Um senhor colecionava amizades pelo mundo virtual da internet, com homens e mulheres, alguns deles na sua faixa etária; porém grande maioria era jovem. A todos ele tratava cordialmente. Não era raro falarem-se, utilizando palavras reduzidas, assim: a palavra você, escreviam-na vc ou vcê. Até mesmo seus nomes, quando possível, podiam ser escritos de forma abreviada. Até em sites de relacionamentos procurava fazer amizades; jamais ocultava seu verdadeiro estado civil, isso fazia parte de cada perfil feito para cada programa, inclusive nas redes sociais do Orkut, Facebook e outras.
A esposa lia nos jornais, ela via na televisão coisas desabonadoras sobre práticas de crimes de pedofilia e traições de esposos e esposas via internet, cometendo adultérios virtuais e isso a deixava preocupada com seu marido, ocupado na maior parte dos dias a escrever textos de crônicas, contos e de livros. Nos intervalos das suas escritas fazia contatos com esses amigos do MSN através de mensagens instantâneas, deixava mensagens e as recebia através do Orkut e do Facebook. Depois voltava às suas escritas habituais, produzindo grande acervo de textos, posteriormente postados num blog mantido na Web.
Nosso personagem, colocado sob suspeita, sem que o soubesse, foi mantido sob rigorosa vigilância e não tardou que fosse flagrado exibindo o perfil de uma idosa, onde ela falava de si e das suas preferências do parceiro que julgava ideal. Isso se tornou bom aviso de que seria temerária sua incursão por esse meio, onde pessoas de todas as idades procuram encontrarem pares para relacionamento ou simplesmente cultivarem amizades em distâncias, muitas vezes, remotas.
E não tardou muito que, em determinado dia, o tal senhor respondia um e-mail de uma amiga, usando inadvertidamente seus nomes resumidos, deixando impressão aparente de sinais de excessiva intimidade. Ele nunca havia dispensado esse tratamento a essa amiga que, por certo, não o reprovou, mas não tornou resposta nesse mesmo tom de intimidade. Sua esposa apossada de desconfiança leu a mensagem e sentiu-se traída como se seu esposo estivesse praticando um ato de infidelidade. Não restavam dúvidas, pois o tom do tratamento dispensado à amiga poderia assim ser considerado. Isso causou um mal estar injustificável na vida desse casal, unido há várias décadas pelos laços matrimoniais.
Esse senhor, por mais que tentasse se justificar, nada conseguia senão aumentar o grau de suspeitas, tudo por causa de uma aparência de coisa escrita, feita sem os necessários cuidados. Até mesmo a amiga a quem respondia uma mensagem poderia ter estranhado a forma de tratamento, coisa que seria própria para conversas coloquiais. É! Nosso amigo foi traído pelo descuido. E agora, como justificar? As aparências não deixavam dúvidas para que o caso tivesse julgamento simplesmente pelas aparências.
Adorei! Isso acontece bastante, as vezes a internet pode influenciar bastante na vida pessoal de alguém. Uma coisa que parece ser outra coisa, mas que na verdade não é, pode causar um estrago sem tamanho, não é? Muitas vezes por falta de conhecimento da linguagem usada na internet, como foi o caso do seu texto.
ResponderExcluirHaha, muito bom! Adorei!