Quarta-feira, 9 de Julho de 2008
Estávamos à beira mar sentados num rochedo em declive em que as marolas lhe lambiam uma faixa de alguns metros acima do nível, proporcionalmente aos açoites da água marinha causados pela ação da brisa mansa ou dos ventos fortes, mais baixos ou altos, de acordo com as marés. No meio da imensidão do oceano afloravam pontiagudas rochas graníticas, provavelmente de origem vulcânica, concorrendo com uma instalação que diziam ser uma usina propulsionada por combustível nuclear e era tão alta quanto aos picos pedregosos das proximidades.
Dessa usina emanava uma nuvem contínua de gases em forma de névoa gélida, que nos fazia sentir frio e, inalando esses vapores, fazia com que sentíssemos dispnéia, trazendo-nos desconforto, um mal estar a cada vez mais intenso. O pior era que todo aquele mal estar nos compelia a permanecermos deitados e, a cada vez mais, tornávamo-nos impossibilitados de locomoção. Não havia, mesmo, como fugirmos desse local e nosso destino seria uma exposição a um nível de radiação insuportável, pois a usina ameaçava explodir a qualquer momento. E aí estaria selado irremediavelmente nosso destino. Esses gases radioativos, tóxicos e termicamente impróprios à respiração, com certeza, haviam baixado o grau de saturação de oxigênio e eu perdia forças, sentindo como se meu corpo, nesse estado de imobilidade, pesasse toneladas (Sensação idêntica à que senti num pós-operatório, quando me recuperava numa UTI hospitalar). Mesmo que a radiação maior que viria após a iminente explosão daquela usina, ainda não fosse sentida, uma paralisia respiratória total já vinha a caminho.
Muitas pessoas se encontravam nesse local, fazendo-me companhia nesse infortúnio, pessoas conhecidas: vizinhos, colegas de trabalho, alunos ou parentes. Apenas Karla, minha filha, eu identifiquei hospedada numa casa junto a um grupo de mulheres, também vítimas da mesma névoa radioativa. Todo aquele sofrimento a que estivemos expostos, durante horas e mais horas, fazia de nós reféns de acidente nuclear, coisa já acontecida na Usina de Three Mile Island, nos Estados Unidos da América e de Chernobyl na Rússia, na antiga União Soviética. Na primeira os efeitos negativos foram mínimos, enquanto que na segunda, esses efeitos afetaram vários países do leste europeu, ainda sentidos através de enfermidades deles decorrentes.
No Brasil, fato semelhante pode ou poderia ter ocorrido na Cidade de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, talvez o ocorrido fosse lá, disso eu não tenho certeza. O certo foi quando acordei na madrugada de hoje, fazia muito frio. Se existisse algum tipo de névoa gelada estaria do lado de fora. De fato a única pessoa que relacionei ao evento descansava tranquilamente no seu quarto; outras pessoas deitadas ao meu lado não existiam, exceto Anésia que descansava tranqüilamente. Essa história jamais aconteceu; espero, mesmo, que jamais ocorra; nem mesmo num sonho igual a este.
Surreal... Gostei muito! Para além de que acho que chama a atenção ou pelo menos deveria chamar para os acidentes nucleares ocorridos e consequentemente nos faz lembrar de que novos acidentes podem vir a acontecer, oxalá seja só um sonho!
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