Esse
assunto, constantemente reprisado de tão grave que é, merece sempre toda a
nossa atenção diante de chuvas distribuídas irregularmente no Nordeste e também
no Sudeste, desatacando-se como fator de perdas dos recursos hídricos no caso
específico do estado do Espírito Santo. Os rios Santa Maria do Rio Doce, o
Santa Maria da Vitória, este abastecedor das barragens hidroelétricas do Rio
Bonito e de Suíça, o Rio Jucu, que concorre com este para fornecer água captada
dos seus leitos para o abastecimento da Grande Vitória. Outrora caudalosos esse
cursos d água tiveram considerável redução dos seus mananciais.
O
rio Santa Maria do Rio Doce, que banha todo o vale, desde Alto Caldeirão a Colatina,
já demonstra exaustão a partir das suas nascentes das cabeceiras do município de
Santa Teresa no limite com Santa Maria de Jetibá e, consequentemente, deixa
deficiência para a irrigação de plantações agrícolas e água para abastecimento,
que chegam à sede do município de São Roque do Canaã e comunidades ribeirinhas
localizadas ao Sul de Colatina. Mais um ano sem chuvas regulares, todo esse
vale estará seco. Isso significa extinção das atividades rurais, êxodo
direcionado aos centros urbanos, fechamento de indústrias, desemprego e outras
mazelas.
Fato
idêntico ocorre com o rio Santa Maria da Vitória, abastecendo as culturas
agrícolas, as comunidades urbanas de Santa Maria de Jetibá e de Santa
Leopoldina e da Grande Vitória. Concorre com esse quadro nos municípios de
Venda Nova do Imigrante, Marechal Floriano, Domingos Martins e da cidade de
Viana. Esses rios juntos representam, também, mais de 80% de todo o abastecimento
da Grande Vitória.
Para
agravar a escassez hídrica nesses vales, há outro agravante: as culturas
agrícolas são responsáveis pela contaminação por agrotóxico, que causam onerosos
processos de tratamento para transformar essas águas com qualidade de
potabilidade.
Se
ainda não existem estudos para cuidar de tão graves problemas. O momento urge.
Não dá mais para aguardar pacientemente pelo que já se avizinha. Os estudos
devem viabilizar a obtenção de água por meios alternativos, ou seja,
aproveitamento das águas das chuvas, prospectar o subsolo e, também, estudar processos
de dessalinização das águas do mar. Acompanhando esse raciocínio paralelamente
buscar alternativas energéticas através do uso da luz solar e aproveitamento
dos recursos eólicos, bem como a energia viável com a oscilação dos níveis dos
mares. Essas fontes alternativas energéticas podem auxiliar na obtenção e
tratamento das fontes hídricas alternativas.
Para
conservação dessas águas alternativas não se pode abdicar da reciclagem,
tendência reinante em todo o mundo. É bom dizer que, embora eu não tenha
recursos, tanto de recursos materiais e intelectuais, tento cooperar com o
pouco que sou capaz e gostaria que essas previsões sombrias sobre este momento
e para o futuro próximo fossem apenas ficções. Aos estudiosos e conhecedores
tecnicamente capazes fiquem com a palavra e as providências cabíveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário