando o sagrado direito dos moradores e visitantes de se abrigarem na sombra destas majestosas árvores, existentes ao longo de dezenas de anos, talvez cinco, seis, sete ou mais dezenas, estas árvores nos brindaram com sua beleza, sua sombra e serviram de abrigo aos pássaros do céu.
Por que autoridades municipais de Vila Velha fariam tamanha maldade conosco, com as aves que nelas habitam e fazem seus ninhos, onde nascem seus filhotes, onde viceja a natureza?
Nesta cidade, diariamente somos afrontados com o corte impiedoso de árvores na calada da noite, aos poucos, apagando as dádivas que a natureza, com as graças de Deus, nos fornecem Oxigênio, enquanto recolhem resíduos carboníferos para, com eles, junto com a água que combinam e sintetizem seu alimento à base dos hidratos de carbono. O que mais nos deixa indignados é o desrespeito das autoridades municipais sequer dão uma destino digno aos troncos da madeira dessas essências, descartando-as diretamente nos lixões. Madeiras que poderiam ser aproveitadas e, às vezes, decepadas para o combate de insetos, que tantos prejuízos causam às nossas mobílias. Enquanto falta madeira, por causa da destruição das florestas; matérias nobres são levadas ao lixo.
Se há leis que permitem essas ações criminosas, isto não encontra amparo na moral e na preservação de recursos naturais a cada vez mais escassos.
O que se vê é o inverso do que cabe ao poder público, a quem deveria dar proteção à nossa natureza, se faz desconhecer as agressões praticadas por cidadãos e, agora, se concretizada tal agressão, se junta para promover a destruição.
Soube, na manhã de hoje, que uma das justificativas para o extermínio das castanheiras e sua origem estrangeira. Se isto, por si só, fosse justificativa, deveriam ser extintos nosso café, a pimenta do reino, a cana de açúcar, a manga e uma infinidade de plantas frutíferas trazidas de várias partes do mundo. Comenta-se, também, que as raízes das castanheiras destroem a pavimentação e esburacam calçadas para pedestres. Conte outra! E, enquanto o município concentra esforços para decepar impiedosamente árvores ornamentais, pessoas continuam habitando literalmente em baixo da ponte! Há falta de aulas na rede municipal de ensino e necessidade de se tamparem muitos buracos, nas ruas, nos calçamentos; esgotos correndo a céu aberto, postos de saúde superlotados, faltam médicos, medicamentos e outras coisas para o bom atendimento da população.
Há ainda uma coisa que me deixa temeroso: um assunto polêmico de importância menor, quando alardeado, pode esconder falcatruas maiores. Devemos estar atentos!

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