Quem não conheceu a Brasília, carro que a Volkswagen produziu durante alguns anos? Pois foi uma dessas que eu adquiri nesta noite passada. Desta vez um exemplar desse famoso auto fora completamente repaginado, desde suas latas que foram substituídas por potentes lâminas de fibra de vidro instaladas sobre estrutura resistente, provavelmente utilizando trefilados de fibra de carbono. Peças internas se compunham de formas arrojadas, especialmente produzidas e personalizadas, muitas exibindo desenhos arrojados em aço inoxidável, algumas polidas; outras escovadas e foscas. Detalhes importantes consistiam no desenho e nos materiais utilizados nos retrovisores externos movidos por controle remoto. Também os faróis e lâmpadas internas tinham formas futuristas, semelhantes àqueles que são exibidos em naves espaciais fictícias. Até os pedais de embreagem, de freios e de acelerador, além do arrojo dos seus desenhos, tudo era feito de aço inoxidável. Vejam que esse veículo ainda trazia inovações na motorização, substituindo aquele velho e ruidoso motor VW 1.600 refrigerado a ar por potente máquina que, acelerada desenvolvia potência veloz semelhante aos carros de corrida da “Fórmula 1”.
Nem é preciso dizer que eu adquiri essa “máquina” numa permuta em que entreguei meu automóvel Mercedes Benz Classe A, modelo e ano 2000, voltando uma diferença em boa quantia de reais, alguns milhares certamente.
Agora é vez de falarmos sobre o teste que fizemos com essa máquina superproduzida – viagem de Várzea Alegre a Colatina, feita em companhia de Preto Scotá e de Edgard. Edgard e eu faríamos visita ao meu pai, enquanto que Preto faria compras de alguma utilidade para as suas culturas, talvez até alguma peça para o trator ou para o sistema de irrigação de suas plantações.
A viagem começou assim: eu me coloquei na posição de motorista condutor daquela preciosidade. Ao sentar-me, tive que fazer aproximação do banco, pois naquela posição eu não conseguia alcançar os pedais de embreagem, de freio e de acelerador. Ajustei-me à posição e acionei o motor daquela máquina. Curiosamente, agora teria que voltar ao uso de embreagem para cambiar as marchas. Tive este e outros cuidados de não cometer erros na condução do veículo. Enveredamos pela nova pista asfáltica, podendo agora trafegar sobre pista negra e lisa até Colatina ou até mais longe.
Ah sim! Ia me esquecendo que não consegui renovar minha CNH. Dirigir veículo agora seria grave infração às leis de trânsito, mas não podia me esquecer de que me faziam companhia dois dos melhores motoristas que já conheci: Preto e Edgard. Qualquer dúvida no caso de alguma ocorrência, eu poderia transferir a direção a qualquer um dos dois. Mas, o mais importante mesmo é que eu guiando o veículo poderia estar sujeitando meus companheiros aos riscos de uma direção temerária. Ainda assim, eu continuei guiando até chegarmos a Colatina. Durante o trajeto, observei que o carro era extremamente sensível ao acelerador, desenvolvendo velocidade rapidamente. Percebi também que, apesar de estar equipado com pedal de embreagem, podia fazer mudanças de marchas sem o uso desse mecanismo.
Enfim chegamos ao centro da Cidade de Colatina. Nas proximidades da farmácia de Lourenço Bosi havia um semáforo com luzes indicando várias opções de direção do tráfego, mas agora todas mostravam sinal vermelho e uma seta apontava para um desvio à esquerda como única opção. Nesse momento perguntei ao Preto:
- onde você prefere ir primeiro? Respondeu-me, apontando para uma elevação:
- ali naquele alto, perto da igrejinha.
Dirigimo-nos para o local e no primeiro cruzamento, alguém passou à nossa frente com um automóvel em alta velocidade. Por nossa sorte não colidimos. O acidente, caso tivesse ocorrido, quem seria o culpado? Certamente aquele motorista que dirigia com habilitação vencida. Nesse momento, percebi que deveria ter confiado a direção a um dos motoristas que me acompanhavam. Continuei rumo àquela elevação e Preto, quando passávamos em frente a um moderno hospital, pediu-me que fizesse retorno e entrasse por uma rua estreita a esquerda que se finalizava em frente a uma varanda. Mal chegamos Preto entrou por uma porta, quando fechada podia-se ler: “WC”. Enquanto isso veio até nós um senhor que me perguntou:
- em que lhes posso ser útil?
- em nada não. Apenas aguardamos meu cunhado Preto, que, necessitando algo urgente entrou por esta porta, indicando-lhe aquele local citado.
É meu costume logo saber com quem falo, indaguei:
- E o senhor quem é? Obtive como resposta:
- trabalho nesta clínica como administrador.
Indaguei novamente:
- é de que família?
