Primeiramente,
a frase parece estar equivocada, talvez fosse apropriado dizermos: “O Rio Jucu
é a água que nós bebemos”. Aí já mudamos a ação verbal da terceira pessoa do
singular para a primeira do plural. Que tal se mudasse para a segunda pessoa do
singular: “... a água que tu bebes”, ou, ainda, generalizando “... a água que
vós bebeis”. Certo é que não conseguimos nos livrar dessa forma coloquial do
emprego do você (pessoa com quem se fala) praticando a ação na terceira pessoa
do singular. Complicado, não?
Mas, não é bem
isso que está em jogo nessa chamada de atenção. O autor da sentença (ou
autores) se refere (ou se referem) à qualidade da água que nos é oferecida por
preços exorbitantes e quem nos pode garantir sua qualidade, se a origem é
duvidosa? Há muito tempo, essa questão não desocupa minha mente e sempre repete
a dúvida: Será que bebemos água confiável? Sabe-se que a CESAN (Companhia
Espírito-santense Saneamento) não se descuida da responsabilidade de oferecer
aos consumidores a melhor água que consegue produzir a altos custos e, mesmo
assim, não se sabe até quando conseguirá fornecer o quantitativo hídrico para
toda essa população da Grande Vitória, crescendo vegetativamente devido ao
surto de progresso que é visto neste estado.
Embora não
me sinta capaz de realizar estudos sobre o impacto ambiental sofrido pelos
recursos hidrográficos no Espírito Santo, quer pelo uso intensivo e ostensivo
das águas no segmento da agricultura, nas indústrias e no consumo doméstico.
Certo é que esses recursos são finitos e o uso feito sem respeitar a capacidade
de produção de que a natureza é capaz, haverá um momento que limitará a oferta,
enquanto a demanda continue a crescer. E o que poderia ser feito para postergar
esse momento?
Nas
insignificantes ilações que passam pela minha mente; levam-me a algumas
sugestões, que envolvem todas as comunidades: a científica pode utilizar
trabalhos temáticos para monografias, dissertações e teses. As pesquisas devem
abranger todo o universo circunstancial de como essa água que origina pequenos
cursos, córregos e rios e que, depois serve ao consumo como água potável,
depois de receber tratamentos que visam eliminar sólidos impuros e resíduos
tóxicos advindos do emprego de defensivos agrícolas em grande escala.
Minha
sugestão — embora seja uma da contribuição de leigo — visa essencialmente o
rastreamento de todas as bacias de produção hídrica, iniciando-se pelos locais
finais de consumo à eliminação dos dejetos pelos esgotamentos sanitários; os
cursos dos rios, dos córregos, chegando à origem da água, ou seja, as
nascentes. O trabalho deve obedecer a rigorosos critérios de observação. Com
efeito, ganham os acadêmicos, ganha a comunidade e, com o conhecimento
resultante, propicia às autoridades tomar melhores decisões. Às mesmas formas
de observação devem abranger as bacias hidrográficas de todos os rios, desde o
Itabapoana, o Itapemirim, o Anchieta, o Jabuti, o Formate, o Marinho, o Bubu, o
Santa Maria da Vitória, Reis Magos, o Piraqueaçu, o rio Santa Maria do Rio
Doce, o Pancas, o Cricaré e seus afluentes, enfim, todo o complexo hidrográfico
do Espírito Santo bem como dos demais estados brasileiros.
Posto o
assunto, aguarda-se que medidas urgentes, abrangentes e efetivas sejam tomadas,
antes que seja tarde.
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