A cidade de Vila Velha, (ES) é, basicamente, localizada pouco acima do nível do mar. Apesar das promessas de políticos de que se fará macro drenagem; pouco se pode crer que os efeitos de tais obras de construção de valas, galerias e outras similares venham a surtir drenagem significativa, pois quando os índices pluviométricos superam a capacidade de vazão dos canais naturais, o excesso hídrico tende a se acumular pelas baixadas afora. Para que houvesse uma drenagem eficaz, somente seria alcançada por meio de bombas de sucção instaladas ao longo dos canais e a água, assim bombeada, fosse despejada diretamente no mar.
Este problema topográfico de Vila Velha poderá, ainda, ser agravado com os efeitos do aquecimento global. Este, inexoravelmente, provocará o aumento dos níveis dos mares; aí, esta cidade poderá ter seu solo submerso. De nada adiantaria construir valas, canais, nem tampar toda essa buraqueira existente nas ruas, vielas e avenidas desta terra dos “Canelas Verdes”. Seria como que furar buracos na água, literalmente.
Para o futuro longínquo, talvez nem tanto, a cidade provavelmente estará localizada sobre terreno alagado e parte das atuais edificações estará abaixo do nível da água. Neste caso, os andares térreos estariam onde é hoje o segundo pavimento e as vias de circulação (ruas, avenidas e vielas), deveriam ser edificadas num plano superior, através de elevados e pontes. Aonde houvesse volume de água ocupando as atuais depressões, os deslocamentos de passageiros e de cargas poderiam ser feitos por meio de navegação em pequenas embarcações. Outra solução indicada para o transporte de passageiras e pequenas cargas seria o uso de teleféricos construídos entre prédios e montes, aonde também, os terrenos destinados à edificação de prédios comerciais, industriais e habitacionais seriam os mais valorizados.
Refletindo sobre água potável, pode-se perceber facilmente que o fornecimento deste líquido tende a ser finito, pois os mananciais originários estão restritos aos rios Santa Maria da Vitória, Jucu, Formate e pequenos cursos de água nas proximidades de Guarapari, de Viana, de Cariacica, de Santa Leopoldina, de Serra e de Fundão. A reserva hídrica promete, se não solucionar definitivamente o abastecimento de água de Vila Velha, ser recurso hídrico supletivo o depósito existente no subsolo a 100 ou mais metros de profundidade, pois há provas com poços escavados, produzindo água potável de excelente qualidade mineral.
Vê-se, atualmente, ser necessário o planejamento urbano de Vila Velha com a mente voltada a essas variáveis, embora, hoje reine ceticismo em algumas correntes de cientistas, que acreditam na existência de catastrofismo pregado por pessoas alarmistas, como se houvéssemos chegado ao apocalipse. Alguns fatos sucessivamente ocorridos ultimamente corroboram com previsões pessimistas: tempestades catastróficas, secas duradouras, degelo dos pólos, redução da camada de Ozônio, pandemias de viroses e desequilíbrio climático generalizado completam o quadro caótico neste início do terceiro milênio.
É bom que pensemos seriamente sobre esses fatos aqui abordados. Será válido tomar providências previamente?
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