Primeiramente, "Águas de março", famosas e consagradas em muitos escritos e em músicas, porque no mês de março sempre foi costumeiro chover muito e no mar acontecerem ressacas, porém, nada de grave. Chovia muito para conservar nascentes, riachos e rios; para manter a terra úmida para que as plantas suportassem as estações secas, do outono e inverso e fossem capazes de brotarem folhes novas florescerem na primavera. Ano, após ano e isso era invariável.
Neste início de ano tivemos as águas de janeiro, de fevereiro, de março e, agora chegaram águas de abril, copiosas, diluvianas e sinistras, carregando consigo habitações, vias de tráfego e preciosas vidas – soterrando e sepultando fantasias, sonhos, como tais, abruptamente.
Lembro-me perfeitamente que, desde outubro de 1947 a abril de 1948, chuvas torrenciais, enchentes inundavam estradas, plantações, raras habitações e raríssimas vítimas fatais. Ainda não se construíam casas nos leitos dos valões e dos rios, as populações, em números modestos, tinham à sua disposição terras seguras, distantes das encostas e das margens dos rios. O meio ambiente ainda não havia sofrido tantas agressões; a cobertura de florestas nativas contribuía para o equilíbrio da natureza.
Hoje, o somatório, dessas variáveis, afeta praticamente todos os centros urbanos do Brasil e de outras partes do mundo. Em todo o continente americano, desde o extremo sul ao norte, águas causam estragos, destroem e ceifam preciosas vidas humanas e bens diversos. Fato idêntico afeta praticamente todos os continentes, causando maior comoção àqueles presentes nas proximidades dos eventos.
As tempestades que, anualmente varrem literalmente as ilhas do Caribe e o continente americano – tufões, tornados, ciclones e tempestades tropicais causam, sempre, destruição generalizada. E, por falar em ciclones, nesses últimos anos o litoral leste do Brasil sentiu a presença do fenômeno, trazendo ventanias, fortes ressacas, ora destruindo imóveis localizados a beira-mar, ora adentrando pelo continente – coisa causadora de destelhamentos, quedas de árvores destruição de plantações e inseguranças às populações.
Mesmo enfrentando certo grau de ceticismo, podem-se debitar aos transtornos climáticos, tornados evidentes diante do propalado aquecimento
global, cujos efeitos, a cada ano, se tornam evidentes. O que se pode evidenciar, não é o aquecimento uniforme pelo mundo afora, como o ocorrido no Brasil – aqui o verão teve temperaturas a alguns graus acima da média, chuvas torrenciais em determinadas regiões, enquanto em outras o forte calor foi acompanhado de secas duradouras.
No hemisfério norte do planeta, a anomalia se apresentou com temperaturas negativas abaixo da média, provocando seguidas nevascas durante o período de inverno – coisa inexplicável, quando se propala o aquecimento. Os sintomas de desequilíbrio se manifestam próximos aos extremos em temperaturas máximas em determinados pontos, enquanto em outros ocorre o inverso.
De qualquer forma, sem catastrofismo, cuidar do planeta em que vivemos, será sempre bom para a conservação dos recursos naturais que, se sabe, são finitos.
Águas de abril e de todo o ano, sempre bem vidas na medida certa; providências para localizar as populações urbanas a salvo e seguras devem ser metas governamentais implementadas através de medidas apropriadamente capazes de evitar todas essas tragédias, tornadas costumeiras ultimamente. O problema passa, também, pela necessidade de medidas sociais e educativas para a população como um todo.
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