- da família Binda, desses que residem em São João Grande, localidade próxima a Itapina e situada além da margem ao norte do Rio Doce.
- Você sabe que todos dessa família Binda descendem do mesmo patriarca Zefiro Binda. Passei no Alto Limoeiro há poucos dias e fotografei o imóvel centenário em que essa família residiu nos primeiros tempos da colonização do Município de Itaguaçu, de lá migrando para Itapina, Colatina e para outras localidades do norte capixaba, eu disse.
- Sei sim, disse-me ele, acrescentando que gostaria de obter uma cópia da foto daquela antiga sede da família.
- Dê-me seu endereço eletrônico que a envio por e-mail, assim que chegar a casa, disse.
Nesse momento, entrou uma pessoa apressadamente e bateu àquela porta do WC e Preto saiu, dando oportunidade a mais um “apertado” a que solucionasse seu problema.
Estando novamente livres nos dirigimos ao centro da cidade para subir pela Rua Humberto Campos, seguir transversalmente pelo Bairro de Bela Vista para chegar ao Alto de Santa Cecília, onde residia meu pai. Não tenho lembrança de ter chegado à casa de meu pai, nem tampouco a outro lugar qualquer, me lembro, isto sim, que fazia frio nesta madrugada.
Origem do nome e comparações
Brasília foi o nome escolhido para um tipo de viatura produzida no Brasil pela Volkswagen, a partir da década de 1970. Sua aparência resultou de desenho rompendo o convencional tal como o da cidade de onde seu nome veio como inspiração – Brasília, a capital de república brasileira inaugurada oficialmente no início da década de 1960.
Tal como a cidade de que se originou o nome, esse carro demonstrou uma inovação de aparência na imagem e ambas demonstraram vulnerabilidade na aparência; uma apodrecia rapidamente pela ação da ferrugem; a outra, logo também, mostrou resultados aparentes da degradação ética dos costumes, corrompida pela ação da falta de conservação de modo de vida. As duas representaram centro de atenções, uma como novidade de veículo de transporte e locomoção e símbolo de ascensão social; a outra, como centro das atenções e ascensão ao Poder, centro das decisões que determinam os destinos dos cidadãos e da própria Nação. Em algumas comparações, ambas são idênticas: podem apresentar defeitos de construção, mau funcionamento de componentes, não têm transmissões automáticas; uma nunca teve câmbio automático, a outra o poder não se transmite automaticamente: houve caso de troca do poder pela força, ou seja, pela truculência.
Será que se ambas receberem tratamento serão recuperáveis, se produzidas com inovações mecânicas, pintura nova, modernos acessórios (o carro); injeções de princípios éticos, de novos costumes, de nova ordem educacional, de automatização na troca do poder de que dela emana de seriedade de propósitos, de aprimoramento urbanístico que se esparramasse pelo Brasil desde o centro aos eixos polares de toda a nação brasileira (a Cidade Capital); ambas ainda teriam “conserto” ou “concerto”? A primeira se conserto tivesse não seria com “c”, seria com “s”. A segunda, quem sabe, poderia ter ambos.
Nem é preciso dizer que eu adquiri essa “máquina” numa permuta em que entreguei meu automóvel Mercedes Benz Classe A, modelo e ano 2000, voltando uma diferença em boa quantia de reais, alguns milhares certamente.
Agora é vez de falarmos sobre o teste que fizemos com essa máquina superproduzida – viagem de Várzea Alegre a Colatina, feita em companhia de Preto Scotá e de Edgard. Edgard e eu faríamos visita ao meu pai, enquanto que Preto faria compras de alguma utilidade para as suas culturas, talvez até alguma peça para o trator ou para o sistema de irrigação de suas plantações.
A viagem começou assim: eu me coloquei na posição de motorista condutor daquela preciosidade. Ao sentar-me, tive que fazer aproximação do banco, pois naquela posição eu não conseguia alcançar os pedais de embreagem, de freio e de acelerador. Ajustei-me à posição e acionei o motor daquela máquina. Curiosamente, agora teria que voltar ao uso de embreagem para cambiar as marchas. Tive este e outros cuidados de não cometer erros na condução do veículo. Enveredamos pela nova pista asfáltica, podendo agora trafegar sobre pista negra e lisa até Colatina ou até mais longe.
Ah sim! Ia me esquecendo que não consegui renovar minha CNH. Dirigir veículo agora seria grave infração às leis de trânsito, mas não podia me esquecer de que me faziam companhia dois dos melhores motoristas que já conheci: Preto e Edgard. Qualquer dúvida no caso de alguma ocorrência, eu poderia transferir a direção a qualquer um dos dois. Mas, o mais importante mesmo é que eu guiando o veículo poderia estar sujeitando meus companheiros aos riscos de uma direção temerária. Ainda assim, eu continuei guiando até chegarmos a Colatina. Durante o trajeto, observei que o carro era extremamente sensível ao acelerador, desenvolvendo velocidade rapidamente. Percebi também que, apesar de estar equipado com pedal de embreagem, podia fazer mudanças de marchas sem o uso desse mecanismo.
Enfim chegamos ao centro da Cidade de Colatina. Nas proximidades da farmácia de Lourenço Bosi havia um semáforo com luzes indicando várias opções de direção do tráfego, mas agora todas mostravam sinal vermelho e uma seta apontava para um desvio à esquerda como única opção. Nesse momento perguntei ao Preto:
- onde você prefere ir primeiro? Respondeu-me, apontando para uma elevação:
- ali naquele alto, perto da igrejinha.
Dirigimo-nos para o local e no primeiro cruzamento, alguém passou à nossa frente com um automóvel em alta velocidade. Por nossa sorte não colidimos. O acidente, caso tivesse ocorrido, quem seria o culpado? Certamente aquele motorista que dirigia com habilitação vencida. Nesse momento, percebi que deveria ter confiado a direção a um dos motoristas que me acompanhavam. Continuei rumo àquela elevação e Preto, quando passávamos em frente a um moderno hospital, pediu-me que fizesse retorno e entrasse por uma rua estreita a esquerda que se finalizava em frente a uma varanda. Mal chegamos Preto entrou por uma porta, quando fechada podia-se ler: “WC”. Enquanto isso veio até nós um senhor que me perguntou:
- em que lhes posso ser útil?
- em nada não. Apenas aguardamos meu cunhado Preto, que, necessitando algo urgente entrou por esta porta, indicando-lhe aquele local citado.
É meu costume logo saber com quem falo, indaguei:
- E o senhor quem é? Obtive como resposta:
- trabalho nesta clínica como administrador.
Indaguei novamente:
- é de que família?
- da família Binda, desses que residem em São João Grande, localidade próxima a Itapina e situada além da margem ao norte do Rio Doce.
- Você sabe que todos dessa família Binda descendem do mesmo patriarca Zefiro Binda. Passei no Alto Limoeiro há poucos dias e fotografei o imóvel centenário em que essa família residiu nos primeiros tempos da colonização do Município de Itaguaçu, de lá migrando para Itapina, Colatina e para outras localidades do norte capixaba, eu disse.
- Sei sim, disse-me ele, acrescentando que gostaria de obter uma cópia da foto daquela antiga sede da família.
- Dê-me seu endereço eletrônico que a envio por e-mail, assim que chegar a casa, disse.
Nesse momento, entrou uma pessoa apressadamente e bateu àquela porta do WC e Preto saiu, dando oportunidade a mais um “apertado” a que solucionasse seu problema.
Estando novamente livres nos dirigimos ao centro da cidade para subir pela Rua Humberto Campos, seguir transversalmente pelo Bairro de Bela Vista para chegar ao Alto de Santa Cecília, onde residia meu pai. Não tenho lembrança de ter chegado à casa de meu pai, nem tampouco a outro lugar qualquer, me lembro, isto sim, que fazia frio nesta madrugada.
Origem do nome e comparações
Brasília foi o nome escolhido para um tipo de viatura produzida no Brasil pela Volkswagen, a partir da década de 1970. Sua aparência resultou de desenho rompendo o convencional tal como o da cidade de onde seu nome veio como inspiração – Brasília, a capital de república brasileira inaugurada oficialmente no início da década de 1960.
Tal como a cidade de que se originou o nome, esse carro demonstrou uma inovação de aparência na imagem e ambas demonstraram vulnerabilidade na aparência; uma apodrecia rapidamente pela ação da ferrugem; a outra, logo também, mostrou resultados aparentes da degradação ética dos costumes, corrompida pela ação da falta de conservação de modo de vida. As duas representaram centro de atenções, uma como novidade de veículo de transporte e locomoção e símbolo de ascensão social; a outra, como centro das atenções e ascensão ao Poder, centro das decisões que determinam os destinos dos cidadãos e da própria Nação. Em algumas comparações, ambas são idênticas: podem apresentar defeitos de construção, mau funcionamento de componentes, não têm transmissões automáticas; uma nunca teve câmbio automático, a outra o poder não se transmite automaticamente: houve caso de troca do poder pela força, ou seja, pela truculência.
Será que se ambas receberem tratamento serão recuperáveis, se produzidas com inovações mecânicas, pintura nova, modernos acessórios (o carro); injeções de princípios éticos, de novos costumes, de nova ordem educacional, de automatização na troca do poder de que dela emana de seriedade de propósitos, de aprimoramento urbanístico que se esparramasse pelo Brasil desde o centro aos eixos polares de toda a nação brasileira (a Cidade Capital); ambas ainda teriam “conserto” ou “concerto”? A primeira se conserto tivesse não seria com “c”, seria com “s”. A segunda, quem sabe, poderia ter ambos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário